Via Diário as Beiras
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Nota de rodapé.
Via Diário de Notícias
«...um discurso à hora dos telejornais em que o presidente do PSD apresentou prioridades dirigidas a pensionistas e a professores contrastaria com a presença de Pedro Passos Coelho caso tivesse sido o mais recente primeiro-ministro social-democrata a surgir de surpresa no encerramento do 41.º Congresso do PSD, há dúvidas sobre se a mudança da principal referência nas opções políticas de Luís Montenegro garantirá ou não bons resultados.
Reconhecendo o descolamento em relação a Passos Coelho, André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, adverte que as mensagens de Luís Montenegro para recuperar "segmentos de eleitores que o PSD perceciona ter perdido" poderão constituir "uma jogada de alto risco". "Arrisca-se a perder votos à direita por fazer estas promessas aos professores e aos pensionistas. E tenho dúvidas de que os ganhos nos funcionários públicos e nos pensionistas compensem", refere, identificando dois grandes riscos: as medidas poderem serem vistas como "desespero por já não saber o que fazer em vez de ter uma estratégia consolidada" para que o PSD aumente intenções de voto que se mantêm contidas, apesar da demissão de António Costa, na sequência da Operação Influencer, e o "risco de tudo isto parecer postiço" quando o PS "abandonou a imagem de completa irresponsabilidade orçamental"que teve com José Sócrates".»
Via Delito de Opinião
"Membro do partido do poder, Davyd Arakhamia participou nas negociações com os russos no início da guerra. Este importante dirigente de Kiev veio agora reconhecer em público que havia um acordo que previa paz em troca de neutralidade, mas Kiev recuou, após pressões do PM britânico, Boris Johnson. O que queriam os russos? A garantia de que a Ucrânia não entraria na NATO. Isto aconteceu em Março de 2022, era conhecido, mas foi agora explicado na própria televisão ucraniana. Qual era então a soberania dos ucranianos? Nenhuma, mas o apoio europeu baseou-se no argumento de que Kiev tem o direito de proteger a sua soberania. Milhares de mortos depois, a guerra está a correr mal: na frente, há centenas de baixas diárias e os soldados têm falta de munições. Há informações sobre motins, descontentamento, desvio de armas, corrupção em larga escala, grandes dificuldades em vários locais. Sem opções, com um bloqueio de estradas na Polónia, o governo de Kiev tenta a fuga para a frente e está a recrutar mulheres, adolescentes e velhos. A estratégia ocidental de apoiar a Ucrânia por quanto tempo fosse necessário deu origem a uma tragédia com milhões de refugiados e ao colapso de um país que enfrenta a derrota iminente."
Imagem IA: Bing image creator
«Cara leitora, caro leitor:
Não me entusiasma minimamente esta discussão sobre o "centrismo" que anima por estes dias o PS. É o problema de já não ter 40 anos: já vi quase todos os protagonistas em todo o lado.
Quando eu era miúda, Jorge Sampaio era da esquerda do partido contra António Guterres, um espécime mais à direita. Embora, anos antes, os dois representassem – com Vítor Constâncio – uma ala mais à esquerda do que Mário Soares. Tanto foi assim que Luísa Melo, então mulher de António Guterres, apoiou a candidatura presidencial de Salgado Zenha contra Mário Soares, na época da ala direita. Guterres tinha que apoiar Soares por razões políticas, mas era, tal como a mulher, um fidelíssimo de Zenha.
Quando Mário Soares abandonou o partido havia um candidato da ala direita – Jaime Gama – que perdeu para os dois primeiros da "ala esquerda": Vítor Constâncio e Jorge Sampaio.
Quando foi o confronto Sampaio-Guterres, já Guterres era da ala direita, tendo ir buscar ao velho gamismo Armando Vara. Na sua equipa, tinha dois jovens considerados prodígios, António José Seguro e José Sócrates.
Na campanha de Jorge Sampaio ficou um seu delfim, o jovem António Costa – que tinha feito o estágio de advocacia no escritório que Sampaio partilhava com o seu tio. Havia mais "esquerdistas" com Sampaio: Alberto Martins, João Cravinho, Vera Jardim e Ferro Rodrigues.
Costa foi depois ministro de Guterres e, após o PS ganhar as eleições, acabou, nas reuniões do Conselho de Ministros, a fazer uma dupla de ministros azougados com o ainda jovem Sócrates, que vinha da ala direita. Os dois irritavam-se muito, contava-se na época, com a dificuldade de Guterres em decidir.
Quando Guterres se demite é preciso arranjar um candidato muito depressa. A coisa foi decidida em "petit comité". Era para ser o centrista Jaime Gama, a avançar, mas depois recua, e acaba a candidatar-se o esquerdista Ferro Rodrigues, que junta na sua direcção a esquerdista Ana Gomes, o esquerdista Paulo Pedroso, o jovem esquerdista (hoje eventualmente centrista) Pedro Adão e Silva.
Ferro Rodrigues viria a ser em 2015 o primeiro símbolo da geringonça – a maioria de esquerda do Parlamento elegeu-o seu presidente. Sem tomar posição nesta disputa interna, Ferro hoje está cheio de dúvidas sobre a solução da geringonça. "Quando hoje se põe dentro do PS como bandeira o ressuscitar dessa experiência, é conveniente que quem a queira ressuscitar faça um balanço da parte positiva e da parte negativa", disse esta semana ao Observador.
Voltando ao passado: quando Sócrates decide avançar em 2005, Costa apoia-o. É célebre o encontro em que Costa combinou com Sócrates que a sua geração não haveria de repetir a guerra fratricida entre Sampaio e Guterres em 1992. Manuel Alegre avançou contra Sócrates, representando a ala esquerda – um dos apoiantes de Alegre chamava-se Augusto Santos Silva, hoje um "centrista" que apoia José Luís Carneiro.
Quando o reinado de Sócrates chega ao fim, confrontam-se Francisco Assis e António José Seguro. Assis era um centrista que foi apoiado por quase todos os notáveis que tinham estado com Sócrates, incluindo o outrora esquerdista António Costa.
António José Seguro, que era da ala direita no tempo Guterres/Sampaio, passaria em 2011 para a ala esquerda contra o centrista Assis. Seguro tinha o apoio das federações exaustas com o socratismo e do dirigente federativo Pedro Nuno Santos (na época não tão notável assim), do notável esquerdista de sempre Alberto Martins e de um dirigente, então presidente da Câmara de Baião, chamado José Luís Carneiro. Em 2011, Pedro Nuno e Carneiro estavam os dois juntos na ala segurista.
Só que então aparece um esquerdista, António Costa, que já o tinha sido (com Sampaio), deixado de ser (apoiando Sócrates e Assis) e voltado a assumir o "esquerdismo" quando decidiu candidatar-se contra António José Seguro, transformado subitamente no "direitista" do PS – por ter aprovado o Tratado Orçamental, por exemplo.
Na entrevista que deu ao PÚBLICO, José Luís Carneiro diz que "a marca" de Pedro Nuno Santos "é o enclausuramento à esquerda". Enquanto isto, Pedro Nuno Santos – o negociador da geringonça – anda a esforçar por ser o mais branco possível sobre as suas relações com os partidos à esquerda. E se, enquanto comentador, defendia que o excedente orçamental servisse para pagar a médicos e professores, mal apresentou a candidatura deixou de explorar o assunto.
Pedro Nuno entrou no Largo do Rato para anunciar a candidatura de mão dada com Francisco Assis – que esteve contra a geringonça – e fez ontem um "número de campanha" a almoçar no Hospital de Santa Maria, alegadamente para debater propostas para a saúde com o presidente da SEDES, Álvaro Beleza, que esteve na direcção de António José Seguro. A SEDES é um think tank que defende propostas essencialmente de direita.
O problema é que tudo isto é fado. E o fado chama-se pertença à União Europeia, onde, como dizia há pouco tempo a constitucionalista Teresa Violante ao PÚBLICO, o eleitorado está condenado a escolher entre "um programa coca-cola e um programa pepsi-cola".
Alguém está a ver o PS, seja dirigido por Pedro Nuno Santos ou por José Luís Carneiro, a não cumprir qualquer compromisso europeu? A Europa só aceita políticas centristas (viu-se com o Syriza no poder na Grécia). Achar que vem aí a revolução com Pedro Nuno Santos é um argumento para "épater les bourgeois". Simplesmente, a revolução é impossível e o "esquerdista" acabará centrista como todos os membros da ala esquerda que o precederam.»
Soube-se, que a Polícia Judiciária "deteve 20 pessoas e realizou 60 buscas a entidades públicas e privadas, no âmbito de uma investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano".
Segundo a PJ, a Operação Gota D'água "tem por objeto a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas" destinadas a consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, captações, ribeiras, furos e poços, estando em causa crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documento agravado, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.
O laboratório envolvido nesta investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano é do distrito de Bragança e pretendia, com aquela alegada prática, ganhos económicos e corresponder aos pedidos dos clientes, adiantou a PJ/Vila Real. Segundo o “Notícias de Coimbra”, que cita o DN, a "entidade em causa é o Laboratório Regional de Trás-os-Montes, onde um dos gestores revela no Linkedin que é ”Member of the board” da Águas da Figueira, SA."
Segundo este jornal lisboeta "a gestão está a cargo de João Feliciano, que acumula com o cargo de CEO da AGS, Alexandre Vilarinho, que é igualmente vereador da Câmara de Macedo de Cavaleiros e presidente da Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, e ainda Francisco Morais."
No seu perfil no Linkedin Francico Morais confirma que é “manager do LRTM | Laboratório Regional de Trás-os-Montes e ” Member of the board” daÁguas da Figueira, SA, entre outros e outras.
A Água da Figueira é detida em partes iguais pela Aquapor - Serviços, S.A. e pela referida AGS - Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA.
“A atividade da Águas da Figueira começou em março de 1999, após a celebração do Contrato de Concessão dos Sistemas de Captação, Tratamento e Distribuição de Água e de Recolha, Transporte e Tratamento dos Efluentes do Concelho da Figueira da Foz”.
"Contactadas pelo Notícias de Coimbra, a Águas da Figueira S.A e a Câmara Municipal da Figueira da Foz não quiseram responder se foram alvo de buscas ou se foi detido ou constituído arguido algum dirigente ou funcionário no âmbito desta Operação Gota D´água.
Tendo em conta que o comunicado da PJ falava em buscas em Coimbra, o Notícias de Coimbra também questionou a AC – Águas de Coimbra EM e a Águas do Centro Litoral, empresas que descartaram o seu envolvimento na operação policial que marcou o dia informativo."