sexta-feira, 2 de junho de 2006

Que fazer com este batel?


Foto: Pedro Cruz




Esta é a pergunta que devem estar a fazer, a si próprias, as Instituições Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca, as entidades que há cerca de 5 anos atrás constituíram a parceria Sal do Mondego.
A réplica do batel, o “Sal do Mondego”, construído para fazer viagens turísticas pela antiga rota do sal do nosso rio, continua sem licença e imobilizado no portinho da Gala, depois de ter estado amarrado anos frente a Vila Verde.
Neste momento, a esperança para tentar salvar este projecto, onde já estão gastos cerca de trinta e seis mil euros, parece estar a esvair-se.
Na última reunião, os parceiros decidiram entregar o Barco à Câmara Municipal.
Isto, claro, “se ela estiver interessada”.
Tal fica a dever-se, no essencial, segundo Maria Caeiro Simão, presidente da Junta de Freguesia de Alqueidão e “madrinha do batel, “aos custos de manutenção do barco" e, também, "ao difícil processo de legalização junto da Capitania do Porto”.
Segundo a mesma autarca, em declarações que prestou ao semanário Correio da Figueira, outro motivo que levou a esta decisão, foi o facto de já “não haver a união, o elo que parecia haver no início”.
Como perguntámos há uns dias atrás, neste mesmo Outra Margem, será que vai deixar-se apodrecer, ingloriamente, na lama de um qualquer esteiro do nosso rio, 36 e seis mil euros e a derradeira possibilidade de ver sulcar nas águas do Mondego o último exemplar do “barco do sal”?
Será que teremos de recorrer às fotografias antigas para poder ter a emoção de ver um batel?

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Liberdade



Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui nesta praia onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade



Sophia de Mello Breyner Andresen
Foto: Pedro Cruz

Dia Mundial da Criança




... A criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,

Seja negra, branca,
vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito...

..A ser para o homem

A Razão primeira da sua luta.

(excerto de um poema de Matilde Rosa Araújo)

Foi necessária, tanta, tanta, tanta madeira! ...




Muita madeira foi necessária para ligar a Cova ao Cabedelo! ...
Muita madeira, muito trabalho e muito esforço.
E, presumo, muita habilidade e persuasão para negociar a execução da obra.
Foi uma cartada de génio.
Foram gastas toneladas e toneladas de madeira.
Tanta, tanta, tanta madeira, que deve ter sido tarefa difícil e complicada a sua quantificação.
Mas a obra – ou melhor, as obras, dado que houve uma primeira e uma segunda -, ficou vistosa.
E, sejamos justos, continua útil.
Tanta, tanta, tanta madeira se gastou e ninguém arranjou lenha para se queimar! ...
Foi de mestre.
Concretização soberba, esta.
Na claridade do dia, ou no escuro da noite, dá gosto passear pelas passadeiras da praia.
Que madeira tão preciosa, esta, a das passadeiras de S. Pedro.
Ajudou a dar uma nova panorâmica à Terra.
Fácil de ver, aliás: basta aventurar-se circular, aproveitando a tanta, tanta, tanta madeira gasta nas passadeiras da praia, pelo escuro da noite.
De preferência, virado a norte, com a Figueira no horizonte.

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Vem aí a nova Ponte dos Arcos



Se as coisas correrem como estão planeadas (o que no nosso País não é habitual), teremos os engarrafamentos de trânsito terminados na Ponte dos Arcos, lá para os primeiros meses de 2008.
É que a obra da nova ponte, depois de um processo atribulado, já foi consignada.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, em declarações prestadas ao Diário de Coimbra, informou que a nova Ponte da Gala «já foi consignada», no passado dia 29 de Maio, manifestando-se por isso «satisfeito», mas não deixando de lamentar que este “caso” tenha «mais de 4 anos. Num país normal a ponte já estava feita, e esta é a diferença de Portugal», salientou Duarte Silva.
E o edil recorda, que assim que tomou posse no primeiro mandato (2001), pediu a um amigo que fez o ante-projecto «sem qualquer encargo», depois seria só dar andamento.
No entanto, o autarca tem uma esperança, que esperamos veja concretizada: ser ele próprio a inaugurar a obra.
Ainda segundo o mesmo jornal, em notícia assinada pela jornalista Bela Coutinho, o presidente da Junta de S. Pedro, demonstrando possuir uma visão larga e abrangente, considera que com esta consignação, «voltei a ter esperança e a acreditar que é possível fazermos um país diferente e contrariar todos os analistas que vão afirmando que, em 2050, seremos o último da Europa dos 20».
Carlos Simão, tece elogios a José Sócrates, que «tem tido coragem e está a trabalhar para que tal não aconteça», sublinhando que todos devem contribuir «para que o nosso país seja um local onde tenhamos o prazer de viver».
Mais: o autarca de S. Pedro enaltece, ainda, o «esforço do presidente da Câmara» e de todos os que «puseram acima dos interesses pessoais e do partido os interesses do concelho».
E prossegue: «com este problema a caminho de ser resolvido, apelo para que se resolva a questão das obras terrestres do Portinho da Gala que tinha verbas previstas inscritas em PIDACC, estando o projecto concluído e pronto para ir para concurso do IPTM em Lisboa». A obra deverá arrancar brevemente, tem um prazo de 20 meses e nas imediações da actual estrutura, incluirá duas vias (no sentido sul/norte) e outra para quem sai da Gala, de forma a não precisar de utilizar a rotunda.
Quanto à Ponte dos Arcos, a nova será feita sem influir no fluxo de trânsito, já que contempla a construção de duas vias de cada lado da actual, e quando estas estiverem construídas, a “velhinha ponte” será desmantelada, unindo-se as duas alas, pelo que, a nova via ficará com quatro faixas de rodagem.

Estuário do Mondego faz parte da Convenção de Ramsar




O Governo propôs no ano passado e foi aceite: o estuário do Mondego, é uma das 5 novas zonas húmidas a integrar a Convenção de Ramsar.
1518 hectares do estuário do Mondego, alguns dos quais situados na Freguesia de S. Pedro, passaram a fazer parte da lista Ramsar.
Que implicações é que isto tem?
Desde logo, o estuário do Mondego ganhou visibilidade.
Integrar a lista Ramsar, leva o Governo a assumir internacionalmente que vai manter aqueles espaços. É, digamos assim, o primeiro passo para a protecção, no caso de se tratar de uma zona húmida ainda sem qualquer protecção. Se, porventura, já pertencer a áreas classificadas, é um compromisso para a sua monitorização e, se for caso disso, recuperação.
O estuário do Mondego é uma das zonas húmidas que dão agora os primeiros passos para uma protecção.
Localizado numa região densamente povoada, o estuário enfrenta pressões urbanas e a ameaça da actividade humana em seu redor.
Mesmo assim, neste momento, a zona do estuário do nosso rio é ainda um local privilegiado, devido ao seu valor ecológico.
Uma das razões de orgulho do estuário é a colónia estável de pernilongos, de que as fotos do João Pita dão testemunho evidente, que Ricardo Lopes da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, admite poder chegar aos 300 casais.
As zonas húmidas são dos mais importantes ecossistemas do nosso planeta, sendo, igualmente, dos mais sensíveis e dos mais ameaçados.
Constituem ecossistemas de transição entre ao ambientes aquáticos e terrestres, encontrando-se entre os mais produtivos do mundo e com uma série de funções , que passam pelo controle de inundações, manutenção de lençóis freáticos, estabilização da linha de costa, retenção de sedimentos e nutrientes e purificação da água, mitigação das alterações climatéricas.
A juntar a tudo isto, zonas como o Estuário do Mondego – de que faz parte a Morraceira -, são um reservatório de biodiversidade e locais de elevados valores culturais.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Vamos ser claros ...



Os responsáveis do
Outra Margem, assumiram, desde o primeiro minuto, as suas responsabilidades.
Demos a cara.
Quando criámos este espaço tínhamos objectivos.
Nomeadamente, pensar, discutir, questionar, algo que amamos: a nossa Terra.
Entretanto, as coisas dimensionaram-se e ultrapassaram as perspectivas iniciais.
Os textos e fotografias dos responsáveis pelo Blog, pensamos nós, têm obedecido a critérios e a valores perfeitamente definidos e objectivos.
É claro que criámos expectativas.
Que assuntos iriam ser tratados? Como os iríamos tratar? Em que perspectiva?
Sejamos claros:

1. A nossa razão de existir é a defesa dos interesses da Freguesia de S. Pedro.
2. Somos regionalistas. Nesse sentido, estamos aqui para defender o nosso torrão natal.
3. Ninguém melhor do que nós, os habitantes de S. Pedro, para defender a nossa Freguesia
.

Porém, sabemos que os interesses da nossa Terra, têm de ser articulados com o todo concelhio, distrital e nacional. Isto é, a solução para os problemas que nos afectam, passa também pela solução de problemas mais abrangentes.
Para defender os interesse da nossa comunidade, tínhamos à partida uma tarefa exigente: teríamos de sensibilizar uma opinião pública local adormecida e domesticada.
Conseguimos que sectores da população, até aqui amorfos e acomodados, com opiniões, por vezes divergentes, viessem a público dizer da sua justiça.
Mostrámos que as pessoas sabem ouvir e também sabem falar.
E as pessoas, no geral, souberam distinguir o essencial do acessório.
Não somos um espaço para doutores, embora os doutores também tenham aqui espaço.
A nossa forma de comunicar tem sido simples: dizer coisas que interessam às pessoas.
É claro que não somos neutros.


Imagens






A fotografia é reflexão.
Ganha vida na acção.
Acaba por emergi
r para a meditação.




Estas fotos, foram obtidas na Praia do Cabedelo, domingo, 28 de Maio de 2006 - um dia de calor abrasador, último fim de semana de um final de mês anormalmente quente.
Milhares de pessoas demandaram ao Cabedelo, sequiosas de uma praia tranquila e de águas seguras para as crianças.
Ao fim da tarde, ainda havia sol e águas calmas...
Mas a areia! ...
Este, foi o cenário, com que se depararam os veraneantes que escolheram o areal situado entre o norte do molhe sul e a margem esquerda do Mondego! ...
Alguns ficaram. Mas muitos procuraram outras paragens ...
Se uma fotografia vale mais que mil palavras, estas imagens valem quantas?! ...

domingo, 28 de maio de 2006

S. Pedro: 22 anos de freguesia, três presidentes ...



Opinião



De 1985, até aos dias de hoje, a Freguesia de S. Pedro conheceu três Presidentes.
A saber: de 1985 a 1989, Domingos São Marcos Laureano; de 1990 a 1994, José dos Santos Dias Vidal; de então para cá, Carlos Manuel de Azevedo Simão.
Sem querer particularizar, isto dá que pensar, pois casos de pessoas que se eternizam no poder no Portugal democrático, não são tão raros como isso.
Alberto João Jardim, o chefe da Madeira, é o caso mais mediático.
Mas, há mais, muito mais! ...
Isto coloca uma questão real e concreta: a dificuldade que alguns políticos têm em gerir bem o abandono do poder em democracia.
Nisso, as ditaduras são mais claras e transparentes.
Os chamados insubstituíveis, só saíam da cadeira do poder para o cemitério...
No Portugal democrático, as coisas não são bem assim.
Mas as resistências são muitas ...Não é fácil!...
Muitos resistem ao afastamento do poder, com argumentos patrioteiros: o País, ou a Terra, precisa deles, e eles estão disponíveis e dispostos ao sacrifício pessoal e familiar.
Sejamos claros. Face à situação, que se vive um pouco por todo o País, só há um caminho a seguir, nesta nossa democracia: a generalização da limitação temporal do exercício dos mandatos de todos os políticos.
O povo, abomina a soberba.
A menos que esse pecado mortal se confunda com autoridade.
Mas, para continuar a confundir o povo, é necessário não perder as estribeiras.
Para evitar males maiores, o melhor, mesmo, portanto, é a limitação de mandatos.
Mais do que homens grandiosos, um País, uma Terra, um povo e uma democracia, necessitam de leis justas e de uma tradição de respeito pelos outros.
A democracia é o governo dos homens normais.
Dispensa heróis e iluminados, antes serve a todos.
Nada como estarmos protegidos de quem nos quer fazer tanto bem! ...

Gente de Fé

Balanço a meio do mandato no G. D. Cova-Gala



Com metade do mandato de 2 anos cumprido, a Direcção do Grupo Desportivo Cova-Gala prestou contas aos sócios, no decorrer da Assembleia Geral que se realizou no passado dia 27 de Maio, nas instalações do Complexo Desportivo do Cabedelo.
A realidade do Clube foi exposta com clareza pelo Presidente da Direcção.
Futebol Senior – esta direcção candidatou-se para evitar a extinção da equipa senior.
O objectivo foi atingido, pois a equipa, que participou no campeonato distrital da 1ª. Divisão, esteve na luta pelos lugares cimeiros até à última jornada.
Futebol de Formação – foram constituídas 2 equipas, que participaram nos distritais de escolas e infantis.
Estas formações tiveram comportamento altamente meritório nas provas em que participaram. Ainda no dia em que decorreu a Assembleia, os infantis foram à Adémia disputar a última jornada da fase final e venceram por 6-3.
Investimentos/Obras (infra-estruturas e equipamentos) - no decorrer deste primeiro ano de mandato o campo de jogos sofreu alguns melhoramentos: construção de novos bancos de suplentes, pintura exterior e interior dos balneários, conservação e pintura das balizas, remodelação da lavandaria e dos sanitários dos balneários, limpeza geral do campo. Foram também adquiridas novas máquinas de lavar e secar roupa, aquisição de redes para as balizas, etc.
Sócios e Quotização – na época que passou, esta foi a maior conquista do Clube: angariou 117 novos sócios. A verba conseguida com a quotização ascendeu a 5 324 €. O que foi notável.
Análise Financeira e Contabilística – neste momento, não existem dívidas por saldar a fornecedores.
As contas apresentam saldo positivo. A realidade financeira, só não é mais satisfatória, porque em 23 do corrente mês teve de ser liquidada uma dívida referente à Contribuição Autárquica, no valor 4 062,34 €.
Com este pagamento ao fisco, a situação contributiva do Clube ficou completamente resolvida.
Agradecimentos
– a terminar, o Presidente da Direcção agradeceu a algumas entidades públicas e privadas o apoio que deram ao Clube na época de 2005/2006.
O Relatório e Contas 2005/2006, apresentado a seguir pelo Tesoureiro Miguel Costa, foi aprovado por unanimidade.
Na continuação dos trabalhos, foi apresentado, posto à discussão e aprovado por unanimidade um projecto de alteração dos estatutos.
A terminar a reunião, foram abordados alguns assuntos de interesse para a Colectividade.
Nomeadamente, foi lamentado por Miguel Costa, que “o trabalho que está a ser realizado no Grupo Desportivo Cova-Gala, não foi devidamente apoiado a nível financeiro pela Junta de Freguesia.”
Outra questão pertinente, e que perdura já há alguns anos, é o estado do piso do campo de jogos: parece uma autêntica pedreira.

Domingo de praia ...



As previsões apontam para céu limpo, temperaturas altas e algum vento para a tarde – em geral fraco.
Vai ser certamente um grande dia de praia, este último domingo de Maio.
É aproveitar e ir até ao extenso areal de S. Pedro, que vai do Cabedelo ao Orbitur.
Protejam-se da torreira do sol e dêem uns bons mergulhos.
Cuidem-se. Olhem que o sol pode transtornar.
Apesar de ser um dia sol e estarmos na praia num dia de lazer, continuamos em Portugal.
Um País maravilhoso, onde dá gosto viver: tem o défice domado, a corrupção destruída a descrença colectiva é uma miragem! ...
Mau.
- Querem ver que já apanhei sol a mais! ...



sábado, 27 de maio de 2006

Ficção



Fé ...

“Ao colo da mãe, uma criança de meses quase sufoca, tanto é o calor que sobre ambas derrama o sol a pino.
A mulher arrasta-se
penosamente.
Os pés e as pernas estão envoltos em trapos brancos, que a poeira da estrada escureceu.
Prometera – diz ela – se o filho se salvasse, levá-lo a Fátima numa romagem a pé.

À passagem na Gala, já com 2 dias e 2 noites de jornada, tinham cump
rido um terço da promessa.
Ainda não há notícia se a criança sobreviveu.”


Qualquer semelhança, entre esta estória e a selecção sub-21, que joga amanhã contra a Alemanha, é pura coincidência.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Luandino Vieira, escritor singular e há muito “silencioso” ...



Por razões “pessoais e íntimas”, Luandino Vieira, nascido em Vila Nova de Ourém, perto de Fátima, mas angolano de adopção, recusou o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Ao dizer não ao Prémio Camões, o escritor deixou de receber 100 mil € (vinte mil contos em moeda antiga).
A decisão do escritor apanhou todos de surpresa, excepção feita ao escultor José Rodrigues, que o acolhe no seu Convento S. Paio, em Vila Nova de Cerveira.“Almocei com o Luandino numa tasquinha de Caminha e, durante o almoço, ele esteve irónico e fazia parábolas acerca do dinheiro do prémio”, disse o escultor.“Não sei as razões pelas quais Luandino recusou o galardão, mas ele vive como um franciscano”, referiu José Rodrigues, acrescentando que o escritor “se retirou fisicamente do mundo mas continua atento a tudo o que acontece. Apesar de se ter isolado, Luandino está atento a tudo”.Segundo o escultor, Luandino passa os seus dias a passear pelos montes, a falar com os passarinhos e os animais e a escrever cartas.“Luandino continua a escrever, muito à noite e até de madrugada. E não apenas cartas”, declarou José Rodrigues, numa alusão à obra ‘O Livro dos Rios’, primeiro volume da trilogia ‘De Rios Velhos e Guerrilheiros’, que Luandino Vieira lança em Novembro.
Luandino, tem 71 anos de idade e um percurso de vida intenso.
“Escritor lento”, escreveu 11 livros, o último dos quais Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & Eu, no decorrer da sua estadia de 8 anos no Tarrafal, de 1964 a 1972, por defender a independência de Angola.
Luandino Vieira é um escritor muito exigente consigo próprio, duma qualidade e criatividade narrativa, estética e linguistica altíssima, para quem a escrita exige tempo de laboração mental e um intenso trabalho sobre a linguagem..
Luanda, um livro que enriqueceu a língua portuguesa, dá disso testemunho.
Luandino Vieira, um autor que dá prazer ler.
Luandino Vieira, um escritor singular e há muito “silencioso”, mas não “morto”.
Luandino Vieira, o Homem que disse não ao mais importante prémio literário da língua portuguesa.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Uma iniciativa da autarquia de S.Pedro






Nota à margem:

- Numa Terra em que raramente acontecem coisas, não deixa de ser, no mínimo, curioso, que no mesmo dia e em horas que claramente colidem, vão acontecer duas iniciativas importantes para a Fregueisa de S. Pedro.
A Assembleia Geral do Grupo Desportivo Cova- Gala já estava publicitada desde meados de Maio.
A iniciativa da Junta da Junta de Freguesia de S. Pedro, que tem inegável interesse, surgiu depois.
Será exigir muito, solicitar a quem de direito, cuidado na programação das iniciativas?

Viemos para ficar ...


Nascemos a 25 de Abril de 2006.
Um mês depois, fomos alvo de largas dezenas de comentários e tivemos milhares de visitantes! ...
O impacto público que causámos ultrapassou as nossas mais optimistas expectativas.
Questionámos e, ao que parece, fomos incómodos.
Cumprimos o nosso dever.
Pusemos muita gente a pensar e a mexer.
Sem falsas modéstias, sentimos que nestes 30 dias mais recentes algo começou a mudar ...
Talvez para inquietação de alguns, viemos para ficar.

António Agostinho/Pedro Cruz

terça-feira, 23 de maio de 2006

A época! ...




A nova época balnear aí está a despontar! ...
Com mais ou menos calor, com vento ou sem ele, S. Pedro vai, mais uma vez, transformar-se em Junho, Julho e Agosto.
Milhares de pessoas, gente das mais variadas origens, aqui virão a banhos.
À sua espera, para além dos benefícios do iodo, terão a natural hospitalidade dos cova-galenses.
E a animação de Verão.
Ah ... e, este ano, teremos de novo bandeira azul! ...
Com crise, ou sem crise, os banhistas cá estarão.
Até pode acontecer que a crise ajude.
Há lá bolsa que resista aos preços do Algarve? ...
As praias de S. Pedro, ontem como hoje, são praias de eleição.
Pena os apoios da praia da Cova! ...
Quer dizer, o que deixaram fazer às estruturas ... Mas, isso fica para outra ocasião ...
Entretanto, a hora é de esperança.
A época alta está à porta.
Época de lazer para muitos
Para outros, porém, época de trabalho e sacrifício para o corpo...

Fiquei inquieto


Ouvi na rádio, com a atenção possível, o debate realizado sobre o encerramento da Maternidade da Figueira da Foz.
Penso que o debate não alterou a posição de ninguém: quem estava contra o encerramento manteve a posição. E o contrário também é verdade.
Não conheço João Portugal, figueirense e deputado do PS pelo distrito de Coimbra, a única voz que no debate assumiu ser a favor do encerramento do bloco de partos da nossa maternidade.
Para que não restem dúvidas, declaro desde já: sou contra o encerramento.
Pelo menos na matéria em questão, penso diferente de João Portugal.
No entanto, apesar de discordar, passei a respeitar mais este deputado da Nação.
A partir de ontem, fiquei a saber que a Figueira tem uma figura pública frontal.
Assumiu, numa causa importante para os figueirenses, uma posição política clara e transparente. E, o que não é coisa pouca, num debate escutado certamente por milhares de possíveis futuros eleitores
Claro que não deixo de admitir que, eventualmente, neste momento, esta também pode ser uma posição particularmente correcta ...
Mas, não é que ao ouvir o outro lado da barricada - e a panóplia de opiniões da maioria pontual contra o encerramento da maternidade - senti alguns arrepios.
Não sei exactamente porquê, lembrei-me de Miguel Torga.
“É uma tristeza verificar que a política se faz na praça pública com demagogia e nos bastidores com maquinações. E mais triste ainda concluir que não pode ser doutra maneira, dada a natureza da condição humana, que nunca soube distinguir o seu egoísmo do bem comum e vende a alma ao diabo pela vara do mando. A ambição do poder não olha a meios, pois todos lhe parecem legítimos, se eficazes.”
E fiquei inquieto.