[Imagem "Leap into the Void" by Yves Klein] |
«"Em
Março de 2018, ex primeiro ministro entrou no ISCSP a ganhar cerca de
€1.200. Em Novembro, o contrato sofreu uma adenda e passou para cerca de
€2.000". Saiu logo a brigada da direita radical de plantão às redes
em defesa do homem que antes de abandonar o cargo lamentou publicamente
não ter conseguido baixar os custos do trabalho. "Entrou a tempo parcial a ganhar 1200. Passou a tempo completo a ganhar 2000.
*Mais um escândalo".
Escândalo era se tivesse sido, por exemplo, com os estivadores, toda a vida a tempo parcial a trabalharem a tempo completo, os madraços. Dias inteiros no cais encostados aos contentores e à sombra dos guindastes a queimar cigarros e a falar de futebol.
*Mais um escândalo".
Escândalo era se tivesse sido, por exemplo, com os estivadores, toda a vida a tempo parcial a trabalharem a tempo completo, os madraços. Dias inteiros no cais encostados aos contentores e à sombra dos guindastes a queimar cigarros e a falar de futebol.
Justiça é
passar de tempo parcial a "tempo completo" alguém que durante quase
cinco anos nos andou a dizer que não tinha um modelo de baixos salários
para o país enquanto indirectamente baixava os salários por via de
sobretaxas, eliminação de subsídios de férias e Natal, aumento da carga
horária, diminuição dos dias de férias e eliminação de feriados.
Justiça é
passar de tempo parcial a "tempo completo" alguém que durante quase
cinco anos nos andou a dizer que não tinha um modelo de precariedade
para o país enquanto assinava contratos de formação profissional com
a McDonald's, aumentava o tempo de duração da contratação a prazo,
aliviava as fiscalizações da inspecção do trabalho, punha os organismos
do Estado a subcontratar por intermédio de empresas de trabalho
temporário.
Justiça é uma
universidade pública contratar alguém que durante quase cinco anos nos
andou a badalar a excelência do ensino privado e o mérito, o mérito de
ser contratado por um presidente militante do partido, uma coincidência
de certeza, longe de mim levantar suspeitas ou calúnias, esclareço já.
Justiça é o
ensino público, do Estado, pago com o dinheiro dos contribuintes,
contratar para docente pela experiência adquirida alguém que durante
quase cinco anos andou a denegrir o Novas Oportunidades que certificava
competências pela experiência adquirida.
Justiça é o
ensino público, do Estado, pago com o dinheiro dos contribuintes,
contratar para docente alguém que durante quase cinco anos andou a
resmorder quem vivia na sombra do Estado, não saía da zona de conforto,
os professores que podiam muito bem deixar de ser piegas, fazerem-se à
vida, não faltava trabalho nos PALOP's.
Isto vale o que vale mas com determinados personagens vale mais, muito mais.»
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