Basílio Horta (foto de Enrique Vives Rubio, daqui) |
"Ele não será propriamente um referencial
de coerência política. Como todos nós tem as suas virtudes e os seus
defeitos, e lá vai tendo os seus altos e baixos.
Agora saltou de novo para as páginas dos
jornais por causa da gaiteira da Madonna, cantora e artista, à qual
todo o país pacóvio e parolo se rendeu no dia em que a senhora resolveu
fixar residência na terra onde o céu é mais azul e a luz mais luminosa.
Querer entrar com um cavalo, mesmo que
"somente" durante uma hora ou hora e meia, pelo soalho de um palácio
oitocentista que é património de todos, correndo o risco de danificá-lo,
não me parece o mais curial. Nem quero imaginar o que seria se o
quadrúpede resolvesse largar uns "talentos" à sua passagem, ou enquanto a
artista se rebolasse com o dito para gáudio do realizador do filme.
Estiveram, pois, muito bem a autarquia
de Sintra e o seu presidente Basílio Horta. As explicações que deram e a
paciência que tiveram em relação a este assunto revelam bom senso e
sentido do interesse público. Não há nada a apontar à sua actuação.
Pelo meu lado, estou cansado de ver as
tristes figuras que alguns governantes provincianos têm feito ao longo
de anos, à direita e à esquerda, para agradarem a qualquer labrego
milionário, oligarca ou autocrata novo-rico que apareça de bolsos cheios
e disposto a largar umas esmolas, seja nalgumas privatizações, seja nas
tascas dos pobrezinhos.
E não será pelo facto dos filhos da
madama andarem a treinar num clube da minha preferência que alguma coisa
se altera. Cada cavalo na sua estrebaria. E olhem que gosto mais de
cavalos do que de algumas cavalgaduras falantes."
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