sexta-feira, 21 de julho de 2023

O populismo a fazer caminho no PS e PSD

Estado da Nação. António Costa com Manuel Pizarro (Saúde) e José Luís Carneiro (MAI), os três governantes que intervieram no debate

© Tiago Petinga/Lusa

Confesso que não fiquei surpreendido por ter sido José Luís Carneiro a encerrar o debate sobre o estado da nação, realizado ontem.
Lembram-se da pressão feita ao CA da RTP, pelo Ministro José Luís Carneiro, no caso do «cartoon»?
Porque terá ligado José Luís Carneiro para a RTP?
Depois da queixa-crime da Direção Nacional da PSP e da iniciativa do PSD de – através da Assembleia da República – questionar a RTP, acerca do cartoon “Carreira de Tiro”, foi a vez de o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ligar para a administração da RTP, expressando o seu desconforto com o cartoon sobre polícia e racismo emitido pela RTP durante a transmissão do festival de música Nos Alive.

Mais: como, na altura, a cronista do Jornal Público, Carmo Afonso perguntou: 
"Porque o terá anunciado?"
José Luís Carneiro não é nenhum político ingénuo. 
Portanto, não lhe teria sido difícil de prever que a pressão que escolheu publicitar fosse considerada  despropositada?
A resposta que Carmo Aonso deu no texto que publicou no Jornal Público, foi "grave e preocupante. Os destinatários do anúncio do ministro eram os próprios polícias e era a aprovação destes que pretendia.
O ministro da Administração Interna seguiu os passos que alguém do Chega também teria seguido se estivesse no seu lugar". 

Por isso, não me admirou nada que José Luís Carneiro, na última intervenção, ao fim de algumas horas de debate, tivesse dito ontem: "somos garantia de segurança aos portugueses".
Ficou constatado "que o discurso do autoritarismo securitátio, inspirado na extrema-direita, está tão alastrado nas forças de segurança que já poucos se atrevem a fazer-lhe frente".
Com preocupação verificamos, que "o MAI e o PSD ao fazerem a vontade à Direcção Nacional da PSP, agem como se estivessem a digladiar para ganharem a confiança daqueles homens.
Esqueçam: há quem se tenha adiantado".

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