Via Diário as Beiras
sábado, 4 de fevereiro de 2023
Biosfera: episódio sobre o avanço do mar e a erosão costeira no País, nomeadamente na Figueira da Foz...
"A solução ideal era renaturalizar a saída do rio retirando os esporões, mas tal não é possível..."
A importância das palavras
"O Povo e ralé"
Imagem de autor desconhecido |
"A ralé é fundamentalmente um grupo no qual estão representados resíduos de todas as classes. É isto que torna tão fácil confundir a ralé com o povo, o qual também compreende todas as camadas sociais. Enquanto o povo, em todas as grandes revoluções, luta por um sistema realmente representativo, a ralé brada sempre pelo «homem forte», pelo «grande chefe»."
Hannah Arendt, As origens do totalitarismo, Publicações Dom Quixote, 2004
A homenagem a Lídio Lopes vai ser hoje
A homenagem esteve prevista para o passado sábado dia 28 de Janeiro. Porém, dado o falecimento do presidente da Assembleia-Geral, Coronel Carlos Alberto Gonçalves, ficou adiada para hoje.
Imagem via Diário as Beiras.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
Há coisas que não mudam: na Figueira é sempre Carnaval...
Resta-me, aguentar e cara alegre. O que não tem remédio, remediado está!
E ainda bem que assim pensa quem de direito.A vida são dois dias, o carnaval são três e a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom!
E enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
"António Manuel Pereira Moreira (conhecido como “Tomané”) e Sónia Sargento são os reis do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz deste ano.
Como adiantou, ontem, o DIÁRIO AS BEIRAS, a rainha, buarcosense, é empresária e presidente da Escola de Samba A Rainha.
O rei, por seu turno, figueirense, é um conhecido e popular funcionário do município, desde os 14 anos e acumula 48 anos de serviço.
Exerce o cargo de encarregado geral das Obras Municipais e Logística."
O Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz é organizado pela Associação do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz com o apoio da autarquia figueirense.
Viva o carnaval! A folia, mesmo que artificial, e o bom humor, são duas das melhores peças de vestuário que alguém pode usar na sociedade...
Passadiços no Paul do Taipal
"Como uma aparente boa ideia resultou num atentado à biodiversidade e num desbaratar de recursos públicos.
A conferência de imprensa convocada ontem pelo professor da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e especialista em aves, David Rodrigues, constituiu um «grito de desespero», manifestando publicamente as suas reservas à construção de um passadiço no Paul do Taipal, projeto da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, com o aval do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)."
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
A tempo...
Via Diário as Beiras
Uma é elétrica, tem 37 lugares e foi construída em Barcelona, ao abrigo de um concurso público lançado pela autarquia figueirense. A outra, com motor a combustão, foi alugada em Aveiro e operará durante as obras da Ponte Edgar Cardoso, ao longo de um ano e meio. Tem capacidade para 85 lugares.
A partir da primeira quinzena de março e até ao fim da empreitada, será proibido circular na Ponte Edgar Cardoso entre as 20H30 e as 06H30, de segunda-feira a quinta-feira. A exceção a esta regra aplica-se a viaturas de emergência. A alternativa será a A17, isenta de portagens durante aquele espaço de tempo. Os peões, os ciclistas e utilizadores de outros meios de mobilidade suave já não podem circular naquela travessia.
Os dois meios de transporte fluvial, que entram ao serviço no início de março, chegaram, pois, a tempo de mitigar os efeitos das obras da referida ponte para a mobilidade de pessoas entre as duas margens.
Entretanto, adiantou ontem o vereador Manuel Domingues, falando na reunião de câmara, a autarquia, em diálogo com a associação comercial e industrial local, está a trabalhar no sentido de garantir estacionamento, junto ao cais das embarcações, no lado norte da cidade, para os operários que trabalham por turnos na margem sul."
"Distopia neoliberal de fachada socialista"
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
Já ontem era tarde: a erosão costeira é o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial
Santana Lopes defende intervenção do Presidente da República na defesa da costa
«O presidente da Câmara da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, defendeu hoje que Marcelo Rebelo de Sousa devia efetuar um roteiro pela costa portuguesa a alertar para a necessidade do combate à erosão costeira.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, considerou que se trata de uma “questão tão lancinante”, que o Presidente da República “devia chamar a si o tema”.
O autarca, que falava no final da sessão de Câmara, entende que o combate à erosão da costa portuguesa “é uma causa” e que o Estado devia adotar procedimentos para que a administração central intervenha de forma mais célere.
O Presidente da República devia efetuar um roteiro pela costa para sensibilizar o país e os decisores que gerem os fundos europeus, porque há muito dinheiro para aplicar, mas não se ouve falar da sua aplicação na defesa da costa, que não faz parte do discurso e da preocupação [nacional]”, sustentou.
Salientando que já houve “um Presidente que fez presidência aberta a calcorrear as riquezas geológicas do Cabo Mondego [na Figueira da Foz], Santana Lopes disse, “sem ironia nenhuma”, que a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa “está sempre aberta, pelo país”, e que devia fazer um roteiro pela costa portuguesa.
A erosão costeira e o assoreamento do porto da Figueira da Foz têm sido uma preocupação de Santana Lopes desde o início deste mandato, com o autarca a defender “intervenções integradas” e em tempo útil para não se esbanjarem recursos.
Na reunião de hoje, o presidente do município figueirense disse que recebeu, por escrito, a garantia de que a Agência Portuguesa de Ambiente (APA) vai iniciar este mês a transposição de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira para reforço do cordão dunar, que já esteve prevista para maio e posteriormente para outubro.
A partir deste ano, estava previsto a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento de cerca de 20 milhões de euros, mas essa intervenção foi adiada pela APA por dois anos.»
"Em fevereiro, deverá realizar- -se uma cerimónia pública promovida pela autarquia e por investidores privados do setor das energias renováveis"
Viana do Castelo, Leixões, Ericeira e Sintra - Cascais e Sines completam a lista. Porém, é a Figueira da Foz que está contemplada com a maior área de instalação de parques eólicos, com 1.237 quilómetros quadrados e capacidade para atingir uma produção até quatro gigawatts.
As plataformas de produção de eletricidade em “offshore” deverão ser instaladas nas zonas Norte e Sul da costa. “Esta é uma notícia de enorme significado para o presente e para o futuro da Figueira da Foz e desta região, graças, principalmente, à natureza, mas também ao trabalho de privados, que nós temos acompanhado e procurado responder”, reagiu o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS. “Isto vai permitir investimentos que chegam aos milhares de milhões de euros”, acrescentou.
Investimentos de dois mil milhões de euros
Os investimentos previstos para a Figueira da Foz em energias renováveis – com a instalação de parques eólicos em alto-mar, produção de eletricidade através da energia das ondas, hidrogénio verde e combustível para aviões (o último através de um consórcio internacional liderado pela The Navigator Company) – estima-se que poderão atingir os dois mil milhões de euros.Por outro lado, a Figueira da Foz assume relevância no gasoduto ibérico (para transporte de hidrogénio) que ligará a França e outros países da Europa a partir de Espanha, através da ligação a Celorico da Beira. “Tudo o que se está a passar colocará a Figueira da Foz e esta região no centro da transição energética em Portugal”, sustentou Santana Lopes. Por isso, advogou, “torna-se cada vez mais premente a solução, em definitivo, das limitações do Porto da Figueira da Foz, sendo necessário um trabalho com toda a comunidade [portuária], nomeadamente a piscatória, por parte da Administração Central e de investidores”.»
A Terceira Guerra Mundial começou
Entrevista com Emmanuel Todd.
"Pensador escandaloso para uns, intelectual visionário para outros, Rebelle Destroy em suas próprias palavras, Emmanuel Todd não deixa ninguém indiferente. O autor de A queda final, que previu o colapso da União Soviética em 1976, mantinha-se discreto, na França, acerca da guerra na Ucrânia.Até agora, o antropólogo reservou a maior parte de suas intervenções ao público japonês, chegando a publicar um título provocativo no arquipélago: “A Terceira Guerra Mundial já começou”. Para Le Figaro, descreve sua tese iconoclasta em detalhes. […]
Para além do confronto militar entre a Rússia e a Ucrânia, o antropólogo ressalta a dimensão ideológica e cultural desta guerra e a oposição entre o Ocidente liberal e o resto do mundo, que adquiriu uma visão conservadora e autoritária. Em sua opinião, os mais isolados não são os que se consideram como tais.
A entrevista é de Alexandre Devecchio, publicada originalmente por Le Figaro e reproduzida por El Viejo Topo, 26-01-2023. A tradução é do Cepat."
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Um contributo para a história da Gala...
João Carlos Bagão Moisés, guitarrista e compositor, nasceu na Gala, Figueira da Foz, a 14 de Julho de 1921, e faleceu em Lisboa, a 09 de Dezembro de 1992. Iniciou a sua aprendizagem da guitarra com o seu tio António da Silva Bagão. Tocou ainda outros instrumentos como piano, bandolim e viola. Completou o Curso dos Liceus em Coimbra e frequentou a Faculdade de Ciências durante três anos. Em 1948 abandonou Coimbra e os estudos e fixou residência em Lisboa, tendo trabalhado como agente de propaganda médica. Amante de música, tocou bandolim, viola, piano e guitarra.
Após a passagem por Coimbra, radicou-se em Lisboa em 1948, actuando em Casas de Fado, acompanhado por Paquito (viola baixo), o que nem sempre foi bem recebido no meio musical e académico conimbricense. Definitivamente atraído para guitarra, tornou-se num dos melhores guitarrista de Coimbra do seu tempo. João Bagão sofreu notória influência do estilo revolucionário e inovador de Artur Paredes, tocava com invulgar virtuosismo e foi, em certa medida, um renovador, quer a compor, quer a fazer os acompanhamentos.
Acompanhou à guitarra cantores activos em Coimbra nos anos 40 e 50 (Manuel Martins Catarino, conhecido como Manuel Julião; Napoleão Amorim; Augusto Camacho; António Dias Gomes; Luiz Goes, Fernando Rolim, entre outros. Integrou o Orfeão Académico de Coimbra e a Tuna Académica de Coimbra, participando em digressões e espectáculos no País e no estrangeiro.
Em Lisboa, manteve um grupo de fados e de guitarradas (juntamente com António Toscano, João Gomes, entre outros), que cessou actividade após a sua morte, tendo esta formação sido a principal responsável pela prática da canção de Coimbra em Lisboa. Um dos principais dinamizadores deste colectivo era o autor de letras Leonel Neves. Foi ainda este grupo que acompanhou Luiz Goes em vários dos seus fonogramas, assim como o Cantor Alexandre Herculano. Também com este Grupo, participou em digressões ao estrangeiro (África do Sul, Áustria, Brasil, EUA e Suíça).
Da sua obra musical destacam-se as guitarradas, tendo ainda musicado os poemas de Edmundo Bettencourt e de Leonel Neves (Balada da Torre d’Anto; Balada de Evocação à Sé Velha, 1951; Toada do Penedo da Saudade, 1953)."