domingo, 16 de junho de 2013

Eu gostava de estar optimista com o futuro da Figueira...

Só a possibilidade de,  em setembro próximo, poder  abrir-se  uma janela de oportunidade,  que trouxesse ar novo e fresco a esta nossa  Figueira,  seria positivo e um bom sinal.
Estamos a pouco mais de três meses de eleições autárquicas e nada que aponte nesse sentido vislumbro no horizonte...
Razoável,  já seria, ao menos, que quem vier a ser  escolhido  pelos cidadãos,  cumprisse com o que vai  prometer  na campanha eleitoral.
Razoável, já seria, ao menos, que,  no  tempo que decorre até 29 de setembro p.f.,   fosse estabelecido de forma clara e transparente  (e depois fosse  cumprido)  um compromisso claro com os figueirenses.
Desde a minha juventude, de forma sentida e profunda, tento mover-me dentro dos princípios  de uma cultura democrática. Esta foi sempre a minha maneira de estar na vida. Por isso, nunca consegui militar por muito tempo em núcleos de interesses de grupo e pessoais.
Tenho  respeito por mim  próprio e pelos outros. Evidentemente, sempre na base de uma cultura de verdade e  honestidade na acção. Daí,  não suportar tentativas de embuste como o SOMOS FIGUEIRA.

Gosto de conviver, mas não sou de convívio fácil. Para mim, o convívio tem de assentar a partir da  igualdade na dignidade e na liberdade, na tolerância, no respeito por cada vida humana.
A vida tem de ser vivida com dignidade. É isso que nos distingue da barbárie.
Por isso, nunca suportei que apontem, com  uma mesquinhez tacanha, baterias aos mais fracos da população, com um discurso moralista à Estado Novo.
Não sejamos hipócritas: as verdadeiras fraudes, as verdadeiras  fugas ao fisco, a dos grandes grupos profissionais e empresariais,  continuam por aí… Intocáveis.

Mas, foquemo-nos na actualidade.
De há dois anos a esta parte, estamos a assistir e somos vítimas,  do núcleo duro que tomou em mão a gestão política do nosso País  (de que as figuras visíveis são o primeiro-ministro  e o ministro das finanças),  que declarou uma guerra de destruição maciça à economia, ao trabalho e à dignidade da nossa vida.
Só alguém com uma cultura de base muito pouco democrática, para não dizer mesmo anti-democrática, pode compreender, aceitar,  pactuar e colaborar com este plano de desvalorização do trabalho e perseguição aos mais vulneráveis, mantendo intocáveis os grandes interesses e as excepções aos cortes.
Qualquer cumplicidade pontual, estratégica, ou de oportunidade,  com o núcleo Passos –Gaspar, jamais será por mim percebida,  aceite e muito menos apoiada.

Já agora e para terminar: aderir,  no momento presente,  a um partido, no caso o PS, que pode muito bem, num futuro relativamente próximo,  vir a coligar-se com este  CDS, que já leva  dois anos de cumplicidade com esta tragédia económica e social, por exemplo, para mim, é um atentado irremediável  à consciência cívica de quem o faça ou venha a fazer.
A não ser que, cultos, argutos e  inteligentes como são, já tenham visto aquilo que eu, pobre e tacanho mortal,  ainda não consegui perceber neste PS de Seguro:  que a cultura de base deste "novo rumo" é um caminho de reabilitação para a tal democracia de qualidade.

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