Estamos quase na época alta, mas a cidade continua suja e triste.
No Bairro Novo, cheira a mofo, os ácaros por lá continuam, apesar das palavras escritas que nos hão-de guiar um dia: "... não conseguimos perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e de grande fluxo de turistas e locais..."
E continuamos no desalento, sem nunca chegarmos a "proactivos".
Os anos vão passando, eles pelo poder lá vão estando e, com eles lá, o desânimo, a infelicidade, a amargura acumulam-se.
E qualquer dia já não somos os mesmos - estamos a envelhecer.
Quem vai continuar é o rio, imponente, a correr para o mar, a correr sabe-se lá para onde!..
A Figueira cá continua, no seu ramerrão, governada por politicozinhos, que é o que merece uma "cidade imoral".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 16 de maio de 2015
Balanço de uma semana com a Figueira na montra mediática: estamos no bom caminho...
Balanço da notícia da semana em Portugal:
"As miúdas mereciam um enxerto de porrada, as miúdas já tiveram a sua dose e estão arrependidas, os pais das miúdas é que são os culpados porque não lhes deram educação, os pais das miúdas é que são os culpados porque não lhes deram porrada, os pais das miúdas não têm culpa nenhuma e são gente de bem e estão de rastos, as miúdas deviam ir para um internato, as miúdas deviam ter uma nova oportunidade, se o miúdo fosse meu filho eu ia à Polícia, se o miúdo fosse meu filho eu ia atrás das miúdas para lhes dar uma coça, o miúdo fez bem em não se defender, o miúdo nem se tentou defender, o miúdo alguma coisa deve ter feito, as miúdas não tinham noção da gravidade do que faziam, as miúdas sabiam bem como era grave e até paravam a porrada quando pressentiam alguém, a escola é que tem a culpa, os pais é que têm a culpa, a sociedade é que tem a culpa, as redes sociais é que têm a culpa, eu nem consegui ver mais que dez segundos que quase tive um afrontamento, eu não vi mas contaram-me."
Tudo isto, apenas, porque os telemóveis têm câmara de filmar!..
Em nosso redor a degradação humana avança e o travão não funciona.
Hoje, o que interessa a dignidade de uma vida, que valor têm os princípios ou as ideias?
Hoje, o que conta é o telemóvel que usas e as filmagens que consegues fazer com ele...
"As miúdas mereciam um enxerto de porrada, as miúdas já tiveram a sua dose e estão arrependidas, os pais das miúdas é que são os culpados porque não lhes deram educação, os pais das miúdas é que são os culpados porque não lhes deram porrada, os pais das miúdas não têm culpa nenhuma e são gente de bem e estão de rastos, as miúdas deviam ir para um internato, as miúdas deviam ter uma nova oportunidade, se o miúdo fosse meu filho eu ia à Polícia, se o miúdo fosse meu filho eu ia atrás das miúdas para lhes dar uma coça, o miúdo fez bem em não se defender, o miúdo nem se tentou defender, o miúdo alguma coisa deve ter feito, as miúdas não tinham noção da gravidade do que faziam, as miúdas sabiam bem como era grave e até paravam a porrada quando pressentiam alguém, a escola é que tem a culpa, os pais é que têm a culpa, a sociedade é que tem a culpa, as redes sociais é que têm a culpa, eu nem consegui ver mais que dez segundos que quase tive um afrontamento, eu não vi mas contaram-me."
Tudo isto, apenas, porque os telemóveis têm câmara de filmar!..
Em nosso redor a degradação humana avança e o travão não funciona.
Hoje, o que interessa a dignidade de uma vida, que valor têm os princípios ou as ideias?
Hoje, o que conta é o telemóvel que usas e as filmagens que consegues fazer com ele...
sexta-feira, 15 de maio de 2015
"A minha política é o trabalho" (... os portugueses merecem mesmo um Salazar em cada século...)
"70% dos jovens entre os 15 e os 24 anos admitem ir trabalhar para o estrangeiro"...
Na mesma faixa etária, 57% dizem não se interessarem “nada” por política.
Via jornal Público
Na mesma faixa etária, 57% dizem não se interessarem “nada” por política.
Via jornal Público
Uma foto desta manhã...
Cuidado com a anarquia (já todos associámos a anarquia à falta de tomates...), pois um pouco mais abaixo há tomates a crescer na praia...
Recordemos, a propósito, as palavras do vereador António Tavares.
«Esta é a única praia que conheço que era lavrada», disse então o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia»".
O vereador, como sabemos, é um intelectual conceituado... E há uma poesia, um cinema, uma pintura que são um itinerário místico...
Todavia, fica o alerta, os maiores disparates, as maiores tragédias, começaram quase sempre com as melhores das intenções!..
Portanto, cuidado com a anarquia patente pelas ruas, pelas praças, pelas Aldeias e, sobretudo, pelas praias...
Quem sai de casa, logo pela manhã, não tem necessidade de tropeçar em trabalhos inesperados...
Recordemos, a propósito, as palavras do vereador António Tavares.
«Esta é a única praia que conheço que era lavrada», disse então o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia»".
O vereador, como sabemos, é um intelectual conceituado... E há uma poesia, um cinema, uma pintura que são um itinerário místico...
Todavia, fica o alerta, os maiores disparates, as maiores tragédias, começaram quase sempre com as melhores das intenções!..
Portanto, cuidado com a anarquia patente pelas ruas, pelas praças, pelas Aldeias e, sobretudo, pelas praias...
Quem sai de casa, logo pela manhã, não tem necessidade de tropeçar em trabalhos inesperados...
ALERTA COSTEIRO 14/15, em breve num espaço perto de si...
Depois de na primeira tentativa a exposição ter sido censurada, ALERTA COSTEIRO14/15, em novo formato, vai estar em breve aberta ao público, num espaço perto de si.
Nada vai mudar se o português não quiser mudar o óbvio: ele próprio...
O português é assim: só sabe chorar sobre o leite derramado.
Fazer aquilo que deve, em tempo útil, não é com ele...
Está sempre à espera que outros o façam.
Já agora: atenção às eleições que aí vêm. E atenção às alternativas políticas...
A palavra democracia, apesar do acordo ortográfico, ainda quer dizer o mesmo: "o dia inicial inteiro e limpo", que chegou num dia de Abril, numa primavera de 1974, onde os pássaros cantaram cantigas sorridentes.
Neste momento, a democracia anda escondida num sítio medonho, por um governo vestido com a cor da democracia, que leva mais de 3 anos a legislar tristezas que a Constituição tem rejeitado...
Fazer aquilo que deve, em tempo útil, não é com ele...
Está sempre à espera que outros o façam.
Já agora: atenção às eleições que aí vêm. E atenção às alternativas políticas...
A palavra democracia, apesar do acordo ortográfico, ainda quer dizer o mesmo: "o dia inicial inteiro e limpo", que chegou num dia de Abril, numa primavera de 1974, onde os pássaros cantaram cantigas sorridentes.
Neste momento, a democracia anda escondida num sítio medonho, por um governo vestido com a cor da democracia, que leva mais de 3 anos a legislar tristezas que a Constituição tem rejeitado...
Portas vai ter de engolir a verdade imaculada do livro...
A maioria das pessoas não diz o que pensa.
Talvez, por se sentirem retraídas, com medos que nem sequer consigo imaginar.
Ou, quiçá, por saberem que o mundo em que vivem não está preparado para conviver com a verdade. Ou, simplesmente, porque gostam de viver na mentira.
Pelos vistos, as verdades imaculadas apenas se encontram nos livros…
quinta-feira, 14 de maio de 2015
31...
O 31 que vai pelo 31 da Armada!..
Tudo porque José Maria Barcia escreveu: “uma alucinação de meninos com fome e frio que se tornou num dos maiores produtos de marketing da Igreja Católica“.
A caixa de comentários está de gritos...
Tudo porque José Maria Barcia escreveu: “uma alucinação de meninos com fome e frio que se tornou num dos maiores produtos de marketing da Igreja Católica“.
A caixa de comentários está de gritos...
Soluções dentro da Câmara?...Oh Rui, desculpa lá, mas dentro da câmara, fecha-se a porta. E que ninguém os chateie...
Crónica de Rui Curado da Silva, hoje no jornal AS BEIRAS.
"Governo preparado para vender a TAP em duas semanas"!..
É um erro, mas perante a actuação continuada deste governo, triste e miserável, um gajo até fica um bocado em baixo...
Mas eles aí estão: não têm princípios, maneiras, vergonha na cara.
Até ao último dia vão certamente tentar privatizar tudo e mais alguma coisa - nem que se a trote e às três pancadas.
Aumentaram a dívida, os níveis de desemprego, arrasaram com o investimento, correram do país uma parte importante da população e tiraram a esperança e comprometeram a sanidade dos que não conseguiram ou não quiseram sair.
Vivemos num clima de miséria moral, onde vale tudo, começando pela falta de vergonha na cara e pela ignorância descarada.
A política tornou-se uma coisa rasteira.
A palavra de nada vale, a honra é o que as agências de comunicação quiserem que seja, as estatísticas e os números são manipulados e dão para tudo...
Confesso que já não os posso ver em lado nenhum!
Mas, isso sou eu...
Alguns - iremos daqui a poucos meses ver quantos milhares - só irão acordar quando estivermos no défice zero, conduzidos por Passos Coelho.
Mas eles aí estão: não têm princípios, maneiras, vergonha na cara.
Até ao último dia vão certamente tentar privatizar tudo e mais alguma coisa - nem que se a trote e às três pancadas.
Aumentaram a dívida, os níveis de desemprego, arrasaram com o investimento, correram do país uma parte importante da população e tiraram a esperança e comprometeram a sanidade dos que não conseguiram ou não quiseram sair.
Vivemos num clima de miséria moral, onde vale tudo, começando pela falta de vergonha na cara e pela ignorância descarada.
A política tornou-se uma coisa rasteira.
A palavra de nada vale, a honra é o que as agências de comunicação quiserem que seja, as estatísticas e os números são manipulados e dão para tudo...
Confesso que já não os posso ver em lado nenhum!
Mas, isso sou eu...
Alguns - iremos daqui a poucos meses ver quantos milhares - só irão acordar quando estivermos no défice zero, conduzidos por Passos Coelho.
AO- oh, oh!..
Sobre um acordo, mesmo que seja ortográfico, é meu entendimento, que a sua aceitação passa por uma convergência de, pelo menos, duas vontades.
Neste caso concreto a minha é diferente - diverge.
Li, ouvi e vi que o AO passou a ser obrigatório.
Li, ouvi e vi, que quem não escrever segundo os ditames do novo AO, desde ontem, passou a escrever com erros.
Vou continuar a errar até ao fim dos meus dias.
Entre escrever com erros oficiais e escrever com erros pessoais, vou continuar a preferir a segunda opção.
Neste caso concreto a minha é diferente - diverge.
Li, ouvi e vi que o AO passou a ser obrigatório.
Li, ouvi e vi, que quem não escrever segundo os ditames do novo AO, desde ontem, passou a escrever com erros.
Vou continuar a errar até ao fim dos meus dias.
Entre escrever com erros oficiais e escrever com erros pessoais, vou continuar a preferir a segunda opção.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
"Com menos habitantes e muitos visitantes (por terra, ar e mar), que prepara a região e a Figueira aos turistas prometidos?"
Crónica publicada hoje no jornal AS BEIRAS, pelo eng. Daniel Santos.
Em tempo.
Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!
Em tempo.
Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!
terça-feira, 12 de maio de 2015
Os cruzeiros, o pelado do Cabedelo e Camões...
Desde 1990, que os cruzeiros vêm à
nossa cidade, sem que os figueirenses tenham recolhido disso qualquer
benefício.
Uma ou duas excursões vindas de Fátima, que passem por
cá, com a venda de umas minis e uns copos de tinto, apesar das despesas com as mijadelas nos mictórios do Jardim Municipal, sempre dão mais lucro
aos comerciantes da nossa cidade que a vinda dos endinheirados
passageiros dos cruzeiros.
Esses, que se saiba, comeram, beberam e dançaram - tudo à borla - e foram para Coimbra.
Houve polémica antes da chegada do "Corinthian". Ao que disseram, inclusivamente ouvi
isso na Assembleia Municipal, a Figueira, neste momento, não tem
nada de especial para mostrar aos que nos visitam por mar.
Nada de mais errado: ironia das ironias,
a Figueira tem uma relíquia, uma coisa que deve ser praticamente
única em Portugal e na Europa – o campo de futebol do Grupo
Desportivo Cova-Gala.
Para o próximo cruzeiro que arribar ao
nosso porto – é em outubro, ao que veio nos jornais – é só coordenar as coisas, e trazer os endinheirados turistas a esta outra margem a ver algo da
pré-história, peculiar e impossível de ver no seu país. Qual Serra da Boa Viagem, quais Lagoas,
qual Casino, quais Museus, qual CAE, qual Salgado, qual Praia, qual
gastronomia?..
Nada disso.
Os figueirenses podem surpreender os
ilustres visitantes com um jogo de futebol, a contar para a prova
rainha da Associação de Futebol de Coimbra, disputado num pelado
pré-histórico que já não existe em lado nenhum...
Aquilo sim é futebol autêntico e genuíno, só
comparável a Camões, que escreveu os seus poemas conforme viveu: com dificuldades.
Tal como nós, covagalenses, foi um poeta marcado por múltiplas
experiências e vicissitudes. Mas, da dureza que a realidade lhe
apresentava, brotou uma obra singular que nos define enquanto cultura
e enquanto parte da Humanidade...
É o que vai acontecer ao futebol na nossa Aldeia!
Perante a hipocrisia, valha-nos a
ironia com os dentes afiados...
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