quinta-feira, 14 de junho de 2007

É isso que queremos? Na nossa Terra, perder turistas, pode ser o futuro próximo...

O Algarve não se safou!... Construção a mais, desorganizada e sem regras nem limites, deram cabo daquilo quase tudo. Gente a mais, betão por todo o lado e as árvores e o verde a deixar de ter sítio, completou o quadro...

Por aqui, quem nos visita no Verão, prefere este cantinho da costa portuguesa, por ainda ser tão naturalmente bonito e “desabitado”.
No entanto, se se cumprir o previsto, vêm aí casas, muitas casas. Condomínios fechados, ou coisa parecida, que nem vão ter quem os habite!... Ou, não é verdade, que a população portuguesa está a diminuir?

O momento, este momento que vivemos, é decisivo para o que ainda resta da Cova-Gala. A prosseguir este caminho, um dia destes, ninguém vai reconhecer o monte de betão em que estão a transformar uma aldeia piscatória numa aldeia/cidade/dormitório, virada para o imobiliário...

Num Portugal mergulhado no maior caos urbanístico de sempre, com um ordenamento do território há muito mandado ás urtigas, será isso que nós queremos para a nossa Terra?
No futuro, quem é que irá querer passar férias num local sobrelotado e com a linha costeira destruída por prédios a chegar quase à beira mar?
Daqui a pouco, se não se arrepiar caminho, vai ser tarde. Iremos verificar que a Terra (a nossa Terra) vai ser a única coisa impossível de reconstruir.
È ainda possível impedir que a especulação imobiliária e os interesses económicos se sobreponham aos verdadeiros interesses da Terra (a nossa Terra).
Mas, é isso que verdadeiramente queremos?

4 comentários:

Anónimo disse...

A modelo da "algarvização turítica" possui ainda algum peso entre aqueles que olham o turismo como um "caixote" ou "pipa de massa" esquecendo-se que tanto os "alarves" nacionais quer estrangeiros estão a acabar.
O investimento no plano da turismo-cultura é um caminho recente,(e não estamos a falar do carnaval no verão, e quejandos ok!) mais frutuoso, embora mais trabalhoso. Embora a Figueira tenha perdido o combóio do desenvolvimento turístico nos anos 50 do século passado, pretende agora recuperar e volta-se para um modelo passadista de estruturação turística, de imitação do pior. Bem falava em 1860 a Companhia Edificadora Figueirense, a propósito da sua intenção de construir um bairro para acolher o número cada vez mais inusitado de indivíduos que durante o verão acodiam aos banhos de mar. Este seria construído nos moldes adoptados de Arcachon ou Deauville,(estâncias balneares francesas) ou seja importavam-se modelos de qualidade, para refinamento do turismo figueirese. Mas onde é que isso já vai, hoje importa-se o pior para ver se melhora. Se não melhorar, tenhamos paciência. Mas já ninguém tem paciência para tanta incompetência. A vossa "Praia da Claridade" já não basta para sustentar um turismo balnear, que começa a ser posto em causa quer pela medicina, relembre-se que foi a medicina que instituiu os banhos de mar, assim está a ser a medicina a afastar as pessoas do excesso de raios solares e de uma demasiada exposição solar, quer pela necessidade de um orientado e coordenado ordenamento territorial que tenha em vista evitar a desenfreada "algarvização". O futuro está em voltar um pouco atrás e requalificar novamente a Serra, tentar por fim á exploração mineral que esventra a Serra, promover a integração da praia figueirense com as limítrofes, não afunilar o desenvolvimento apenas em função da cidade (Quiaios e Costa), aproveitar o pouco que resta para contruir um parque tematico ou aquático de qualidade, promover a cultura dando lhe visibilidade, já que as pessoas não vão aos museus leve-se os museus às pessoas. Coloquem pequenas preciosidades recuperadas nas rotas do turista/passante (caso por exemplo do Teatro Taborda), não se insista no tipicismo folclórico que não seja o genuíno, coloque-se um coreto em condições no sitío, utilizado-o não apenas para mostra das Bandas Filámónicas, mas para teatro de rua e afins. A criatividade sempre aguçou a falta de dinheiro. Comece-se por algum lado, mas não pelo caminho da "mamarrachização" do litoral. E não esquecer que as verbas do jogo devem servir não só para apoio de entidades que prestam relevantes serviços sociais, mas também no apoio ao desenvolvimento do que arrasta pessoas até à Figueira da Foz: O Turismo. Quem vos pede é o

Anónimo disse...

E os interesses começam desde logo, no campo da Cova-Gala, o que digo que era muito bom vender o campo, porque eu acho que esta vila precisa mesmo de um hotel para atrair mais turistas.
Mas não podemos exagerar no betão.

E o campo da Cova-Gala depois?
Pode-me me responder a essa pergunta Agostinho ou outro comentador desta notícia.

Um abraço para todos.

Anónimo disse...

Turismo Sustentável é aquele que visa minimizar impactos ecológicos e sócio-culturais, enquanto promove benefícios econômicos para as comunidades locais e países receptores.
Um desenvolvimento sustentável do turismo satisfaz as necessidades dos turistas atuais e das regiões receptoras enquanto protege e aumenta oportunidades no futuro. Assuma-se que leva a um manejo de todos os recursos, de uma maneira que necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser satisfeitas enquanto a integridade cultural, processos biológicos essenciais, diversidade biológica e sistemas de suporte da vida são mantidos.

Anónimo disse...

Caro Agostinho:

Se quiserem seguir o caminho que foi seguido na zona do CABO MONDEGO com aquela vergonhosa urbanização do FOZVILLAGE, então a Cova-Gala perderá a beleza e o equilíbrio da natureza...
O Dilema repete-se um pouco por todo o lado- mais betão ou preservar o verde? O ideal seria conciliar os dois aspectos, mas por estas bandas os decisores não são capazes disso...
A população da Cova não terá uma palavra a dizer?
Porque não um referendo ao nível da freguesia...