Eu sabia que, mais tarde ou mais cedo, o açúcar iria escassear.
Já não bastava a triste e "amarga" realidade que vivemos no nosso país!..
Vai daí, precavi-me a tempo e não tenho notado a falta de açúcar.
Querem saber como?..
Descansem que não açambarquei toneladas do produto!..
Limitei-me a fazer aquilo que faço há muito: tomo café sem açúcar!..
Quanto ao resto, temos de ser duros e preferir o mel...
Constou-me, que a movimentação absurda e desesperada nos supermercados, gerada pelo pânico de ficar sem açúcar, chegou a envolver diabéticos!..
Livra...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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