António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Josefa: A Soldado Desconhecida
Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?
Ferreira Fernandes, DN, 12.08.10.
Ferreira Fernandes, DN, 12.08.10.
sexta-feira, 10 de março de 2023
Que lugar vai António Costa merecer na história da nosssa democracia?
"António Costa meteu-se, sem ninguém o mandar ou sequer empurrar, na posição onde Marcelo o queria ver sentado, maioria absoluta mas não muito absoluta, o Governo com mais trapalhadas por segundo na história da democracia e que só continua a governar porque Marcelo não vislumbra alternativa na casa-mãe a que pertence.
Como é que António Costa vai ficar para a história, como o gajo que derrubou o "muro de Berlim" das soluções governativas à esquerda, ou como o maior inepto da democracia que meteu a extrema-direita no Governo 50 anos depois do 25 de Abril?"
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Jornalismo ilegível...
Considero que a propalada crise do jornalismo não é real. Como pode estar em crise algo que não existe? Hum? É como dizer: “ – Olha, aquele dinossauro está co’ a gripe.”
O jornalismo não existe quando o jornalista d-existe. O jornalismo não existe quando o jornalista não r-existe. De quê e a quem? Do aturado esforço e ao fedelho economês que o patrão nomeou director, por exemplo. Hoje em dia, parasitam as redacções os servis sicários que mataram as notícias para parir os conteúdos. É a praga das sinergias, a maleita dos empreiteiros/merceeiros donos de jornais. Por todo o lado, são analfabetos funcionais a mandar em quem escreve. Gagos mentais a editar o que se diz. Cegos voluntários a dar que ver. Com isto, jornais, rádios e televisões involuíram para monturos de lixo auto-reciclável que, todo o santo dia, esvaziam de qualquer préstimo todo o amanhã que, hoje, tresanda a ontem.
Ter sido ou não ter sido penalty esmaga ou não esmaga, em presença & relevo, o desemprego real? Esmaga. A última do presidente-da-bola é ou não é mais premente do que o esvaziamento curricular do ensino? É. O sufoco fiscal de trabalhadores & empresas vale alguma coisa face aos debates quadrangulares da recente jornada da Liga? Vale nada.
Reitero: a crise do jornalismo não é real porque o jornalismo é irreal e porque a crise é decalcada da financeira de 2008. O cavador deixa de ser jornaleiro no dia em que for tão dono da enxada como do chão em que a crava. Jornalistas, hoje em dia? Bah, jornaleiros! Acomodados a soldo de caciques (nacionais como multinacionais, de Lisboa como regionais – note-se bem), o escrevente verga o espinhaço gelatinoso ao frete – conseguindo do autarca parlapatão a publicidadezinha nojenta capaz de pagar a água do autoclismo. E aí vai ele de cuspinhar em Microsoft Word o marketing da promoção pessoalizada do fabricante de torneiras local. É vê-lo de microfone a louvaminhar por todo o lado “aqueles que se amamentam da Pátria”, meu bom Jacques Prévert.
Foi felizmente breve a minha incursão pelo jornalismo remunerado. Todavia, não foi por ignorância minha que (re)conheci pouquíssimos jornalistas – foi porque eram e continuam a ser poucos os que merecem esse título profissional. Lisboa era um nojo: campeavam os génios esquecidos, as luminárias do croquete, os amásios da fonte-inventada; grassava a cáfila dos romancistas embrionários tipo Nobel-para-a-semana, dos poetas desiquilibristas, dos guionistas de têvênovela. Coimbra? Jesus Senhor, Coimbra! Mais doutores por metro (como eles) quadrado do que honestas pulgas em cão solto. O Porto? Não sei, passei por lá a caminho de Braga mas retornei de barco até à Figueira da Foz. Aveiro & Viseu? Mas isso existe? Leiria? Não queirais que Vos fale de Leiria. Invoco razões higiénicas. Onde o jornalismo sério for embondeiro, Leiria é logradouro de erva rala. Daninha, naturalmente.
Não, não reconheço nem crise nem jornalismo. O que por aí se faz – é lama da digestão. Restos-zero à esquerda & à direita. Sabujices de obra-nada. Coisas de meter em saco plástico a caminho do contentor mais perto de si. Rácio de dez opinadores bêbedos por cada jornalista sóbrio. Terraplenadores da democracia, papagaios da cotação-em-bolsa que estão para os mercados como os freudianos para as mamas da própria mãe.
Ná! Crise nenhuma, jornalismo quase nenhum. Que me resta? Resta-me O RIBATEJO. Resta-me O RIBATEJO porque aqui a enxada é minha. A enxada é minha e o chão é nosso. Sim, o mesmo chão por onde ontem o dinossauro e hoje a gripe.
MAS QUAL CRISE DE QUAL JORNALISMO QUAL QUÊ, um a crónica de Daniel Abrunheiro, que "precisaria de um lençol para dizer o que pensa & sinte acerca deste assunto. Mas o que está, fica. Quem, da leitura desta crónica, concluir que a dita nasceu da frustração e/ou do falhanço, conclui mal. Se nela, todavia, topar certa amargura - não topará mal."
O jornalismo não existe quando o jornalista d-existe. O jornalismo não existe quando o jornalista não r-existe. De quê e a quem? Do aturado esforço e ao fedelho economês que o patrão nomeou director, por exemplo. Hoje em dia, parasitam as redacções os servis sicários que mataram as notícias para parir os conteúdos. É a praga das sinergias, a maleita dos empreiteiros/merceeiros donos de jornais. Por todo o lado, são analfabetos funcionais a mandar em quem escreve. Gagos mentais a editar o que se diz. Cegos voluntários a dar que ver. Com isto, jornais, rádios e televisões involuíram para monturos de lixo auto-reciclável que, todo o santo dia, esvaziam de qualquer préstimo todo o amanhã que, hoje, tresanda a ontem.
Ter sido ou não ter sido penalty esmaga ou não esmaga, em presença & relevo, o desemprego real? Esmaga. A última do presidente-da-bola é ou não é mais premente do que o esvaziamento curricular do ensino? É. O sufoco fiscal de trabalhadores & empresas vale alguma coisa face aos debates quadrangulares da recente jornada da Liga? Vale nada.
Reitero: a crise do jornalismo não é real porque o jornalismo é irreal e porque a crise é decalcada da financeira de 2008. O cavador deixa de ser jornaleiro no dia em que for tão dono da enxada como do chão em que a crava. Jornalistas, hoje em dia? Bah, jornaleiros! Acomodados a soldo de caciques (nacionais como multinacionais, de Lisboa como regionais – note-se bem), o escrevente verga o espinhaço gelatinoso ao frete – conseguindo do autarca parlapatão a publicidadezinha nojenta capaz de pagar a água do autoclismo. E aí vai ele de cuspinhar em Microsoft Word o marketing da promoção pessoalizada do fabricante de torneiras local. É vê-lo de microfone a louvaminhar por todo o lado “aqueles que se amamentam da Pátria”, meu bom Jacques Prévert.
Foi felizmente breve a minha incursão pelo jornalismo remunerado. Todavia, não foi por ignorância minha que (re)conheci pouquíssimos jornalistas – foi porque eram e continuam a ser poucos os que merecem esse título profissional. Lisboa era um nojo: campeavam os génios esquecidos, as luminárias do croquete, os amásios da fonte-inventada; grassava a cáfila dos romancistas embrionários tipo Nobel-para-a-semana, dos poetas desiquilibristas, dos guionistas de têvênovela. Coimbra? Jesus Senhor, Coimbra! Mais doutores por metro (como eles) quadrado do que honestas pulgas em cão solto. O Porto? Não sei, passei por lá a caminho de Braga mas retornei de barco até à Figueira da Foz. Aveiro & Viseu? Mas isso existe? Leiria? Não queirais que Vos fale de Leiria. Invoco razões higiénicas. Onde o jornalismo sério for embondeiro, Leiria é logradouro de erva rala. Daninha, naturalmente.
Não, não reconheço nem crise nem jornalismo. O que por aí se faz – é lama da digestão. Restos-zero à esquerda & à direita. Sabujices de obra-nada. Coisas de meter em saco plástico a caminho do contentor mais perto de si. Rácio de dez opinadores bêbedos por cada jornalista sóbrio. Terraplenadores da democracia, papagaios da cotação-em-bolsa que estão para os mercados como os freudianos para as mamas da própria mãe.
Ná! Crise nenhuma, jornalismo quase nenhum. Que me resta? Resta-me O RIBATEJO. Resta-me O RIBATEJO porque aqui a enxada é minha. A enxada é minha e o chão é nosso. Sim, o mesmo chão por onde ontem o dinossauro e hoje a gripe.
MAS QUAL CRISE DE QUAL JORNALISMO QUAL QUÊ, um a crónica de Daniel Abrunheiro, que "precisaria de um lençol para dizer o que pensa & sinte acerca deste assunto. Mas o que está, fica. Quem, da leitura desta crónica, concluir que a dita nasceu da frustração e/ou do falhanço, conclui mal. Se nela, todavia, topar certa amargura - não topará mal."
sexta-feira, 12 de março de 2010
Saudades do Março marçagão
Segunda-feira passada foi um dia terrível.
Nesse dia, fez frio a sério e choveu diluvianamente.
Foi um dia horrível: tive de ir buscar a minha Mãe ao hospital, que teve alta nesse dia.
Com as obras em curso, neste momento, é um tormento para quem tem dificuldades em locomover-se, entrar ou sair de uma viatura, exposta à intempérie, para ir às consultas ou aos tratamentos.
Nos últimos 4 meses, sei bem a falta que tem feito uma protecção para quem tem de utilizar os serviços do hospital Distrital da Figueira da Foz pela entrada provisória do Hospital de dia. É certo que tudo vai melhorar com as obras em curso, mas este ano o clima especialmente agreste, tem castigado duramente os doentes, em especial os idosos.
Felizmente, que a partir de terça-feira tenho podido suspirar de alívio.
Apesar do frio, que tem continuado intenso, temos tido dias de sol e de luz. Vamos ver se é para continuar.
Estamos quase em meados de Março, mas com o frio que tem feito mais parece Dezembro, Janeiro ou Fevereiro.
Que saudades tenho tido do “Março marçagão, de manha inverno, de tarde verão”.
Nesse dia, fez frio a sério e choveu diluvianamente.
Foi um dia horrível: tive de ir buscar a minha Mãe ao hospital, que teve alta nesse dia.
Com as obras em curso, neste momento, é um tormento para quem tem dificuldades em locomover-se, entrar ou sair de uma viatura, exposta à intempérie, para ir às consultas ou aos tratamentos.
Nos últimos 4 meses, sei bem a falta que tem feito uma protecção para quem tem de utilizar os serviços do hospital Distrital da Figueira da Foz pela entrada provisória do Hospital de dia. É certo que tudo vai melhorar com as obras em curso, mas este ano o clima especialmente agreste, tem castigado duramente os doentes, em especial os idosos.
Felizmente, que a partir de terça-feira tenho podido suspirar de alívio.
Apesar do frio, que tem continuado intenso, temos tido dias de sol e de luz. Vamos ver se é para continuar.
Estamos quase em meados de Março, mas com o frio que tem feito mais parece Dezembro, Janeiro ou Fevereiro.
Que saudades tenho tido do “Março marçagão, de manha inverno, de tarde verão”.
sábado, 30 de junho de 2012
Victor Sacramento: o primaço…
Conheço-o desde que tenho memória.
É primo direito do meu Pai, meu segundo primo, portanto.
Desde miúdo que me cumprimenta da mesma maneira – “então primaço Tó…”
E, ultimamente, logo a seguir: “como vai a
tua Mãe?..”
Ainda hoje, o "Querido avô" do Pedro Rodrigues continua uma
figura, como, aliás, a foto do Pedro Agostinho Cruz, fielmente retrata: “alto;
cabelo branco, literalmente, como a neve; forte como um touro - um homem do
mar à moda antiga. Daqueles que já não se fazem”!..
Hoje, as rugas do rosto e o preto que veste (desde
que lhe morreu a companheira de sempre, não admite mais nenhuma cor no seu corpo), são
as chagas de uma vida…
Nunca lho disse, mas, fica escrito, pois um blogue também serve para isto: gosto muito deste
primaço!..
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Dona Dora: 87 anos
É um dia doloroso, mas bonito.
Bom, bom, seria tê-la connosco.
Foram 86, quase,
quase 87 anos - uma vida.
Em tempos difíceis, como estes que atravessamos, a sua
presença e o seu exemplo – de trabalho, de seriedade, de dignidade, a sua preocupação em cuidar da família - faz ainda mais falta.
A família sempre foi o reduto inexpugnável da nossa esperança. E vai continuar a ser.
sábado, 9 de novembro de 2019
Manuel é mesmo um "sem-abrigo"?
"Sem-abrigo 'herói' emocionado com onda solidária", titula o jornal.
A história de vida de Manuel Xavier, um herói depois de salvar o bebé que foi atirado para o lixo, dada a conhecer pelo Correio da Manhã, impressiona, porque é comum à de tantos portugueses que permanecem no anonimato.
Será Manuel um sem-abrigo?
"Foi obrigado a deixar o trabalho, na construção civil, devido a problemas graves na coluna".
Portanto, este "cidadão não é nenhum sem-abrigo, é um sem-emprego e um sem SNS."
"Foi obrigado a deixar o trabalho, na construção civil, devido a problemas graves na coluna".
Portanto, este "cidadão não é nenhum sem-abrigo, é um sem-emprego e um sem SNS."
É, no fundo, um português igual a todos nós, os que não pertencemos a elites. Na verdade, chegou a "um sem-abrigo", por antes ser "um sem SNS" e, por causa disso,"um sem-emprego"...
Vejamos, via Correio da Manhã.
Mais de um ano de espera para operação
Manuel Xavier arrisca-se a ficar mais de um ano à espera para ser sujeito a uma operação à coluna. Documentos a que o CM teve acesso provam que, na terça-feira, foram marcadas duas ressonâncias magnéticas, à coluna cervical, assim como à coluna lombar, para o dia 8 de setembro de 2020 (daqui a 10 meses), tendo em vista uma eventual operação à coluna no Hospital de São José, em Lisboa.
Depois, tendo por base que mais de 3 mil doentes não prioritários aguardam, em média, 184 dias por uma primeira consulta de Neurocirurgia naquele hospital, Manuel deverá ter de esperar mais meio ano.
Após confirmada a necessidade de ser operado, passará a engrossar a lista de mais de mil pessoas que aguardam, quase três meses, por uma cirurgia da especialidade. No total, entre exames, nova consulta e cirurgia, deverá esperar mais de um ano.
Tempo máximo de espera de 150 dias
O tempo máximo de respostas para uma primeira consulta de especialidade hospitalar, para um doente com prioridade "normal" referenciado pelo centro de saúde, é 150 dias.
270 dias são limite para cirurgias
270 dias seguidos é o tempo máximo, considerado clinicamente aceitável, para cirurgia programada, em casos de doentes com baixa prioridade.
Começou a trabalhar com apenas 13 anos
Manuel Xavier, de 44 anos, revelou no programa da CMTV, ‘Manhã CM’, toda a sua história. "Comecei a trabalhar muito cedo, aos 13 anos", contou. Foi casado cerca de 17 anos com a mãe do filho, de 16, e explicou que a relação terminou porque começou a ter problemas com o álcool. Manuel fez recuperação.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Abaixo o equipamento laranja
É um equipamento que descaracteriza.
É um equipamento que, se pretende ajudar a criar uma equipa “mecânica”, vem em mau momento, pois a sua pátria-mãe não está na melhor das situações.
É um equipamento vaidoso e fanfarrão que quer chamar para si aquilo que queremos que esteja focado no futebol da equipa.
É um equipamento demasiado escarlate para tão nobre instituição como é o Sporting Clube de Portugal.
Mas, acima de tudo, o laranja não é uma das nossas cores...
sexta-feira, 17 de março de 2017
Parem, por favor, seus cabrões dos interesses filhos da puta...
No próximo dia 19 é Dia do Pai.
Hoje, dia 17, recebi da MEO, a seguinte mensagem: "DIA DO PAI: Ofereça a si e ao seu pai, CHAMADAS, SMS E NET GRÁTIS para falarem com quem quiserem! Ative já, pelos 2, na sua Área de Cliente, em no.meo.pt/pai19."
O meu Pai, José Pereira Agostinho, faleceu há quase 43 anos!..
Nascido a 17 de Abril de 1927 morreu a 6 de Junho de 1974.
Gosto pouco, ou mesmo nada de falar disso.
Apenas digo que foi - e continua a ser - uma dor imensa.
Em 1942, apenas com 15 anos de idade, o meu Pai já tinha realizado uma viagem à pesca do bacalhau a bordo do navio Júlia IV.
Foi mais um “Homem que nunca foi menino”.
Lembro-o, sobretudo, como o CRIADOR, juntamente com a minha MÃE, de um ser LIVRE.
Criar é educar.
Educar, é alimentar uma criança – “física, mental, social, cultural, espiritual e religiosamente.”
Criar, é ajudar a despontar, à luz da consciência, a mais bela obra da natureza - um ser humano único e irrepetível.
Apesar de ter morrido cedo, enquanto viveu, cumpriu o seu dever: “investiu na sua obra mais importante - os filhos.”
E vieram hoje estes sacanas da MEO, dois dias antes, mexer numa ferida que sangra quase há 43 anos...
Desculpem lá leitores.
Isto é próprio de indivíduos sem carácter. Canalhas. Malandros. Sacanas. Cabrões.
Confesso que estou mais perdido, que estes estes gajos que vivem à custa destes interesses filhos da puta, em dia que deveria ser do Pai!
Hoje, dia 17, recebi da MEO, a seguinte mensagem: "DIA DO PAI: Ofereça a si e ao seu pai, CHAMADAS, SMS E NET GRÁTIS para falarem com quem quiserem! Ative já, pelos 2, na sua Área de Cliente, em no.meo.pt/pai19."
O meu Pai, José Pereira Agostinho, faleceu há quase 43 anos!..
Nascido a 17 de Abril de 1927 morreu a 6 de Junho de 1974.
Gosto pouco, ou mesmo nada de falar disso.
Apenas digo que foi - e continua a ser - uma dor imensa.
Em 1942, apenas com 15 anos de idade, o meu Pai já tinha realizado uma viagem à pesca do bacalhau a bordo do navio Júlia IV.
Foi mais um “Homem que nunca foi menino”.
Lembro-o, sobretudo, como o CRIADOR, juntamente com a minha MÃE, de um ser LIVRE.
Criar é educar.
Educar, é alimentar uma criança – “física, mental, social, cultural, espiritual e religiosamente.”
Criar, é ajudar a despontar, à luz da consciência, a mais bela obra da natureza - um ser humano único e irrepetível.
Apesar de ter morrido cedo, enquanto viveu, cumpriu o seu dever: “investiu na sua obra mais importante - os filhos.”
E vieram hoje estes sacanas da MEO, dois dias antes, mexer numa ferida que sangra quase há 43 anos...
Desculpem lá leitores.
Isto é próprio de indivíduos sem carácter. Canalhas. Malandros. Sacanas. Cabrões.
Confesso que estou mais perdido, que estes estes gajos que vivem à custa destes interesses filhos da puta, em dia que deveria ser do Pai!
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Obedecer!.. Não foi assim que tudo isto começou?..
“A homenagem que os pais dos seis jovens estudantes da
Lusófona, que morreram na praia do Meco a 15 de dezembro, promoveram ontem para
assinalar os quatro meses sobre a tragédia, ficou marcada pela identificação de
Anabela Pereira, mãe de Tiago Campos, e de dois surfistas, por terem lançado
flores ao mar, contrariando as ordens da Polícia Marítima. Os outros pais
optaram por obedecer e não chegaram a entrar no areal.”
Via DN
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Se eu vos desse metade do que conquistei nenhum de vocês voltava a trabalhar!
Quando sai da escola primária era para ter ido para o seminário.
Apetecia-me ser padre.
Lembro que me seduziam os caldos, o sossego, a leitura - e, sobretudo, a tentação permanente.
Contudo, como a minha Mãe não deixou que fosse padre, vi-me na necessidade de percorrer outros caminhos...
A minha vida foi assim...
Por um acaso, como já perceberam, foi mesmo assim.
Se tivesse ido para padre, como me apetecia, a minha vida não teria sido assim.
E se a minha vida não tivesse sido assim, a minha vida teria sido, simplesmente, de outra maneira!
Simplesmente, porque é assim!
Garanto, que se eu vos desse metade do que conquistei, nunca mais voltavam a trabalhar.
Querem saber o que eu tenho?
Preguiça, esse magnífico hábito de descansar antes da fadiga.
Para os invejosos, aproveito para esclarecer, que não fazer nada é a coisa mais difícil do mundo - a mais difícil e a mais intelectual....
Nota de rodapé...
Para os chatos, o chato não é ser chato.
O chato, é ficarem sem ter quem chatear...
Eu sei que estamos a atravessar dias difíceis.
Ontem, não choveu. Hoje, estamos a ir pelo mesmo caminho.
O campeonato já acabou, mas ainda temos as taças...
Querem mais?..
Fica uma sugestão?
Vão tentar chatear o Camões.
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Morreram no dia 25 de Abril de 1974 e eu aplaudo-os
Por Luís Osório
1.
Há 49 anos saíram para a rua quatro jovens que não chegaram a saber o que era a liberdade.
Talvez aquele dia fosse mesmo o dia, os sinais eram bons, os militares estavam na rua e gritavam-se palavras de ordem.
Palavras de liberdade.
Palavras contra a guerra colonial.
Palavras contra a censura e a favor da liberdade de imprensa.
Palavras contra a PIDE e a tortura.
Palavras a favor da libertação dos presos políticos.
Talvez aquele dia fosse mesmo o dia, os sinais eram bons, os militares estavam na rua e gritavam-se palavras de ordem.
Palavras de liberdade.
Palavras contra a guerra colonial.
Palavras contra a censura e a favor da liberdade de imprensa.
Palavras contra a PIDE e a tortura.
Palavras a favor da libertação dos presos políticos.
2.
Faz hoje 49 anos que o dia não se completou para qualquer um dos quatro.
Estiveram em vários pontos da cidade de Lisboa. E confluíram para a Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE. Corria o rumor de que os torturadores estavam a tentar fugir, a rádio tinha noticiado que uma multidão de gente gritava "não passarão".
3.
Foram para lá.
Centenas de pessoas na rua viram uma janela abrir-se e ouviram uma rajada de disparos.
Alguns corpos caíram, muita gente correu para se proteger e houve pânico e desgoverno.
Quatro não se levantaram.
Morreram no dia 25 de Abril de 1974.
Nenhum deles pôde sequer saborear o seu primeiro jantar em liberdade.
4.
Fernando Giesteira tinha 17 anos e era um vivaço. Chegara de Montalegre e em miúdo adorava os bailaricos em Chaves e correr até ao alto da Nevosa. Tinha boa pinta e fora para Lisboa puxado uns anos antes por um familiar. Trabalhava como empregado de mesa na Cova da Onça, boîte frequentada por artistas, malta da bola e Polícia Judiciária. Saíra do trabalho e fora para a rua sem passar pela Pensão Flor, no Areeiro, o quarto onde vivia. Já arranjara um cravo vermelho e prendera-o certamente à camisa a cheirar ao fumo da noite.
José Harteley Barneto era o mais velho. Tinha 38 anos, quatro filhos e uma vida estável. Escriturário no Grémio Nacional dos Industriais de Confeitaria, morava na Flamenga, perto de Loures, e nascera em Vendas Novas. O pai ou a mãe eram ingleses e ele estava entusiasmado e sentia que tudo passara novamente a ser possível, mesmo o impossível.
Já José Guilherme Arruda tinha 20 anos. Viera há pouco tempo dos Açores, era excelente aluno e matriculara-se no segundo ano de Filosofia. Morava na Avenida Casal Ribeiro, perto do Saldanha, no centro de Lisboa. José Guilherme não tinha como esconder o sorriso, afinal estava a viver a história e a revolução que só conhecia na teoria.
Fernando Luís dos Reis tinha 23 anos. Era o único dos quatro que nascera em Lisboa e também o único militar. O seu batalhão era de Penamacor, mas ele estava de férias. Também por isso saiu à rua e dirigiu-se ao lugar onde talvez mais precisassem dele. Casara-se há pouco tempo e tinha planos de ser pai.
5.
Nenhum deles conheceu a liberdade.
Por esses dias, milhares de pessoas seguiram os seus funerais.
Milhares se despediram nos últimos dias de abril de 1974.
Mas ninguém os recordou hoje.
Pelo menos que eu tenha notado, ninguém deles falou.
Ninguém se lembrou dos quatro para quem a liberdade foi, até ao último segundo da sua curta vida, a esperança em estado bruto.
Ninguém se lembrou de quatro rapazes que, se fossem vivos, estariam certamente no único lugar possível, o lugar dos que acreditam que a ditadura e o fascismo têm de ser combatidos.
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Coisas verdadeiramente importantes
Quando fizer 100 anos vai pagar um leitão aos amigos. Eu estou convidado. Tenho é de aguentar 7 anos.
Se for por diante, a atitude prepotente de sua excelência, o presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, de encerrar o Parque de Campismo Foz do Mondego, vai ser responsável e vai carregar para sempre o ónus de prejudicar definitivamente um local e pessoas com alma.
O Cabedelo detém uma ambiência especial, em que nos elevamos, convivemos e comungamos com a mãe natureza.
Quero e vou continuar por aqui. É por aqui que pretendo permanecer na companhia do meu Amigo Surrécio.
Há lugares em que nos sentimos completos, dada a sua beleza.
Há lugares onde temos a sensação de plenitude, onde nada mais precisamos para nos sentirmo-nos em paz connosco e com o que nos rodeia.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Victor Sacramento: "fiz a 3ª. classe e com 9 anos já ia com os velhos pescar para o rio. Aos 15 fui para as traineiras..."
Como deixei escrito em 30 de junho de 2012 aqui, conheço-o
desde que tenho memória.
É
primo direito do meu Pai, meu segundo primo, portanto.
Desde
miúdo que me cumprimenta da mesma maneira – “então
primaço Tó…”
E,
ultimamente, logo a seguir: “como vai a tua Mãe?..”
Ainda
hoje, o "Querido
avô" do
Pedro Rodrigues continua uma figura, como, aliás, a foto
do Pedro
Agostinho Cruz, fielmente
retrata: “alto;
cabelo branco, literalmente, como a neve; forte como um touro - um
homem do mar à moda antiga. Daqueles que já não se fazem”!..
Hoje,
as rugas do rosto e o preto que veste (desde
que lhe morreu a companheira de sempre, não admite mais
nenhuma cor no seu corpo), são
as chagas de uma vida…
Hoje,
15-09-2014
o diário AS BEIRAS, na página 11, considera-o o protagonista”.
Vítor
Pimentel
"O antigo pescador de bacalhau andou 41
no mar. Hoje, com 83 anos, “é uma lenda viva… uma vida além
mar!”.
Assim é descrito na 4.ª revista “Con
Textos”
do Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da Figueira da Foz,
elaborada pela Escola Básica da Gala."
Como disse a determinada altura da entrevista que de deu à CON TEXTOS: "foi sempre uma vida difícil, com perigos. Era preciso uma boa condição física para conseguir puxar os bacalhaus mais graúdos, ás vezes ficava-se mal das costas e dos pulmões. O que valia muitas vezes era que os peixes comunistas que andavam por baixo por baixo e ajudavam o anzol a subir."
sábado, 9 de julho de 2022
domingo, 27 de junho de 2021
O que andamos por aqui a fazer?...
Deve ainda estar para nascer a pessoa que falhou uma carreira ou um objectivo de vida e não se considere vítima do sistema.
Ninguem aceita o óbvio: não se chegou onde se queria, no fundamental, por culpa própria.
Ninguem aceita o óbvio: não se chegou onde se queria, no fundamental, por culpa própria.
Eu, só falhei uma vocação porque a minha Mãe não deixou: contrariou o meu desejo de ser padre.
Tirando esse pormenor familiar, falhei outras carreiras por uma razão simples: apenas porque o meu objectivo de vida foi sempre ser feliz à minha maneira.
Se quiserem, considerem-me presunçoso, convencido, vaidoso ou orgulhoso.
A vaidade procura, no pouco que se consegue, um motivo de orgulho.
A vaidade procura, no pouco que se consegue, um motivo de orgulho.
Um tipo é pobre ou gordo?
Por mim, óptimo. Por acaso, até sou ambas as coisas.
Se não existir ego e um pouco de vaidade estamos sempre dependentes do elogio de terceiros. E aqui a coisa poderia descambar. Há muita gente desatenta neste mundo...
O narcisismo barato é muito frágil e não encontra suporte na justa vaidade por coisas pequenas: nem todos estamos destinados a cometer grandes feitos.
Eu só quis ser feliz à minha maneira. No essencial, consegui.
O segredo continua a ser o mesmo: tentar não desperdiçar as pequenas alegrias que a vida vai proporcionando.
Por exemplo, ler um livro, dar um passeio matinal de bicicleta, apreciar o cheiro do café acabado de fazer, ouvir o chilrear dos pássaros na natureza, apreciar um pôr-do-sol, tomar um fino numa esplanada, inalar o cheiro a maresia, rir, caminhar pela praia... E escrever um blog!
As coisas que nos podem tornar os dias mais felizes não custam dinheiro...
Alguém consegue comprar o amor ou a amizade?
Para quem não pensa assim, quando bate de frente com a realidade, a culpa é sempre dos outros.
Isto é, do sistema que eles próprios ajudam a preservar e manter.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
A homenagem do vereador Tavares ao Dr. Joaquim Namorado, na Figueira...
Diário de Coimbra de 2 de Julho de 2014, quarta-feira, página 12. Para ler melhor clicar em cima da imagem abaixo.
CULTURA Cerca de 600 livros, entre obras de Joaquim Namorado e primeiras edições, devem deixar a Figueira em breve, com o aval do vereador da cultura
O dia, que era de homenagem, acabou por ficar marcado pelo anúncio da intenção da família de Joaquim Namorado em retirar da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz o seu espólio, levando-o para o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, onde Joaquim Namorado é um dos nomes grandes.
As vitrinas com material de e sobre Joaquim Namorado - na mostra bibliográfica com que a Divisão de Cultura assinalou, esta segunda-feira, o centenário do nascimento do poeta e escritor - não chegaram para convencer os seus descendentes do interesse em manter na Figueira o espólio em depósito. O fim aparentemente irreversível do Prémio de Conto Joaquim Namorado, instituído quando o poeta ainda era vivo e dado por findo no mandato de Santana Lopes na autarquia figueirense, está na origem da decisão, difícil, que umas das filhas, Teresa, já trazia na bagagem.
«Também havia homenagens ao meu pai, em Coimbra, a que gostaria de ter ido, mas optei por vir à Figueira, para perceber se havia intenção de reeditar o prémio», explicou ao Diário de Coimbra. «O meu pai era um apaixonado pela Serra da Boa Viagem e pela Figueira da Foz, ficou muito emocionado com a homenagem que a Barca Nova lhe fez em 1983 e com a instituição do prémio com o seu nome. Foi por isso que destinou parte do do seu espólio a depósito na biblioteca municipal», recordou. «Na altura os livros ficaram expostos, numa estante com o nome dele e da minha mãe, como ele tinha pedido. Agora estão guardados, são consultáveis mas estão, literalmente, em depósito», lamentou. «Julgo que o meu pai merecia mais e, sem o prémio e sem as obras expostas, não vejo grande interesse em mantê-las cá», disse, reconhecendo, no entanto, que da parte das pessoas «há ainda um grande carinho na Figueira pelo poeta. Mas, em termos públicos está esquecido», concluiu.
«Está esquecido e não devia», disse Pedrosa Russo, amigo do poeta falecido em 1986, na conversa que se seguiu à apresentação de Joaquim Namorado por António Augusto Menano.
«Chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro», lamentaram algumas dos presentes, recordando «a figura» que era Joaquim Namorado, «homem são, frontal e generoso», para além de prolixo autor. A concretizar-se a intenção da família, em breve o espólio de Joaquim Namorado poderá ser visto e consultado, de forma integrada, no Museu Neo-Realista, em Vila Franca de Xira.
«Faz sentido», admitiu no final da homenagem, o vereador da Cultura, António Tavares, reafirmando que a opção da autarquia, no que a prémios literários respeita, se esgota «no figueirense João Gaspar Simões».
Em tempo.
Não sei se vocês se lembram, mas nos tempos da minha juventude, havia uma secção nalguns jornais, como por exemplo no «Diário Popular», que despertava particularmente a minha curiosidade.
CULTURA Cerca de 600 livros, entre obras de Joaquim Namorado e primeiras edições, devem deixar a Figueira em breve, com o aval do vereador da cultura
O dia, que era de homenagem, acabou por ficar marcado pelo anúncio da intenção da família de Joaquim Namorado em retirar da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz o seu espólio, levando-o para o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, onde Joaquim Namorado é um dos nomes grandes.
As vitrinas com material de e sobre Joaquim Namorado - na mostra bibliográfica com que a Divisão de Cultura assinalou, esta segunda-feira, o centenário do nascimento do poeta e escritor - não chegaram para convencer os seus descendentes do interesse em manter na Figueira o espólio em depósito. O fim aparentemente irreversível do Prémio de Conto Joaquim Namorado, instituído quando o poeta ainda era vivo e dado por findo no mandato de Santana Lopes na autarquia figueirense, está na origem da decisão, difícil, que umas das filhas, Teresa, já trazia na bagagem.
«Também havia homenagens ao meu pai, em Coimbra, a que gostaria de ter ido, mas optei por vir à Figueira, para perceber se havia intenção de reeditar o prémio», explicou ao Diário de Coimbra. «O meu pai era um apaixonado pela Serra da Boa Viagem e pela Figueira da Foz, ficou muito emocionado com a homenagem que a Barca Nova lhe fez em 1983 e com a instituição do prémio com o seu nome. Foi por isso que destinou parte do do seu espólio a depósito na biblioteca municipal», recordou. «Na altura os livros ficaram expostos, numa estante com o nome dele e da minha mãe, como ele tinha pedido. Agora estão guardados, são consultáveis mas estão, literalmente, em depósito», lamentou. «Julgo que o meu pai merecia mais e, sem o prémio e sem as obras expostas, não vejo grande interesse em mantê-las cá», disse, reconhecendo, no entanto, que da parte das pessoas «há ainda um grande carinho na Figueira pelo poeta. Mas, em termos públicos está esquecido», concluiu.
«Está esquecido e não devia», disse Pedrosa Russo, amigo do poeta falecido em 1986, na conversa que se seguiu à apresentação de Joaquim Namorado por António Augusto Menano.
«Chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro», lamentaram algumas dos presentes, recordando «a figura» que era Joaquim Namorado, «homem são, frontal e generoso», para além de prolixo autor. A concretizar-se a intenção da família, em breve o espólio de Joaquim Namorado poderá ser visto e consultado, de forma integrada, no Museu Neo-Realista, em Vila Franca de Xira.
«Faz sentido», admitiu no final da homenagem, o vereador da Cultura, António Tavares, reafirmando que a opção da autarquia, no que a prémios literários respeita, se esgota «no figueirense João Gaspar Simões».
Em tempo.
Não sei se vocês se lembram, mas nos tempos da minha juventude, havia uma secção nalguns jornais, como por exemplo no «Diário Popular», que despertava particularmente a minha curiosidade.
Intitulava-se
«Acredite
se quiser...»
e era um misto de retratos do insólito e de jornal do incrível,
onde se relatavam factos extravagantes e acontecimentos
inacreditáveis.
Desde
então, tenho visto atitudes de responsáveis políticos que, pela
sua inverosimilhança ou hipocrisia, me fazem lembrar,
inevitavelmente, essa fantástica secção.
Foi
o que senti na passada segunda-feira no Museu da Figueira da Foz no pouco que consegui
aguentar: foi duro ver um
resistente
à ditadura de Salazar, ser assim (mal) tratado por esta profunda tristeza
democrática em que a Figueira mergulhou...
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Humoristas (16)
"Um mês de suspensão e mil euros de multa para Carlos Queiroz!."
N.B. - Este país e este futebol não existem!..
A partir de hoje mandar alguém para "a c... da mãe" é algo de absolutamente normal e, quem sabe, até entre no léxico das recepções oficiais da presidência da República, do Governo, da Assembleia da República e ainda das recepções diplomáticas.
sábado, 31 de julho de 2010
"Os velhos do Restelo"
.
No passado dia 28, neste post, apontámos o que, quanto a nós, tinham sido dois erros estratégicos de localização de duas infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento sustentando do concelho da Figueira da Foz.
Curiosamente, hoje no jornal As Beiras, está este texto que aponta no sentido da necessidade de um cais comercial na zona sul.
Não é motivo de nenhuma satisfação pessoal, pois é triste verificar que os chamados “velhos do Restelo”, muitas vezes, têm razão antes do tempo!..
Neste caso e sobre este assunto, gostosamente sou dos que me auto incluo nessa categoria (quem tiver dúvidas, é só consultar a colecção do extinto Linha do Oeste e ler as Crónicas Marginais que lá publiquei durante anos...), mas, sobretudo, permitam que realce a figura de Manuel Luís Pata, um exemplo de perseverança, que tem uma luta de anos e anos a bater-se por aquilo que considera que deveria ter sido feito e não foi, pelo verdadeiro desenvolvimento do porto e barra da Figueira da Foz. Sei do que falo, pois tenho em meu poder uma compilação muito completa do trabalho deste Homem, que, no entanto, é apenas um resumo dum enorme trabalho e duma luta voluntarista e incompreendida, no decorrer de anos e anos!..
Cavaco Silva, Santana Lopes, Duarte Silva, João Cravinho, Narciso Miranda, entre muitos outros, sabem do que estou a falar...
Curiosamente, hoje no jornal As Beiras, está este texto que aponta no sentido da necessidade de um cais comercial na zona sul.
Não é motivo de nenhuma satisfação pessoal, pois é triste verificar que os chamados “velhos do Restelo”, muitas vezes, têm razão antes do tempo!..
Neste caso e sobre este assunto, gostosamente sou dos que me auto incluo nessa categoria (quem tiver dúvidas, é só consultar a colecção do extinto Linha do Oeste e ler as Crónicas Marginais que lá publiquei durante anos...), mas, sobretudo, permitam que realce a figura de Manuel Luís Pata, um exemplo de perseverança, que tem uma luta de anos e anos a bater-se por aquilo que considera que deveria ter sido feito e não foi, pelo verdadeiro desenvolvimento do porto e barra da Figueira da Foz. Sei do que falo, pois tenho em meu poder uma compilação muito completa do trabalho deste Homem, que, no entanto, é apenas um resumo dum enorme trabalho e duma luta voluntarista e incompreendida, no decorrer de anos e anos!..
Cavaco Silva, Santana Lopes, Duarte Silva, João Cravinho, Narciso Miranda, entre muitos outros, sabem do que estou a falar...
Nos dias de hoje, penso que muita gente já compreendeu o erro fatal que foi para a Figueira o ter-se ignorado o projecto para a construção do Porto Oceânico elaborado pelo eng. Baldaque da Silva, que chegou a ser aprovado em 1914 na Assembleia de Deputados e dada luz verde para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu. Esse projecto, recorde-se, consistia na construção de um "paredão", a partir do Cabo Mondego em direcção a sul, o qual assentaria na rocha lá existente.
Em vez disso, optou-se nos anos sessenta do século passado, pela construção dos molhes que transformaram a Rainha das Praias de Portugal, a Praia da Claridade, na actual Praia da Calamidade.
Mais recentemente, avançou-se para o prolongamento do molhe norte, que ao contrário do que alguém disse há tempos, "não é a mãe de todas as obras", mas, oxalá esteja enganado, irá revelar-se, mais cedo do que tarde, a "obra madastra"...
Os especialistas é que o disseram, como pode ler-se no Jornal de Coimbra, no dia 29 de Março de 2000, na página 15: "é extremamente perigoso fazer qualquer prolongamento no molhe norte, porque isso iria provocar uma maior acumulação de areias a norte, enquanto que a sul o mar aumentaria a sua acção erosiva".
Alguém os ouviu?... Presumo que não, pois, sobre esta matéria, continuam a subsistir "muitas dúvidas e poucas certezas"...
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
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