Contudo, a Figueira não foi sempre assim. Muito menos, teria que ser assim.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 1 de maio de 2021
A degradação figueirense
Contudo, a Figueira não foi sempre assim. Muito menos, teria que ser assim.
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Recordar Joaquim Namorado...
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Humildade ("Humilde é a erva dos caminhos... Todos a pisam.") *
O CHEGA, irá apresentar-se nas próximas Autárquicas como uma alternativa válida, sólida e coerente ao executivo Socialista que governa o nosso Concelho desde 2009.
Iremos apresentar um programa autárquico diversificado, pretendendo implementar soluções que permitam melhorar substancialmente a vida dos munícipes e de todos aqueles que, apesar de não residirem, contribuem para o desenvolvimento social e económico do Concelho. O nosso programa irá incidir no vetor da economia e seu desenvolvimento, no vetor social, educacional,segurança, turístico e acima de tudo, na modernização do concelho, em especial das zonas deslocadas do chamado “Centro Urbano”.
O CHEGA acredita que irá superar a votação que obteve nas presidenciais, reforçando assim o seu papel de relevo no plano Politico-Partiidário."Querem ver que, esse grande socialista, que é o "nosso" Presidente da Câmara, vai acordar sobressaltado...
Sempre ouvi dizer que nunca se deve dormir à sombra da bandalheira…
Desculpem, da bananeira.
sábado, 2 de janeiro de 2021
Quando Carlos do Carmo foi silenciado e esteve 5 anos sem ir à televisão...
Carlos do Carmo esteve na Figueira para participar em 1983, na Festa de Homenagem que, por iniciativa do semanário barca nova, foi prestada a Joaquim Namorado.
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
domingo, 18 de outubro de 2020
Um contributo para a homenagem à "figueirense" Teresa Coimbra
«O Município da Figueira da Foz homenageou a figueirense Teresa Coimbra, antiga professora e deputada da Assembleia da República, com a Medalha de Mérito Técnico/Científico em Prata Dourada, numa cerimónia realizada no Auditório Municipal, na noite de sexta-feira.
"A homenagem que hoje tornamos pública é reflexo da consciência de todos de que o seu nome marca de forma indelével a vida do nosso concelho e, particularmente, da nossa cidade", começou por referir o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, destacando ainda que as áreas em que se envolveu, desde a "educação, a ciência, à política activa, passando pelo associativismo e pela ação social, atestam a sua versatilidade e a sua disponibilidade para abraçar as mais diversas causas".
O edil reforçou ainda, na sua intervenção, que são exemplos como o de Teresa Coimbra que devem inspirar a fazer "mais e melhor".»
Para quem tem a memória curta, recordo um desses exemplos dados pela Professora Teresa Coimbra, a que na devida altura, Maio de 2009, dei o devido destaque, como se pode comprovar, clicando aqui.
A política é uma actividade nobre. Para isso, porém, tem de ser objectiva. A acção dos partidos políticos, entidades congregadoras de vontades e portadoras de projectos de sociedade, por natureza contraditórios entre si, é fundamental.
Nos últimos tempos, na Figueira e em Portugal, a actividade partidária tem vindo a ser denegrida. Para além do simplismo de um discurso de matriz populista, no essencial mero exercício de lóbi, como espaço para o carreirismo pessoal, para a concretização de algumas negociatas e para agendas que, muitas vezes, estão longe da prossecução do interesse público, que deveria ser o centro da sua actividade.
Esta forma de estar na política nada tem a ver com a minha antiga Professora Teresa Coimbra. A melhor homenagem que poderia ser feita a antigos políticos e "figueirenses" ilustres como Teresa Coimbra, Luís de Melo Biscaia, Mário Neto, Abel Machado, Joaquim Namorado, Gilberto Vasco, entre outros, era começar uma verdadeira regeneração do sistema partidário na Figueira.
Como escreveu um dia António Augusto Menano, outro ilustre figueirense e antigo político, "a amizade vive sempre no coração e a eternidade também é termos vivido de acordo com a nossa consciência."
Todavia, uma coisa nunca pode ser esquecida: sem os partidos políticos, estes ou outros, não há democracia.
Por último fica o agradecimento pelo convite para estar presente na cerimónia de homenagem à Professora Teresa Coimbra. Não compareci por razões do meu foro pessoal, que expliquei a quem tinha de explicar.
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
"Como todos os pobres não tenho férias. Nunca tive. Não conheço locais longínquos e mais ou menos paradisíacos ou exóticos. ”Nunca lá estive”, como escreveu Joaquim Namorado a propósito dos mares do sul. Contudo, como também não sou inteligente, como Luis Buñuel, tenho muita imaginação"...
sábado, 25 de julho de 2020
CÓDIGO
é proibido ser burro.
Parágrafo primeiro e único:
está revogada toda a legislação em contrário.
Joaquim Namorado
terça-feira, 14 de julho de 2020
INSPIRAÇÃO
criam rugas os espelhos
que elas
são sempre belas
como nunca foram.
Joaquim Namorado
sábado, 4 de julho de 2020
"Eu e tu: milhões!"...
Joaquim Namorado |
Nunca fui, não sou e posso dizer que nunca serei, pessoa de vinganças.
Todavia, sou de lembranças.
Todos os nomes são bonitos. Dora (diminutivo de Dorati), que é o nome da minha Mãe, é o nome mais belo que conheço. Quem o escolheu, fê-lo com carinho.
Quando alguém insulta a pessoa que mais amamos na vida, ainda por cima depois dela já não ser desta vida, sentimos algo que nunca tínhamos sentido antes: que há coisas para as quais não há perdão.
Conheci pessoas que encerraram blogues com um argumento simples: tenho uma vida. Que eu saiba, uma vida temos todos. Alguns, porém, conseguem apenas o esboço de um projecto...
OUTRA MARGEM, anda por aqui, com regularidade, desde 2006. Seria estultícia da minha parte, não reconhecer que, isto, já é um vício. Faz, como qualquer outro, parte da minha vida, com quem gosto de conviver de modo limpo, mesmo que, por vezes, utilize o vernáculo.
Conheci alguns que encerraram blogues. Partiram e nunca mais dei conta deles. As partidas são incertas. No mínimo, menos certas que o regresso.
quarta-feira, 1 de julho de 2020
A IMAGEM DO HOMEM NUM ESPELHO, EM HIROSHIMA
Nesta fotografia, de 29 de janeiro de 1983, da esquerda para direita, estou eu, o Dr. Joaquim Namorado, o Pedro Biscaia, o Alexandre Campos e a minha filha Joana. |
Sempre o homem renasceu da sua morte
e do que nega fez a sua razão:
Nenhuma esperança será a derradeira
nenhuma desgraça é sem remédio
nenhum crime ficará impune
Jamais será vencido quem resiste.
Joaquim Namorado
Coimbra. 1977
terça-feira, 30 de junho de 2020
SOB UMA BANDEIRA, "UM CANTO DE LIVRES COMPROMISSOS"
“Sou natural de Alter do Chão, terra de cavalos, que é um privilégio num país de burros” - esclarecia Joaquim Namorado quando o julgavam beirão radicado em Coimbra.
Se fosse vivo completaria hoje 106 anos. Esta tarde, a sua filha Teresa Namorado teve a amabilidade de se deslocar ao Cabedelo para me oferecer o livro SOB UMA BANDEIRA, a reedição de obra poética de Joaquim Namorado, que ainda tem o cheiro caracterísco de uma obra acabada de sair do prelo.
Tal deferência deixou-me muito feliz. Desde há anos que a Comissão Promotora do Museu do Neo-Realismo vinha a fazer esforços no sentido de publicar este lvro, "dado o interesse da Associação pelo poeta, que foi um dos mais significativos do Neo-Realismo, um ensaísta de grande mérito e um dinamizador de uma das revistas mais importantes e de longa vida da história das publicações periódicas portuguesas, Vértice."
O Neo-Realismo cumpriu o papel de denúncia do sofrimento do povo português. Mostrou o papel que podem ter a arte e a cultura em geral na luta social e política. Não foi propriedade de ninguém, nem mesmo exclusivo de Portugal. Foi o contributo da cultura para apoiar o povo a que seus agentes pertenciam.
É neste contexto que a obra de Joaquim Namorado tem de ser vista: “um organizador colectivo, mais do que original; um poeta e um crítico de obra exígua; um militante que rebatia arte sobre a política e, em política, queria ser reconhecido pela sua ortodoxia”.
Desde 1983 que a Figueira prometeu dar o nome de Joaquim Namorado à toponímia figueirense, o que continua por cumprir. Joaquim Namorado também nunca se preocupou com "O CARUNCHO DO ETERNO". "Se nós não existíssimos/ Cervantes nunca seria imortal".
sexta-feira, 5 de junho de 2020
A cultura figueirense: de Joaquim Namorado a Mário Silva
Via Diário as Beiras |
«A Câmara de Cantanhede já fez o projeto para a futura Casa-Museu Mário Silva, no antigo posto da GNR da Tocha. O artista plástico, um dos mais relevantes portugueses do século XX, nasceu em Coimbra e residiu na Figueira da Foz grande parte da sua vida, até morrer, em setembro de 2016. O espaço será preenchido com obras que estão à guarda da Junta da Tocha desde a tempestade “Leslie”, em outubro de 2018. “Tiveram a amabilidade de acolher as obras que estavam debaixo do palco do CAE, sem as melhores condições. Entretanto, propuseram a ideia da casamuseu e eu aceitei. Na altura, falei com os autarcas de Coimbra e da Figueira da Foz, mas não deram uma resposta [conclusiva]”, contou o filho e homónimo do pintor ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Na reunião de Câmara da Figueira da Foz, esta semana, o vereador Miguel Babo alertou para a o projeto da Tocha, defendendo que o espólio de Mário Silva devia ficar na cidade. O presidente da autarquia, desde abril de 2019, Carlos Monteiro, admitindo que desconhecia o assunto, sugeriu que parte da obra do artista plástico fosse exposta no Museu Etnográfico de Lavos, freguesia onde o pintor residia. “O espaço é pequeno, mal vai dar para acolher a etnografia de Lavos, quanto mais uma exposição permanente de um pintor consagrado como era o meu pai”, reagiu Mário Silva, filho. “A obra devia ser exposta num espaço condigno da Figueira da Foz ou de Coimbra”, defendeu.»
A Figueira é uma cidade sem sorte com os políticos que escolhe, há muitos anos.
Em 2014, era vereador da cultura na Figueira António Taveres aconteceu um caso semelhante.
Depois de ter estado, desde janeiro de 1987, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, o espólio do dr. Joaquim Namorado (cerca de 600 livros, entre obras de Joaquim Namorado e primeiras edições) rumou, em finais do mês de outubro de 2014, a um local onde foi tratado com a dignidade que merece: o Museu do Neo Realismo, em Vila Franca de Xira.
Ainda sobre Joaquim Namorado, recorde-se que «chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro».
Na altura, destaquei a intenção de António Tavares e da comissão de toponímia, de pretender dar o nome de Joaquim Namorado à toponímia figueirense. Até porque o caso já se arrasta há 37 anos: desde 1983.
Recordo que "Joaquim Namorado, tinha um estilo muito próprio, amiúde "provocador", por vezes (para alguns) insuportável, escondia um homem não só muito inteligente, como muito humano e sensível. E a sua gritada ortodoxia, que as mais das vezes era outra forma de provocação (numa entrevista ao Expresso, após o 25 de Abril, até se declarou "estalinista"...), não tinha correspondência com a realidade: era desalinhado e incómodo, tanto ou por vezes tão surpreendentemente que talvez por isso não tenha, que eu saiba, desempenhado ou sequer sido convidado para qualquer relevante cargo público ou partidário."
Sacado daqui, com a devida e necessária vénia. |
terça-feira, 19 de maio de 2020
Lobismo
O sistema nunca esteve tão forte, como agora. O presidente da junta de Buarcos e São Julião é o hábil autarca de luxo do modelo socialista no poder. Os média locais ajudam este poder a fazer lobby. É uma estratégia simples e inteligente. Interessa é influenciar. Neste caso ostensivamente.
Apesar do termo lobby, no Brasil, estar conotado a troca de favores, na Figueira é diferente: isto não passa de um grupo minimamente organizado, a exercer dentro dos limites da lei e da ética, o direito ao lobby, tendo por objectivo ser escutado pelos Paços do Município figueirense. É assim que as coisas se fazem, como diria o meu saudoso Amigo Joaquim Namorado.
quinta-feira, 12 de março de 2020
Vale a pena ler
Sobre o Coronavírus e sobre nós
"Manuel Luís Goucha e o marido partilharam alguns vídeos da sua viagem à Áustria e (creio) a Londres. Em dois curtos registos brincaram com o Coronavírus – num caso “gozando” com os chineses e no outro com um homem que adormecera no avião.
Os quatro “acontecimentos” estão mais ligados do que parecem.
O Coronavírus está para durar. Nos próximos dias, com alta probabilidade, os números dispararão. Todos estamos em risco. Não é virtual. Há milhares de pessoas que morreram e muitas mais irão morrer. Provavelmente gente das nossas famílias, amigos, conhecidos, ídolos. Não é uma coisa virtual, está a acontecer. Temos de nos preparar. Mas temos também, muitos de nós, de tirar as nossas máscaras de atores. Ser capazes de viver a vida real e não folhetins televisivos onde, em troca da nossa presença/audiência, oferecemos a nossa alma.
Excelente o papel de Rodrigo Guedes de Carvalho, na SIC. E incrível o protagonismo de Jorge Torgal, do Conselho Nacional de Saúde Pública. A mesma pessoa que há três semanas defendeu que o Coronavírus era igual a qualquer gripe, o que tornava ridícula a excitação das pessoas, foi o mesmo que anunciou que não há qualquer razão para o governo fechar as escolas. Haja paciência."
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
"É assim que as coisas se fazem"...
Imagem via Dez & 10 |
"Já então gostava de se dar bem com toda a gente".
Abro aqui um parêntesis, para recordar que, em finais de Outubro de 2009, depois de uma pacífica tomada de posse do novo executivo camarário, Luís Tovim (PS) tomou assento na presidência da sessão de eleição da mesa da Assembleia Municipal, que o PS ganhou nas urnas. Mas a lei determina que o presidente da Assembleia Municipal é eleito pelos seus pares (18 presidentes de Junta, por inerência, e 27 deputados eleitos). Na votação, secreta, a lista proposta pelo PSD obteve 20 votos, enquanto a do PS se ficou pelos 17 e a do Movimento Figueira 100% não foi além dos cinco - o mesmo número de deputados que elegeu para aquele órgão municipal deliberativo. Houve ainda dois votos brancos. Democracia é um termo Grego que quer dizer poder do povo. O desencanto com a política na Figueira é de muitos figueirenses. Infelizmente, não é só do blogger. A democracia que temos no concelho, que é aquela que eu conheço melhor, é tudo menos isso. Já em 2009, existiam "entropias" e os chamados "golpes de mão". Fechado o parêntesis, vamos ao que interessa.
domingo, 30 de junho de 2019
Via João Pedrosa Russo
Sacado daqui, com a devida e necessária vénia. |
Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e a consciência cívica...
Na Figueira, sempre foi proibido questionar convenções.Quem o faz, é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.
Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
Joaquim Namorado: “Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”
Joaquim Namorado licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Exerceu durante dezenas de anos o professorado no ensino particular, já que o ensino oficial, durante o fascismo, lhe esteve vedado.
Doutor (foi assim que sempre o tratei) - também sou um Homem coberto de dívidas.
Consigo e com o Zé, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor!
Mas, para Companheiros do barca nova nada há agradecer...
A luta por uma outra maré continua!..
Até sempre e parabéns pelos 105 anos, meu caro Doutor Joaquim Namorado.
quarta-feira, 19 de junho de 2019
Como diria Joaquim Namorado: "é assim que as coisas se fazem"...
Via Figueira na Hora
Na reunião de Câmara do dia 19, o executivo camarário propõe a atribuição da Medalha da Cidade da Figueira da Foz a Lídio Lopes, concedendo-lhe o título de «Cidadão Honorário da Figueira da Foz».Nesta reunião será ainda aprovada a proposta de atribuição da Medalha de Mérito Cultural em Prata Dourada a João Aurélio Sansão Coelho.
Nota de rodapé, sacada daqui.
Março de 2019... foi “um homem de partido” e agora é “um homem de liberdade de opinião”.
“Posso estar em condições de poder apoiar quem quer que seja”. Está “disponível para ouvir e apoiar uma candidatura do PS”.
Se Carlos Monteiro vier a ser candidato do PS à câmara, Lídio Lopes não rejeitou a possibilidade de apoiá-lo.
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Mário Silva na Tocha...
Imagem via Diário de Coimbra |
Espólio do dr. Joaquim Namorado está desde o final do mês de outubro 2014 no Museu do Neo- Realismo em Vila Franca de Xira.
Não sei bem de que é feita uma memória. É comovente como os portugueses gostam sempre tanto das pessoas que morrem. Quando morrem, claro. Nesse instante e nas 48 horas que se seguem, amam-nas profundamente, admiram-nas incondicionalmente, choram-nas sentidamente e enumeram, com orgulho, as vezes em que respiraram o mesmo ar. A morte de uns é, muitas vezes, a grande oportunidade para a vaidade de outros. A hipocrisia, em Portugal, continua a comover-me até às entranhas.sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Claro que esta crónica não foi a propósito da homenagem a Mário Soares. O Poeta sabia que «as coisas são provisórias»...
Nota de rodapé.
Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória.
Joaquim Namorado continua presente na minha e na memória de mais alguns. É uma memória de que tenho orgulho.
Doutor: consigo e com o Zé, aprendi mais do que na escola.
Foram esses ensinamentos que deram sentido à minha vida, onde cabem a maneira de encarar o trabalho, a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor, a cultura e a palavra!