quinta-feira, 20 de junho de 2024

"... podemos muito mais do que imaginamos"...

José Saramago

Comandante do Porto da Figueira sublinha "investimento da autarquia na aquisição de meios complementares de assistência a banhistas"

 Via Diário as Beiras


"Gritos, insultos e falsidades do Chega marcam debate sobre migrações"...

 Via Diário de Notícias


Escutas

António Fernando Nabais

«Era uma vez um primeiro-ministro muito fraquinho a que chamavam socialista e que ficou muito aborrecido por ter conseguido uma maioria absoluta, quando estava desejoso de ir para a Europa, essa região distante de Portugal, não em quilómetros mas em euros.

Era uma vez um presidente da República que vivia obcecado com a popularidade, tão carregado de opiniões, que se tornou incontinente, desejoso de estar dos dois lados da política, comentador-político ou político-comentador. Este mesmo presidente da República tinha sido constitucionalista e declarou, apesar disso, que a demissão do primeiro-ministro implicaria a queda do governo, com base num argumento próprio de um comentador e impróprio de um constitucionalista.

Era uma vez uma investigação inconsistente que deu ao primeiro-ministro a oportunidade de se demitir em direcção à Europa, demissão aproveitada pelo presidente que deu ouvidos ao comentador e ignorou completamente o constitucionalista, que uma pessoa não é obrigada a ouvir as vozes todas que tem dentro de si.

Pelo meio, um antigo ministro, que já tinha procurado emprego como comentador, voltou muito depressa à política para ser primeiro-ministro e acabou na oposição e um antigo chefe parlamentar que estava na oposição chegou a primeiro-ministro.

No ano em que o 25 de Abril comemora cinquenta anos, cinquenta amantes do 24 de Abril chafurdam na Assembleia da República.

Continuemos à escuta

V Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camões

O Município da Figueira da Foz promove, hoje, pelas 21H30, na Biblioteca Pública Municipal Pedro FernandesTomás, um encontro com Rita Marnoto, estudiosa da obra do Poeta, docente universitária e comissária das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camões. A sessão, com entrada livre, tem moderação de Teresa Carvalho, professora e crítica literária, e conta com a colaboração do Grupo Experimental Pateo das Galinhas.

... nesta hora de pasmaceira figueirense/figueirinhas que atravessamos


A imagem de uma pescadinha com o rabo na boca, não ilustra apenas o que é a Figueira em Junho de 2024, é, também, uma expressão muito portuguesa usada para definir uma situação sem saída... 

terça-feira, 18 de junho de 2024

Já foram apresentadas candidaturas: Figueira quer 80 milhões para habitação, educação e saúde

 Via Diário as Beiras

António Costa a colher o fruto... (2)

"...vai ganhar 31 mil euros por mês no Conselho Europeu"

Portugal, "o país dos silêncios"


Estive ontem algumas horas a ouvir e a ver, via Canal Parlamento, a audição do antigo secretário de Estado Lacerda Sales, na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas.

Sabemos que o PSD e o PS não queriam o assunto discutido na A.R. através de Comissão de Inquérito. Procuraram impedi-la, mas o Chega impôs a sua realização.

"O meu estatuto de arguido confere-me o direito de me manter em silêncio para não me autoincriminar", clarificou logo Lacerda Sales na comissão parlamentar de inquérito.

Há direitos não questionáveis e há silêncios ensurdecedores. 

Foi o caso de ontem. Penso que não existirá um único português com dúvidas quanto à origem da cunha que permitiu a tramitação do processo de nacionalidade, marcação de consulta urgente e aprovação imediata da administração do medicamento, tudo em tempo recorde. 

E também já percebemos todos (ou quase todos), à semelhança da alteração do voo TAP, que era prática política nos gabinetes dos Secretários de Estado, agradar a Sua Excelência, o que terá acontecido também neste caso.

O Tribunal Constitucional já limitara os danos políticos, o MP veio agora garantir que os arguidos podem ficar em silêncio, esvaziando a Comissão Parlamentar de Inquérito e conhecendo os prazos de actuação da Justiça portuguesa, este caso será atirado para as calendas.

A Comissão de Inquérito poderia ter terminado ontem, pois o que dali vai sair já está mais do que esclarecido na opinião pública.

Quem conhece um pouco de história italiana (nem precisa de ser intelectual), sabe que o padrinho nem precisava dar uma ordem: bastava uma manifestação da vontade para que alguém se prestasse a satisfazê-la... 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Espuma dos dias… sobre a Europa em tempo de eleições

“A Alemanha na Europa 2024 – Da hegemonia relutante ao vazio político”

«Hoje, perante a indiferença, o conformismo e a complacência, e em muitos casos a promoção nazi-fascista, por parte dos grandes e pequenos poderes políticos e de uma boa porção da sociedade civil, interrogo-me:

ao fazer algum tipo de analogia entre a criação deste transe coletivo, quase irracional, que se está a viver e que se vê crescer de forma assustadora, e o transe colectivo que levou Hitler ao poder, não estará a Europa a ser como o pobre animal deste quadro, que cegamente e ingenuamente julga caminhar em direção à luz quando, na verdade, caminha para a morte?” (período por mim adaptado, partindo de um texto de Adão Cruz)

 

Não se pense porém que o problema que atravessamos resulta da má política do país A ou B ou C, não é isso, o problema fulcral é o modelo neoliberal que estrutura toda a Europa e desde há décadas. A União Europeia está toda ela como está, ou seja, em franca decomposição, e o texto de Tooze reflete essa mesma realidade crua e dura. Olhando para fora da União Europeia, vejamos  o que nos diz um importante Conservador britânico, Victor Hill, sobre o que se na passa no Reino Unido:

Há poucas hipóteses de os serviços públicos britânicos melhorarem consideravelmente até ao final do outono. As listas de espera do Serviço Nacional de Saúde (NHS) continuam a ser de quase 7,5 milhões de pessoas; e a polícia foi aconselhada a não prender criminosos porque as nossas prisões estão literalmente cheias. Prevalece uma sensação de deriva e de declínio, com poucas expectativas de que um governo trabalhista seja capaz de inverter a situação. De facto, há muitos indícios de que o povo  britânico não está particularmente encantado com o Partido Trabalhista de Sir Keir Starmer, enquanto despreza os Conservadores. Em termos eleitorais, é o oposto do MasterChef. Os eleitores são convidados a provar não o prato mais delicioso da ementa, mas o menos revoltante. (Victor HillAs eleições gerais no Reino Unido foram muito mal planeadas , 31 de maio de  2024)

Se adicionarmos  aos problemas resultantes de um modelo (des)estruturante, o modelo provadamente falhado da União Europeia e desde há décadas, a incompetência que grassa por todos os escalões profissionais e políticos de qualquer um dos países na Europa, a começar por Portugal, percebemos que a situação está a ficar explosiva. O caricato é-me dado hoje por um canal televisivo, questionando Bugalho quanto à sua ambição de querer ser ou não, primeiro-ministro no futuro. A lembrar Kafka, o seu conto que, salvo erro, se chama O homem do leme. Até onde descemos na espiral da ignorância e da estupidez em que até se coloca a hipótese de alguém que tendo o paleio de um fala-barato ou de um troca-tintas possa, por isso mesmo, chegar a primeiro-ministro!» 

Júlio Mota

Pelo nosso hospital: projeto-piloto testado na Figueira da Foz estendeu-se, entretanto, a outros hospitais do país...

 Via Diário as Beiras

Cerca de 1600 participantes na primeira edição da Corrrida Mais Bonita de Portugal

 Via Diário as Beiras

António Costa a colher o fruto...

"As negociações para os 'top jobs' em Bruxelas arrancam esta noite, num jantar entre os 27 líderes. Com apoio de Sánchez e Scholz, Costa deverá ser o nome apontado para a presidência do Conselho." (ECO)
"António Costa sempre interpretou com mão de ferro todos os diktats do “consenso” europeu que deixaram o país como deixaram, nada funciona, e chegou a hora de receber o prémio “prestígio” por todos os sacrifícios que foi impondo com mestria ímpar a um povo que a ele se vergou. A recompensa da escolha para o cargo enchê-lo-á de prestígio. A si e aos olhos de quem ignora que a Europa afunda num descontentamento popular vertido numa onda de extrema-direita que cresce e se multiplica por toda a parte.
Será mesmo de ainda mais daquele “consenso” o que a Europa necessita? Teria imenso orgulho que fosse um português a lançar as sementes da mudança e da esperança num futuro melhor para todos os europeus e para todos os portugueses. Aquele consenso precisa de ser quebrado. E Costa não será o homem que irá sequer tentá-lo. O seu prestígio, incomparavelmente mais importante, nunca permitiria dar-se a tais luxos. Isto se a vontade que a sua costela consensualmente de esquerda objectivamente não tem o empurrasse para aí. É o empurras."

Ventura: de "motor" a "factor de risco"...

Via Diário de Notícias

Responsável pelo programa económico do Chega nas legislativas de 2022 diz que o líder e fundador “é agora o maior factor de risco para a implosão do partido”. Acusa-o de “não dar protagonismo a ninguém” e promover “desorientação ideológica”.

domingo, 16 de junho de 2024

Os bufos de esquerda são tão irritantes como os beatos de direita

Luís Osório

«A democracia, com os seus mecanismos de regulação, existe para que nos possamos proteger de nós próprios. Se não existisse regulação matávamo-nos uns aos outros – em todas as formas. Sou de esquerda. Por acreditar na Igualdade, tanto como acredito na Liberdade – quando a esquerda prescindir de trabalhar para que todos os cidadãos possam ter igualdade de oportunidades, quando a esquerda abdicar de proteger os mais frágeis, então não haverá esquerda.

Não estará tudo perdido, mas sinto-me perdido. Não sei a que lugar pertenço. Antes era-me fácil: se entrasse num lugar com duas grandes mesas, uma com gente de direita e outra de esquerda, não hesitaria na mesa. 

Mas agora a mesa da esquerda é muito mais híbrida. 

Tem gente que aponta o dedo como os inquisidores, gente que persegue, que exclui, moralistas de merda. 

O problema dos radicais de esquerda é que não se distinguem dos radicais de direita. Uns porque são beatos, os outros porque são bufos. Uns porque são contra a liberdade por defeito, outros porque são contra a liberdade por excesso. 

Não gosto de uns e não gosto de outros. Seria perseguido por uns e seria perseguido pelos outros. Mas os de esquerda preocupam-me mais neste momento. Porque vêm da minha família ideológica e porque à força de uma pureza de costumes, tão próxima da Inquisição, vão ajudando a sedimentar um populismo que tanto criticam. Ao ouvir tantos gritos e tanto histerismo receio que um dia tenha de fugir para algum lado pois não pertencerei a lado algum.»

Canal Now...

João Miguel Tavares, via jornal Público

«Com a eleição do comentador Marcelo, o conceito de político activo e inactivo tornou-se cada vez mais fluido, e nas últimas legislativas tivemos Marques Mendes e Paulo Portas a fazer campanha pela AD durante a semana e a comentar em canal aberto ao fim-de-semana. De seguida, vimos o jornalista Sebastião Bugalho saltar directamente dos estúdios da SIC para cabeça de lista da AD — não me espantaria que um dia destes regressasse como comentador e eurodeputado

«... há certos tipos de milagre nos quais não acredito: as profissões de jornalista e de político nunca deixarão de ser divergentes, conflituosas e incompatíveis enquanto o trabalho dos primeiros for vigiar a acção dos segundos. Convidar políticos para conselheiros de um canal de notícias faz tanto sentido quanto convidar directores de jornais para o Conselho de Ministros

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Não se esqueçam de ir aos lares que deverá haver por lá alguns para aproveitar...

«Os professores que cheguem à idade da reforma e queiram continuar a dar aulas vão ganhar até mais 750 euros brutos por mês acima da sua remuneração. E, caso não estejam no 10.º e último escalão da carreira, vão poder recuperar parte do tempo de serviço que têm congelado, o que o Ministério da Educação vê, em resposta ao PÚBLICO, como um “incentivo” para que consigam “atingir esse patamar”. Esta é uma das medidas de um pacote que foi apresentado ontem pelo ministro, Fernando Alexandre, para conter o “problema mais grave da escola pública”: a falta de professores. A remuneração extra dos até 750 euros para estes professores à beira da reforma será uma medida transversal e entrará em vigor em 2025. Segundo as contas do Ministério da Educação, havia, no final de Maio, 2002 professores a dar aulas com idades entre os 67 e os 71 anos. A medida, porém, deverá abranger 1000 docentes e custar nove milhões de euros por ano. É a medida mais cara deste plano que, no total, custará cerca de 20 milhões de euros. O Governo quer ainda responder à falta de professores, contratando os docentes que já se aposentaram. Mas isso será apenas para os nove grupos de recrutamento mais deficitários (Educação Pré-Escolar, Matemática e Ciências da Natureza, Português, Inglês, Filosofia, Geografia, Matemática, Física e Química, Informática) e em territórios onde o Ministério da Educação identifica as maiores carências de professores. Para estes docentes, que já saíram do sistema de ensino, o Governo acena com uma remuneração extra equivalente ao índice 167, que corresponde ao 1.º escalão da carreira e a 1657,53 euros brutos. A previsão do executivo é que possam ser contratados 200 docentes e que esta medida tenha um impacto de três milhões. “Temos muitos alunos que estão muito tempo sem aulas a muitas disciplinas. Adicionalmente, este grave problema afecta sobretudo as famílias que provêm de contextos mais desfavorecidos, o que põe em causa a igualdade de oportunidades no acesso a um ensino de qualidade”, notou Fernando Alexandre.»