sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Manuel, o sem abrigo que deixou de ser anónimo

Conforme pode ser lido, por exemplo no Diário de Notícias, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encontrou-se ontem com o sem-abrigo que descobriu o recém-nascido na terça-feira num caixote do lixo, em Santa Apolónia, Lisboa.
"Venho agradecer-lhe", disse o chefe de Estado a Manuel, que vive na rua há cerca de dez meses, num momento filmado pela CMTV. "É um exemplo de humildade. É muito mais do que dizer que cumpriu a sua obrigação à sociedade: foi humanidade", disse Marcelo Rebelo de Sousa ao homem, acrescentando que aquilo que fez "não tem preço".
O Presidente da República fez questão de perguntar a Manuel o que sentiu quando encontrou o recém-nascido naquelas condições, tendo este admitido ter ficado muito abalado, revelando que gostaria que o bebé tivesse o nome do seu filho. "Devia ir visitá-lo ao hospital", desafiou Marcelo, que ao despedir-se disse ao sem-abrigo que "é uma joia de homem".
Imagem via Correio da Manhã
Manuel, era mais um anónimo sem-abrigo. Português, tem 44 anos, vive na rua há meses, porque lhe aconteceu o que pode acontecer a qualquer um de nós, que vive num País chamado Portugal em 2019:  deixou de trabalhar devido a um problema grave na coluna e aguarda os cuidados de saúde a que tem direito.
Por um acaso insólito e singular saiu do anonimato. 
Espero, que no meio de toda esta desgraça, alguma das individualidades que ficaram tão sensibilizadas com a nobreza do acto do Manuel, faça alguma coisa para que possa ter acesso, o mais rápido possível, a um direito que deveria ser naturalmente de todos e para todos: a saúde.
Isso, sim era importante: o resto foi show off para a televisão.

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