Via Filipe Tourais
"Notícia do dia, um em cada cinco portugueses ganha os 534 euros líquidos correspondentes aos 600 brutos do salário mínimo. Viver com 534 euros por mês é viver na miséria. Mas que ninguém pense que isto é apenas um somatório de dramas individuais. Enquanto comunidade, afecta-nos a todos, utentes de serviços públicos que se degradam ano após ano ao sabor do subfinanciamento crónico imposto pêlos poderes de Bruxelas e alegremente aceite pela maioria. Nenhum destes um em cada cinco - e muitos mais até ao limiar em que o rendimento começa a ser tributado – paga um cêntimo de IRS, ou seja, nenhum deles contribui com um cêntimo que seja de IRS nem para o Serviço Nacional de Saúde, nem para a Escola pública, nem para nenhum outro serviço público. Quem aufere rendimentos um pouco acima do mínimo é sobrecarregado com os impostos que estes um em cada cinco não podem pagar. Por outro lado, salários tão baixos geram descontos para a Segurança Social ínfimos. À medida que os salários vão encolhendo, a idade mínima para ter direito a uma pensão de aposentação sem penalizações vai aumentando. Salários cada vez mais mínimos não geram um valor de descontos suficiente para pagar a pensão de reforma daqueles que se aposentaram no tempo em que os salários ainda não tinham começado a encolher. Não. Ao contrário do que muita gente pensa, o salário dos outros não é apenas o salário dos outros. O salário dos outros são os serviços públicos de todos, é a carga fiscal de todos e é a idade de reforma de todos. Seria óptimo que todos tomassem consciência que assim é. Todos juntos, podemos fazer um país onde a gente possa viver como gente. 750 euros até 2023 é demasiado pouco. Não chega.
Bom dia a quem ainda resiste."
"Notícia do dia, um em cada cinco portugueses ganha os 534 euros líquidos correspondentes aos 600 brutos do salário mínimo. Viver com 534 euros por mês é viver na miséria. Mas que ninguém pense que isto é apenas um somatório de dramas individuais. Enquanto comunidade, afecta-nos a todos, utentes de serviços públicos que se degradam ano após ano ao sabor do subfinanciamento crónico imposto pêlos poderes de Bruxelas e alegremente aceite pela maioria. Nenhum destes um em cada cinco - e muitos mais até ao limiar em que o rendimento começa a ser tributado – paga um cêntimo de IRS, ou seja, nenhum deles contribui com um cêntimo que seja de IRS nem para o Serviço Nacional de Saúde, nem para a Escola pública, nem para nenhum outro serviço público. Quem aufere rendimentos um pouco acima do mínimo é sobrecarregado com os impostos que estes um em cada cinco não podem pagar. Por outro lado, salários tão baixos geram descontos para a Segurança Social ínfimos. À medida que os salários vão encolhendo, a idade mínima para ter direito a uma pensão de aposentação sem penalizações vai aumentando. Salários cada vez mais mínimos não geram um valor de descontos suficiente para pagar a pensão de reforma daqueles que se aposentaram no tempo em que os salários ainda não tinham começado a encolher. Não. Ao contrário do que muita gente pensa, o salário dos outros não é apenas o salário dos outros. O salário dos outros são os serviços públicos de todos, é a carga fiscal de todos e é a idade de reforma de todos. Seria óptimo que todos tomassem consciência que assim é. Todos juntos, podemos fazer um país onde a gente possa viver como gente. 750 euros até 2023 é demasiado pouco. Não chega.
Bom dia a quem ainda resiste."
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