O mandato autárquico que se vai iniciar a 17 de Outubro de 2021 vai ser decisivo: quer para Santana Lopes; quer para a Figueira.
Há desafios pela frente que exigirão o melhor de todos. |
O grande segredo nas últimas eleições autárquicas foi o feeling que Santana teve em antecipar a motivação do voto dos figueirenses |
A Figueira não pode continuar a ter para apresentar como o único evento que coloca o concelho no mapa o RFM SOMNII, O MAIOR SUNSET.
As preocupações e aspirações dos jovens terão de ser encaradas como desafios e assumidas como eixos motivacionais.
O problema da habitação, nomeadamente as rendas elevadas, tem de ser resolvido se o concelho quer fixar jovens. Existem muitas casas, algumas a precisar de ser reabilitadas para serem colocadas no mercado de arrendamento com rendas acessíveis.
Os empresários e em especial os políticos devem equacionar estratégias e planos de longo prazo.
A área ambiental e social deve ser valorizada: na actividade empresarial pelos empreendedores e na política pelos políticos.
O ataque à pobreza geracional tem de ser uma preocupação fundamental.
Num concelho onde quase não existem transportes públicos, mudar o paradigma da mobilidade é uma prioridade. É preciso encontrar alternativas urgentes à utilização do carro próprio. A mobilidade ferroviária entre a Figueira e outras cidades da região poderia ser uma aposta viável.
As mudanças climatéricas são já uma realidade no nosso quotidiano e não um problema das gerações futuras. A erosão costeira e a escassez de água são já problemas do presente.
A automatização ameaça muitos postos de trabalho. O emprego nunca foi algo estático, porém, nas últimas décadas a mudança foi a mais rápida e radical de sempre, com a introdução da inteligência artificial. Existem estudos que provam que 50% do tempo do trabalho, pode ser automatizado com a tecnologia que já existe. Este é um problema do País, mas também da Figueira.
Pelo que ficou escrito (e muito mais há para escrever) a Figueira tem muitos problemas, mas, neste momento, tem um que é fundamental: o não funcionamento da preguiçosa democracia figueirense.
Neste período pós-eleições, dado que tanto os eleitores como os políticos são preguiçosos - cumprem-se os mínimos... A iliteracia política e a baixa fruição da cultura falam por si ... - estamos numa clara clivagem de valores éticos no funcionamento democrático na Figueira da Foz.
De um lado, estão os que se esqueceram do que é um acto de nobreza na política; do outro, os que percebem que a política é a arte de gerir contingências e que os necessários compromissos não são um sinal de debilidade, visão própria de quem tem um olhar paroquial e caciquista do poder autárquico.
Para terminar esta reflexão: a questão do chamado voto útil.
O eleitor figueirense tem de perceber, uma vez por todas, que o importante é votar, pois a democracia figueirense tem de ser enriquecida pela diversidade.
Útil é votar. Mudar é votar com coragem e firmeza pelas suas convicções.
Os figueirenses têm de deixar-se de votar para o monte e pouco para a mudança.
Os figueirenses já pensaram na diferença que faria para as suas vidas, na actual conjuntura política, ter um vereador CDU ou Mattos Chaves como fiéis da balança da gestão autárquica do concelho nos próximos e decisivos 4 anos?