Quem faz o Aldeia Olímpica é o Alexandre Campos.
Falar deste blogue, para mim é fácil: é aquilo que o Alexandre é... Um gajo teimoso, convicto nas suas ideias e transparente. Não engana ninguém.
Lembro-me, como se fosse hoje, já lá devem ir para aí uns 30 anos, estava eu num sábado à tarde na redacção do Barca Nova a preparar a edição da semana seguinte, quando me apareceu um gajo meio envergonhado com um texto manuscrito sobre Agostinho Neto. É oportuno dizer que o Alexandre nasceu no Uíge, algures no norte de Angola, nos finais dos anos 50.
Conversou um pouco comigo eu li o texto e achei por bem publicá-lo, pois como ele ainda hoje me pergunta algumas vezes, o escrito “estava comestível”.
Ficámos Amigos desde então. Depois, apresentei-o ao Zé Martins e passou a integrar a redacção do Barca Nova, onde esteve até ao encerramento do semanário.
O “bichinho” pelo jornalismo, porém, lá ficou e em 1995 foi co-fundador de outro semanário figueirense, “A linha do Oeste”, onde exerceu, entre outras, as funções de editor de desporto.
Continua a escrever, nomeadamente no Aldeia Olímpica, que eu aconselho vivamente a irem visitar. Apesar do agravamento da crise o tempo está a melhorar.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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