sexta-feira, 3 de março de 2023

«Estória» antiga de "famílias políticas"...

Citação via Filipe Tourais

"Não é de agora, é o que sempre foi. PS e PSD põem-se sempre de acordo quando o que está em causa são os supremos interesses das clientelas que partilham.

Por que será que as rentabilidades de 14 por cento ao ano das PPP rodoviárias sobrevivem à alternância dos dois partidos no poder desde sempre, ou as rendas excessivas da energia que resultam nos tarifários mais rentáveis de toda a Europa, ou a legislação laboral da troika que tem o efeito de achatamento sobre os salários dos portugueses? Pois é. É o consenso, o querido consenso".
Vários analistas politicos têm sublinhado a convergência ideológica dos maiores partidos de governo em vários países europeus e em Portugal.
Os resultados revelam que PS e PSD tendem a estar mais próximos do que outros partidos europeus que também têm dominado os respetivos sistemas partidários, mas não se deteta uma aproximação. 
Existe, sobretudo, uma evolução em paralelo para a direita. E não é recente...

"A dose lampreia para uma pessoa custa 37,5 euros e para duas pessoas 70 euros. O sável custa, respetivamente, 13,5 euros e 27 euros"

 Via Diário as Beiras

Que vai fazer o PS figueirense? O partido, a nível distrital, gosta de corridas de "popós"...

Coimbra, segundo o seu presidente de câmara, José Manuel Silva, deixou escapar a Super Especial para a Figueira da Foz, por "falta de dinheiro para acolher a prova".

Tal facto, foi criticado pela vereadora do PS Regina Bento, considerando que se desperdiçaram “anos de trabalho” em torno do evento desportivo.

Na próxima reunião de câmara da Figueira, a realizar no dia 8 do corrente, para já, existe um forte motivo para estar atento: qual será a posição do PS figueirense?Imagem via Jornal Campeão das Províncias

Os estádios do Euro

O factor de medição de qualquer investimento público, é a qualidade do seu retorno. Se o investimento público, em projectos como a Expo 98 e o Euro 2004, fosse a solução, como se podia explicar o aumento da dívida pública portuguesa nos últimos anos?
É certo, que se o Estado não tivesse realizado a Expo 98 e o Euro 2004, o país poderia estar menos “visível” no exterior. Contudo, as finanças públicas estariam mais aliviadas...
Daí a pertinência desta crónica de Paulo Cardantas.

"Em Agosto do ano passado escrevi neste mesmo jornal, a propósito dos concertos dos Coldplay, que constituíam uma oportunidade para inverter o estado de degradação do Estádio Cidade de Coimbra. Meio ano depois, o tema Coldplay volta à agenda mediática face ao anúncio, pelo presidente da Câmara, José Manuel Silva, de que a Académica seria compensada – pela promotora – pela cedência do recinto. Caiu o carmo e a trindade, mas qual o espanto?

Para quem tem lapsos de memória, a gestão do Estádio Cidade de Coimbra foi entregue em 2004, pela Câmara então presidida por Carlos Encarnação, à Académica/OAF, por um período de 20 anos. O prazo deste acordo termina no ano que vem. Até lá, a Académica/OAF continua responsável pela manutenção do recinto – pagamento de luz, água, conservação do relvado, bancadas e outros espaços -, mas também recolhe a receita do arrendamento dos espaços comerciais que integram o estádio. Ou da cedência do mesmo para espectáculos musicais e outros eventos.

Mesmo desconhecendo os termos do protocolo de cedência, seria bizarro que agora a Câmara viesse reclamar uma compensação financeira à empresa que promove os concertos dos Coldplay. Bizarro e ilegal.

A inquietação generalizada que pulula por aí, sobretudo nas redes sociais, deveria centrar-se, isso sim, no facto de a Câmara, enquanto proprietária do equipamento, não ter imposto à Académica/OAF, ao longo dos anos (e não apenas com o actual Executivo), uma eficaz e regular manutenção do recinto. A degradação crescente estava à vista de todos – até dos frequentadores do camarote presidencial. E todos assobiaram para o lado.

Posto isto, fica a pergunta: que Estádio – sim, cerca de 50 milhões pagos por todos nós -, vai ser devolvido à Câmara Municipal em 2024?"

quinta-feira, 2 de março de 2023

"... paguemos aquilo que os vampiros da distribuição nos exigem"...

"A frase é atribuída pelo Expresso a um inspector-geral da ASAE que ontem participou numa acção de fiscalização em 38 supermercados do país.

Escusado será dizer de que supermercados falamos. São os vampiros de que nos falava o Zeca. Que comem tudo e não deixam nada. Que inflacionam os preços de forma artificial, aproveitando, com a ganância canalha que os caracteriza, a tempestade internacional. Obrigando não só os pobres, mas também a classe média a passar dificuldades para que os lucros de meia dúzia não sejam beliscados.

O capitalismo precisa de uma trela, e de um governo forte que a saiba segurar. Não precisa de ser abolido, nem a propriedade de ser expropriada, nem de um governo que se confunda com a economia, que não vale a pena alimentar ainda mais os delírios chalupas dos cheerleaders dos vampiros."

Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.

Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 

Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.

Fica o registo...

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase 17 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser...

Neste momento, está-se a fazer alguma coisa...

"Mudanças, sim, as necessárias"...

 Via Diário as Beiras

Segundo o Diário as Beiras, "o regresso do Rali de Portugal à Figueira da Foz está a gerar entusiamo entre os figueirenses"...

Imagem sacada do facebook de Pedro Miguel Duarte

Nota: Dado o entusiasmo, certamente "não será por falta de voluntários para colocar as grades da câmara para disciplinar o público que a prova ficará por realizar"...

Via Diário as Beiras

Ecos da Assembleia Municipal

 Via Diário as Beiras

A Revisão do PDM de 2017...

Já que o não fizeram em devido tempo, que tal deixarem-se de politiquices e passarem a preocupar-se com coisas importantes para o concelho?

"Será correta a betonização crescente da Várzea de Tavarede com a instalação destas superfícies comerciais? E o que dizer da ocupação de parte do corredor verde das Abadias com um Aldi? E quais as consequências em termos de trânsito rodoviário? E a impermeabilização crescente dos solos? E o quebrar da harmonia do verde contínuo da paisagem? Serão isto tudo questões menores? Nas cidades e países civilizados estas superfícies comerciais, habitualmente, são instaladas fora do aglomerado urbano.
Na Figueira da Foz, a revisão do PDM de 2017 tornou-se num elemento facilitador para a sua instalação à la carte dentro da cidade.
Isto não é construir cidade, antes pelo contrário, estamos a descaracterizá-la e a destruí-la a pouco e pouco."
Luís Pena, advogado.

Em 5 de Abril de 2017, fiz a publicação abaixo no OUTRA MARGEM

Passados quase 6 anos, via Movimento Parque Verde, tive conhecimento do seguinte.
"Mais uma Machadada no Corredor Verde na Figueira da Foz, mais uma Herança da Actividade Moto - Serra, com PDM - Plano Director Municipal - à maneira em 2017  para Interesses Não Verdes."

Pelos vistos, o PDM é mesmo uma questão importante. Por isso mesmo, antes da revisão de 2017, durante meses, o blogue OUTRA MARGEM colocou, a quem de direito e à consideração da opinião pública, diversas questões que considerou pertinentes para a melhoria do documento que foi aprovado em Junho de 2017.
Tal como acontece em 2023, na política figueirense andava então muito ruído no ar. Sobre tudo e nada e, também, sobre o PDM. 
Porque aqui no OUTRA MARGEM o que continua a interessar é tentar contribuir para o esclarecimento e para a compreensão histórica dos factos, tentando evitar, tanto quanto possível, a politiquice, recordemos.
Portugal, no que concerne ao ordenamento do território, visando a segurança dos seus cidadãos, não é exemplo para ninguém. Todos sabemos, que as cidades portuguesas evidenciam ainda uma vulnerabilidade excessiva aos fenómenos climáticos extremos, como o demonstram os importantes prejuízos materiais e humanos que resultam sempre que ocorrem situações de pluviosidade intensa.
Daí, a importância dos Planos Municipais de Ordenamento do Território - Plano Director Municipal (PDM), Planos de Urbanização (PU) e Planos de Pormenor (PP) - como instrumentos da política de ordenamento do território.
O PDM abrange todo o território municipal, enquanto os PU abrangem áreas urbanas e urbanizáveis e, também, áreas não urbanizáveis intermédias ou envolventes daquelas. Os PP têm como área de intervenção, em princípio, subáreas do PDM e dos PU.
O PDM é, pois, um instrumento de planeamento de ocupação, uso e transformação do território municipal, pelas diferentes componentes sectoriais da actividade nele desenvolvidas e de programação das realizações e investimentos municipais.
Tal como disse em tempos a ex-vereadora Ana Carvalho (minuto 14 do vídeo): "o PDM também foi feito à medida. Claro que sim...".

“Sem efeito a realização de eleições e o calendário eleitoral para a eleição do órgão presidente da Federação de Coimbra do PS”

 Via Campeão das Províncias

Proprietários de todos os países, uni-vos!

Via Revista Visão


«Odeio chegar à conclusão, mas é flagrante: boa parte dos opinion makers fala de uma crise que desconhece. A avaliar pelos argumentos expostos nos painéis de comentário, vários dos mais sonantes líderes de opinião não vivem, não sentem – nem fazem o suficiente para conhecer – os problemas enfrentados pelos portugueses comuns nesta crise. (...) Num país onde a crise na habitação é uma catástrofe social, onde o direito à habitação digna é uma miragem para milhões, é espantoso que o debate sobre a intervenção do Estado num mercado selvagem decorra sob o ponto de vista do senhorio. Invoca-se o fantasma do PREC perante medidas de regulação já aplicadas na Holanda, na Dinamarca e numa série de países insuspeitos de esquerdismo.

(...) Uma pivô quis levantar uma questão “que os portugueses se colocam neste momento” e perguntou à ministra da Habitação o que seria de alguém que comprasse uma casa para oferecer à filha e a quisesse deixar vazia um ano, ou dois, até que a filha decidisse regressar do estrangeiro. Noutro programa de televisão, um comentador alegou não ser possível mobilizar as casas de alojamento local para arrendamento tradicional, porque são demasiado pequenas. Ouvimos, em horário nobre, alguém afirmar que os jovens não querem viver nas zonas de alojamento local, como o Castelo de S. Jorge, porque não há garagens ou estacionamento para o carro. Estas e outras declarações ficam gravadas em talha dourada num pitoresco monumento à falta de noção.»

quarta-feira, 1 de março de 2023

"... considero que se poderia investir em algumas “partidas carnavalescas’” que antigamente nos faziam rir, acautelando o respeito e integridade física dos participantes e evitando somente o desfile “à moda” do Brasil"

 Via Diário as Beiras

Superespecial do Rali de Portugal realiza-se na Figueira da Foz

 Via Diário as Beiras

 Para ler melhor, clicar em cima da imagem.

"Nem na troika se tirou tanto aos rendimentos"...

Via Dinheiro Vivo

O autoelogio de Fernando Medina...


O autoelogio de Fernando Medina em relação à redução da dívida pública, mais do que chocante é desagradável e fere.

Desde logo, porque vivemos num país com mais de 2 milhões de pobres, com serviços públicos no caos, SNS de rastos, mortes nas Urgências, sem-abrigo, justiça de rastos, professores, médicos e enfermeiros humilhados e polícias com falta de meios.

“A dívida pública em Portugal irá reduzir-se para 113,8% do Produto [Interno Bruto] em 2022. Este é um valor que recua para níveis pré-pandemia e já ainda para níveis pré-troika”, declarou o ministro.

“É uma descida impressionante de quase 12 pontos percentuais dos 125,4% que tinham sido registados em 2021 e é o menor valor desde 2010”

Mais do que impressionante é a escassez de sensibilidade política do Ministro das Finanças...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O caso da A14: ainda bem que existe o factor sorte... (2)

 Abril de 2016:


"Aluimento na A14 não significa falta de segurança nas autoestradas"!..
A reflexão foi de Carlos Matias Ramos, na altura bastonário da Ordem dos Engenheiros, que considerou que não houve falhas e que o problema estava detectado. 

Passados quase 7 anos, parece que foi bem assim. O Ministério Público imputa infração de regras de construção em aluimento na A14.

"O Ministério Público (MP), através do Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra, deduziu acusação contra a concessionária e a gestora de infraestruturas da Autoestrada 14, por infração das regras de construção num aluimento ocorrido em 2016. Em comunicado, na sua página da Internet, o MP informa ainda que constituiu quatro arguidos com funções de administração e, num dos casos, de direção de estudos e projetos, “imputando-lhes a prática de um crime de infração de regras de construção”. Os factos reportam-se à atuação dos arguidos na gestão e manutenção de troço da Autoestrada 14 (A14), concretamente da passagem hidráulica PH015, localizada no sublanço Vila Verde/Santa Eulália, no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, “contrariando regras técnicas de engenharia civil”. “Como resultado da degradação dos materiais, ocorreu, em 02 de abril de 2016, o colapso de um tubo de drenagem e cedência do piso, criando uma depressão no pavimento e levando ao despiste de várias viaturas que, no momento, ali circulavam”, refere o comunicado. Segundo a acusação, do aluimento do piso, que obrigou ao encerramento da A14 naquele sublanço durante sete semanas, resultaram danos materiais nos veículos e “perigo para a vida ou integridade física dos seus ocupantes”

A investigação esteve a cargo da Polícia Judiciária de Coimbra. 

Ana Sá Lopes e o futuro do Partido Comunista Português

Para ouvir o podcast, clicar na imagem abaixo

"É claro que duas décadas são muito tempo, e hoje tudo muda a mil à hora; todavia, sem ter qualquer simpatia por um dos últimos partidos comunistas europeus ortodoxos que ainda mantém algum peso social, tendo aqui a recorrer à ultracitada frase de Mark Twain sobre o exagero que tinham sido as notícias sobre a sua própria morte. A matriz, autoritária em política externa e conservadora nos costumes, que domina o partido, tenderá com toda a certeza – e sem estar aqui a fazer adivinhação – a ver-se transformada. Não de dentro para fora, pois boa parte dos seus mais rígidos militantes são precisamente muitos dos mais novos, mas antes de fora para dentro, em função da mudança social e, como dizia Cunhal, «da vida».
A verdade, porém, é que o PCP é muito mais que o partido centenário com as características políticas formais e ideológicas que se conhecem: funciona também como um forte espaço de memórias, de socialização e de expectativas, que reúne um grande número de homens e de mulheres, de diferentes gerações, através das afinidades de que precisam para construírem um necessário coletivo de esperança que dê sentido às suas existências. E este coletivo, por muito que eleitoralmente possa tender a diminuir, não se eclipsa por um efeito de evaporação ou por mero exercício de subjetiva vontade produzido por quem o observa a partir de fora. Pelo contrário, à medida que se for sentindo acossado ele tenderá a erguer trincheiras que lhe conferirão uma sobrevida. Pode ser que daqui por vinte anos, se tiver sorte, eu ainda cá esteja para confirmar se estava certo ou errado."