sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Parabéns Paulo Macedo: a privatização invisível da CGD está no bom caminho e recomenda-se...

Paulo Macedo: “Só um tonto diria que nunca mais vai encerrar nada na vida”


«Quando, no início do próximo ano, Paulo Macedo apresentar mais de mil milhões de euros de lucros da CGD, é possível que muitos o considerem um grande gestor. Paulo Macedo está à frente de uma instituição, a CGD, que não é (ou não devia ser) um banco como os outros. Em primeiro lugar, a CGD tem de estar ao serviço das pessoas, mesmo que isso implique estar em lugares em que os outros não querem estar, ou que não sejam rentáveis. Parece que Paulo Macedo ainda não percebeu isso. Nos anos da troika, o Governo da AD “aproveitou” para encerrar a maioria dos serviços públicos no interior do país, desde escolas a tribunais, etc. A não ser que o ministro das Finanças o obrigue a voltar atrás com este escandaloso projecto, ninguém me vai conseguir convencer de que por detrás destas medidas não está uma vontade política de descredibilizar ainda mais a instituição CGD junto dos portugueses, para assim abrir caminho à privatização.»

J. Sequeira, Lisboa 

«A retirada da CGD de vários locais do país, e o encerramento de tesourarias em várias agências não podem ser encarados como meros processo de reestruturação empresarial guiados pelo objectivo da redução de custos e do aumento dos benefícios. A Caixa, como banco pertencente ao Estado, tem obrigações óbvias de serviço público, cujo cumprimento vai ser mais uma vez reduzido. Mas não só isso. Outrora, as comunidades locais possuíam um factor de coesão estrutural e de solidez comunitária que consistia na presença de instituições-chave: a câmara, os Correios, a estação ferroviária, o hospital, a esquadra de polícia, a escola... e a Caixa. Estes pólos de referência da organização da vida local contribuíam para a fixação das populações. O carácter público dessas instituições era e é a única garantia de permanência e de qualidade do serviço. Veja-se o caso gritante da desgraçada privatização dos Correios, e da “privatização moral” dos caminhos-de-ferro, esfacelados na sua rede e abandonados a um destino decadente, por mor da nefasta obsessão rodoviária que vem dos anos 1980. Agora é a Caixa que entra na lógica do negócio puro e duro — isto é, da secundarização do serviço público e do progressivo abandono de locais onde sempre esteve. Esperemos que alguém com autoridade o impeça.»

António Monteiro Fernandes, Lisboa

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