Olivença “é portuguesa”, o que está estabelecido por tratado. Para Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional, “não se abdica” dos “direitos quando são justos”.
domingo, 15 de setembro de 2024
A anedota da semana que passou
Olivença “é portuguesa”, o que está estabelecido por tratado. Para Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional, “não se abdica” dos “direitos quando são justos”.
sábado, 14 de setembro de 2024
A galinha dos ovos de ouro
Entretanto, no início deste mês, recuou para ‘em curso’.
A demagogia eleitoralista do Chega até já os patrões preocupa: CAP e Confederação do Turismo alertaram para falta de mão de obra e papel central dos imigrantes
O alerta foi dado pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, durante as jornadas parlamentares do Chega, em Castelo Branco — com a proposta de referendo à imigração do partido em cima da mesa —, tentando fazer ver aos 50 deputados que só os imigrantes podem resolver a falta de mão de obra em sectores como a agricultura, turismo, pescas e construção. “Tentei dar uma palavra para que o deputado Filipe Melo entendesse. Espero que tenham percebido”, disse ao Expresso o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros.
"Nem mais um" imigrante, gritou-se num comício do Chega |
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Um aforismo de Nietzsche
A tradução de Auden é melhor: “Até a pessoa que se despreza a si próprio se congratula, mesmo assim, como auto-desprezador.”
É um bom exercício ir mexendo neste aforismo, tentando trazê-lo para a língua portuguesa, como se tivesse sido escrito em português. “Autodesprezador”, por exemplo, é feio, não é português.
Para traduzir bem, é preciso apanhar a ideia. A ideia, pelo menos para mim, é que muitas vezes somos surpreendidos pela vaidade de quem se odeia, pela facilidade com que se ofende uma pessoa especializada em deitar-se abaixo.
E está certo. A pessoa implacável consigo mesma tem o direito de se congratular por ser impiedoso. Ou, pelo menos, de se respeitar por não se iludir, por não cair na tentação de ser caridoso quando se contempla.
Toda a gente — eu diria, todos os bichos — precisa de dignidade. Na pessoa que se confronta a si própria, que expõe todos os defeitos e tem a coragem de os lamentar e desprezar completamente, resta a consolação de ter sido capaz de o fazer, de ter tido a independência e a presença de espírito necessárias para a demolição de si próprio.
A dignidade dele, a vaidade dele, é como a bola pesada que deita o prédio abaixo: quando só restam ruínas, a bola continua a balançar, quase feliz. É o aforismo 78 do capítulo de epigramas do Para Além do Bem e do Mal. O aforismo 79 é este: “Uma alma que sabe que é amada, mas não ama, expõe o seu sedimento: o que lhe está no fundo sobe à superfície.” Nietzsche é o mais treslido de todos os filósofos, por ser tão fácil de ler e de apropriar. O melhor que podemos fazer é traduzi-lo e retraduzi-lo, e comparar traduções, à procura do que isso nos diz sobre os tradutores. É a maior ambição que um escritor pode ter: ser sempre mal interpretado, para manter o “sempre” das más interpretações.»
A política são opções
Via Expresso
Miguel Sousa Tavares
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Na reentre, mais do mesmo na política figueirense...
Aliás, penso ser esta a posição maioritária do figueirense comum.
Em Setembro de 2024, um leigo político como eu, não consegue ver vida política na Figueira, muito menos vida partidária, oposição - muito menos ainda líder da oposição.
Politicamente falando, em Setembro de 2024, a Figueira tem a situação - que o mesmo é dizer: Pedro Santana Lopes.
O resto são inutilidades avulsas que não sabem o que fazer.
A oposição sombra, acaba na sombra: as caras são poucas, os porta-vozes são ineficazes e as venerandas figuras não têm disponibilidade para criticar o executivo.
Num concelho relativamente pequeno, onde as oportunidades não abundam, a sociedade civil (esse sonho de todos os conspiradores, renovadores e revolucionários) prefere ter boas relações com o poder, a dar apoio explícito a uma oposição que tem apenas a oferecer um futuro longínquo, portanto, pouco aliciante no imediato.
O resto, as diferenças ideológicas e as alternativas políticas, não existe.
Por conseguinte, as saídas são redutoras. Não esquecer que, em 50 anos de regime democrático, por escolha do Povo, vivemos num concelho governado quase sempre pelo PS e por Santana Lopes.
O eleitorado é conservador e não está disponível para grandes transformações.
O normal, por cá, é um discurso político cuidadoso, que não perturbe, assuste, nem comprometa o status, que é aquilo que rende votos no eleitorado do centro.
Para não ir mais longe, recordo que foi assim que João Ataíde ganhou.
Porém, a reentre política, em 2024, na Figueira, tem sido acidentada.
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Padre não quer obedecer à ordem do bispo
«O pároco de Dornes, Areias, Bêco, Chãos e Paio Mendes, em Ferreira do Zêzere, não aceita a transferência ordenada pelo bispo de Coimbra e garante que não tenciona mudar e tomar posse de novas paróquias para onde a diocese indicara. O padre Manuel Vaz Patto, de 24 anos, recusa ser transferido para as novas paróquias em Oliveira do Hospital, contrariando a ordem de Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, num comunicado tornado público nas redes sociais. “Estando ainda por acabar o meu mandato e pelo respeito que me merece a ligação sacerdotal que me une a todos os meus paroquianos das minhas atuais paróquias, sempre recusei a proposta de transferência, desde que me foi feita pela diocese, não fazendo tenção de me mudar e tomar posse de novas paróquias”, afirmou Vaz Patto. O sacerdote é conhecido pelas suas posições tradicionalistas e é contra, entre outros rituais, a comunhão na mão.»
O mirandês
«Hoje, já na terceira década do século XXI, ensina-se mirandês nas escolas do concelho (com uma adesão esmagadora por parte dos estudantes), já há traduções de clássicos da literatura para mirandês, dos “Lusíadas” ao “Principezinho”, há bandas de dimensão nacional que cantam em mirandês como os Galandum Galundaina, há uma consciência cultural e política de que é preciso valorizar o mirandês como um património comum, mas apesar disso tudo, a língua está em perigo. Nas últimas sete décadas, o planalto mirandês perdeu metade da sua gente. O advento dos meios de comunicação em massa disseminou o uso da língua portuguesa nos quotidianos e a transmissão intrafamiliar do mirandês foi enfraquecendo. Nunca, como hoje, o mirandês esteve em risco de extinguir-se e é irónico que nem a proibição ativa tenha sido tão eficaz na sua erosão. É irónico que no momento em que há mais registos escritos e documentação sobre a língua haja cada vez menos falantes. Como é irónico que as autoridades, municipais e nacionais, demonstrem as suas teóricas boas intenções, ano após ano, mas que tão pouco seja feito de concreto para salvar o mirandês.»