domingo, 5 de março de 2023

Basta, senhores Bispos!

José Mendes, via Diário de Notícias

«Não há outra forma de o dizer! A Conferência Episcopal Portuguesa e o Bispo José Ornelas devem estar a brincar com os portugueses. A conferência de imprensa de sexta-feira sobre os abusos sexuais sobre menores ficará na História como um dos pontos mais baixos, miseráveis mesmo, da Igreja em Portugal. A cúpula religiosa continua convencida de que, mais uma vez, o tempo funcionará como a esponja que absorve e apaga os seus pecados, como tantas vezes aconteceu no passado. Só que estes não são já os tempos da inquisição. Agora, a informação flui e a indignação não se abafa facilmente no perdão beato e gratuito.

Diz-se na política que há duas possibilidades para enfrentar um problema grave que se tornou público: ou se quer resolver a questão e se avançam com medidas musculadas e imediatas, ou se nomeia uma comissão de estudo para que tudo fique na mesma. Esta máxima tem, contudo, uma nuance: a comissão a nomear deve ser controlada pelo incumbente.

No caso dos abusos sexuais da Igreja, a Comissão Independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht chegou a conclusões e destapou a dimensão quantitativa de um fenómeno que se sabia existir há muitos anos. Nada ficou na mesma, pela simples razão de que a Comissão não era controlada pela Igreja. Os portugueses devem um agradecimento enorme e sentido a este grupo de pessoas, por se terem disponibilizado para uma tarefa de grande exigência, que executaram de forma competente e corajosa, nunca sucumbindo à tentação do protagonismo mediático.

Com a divulgação dos 512 casos validados - sublinho, validados - e a estimativa dos quase cinco mil abusos perpetrados ao longo das últimas décadas, que todos intuímos serem apenas a ponta do iceberg, a Igreja apressou-se a reagir. O que prometia ser uma boa notícia resultou num ultraje. A montanha pariu um rato, confirmando a estratégia de sempre: desproteger as vítimas em nome da salvaguarda da instituição Igreja Católica Apostólica Romana.

A conferência de imprensa da Conferência Episcopal foi um exercício cínico, onde sobrou em estratégia de sobrevivência o que faltou em responsabilização perante as vítimas.

Quando se esperava ação, a Igreja anuncia a criação de uma nova comissão - interna, porque a independente já fez o seu trabalho - para fazer diluir no tempo a investigação.

Quando se esperava o afastamento imediato dos padres, ainda no ativo, sinalizados pelas vítimas, sem prejuízo do seu direito à defesa, a Igreja recusa-se a fazê-lo e relativiza o valor das denúncias.

Quando se esperava o fim do encobrimento, a Igreja anuncia que vai remeter os casos para as Dioceses, devolvendo o assunto às teias locais de cumplicidades.

Quando se esperava a assunção de indemnizações às vítimas, a Igreja oferece um Memorial, como se não pudesse vender um par de edifícios, de entre os milhares que detém isentos de impostos, para compensar os abusados e as suas famílias.

Tenho ouvido em surdina que os abusadores sinalizados terão de ser protegidos, porque, se começam a falar, vão denunciar muitos outros, nomeadamente figuras na estrutura mais alta da hierarquia da Igreja. Terá de ser provado, mas não me surpreenderia.

Perante esta tragédia, que apelidei de "Holocausto escondido" numa outra crónica neste mesmo espaço, estranho o silêncio ensurdecedor da sociedade civil. Fazem-se manifestações contra tudo, mas a Igreja parece ter um escudo protetor. Até quando?»

PÚBLICO: 5 de Março, dia da edição especial do 33.º aniversário

"Vida ou morte — como sobreviver? Este é o mote da edição especial de aniversário, que se divide por dez temas. Ai Weiwei foi o director convidado."

"Montenegro sabe que mente, mas não hesita em insistir na mentira"...

Luís Montenegro: a cópia, o original e o comunismo

 

sábado, 4 de março de 2023

"Memórias de um tempo em que a sede de conhecimento era generalizada e as ofertas de recreio e lazer se circunscreviam, para uma larga maioria, às coletividades"

 Via Diário as Beiras

"Portugal na lista negra da fraude com fundos comunitários e IVA"

Quase 4 décadas depois da vinda dos primeiros fundos europeus, a Democarcia Portuguesa está melhor? Está melhor a qualidade jornalística? Está melhor a exigência ética publicamente assumida pelo público em geral?
Notícia de hoje via O Jornal Económico.
"A Procuradoria Europeia estima que terão sido causado danos de 2,9 mil milhões de euros só em 2022. 
O balanço da Procuradoria Europeia relativamente à fraude com fundos comunitários e IVA não traça um cenário favorável a Portugal. 
Avança o “Jornal de Notícias” este sábado que o mais recente relatório desta entidade europeia revela que, em 2022, foram abertas 23 investigações por uso ilegal de subsídios europeus e fraude ao IVA por parte de empresas sediadas ou a atuar em Portugal. 
Quanto aos fundos comunitários, os factos investigados estima que terão sido causado danos de 2,9 mil milhões de euros, de acordo com Procuradoria Europeia. Quanto à fraude ao IVA, existem um total de 26 processos pendentes e a Procuradoria Europeia estima que o Estado português tenha sido lesado em 861,9 milhões de euros."

"Enforca cães" e Cabedelo...

Via Diário as Beiras

...  “é mais uma situação em que há um erro de projeto que qualquer pessoa que conhecesse o local sabia que o que lá foi colocado não iria funcionar”. Outro dos “erros” apontados pelo autarca da FAP detetados em obras do anterior executivo camarário (PS) é a intervenção no Cabedelo. Manuel Domingues considerou que se trata de “um dos casos mais gritantes”.

65 anos depois da sua morte, Afonso Duarte o poeta da Ereira vai ser homenageado

Para ficar a conhecer melhor "Mestre Afonso Duarte", ver dois "documentários biográficos da autoria do escritor Manuel Alegre".

Afonso Duarte – Parte I

Afonso Duarte – Parte II

Via Diário as Beiras fica a informação sobre a homenagem de amanhã.

Semanário «O Mirante» entregou Prémio Personalidade do Ano Nacional a Santana Lopes

Foto via Município da Figueira da Foz


Casa cheia no passado dia 2  na entrega dos prémios Personalidade do Ano de O MIRANTE em Tomar
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Pedro Santana Lopes actual presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-presidente do PSD e antigo primeiro-ministro recebeu prémio Personalidade do Ano Nacional de O MIRANTE.

Na oportunidade Santana Lopes falou de forma divertida do ano de 2005, quando teve um desaire político.

sexta-feira, 3 de março de 2023

Cavaco Silva, em 1980, fixou o preços dos bens essenciais, para combater a inflação

"A inflação em Portugal atingiu no ano passado valores que não eram vistos no país há décadas, com uma média anual de 7,8%. 
Mas, para quem viveu em Portugal na segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80 do século passado, este valor é até modesto. Basta notar que entre 1977 e 1979 a inflação no país situou-se sempre acima dos 20%.
O Governo Sá Carneiro, com Cavaco Silva na pasta das Finanças, apresentou um pacote anti-inflação em fevereiro de 1980, pouco mais de um mês depois de entrar em funções.
Na noite de 9 de fevereiro desse ano, pouco mais de um mês depois de o Executivo ter tomado posse, Cavaco Silva fez uma comunicação ao país através da emissão da RTP - na época, canal único - apresentando as 15 medidas do pacote anti-inflação do Governo, aprovado nesse mesmo dia em conselho de ministros. E que iam desde a revalorização do escudo, até ao controlo de preços de bens essenciais e de consumo generalizado, passando por medidas na área laboral, nomeadamente para conter a subida dos salários.
O Expresso recorda as 15 medidas desse plano".

"O traçado começa a ser feito na próxima semana, disse Pedro Santana Lopes, referindo que sugeriu a “Estrada do Enforca Cães” que liga Buarcos à Murtinheira, com uma panorâmica do Cabo Mondego"...

 Via Notícias de Coimbra

«É um grande gesto do reitor Amílcar Falcão, o de incluir na sua equipa um pró-reitor só para o campus da Figueira da Foz»...

 Via Diário as Beiras

«Estória» antiga de "famílias políticas"...

Citação via Filipe Tourais

"Não é de agora, é o que sempre foi. PS e PSD põem-se sempre de acordo quando o que está em causa são os supremos interesses das clientelas que partilham.

Por que será que as rentabilidades de 14 por cento ao ano das PPP rodoviárias sobrevivem à alternância dos dois partidos no poder desde sempre, ou as rendas excessivas da energia que resultam nos tarifários mais rentáveis de toda a Europa, ou a legislação laboral da troika que tem o efeito de achatamento sobre os salários dos portugueses? Pois é. É o consenso, o querido consenso".
Vários analistas politicos têm sublinhado a convergência ideológica dos maiores partidos de governo em vários países europeus e em Portugal.
Os resultados revelam que PS e PSD tendem a estar mais próximos do que outros partidos europeus que também têm dominado os respetivos sistemas partidários, mas não se deteta uma aproximação. 
Existe, sobretudo, uma evolução em paralelo para a direita. E não é recente...

"A dose lampreia para uma pessoa custa 37,5 euros e para duas pessoas 70 euros. O sável custa, respetivamente, 13,5 euros e 27 euros"

 Via Diário as Beiras

Que vai fazer o PS figueirense? O partido, a nível distrital, gosta de corridas de "popós"...

Coimbra, segundo o seu presidente de câmara, José Manuel Silva, deixou escapar a Super Especial para a Figueira da Foz, por "falta de dinheiro para acolher a prova".

Tal facto, foi criticado pela vereadora do PS Regina Bento, considerando que se desperdiçaram “anos de trabalho” em torno do evento desportivo.

Na próxima reunião de câmara da Figueira, a realizar no dia 8 do corrente, para já, existe um forte motivo para estar atento: qual será a posição do PS figueirense?Imagem via Jornal Campeão das Províncias

Os estádios do Euro

O factor de medição de qualquer investimento público, é a qualidade do seu retorno. Se o investimento público, em projectos como a Expo 98 e o Euro 2004, fosse a solução, como se podia explicar o aumento da dívida pública portuguesa nos últimos anos?
É certo, que se o Estado não tivesse realizado a Expo 98 e o Euro 2004, o país poderia estar menos “visível” no exterior. Contudo, as finanças públicas estariam mais aliviadas...
Daí a pertinência desta crónica de Paulo Cardantas.

"Em Agosto do ano passado escrevi neste mesmo jornal, a propósito dos concertos dos Coldplay, que constituíam uma oportunidade para inverter o estado de degradação do Estádio Cidade de Coimbra. Meio ano depois, o tema Coldplay volta à agenda mediática face ao anúncio, pelo presidente da Câmara, José Manuel Silva, de que a Académica seria compensada – pela promotora – pela cedência do recinto. Caiu o carmo e a trindade, mas qual o espanto?

Para quem tem lapsos de memória, a gestão do Estádio Cidade de Coimbra foi entregue em 2004, pela Câmara então presidida por Carlos Encarnação, à Académica/OAF, por um período de 20 anos. O prazo deste acordo termina no ano que vem. Até lá, a Académica/OAF continua responsável pela manutenção do recinto – pagamento de luz, água, conservação do relvado, bancadas e outros espaços -, mas também recolhe a receita do arrendamento dos espaços comerciais que integram o estádio. Ou da cedência do mesmo para espectáculos musicais e outros eventos.

Mesmo desconhecendo os termos do protocolo de cedência, seria bizarro que agora a Câmara viesse reclamar uma compensação financeira à empresa que promove os concertos dos Coldplay. Bizarro e ilegal.

A inquietação generalizada que pulula por aí, sobretudo nas redes sociais, deveria centrar-se, isso sim, no facto de a Câmara, enquanto proprietária do equipamento, não ter imposto à Académica/OAF, ao longo dos anos (e não apenas com o actual Executivo), uma eficaz e regular manutenção do recinto. A degradação crescente estava à vista de todos – até dos frequentadores do camarote presidencial. E todos assobiaram para o lado.

Posto isto, fica a pergunta: que Estádio – sim, cerca de 50 milhões pagos por todos nós -, vai ser devolvido à Câmara Municipal em 2024?"

quinta-feira, 2 de março de 2023

"... paguemos aquilo que os vampiros da distribuição nos exigem"...

"A frase é atribuída pelo Expresso a um inspector-geral da ASAE que ontem participou numa acção de fiscalização em 38 supermercados do país.

Escusado será dizer de que supermercados falamos. São os vampiros de que nos falava o Zeca. Que comem tudo e não deixam nada. Que inflacionam os preços de forma artificial, aproveitando, com a ganância canalha que os caracteriza, a tempestade internacional. Obrigando não só os pobres, mas também a classe média a passar dificuldades para que os lucros de meia dúzia não sejam beliscados.

O capitalismo precisa de uma trela, e de um governo forte que a saiba segurar. Não precisa de ser abolido, nem a propriedade de ser expropriada, nem de um governo que se confunda com a economia, que não vale a pena alimentar ainda mais os delírios chalupas dos cheerleaders dos vampiros."

Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.

Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 

Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.