segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Mais um Messias?...

É oficial: «Vítor Rodrigues é o Candidato socialista à Câmara Municipal da Figueira.
Depois da decisão unânime do Secretariado do Partido Socialista da Figueira da Foz, a Comissão Política Concelhia do PS confirmou, por larga maioria - 34 votos a favor e só 3 contra; 1 branco, 1 nulo e 4 abstenções - o nome de Vítor Rodrigues como Candidato do Partido Socialista à Presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Vítor Rodrigues, 60 anos, residente na Freguesia de Buarcos e São Julião, é licenciado em Gestão, Pós Graduado em Gestão e Direção de Segurança, Mestre em Desenvolvimento Local, além de diversa formação militar. 
Teve uma carreira coroada de êxitos ao serviço da Guarda Nacional Republicana, que o levou a atingir a patente de Coronel. 
O seu desejo é SERVIR a Causa Pública e a Figueira da Foz, a Cidade da sua vida, onde vive e onde trabalhou tantos anos.»
Tal como Gouveia e Melo, "Vítor Rodrigues identifica-se com o Socialismo Democrático, a Social-democracia e a defesa de todos os Homens e Mulheres que trabalham arduamente para todos os dias melhorarem a sua vida e dos seus." 
Pergunto.
Sendo socialista é a favor da expropriação da Banca e da construção de habitação pública?
Sendo social-democrata é a favor de uma Banca pública forte que dê crédito aos pequenos empresários e jovens para comprar casa?
Ou é a favor da especulação imobiliária que alimenta os acionistas bancários?
É que das três não pode ser, são incompatíveis, se de verdade falamos. Por isso, das duas, uma: ou o militar Vítor Rodrigues é ignorante politicamente, ou sabe exatamente o que disse e mentiu, antes mesmo de estar em campo a campanha eleitoral para as próximas Eleições Autárquicas.
Conforme se pode ler na Nota de Imprensa do PS/Figueira, "os Figueirenses merecem mais do que promessas vazias e resultados que nunca se concretizam."

O coronel Vítor Rodrigues tem toda a legitimidade de ser candidato. Não queira, porém, é ser o candidato de todos: os partidos e as candidaturas representam interesses, não existe ninguém acima deles.
Este truque em ciência política chama-se bonapartismo, e foi amplamente estudado desde 1851, em França. Todos nós representamos uma parte da sociedade (partido, política, ideologia), ninguém representa, em sociedades profundamente desiguais e divididas, toda a gente.
Para quem tem memória sabe que já tivemos disso na União Nacional – o Partido de Salazar que dizia que estava acima dos Partidos, por isso era União + Nacional -, ou antes com Sidónio ou antes com João Franco.
Já cá andamos há muito tempo e já virámos muitos frangos. Tal como Raquel Varela "sabemos bem o que está ao virar da esquina." 
O Coronel, tal como o Almirante, não é Deus nem Messias.

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