António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 4 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
ZONA LIVRE, na antena do Foz do Mondego Rádio
Terças e quintas feiras é dia de ZONA LIVRE, um novo espaço de crónica no Foz do Mondego Rádio.
António Jorge Pedrosa, João Pedrosa Russo, Nogueira Santos e António Agostinho, são os nomes que assinam estas crónicas, de 15 em 15 dias.
Amanhã, pelas 9 horas da manhã, acontecerá a minha estreia. Mas, quem perder a essa hora, ainda poderá ouvir ás 15 ou às 19, horas a que ZONA LIVRE será repetida.
Vital...
Contudo, como qualquer ser humano, pode ter os seus equívocos.
Perante o desastre político – e, presumivelmente, eleitoral – que se chama candidato Vital Moreira, embora publicamente creio que nunca o venha a confessar, Sócrates já deverá estar arrependido de ter escolhido este professor de Coimbra para cabeça de lista do PS.
Vendo, no terreno, a actuação dos dois, verificamos que no decorrer da campanha para estas europeias ficaram patentes inúmeros desencontros de opinião.
Sócrates, é um pragmático, sem preconceitos ideológicos.
Vital, é o seu contrário: tem preconceitos ideológicos, e muitos. Pode ser apelidado de tudo, menos de pragmático.
A questão “Durão Barroso”, o imposto europeu, as “roubalheiras”, a desconfiança pela iniciativa privada, a visão do Estado como centralizador do progresso económico, são exemplo do fosso ideológico que separa Sócrates de Vital.
Como foi então possível, por escolha de Sócrates, este PS, que se diz pragmático, moderno e europeu, que, presumo, sabia não ganhar nada em trazer ideologia para o discurso político, ter apresentado um erro de casting, como Vital Moreira, para cabeça de lista nestas eleições?
Seria para conquistar votos à esquerda?.. Se foi, não passou de santa ingenuidade…
Quem deve estar satisfeito é Paulo Rangel, que é muito capaz de vir a capitalizar, ao centro, este deslize de José Sócrates e do PS.
No próximo domingo veremos…
terça-feira, 2 de junho de 2009
Com sala cheia, Daniel Santos apresentou candidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz
Dados os “efeitos negativos que a situação actual acarreta para uma boa qualidade de vida dos figueirenses”, para Daniel Santos, “tornou-se evidente, aos olhos de todos os munícipes, a incapacidade do actual executivo em realizar mesmo aquelas acções que não necessitam de recursos financeiros de fundo. É reconhecida por todos a falta de coesão dos membros do executivo, responsável pelo enfraquecimento da respectiva eficácia, revelando profunda falta de respeito pelos figueirenses”.
Criticou também “a notória falta de liderança do actual executivo” que, na sua opinião, “tem sido responsável pela incapacidade de realização de tarefas mínimas e obrigatórias para a qualidade de vida na cidade”. Como consequência, na sua opinião, “a imagem da Figueira da Foz, a nível nacional e internacional, tem vindo a ser progressivamente degradada”.
“Falta de limpeza da cidade”, “o estado inacreditável dos arruamentos devido à falta de manutenção”, “a situação deplorável em que se encontram os equipamentos da praia”, “a falta de meios elementares a fornecer às Juntas de Freguesia”, “a falta de organização da estrutura camarária”, foram algumas das “falhas” apontadas. A revisão do Plano Director Municipal e do Plano de Urbanização da Figueira da Foz são outras medidas que Daniel Santos promete implementar caso vença as próximas autárquicas.
Daniel Santos disse ainda ser sua intenção analisar o real desempenho das empresas municipais. “Se for caso disse, não hesitaremos em encerrar algumas ou mesmo todas”.
Entretanto, segundo avança O Figueirense, o candidato pelo Partido Socialista às próximas eleições autárquicas na Figueira da Foz, Ataíde das Neves, já tem "luz verde" para avançar com o processo.
Hoje, o Conselho Superior de Magistratura aprovou, por unanimidade, a licença solicitada pelo juiz desembargador.
Votar, é uma escolha política
À margem do móbil que o trouxe à Figueira, Pedro Santana Lopes não se escusou a opinar sobre as próximas eleições autárquicas nesta cidade.
Anunciados que já estão alguns dos candidatos, da CDU e do PS, e dando como certa a recandidatura de Duarte Silva, pelo PSD, e, tendo em conta ainda as candidaturas independentes, protagonizadas por Xavier Vigo e Daniel Santos, Santana Lopes comentou:
“António Duarte Silva, além de amigo pessoal, é o candidato do meu partido. Quanto a Daniel Santos, que foi meu vice-presidente na autarquia, é também um grande amigo”.
Perante este cenário, Pedro Santana Lopes concluiu, em jeito de desabafo: “Ainda bem que eu voto em Lisboa…”.
Eu voto na Figueira, mas não tenho problemas desses: para mim, uma escolha eleitoral nada tem a ver com amizades.
A Figueira, é uma terra de gajos porreiros, mas dar o voto é outra coisa, é uma escolha política.
E escolha politica, nestas eleições, é definir o que queremos para a nossa vida e para a vida da Figueira da Foz nos próximos 4 anos.
No rescaldo do RACING FESTIVAL
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Cenário eleitoral autárquico ao rubro na Figueira...
Está quase no fim o dia da criança…
Sócrates, em parte, tem razão….
Em parte, como diria Odorico Paraguaçu, talqualmente o jornalista Pedro Correia, no Corta - Fitas, estou de acordo com o primeiro-ministro…
Pena, é nem todos os sindicatos pertencerem à UGT!...
domingo, 31 de maio de 2009
A minha rebeldia
Ora bem, para encher o referido depósito, dado que a bomba era manual, era necessária mão de obra de borla.
Numa época, em que o trabalho infantil era uma realidade completamente desconhecida, esses “"voluntários" braços de trabalho, necessários à tarefa, eram “escolhidos" entre os alunos, normalmente, entre os que eram apanhados a fazer algo que, no entender de quem exercia a autoridade na escola - as professoras, merecia ser alvo de castigo.
Entre as coisas “horrorosas" que os putos do meu tempo faziam, além da ida à fruta, contava, e de que maneira, correr ou jogar à bola no recreio e, depois, ir suado para a sala de aula.
Escusado será dizer, que eu fui um dos que tiveram de encher o referido e malfadado depósito vezes sem conta...
Nasceu aí, nesses primeiros anos da década de sessenta do século passado, num Portugal cheio de limites, preconceitos, tabus e fronteiras, a rebeldia que, desde os meus 7 anos, me tem acompanhado pela vida fora…