terça-feira, 25 de maio de 2021

A agenda política nas campanhas eleitorais

Na Figueira, de 1997 para cá, a agenda  política passou a constituir uma prioridade para os directores das campanhas para as autárquicas.
Nesse campo, leia-se o planeamento das acções, em 2021, até ao momento, registe-se a fraca prestação de um político de nível nacional, que anda por aí,  e que há muitas décadas habituou os portugueses atentos a estas iniciativas, a fazer a diferença  pelas inovações e pelo poder de iniciativa e sentido da oportunidade com que  marcava a agenda política. 
Como quem marca a agenda política está em melhores condições de ser bem-sucedido, fica o registo.
Contudo, ainda não é tarde.

O controle da agenda, passa, inevitavelmente, pela relação entre a mídia e a política. O jornalista ao destacar determinado assunto, está obviamente a influenciar as pessoas que vão ler, ouvir ou ver esse tema no órgão  de informação. Está provado que existe uma elevada relação entre a agenda da mídia e a agenda dos cidadãos, bem como entre os temas a que a mídia dá relevância e os temas que as pessoas consideram mais relevantes.
Se olharmos para o que os diversos candidatos têm apresentado como agenda política, esses temas e as formas de os apresentar chegam aos eleitores que, neste momento, os políticos procuram sensibilizar tendo em vista a conquista do voto?

A questão da agenda política, embora tendo chegado à Figueira com atraso, faz parte das campanhas eleitorais. 
A mídia é importante. Mattos Chaves sabe isso e ainda ontem abordou o assunto num texto no facebook. Controlar o fluxo noticioso numa época de grande competição informativa é de vital importância para o êxito de qualquer iniciativa no plano político. Carlos Monteiro também sabe isso e tem a vantagem de ser o poder em 2021, na Figueira. Santana Lopes sabe isso e tem bons contactos a nível da mídia nacional como se tem visto. Pedro Machado sabe isso, mas não tendo, em 2021, o poder na Figueira, nem tantos nem tão  bons contactos  como Santana a nível nacional o que tem a fazer? Esse é um problema para resolver pela sua direcção de campanha. Eu, que não percebo nada de política, nem de campanhas políticas, na minha simples condição de eleitor atento, sugiro que lance para a discussão pública temas que mereçam realmente a atenção dos mídia e das pessoas que votam no concelho da Figueira.

Repetir cromos que vão a algumas (não a todas...), não me parece a melhor, nem a mais acertada e, muito menos, a opção para marcar a agenda política na Figueira da Foz.
O que digo sobre a candidatura de Pedro Machado, aplica-se à CDU e ao BE que, certamente, a par do CDS são os que têm mais dificuldades em merecer a atenção dos mídia locais.

Não desconheço que as novas tecnologias têm a sua influência na acção política. Até agora, a candidatura de Santana Lopes, com a colocação na praça pública do espectáculo, em detrimento das ideias, tem feito apenas show off. Que tem resultado. Como se esperava, tem merecido ampla divulgação nos mídia nacionais. Desde há muito, que a normalidade para a mídia não é notícia, mas, sim, o que significa perturbação. Os mídia destacam as confusões e os problemas em detrimento de soluções. O drama é destacado. A normalidade é ignorada. Interessa é despertar emoção. Isso é que tem impacto. Basta ver quem lidera as vendas de jornais e as audiências televisivas.

Controlar a agenda política é fundamenta por duas ordens de razões: 
1.  a necessidade de dar largas a potencialidades próprias para manter a dianteira relativamente aos demais; 
2.  a necessidade de tornear os obstáculos que vão surgindo a cada passo. "Para governar com sucesso, o poder tem de marcar a agenda e não deixar que seja a mídia a fazê-lo".
Se estivaram atentos, pela consulta dos jornais que publicam notícias sobre a Figueira, sabem que ficou visível qual foi a principal preocupação de Carlos Monteiro e da máquina de propaganda ao serviço da câmara municipal nos últimos dois anos.

A criação da agenda diária de um político é uma tarefa que requer cuidado e imaginação. Ela deverá ter em conta essencialmente a melhor maneira de captar a atenção da mídia. Poderá fazê-lo pela forma ou pelo conteúdo. 
Neste momento, a imagem é fundamental. A maioria dos políticos vive para a imagem. Porém, só os que estão no poder é que podem dispor dos recursos financeiros do orçamento público para dar sustentação a uma acção continuada de efeitos para alcançar o objectivo.
Ao poder, a qualquer poder, interessa sobretudo controlar a informação no contexto dos padrões que estabelece. Uma informação não domesticada, constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar. E eu sei do que falo.

Para manter a agenda política controlada, o poder costuma fazer-se aquilo que se chama a "manipulação pela inundação"
A principal fonte de notícias está no poder: temos as notícias que assentam em factos normais - anúncios de decisões do executivo, visitas, discursos, conferências de imprensa, etc.; e as notícias que resultam de fugas de informação para produzir um efeito de acordo com o objetivo que se pretende alcançar.

A filantropia de Cristiano Ronaldo em perspectiva...

Jornal de Notícias, 24 de Novembro de 2017
"Depois dos prémios futebolísticos, CR7  foi distinguido fora do campo, também pelos melhores motivos. Apesar de pautar pela discrição na hora de ajudar, o jornal desportivo enumerou algumas das ações solidárias do craque madeirense."
Blogue Ladrões de Bicicletas, 24 de Maio de 2021
"Foi inaugurada uma ala no Hospital Santa Maria financiada por Cristiano Ronaldo em 3,4 milhões de euros. Todos os órgãos de comunicação irão desfazer-se em elogios ao jogador. Mas convém colocar o episódio em perspetiva. 
Cristiano Ronaldo foi acusado e condenado de evasão fiscal no estado espanhol avaliada em cerca de 14 milhões de euros, envolvendo um esquema de criação de empresas falsas em paraísos fiscais como a Irlanda ou as ilhas Virgens Britânicas. A ironia torna-se óbvia: o jogador foge conscientemente aos impostos num país, que depende desses impostos para financiar a saúde e a educação, e devolve depois uma fração desse valor ao Estado (neste caso, a outro Estado, mas isso pouco importa) sob a forma de filantropia, ainda capitalizando o marketing favorável que a iniciativa lhe proporciona. 
Não se equivoquem. Este post nada tem de pessoal. O que me interessa é a dimensão sistémica do problema. Um sistema que permite um emaranhado legal à escala internacional cujo objectivo é que os super ricos possam não ter o seu dinheiro taxado e ainda devolverem uma parte desse roubo mascarado de filantropia. 
É ultrajante e degradante. Estados que se debatem a financiar os seus Estados sociais são "presenteados" pela acção benemérita daqueles cuja acção criminosa torna os fundos públicos escassos para as suas funções sociais. É aqui que reside o problema dos tempos que vivemos. 
Mas sobre isto os actores ao serviço das elites nada têm a dizer. Para eles, o problema são os miseráveis que recebem o RSI com uma prestação média de 140 euros/mensais. 
Saibamos sempre colocar em perspetiva."

segunda-feira, 24 de maio de 2021

À entrada das praias estarão novamente a funcionar os semáforos relativos à ocupação no areal...

A Agência Portuguesa para o Ambiente já deu a conhecer a listagens da capacidade potencial de ocupação das praias costeiras e de transição, e praias de pequena dimensão. No caso da Figueira da Foz, são estas as orientações:

Bob Dylan faz hoje 80 anos

Ainda grava e dá concertos Desde muito novo, com apenas 20 anos de idade, tornou-se num ícone do movimento de protesto. Lado a lado com Baez e Martin Luther King, participa na marcha até Washington, em que mais de 200 mil protestam contra a guerra do Vietname a separação racial. É lá que Luther King faz seu célebre discurso "Eu tenho um sonho".
Neste, como em todos dias, é uma boa ocasião para escutar de Bob Dylan.

Qual obra?

Aquela de 17 milhões de euros no porto da Figueira da Foz adiada para 2021
Aquela que não que não avançou porque não incluíram a avaliação de impacte ambiental?
Em causa está a intervenção de aprofundamento da barra, canal de acesso e bacia de manobras do Porto da Figueira da Foz, para passar a permitir o acesso de navios mercantes com maior calado e de maior dimensão face aos actuais.
Os trabalhos, que incluem ainda o alargamento do cais comercial, demolição de dois antigos molhes interiores e deposição das areias dragadas nas praias a sul, foram anunciados em abril de 2019 pela então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, para começarem nesse mesmo ano e terminarem em 2021, mas foram sendo adiados com a realocação dos fundos europeus do programa Compete2020 que lhes estavam destinados.
"O estudo de impacte ambiental estava atrasado e os fundos disponíveis foram realocados pelo Governo a projetos com mais maturidade. Mas há o compromisso do ministro [das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos] de em 2021 haver financiamento", disse à agência Lusa Carlos Monteiro, presidente da Câmara da Figueira da Foz.
Do lado da Comunidade Portuária da Figueira da Foz - cujos operadores e empresas privadas financiam parte do projeto - o momento deve continuar a ser de "grande preocupação" face ao adiamento da obra que, esperava-se, deveria ter  arrancar no ano em que devia estar terminada. 
Isto é: em 2021. Até agora nada... Vamos lá a ver se é no último trimestre de 2021, por mero acaso e coincidência, ano de autárquicas.

Mattos Chaves continua coerente a saber fazer oposição

 Recorda-se uma postagem de 11 de Maio de 2018.

Em tempo.

Se tudo decorrer com a normalidade habitual, no final das autárquicas de 2021, vamos reconhecer, mais uma vez, "a admirável coerência dos eleitores figueirinhas: se não fazem questão de grande exigência na escolha do poder que os governa, a verdade é que mantêm o mesmo critério rigoroso na escolha da oposição que o fiscaliza."

Democracia

"A Democracia tornou-se um regime oligárquico que governa para a oligarquia que a capturou. Esta é a verdade pura e crua."

OS DEVEDORES DO NOVO BANCO

Marques Mendes, ontem na SIC:

"Já tínhamos tido as prestações de Moniz da Maia, Gama Leão e Luís Filipe Vieira. Esta semana ainda pior – Nuno Vasconcellos, ex-CEO da Ongoing. O cúmulo do descaramento ao dizer que nada deve. Esta gente dá de si própria uma imagem desgraçada e inqualificável: a ideia de maus empresários; maus gestores; pessoas sem regras, sem princípios, sem carácter e sem memória; gente cheia de descaramento, arrogância e sem pingo de vergonha. É bom que os portugueses se indignem como se indignam em relação aos políticos. 

Um jornalista competente, Bruno Faria Lopes, dizia no Negócios sobre Nuno Vasconcellos (mas podia aplicar-se a todos): gente sem dinheiro nem vergonha. Ele tem razão. Mas o problema é mais grave. É que eles dinheiro têm. Estão todos bem na vida. Não passam dificuldades. Alguns até vivem à grande e à francesa. Os Bancos e o Estado é que passam mal com os calotes que eles deixaram. É um problema, sim, mas de falta de vergonha. Que mina a imagem dos empresários bons, sérios e de qualidade que existem. 

Finalmente, uma palavra de felicitação aos deputados. Têm feito um trabalho exemplar. Com destaque para Mariana Mortágua, Cecília Meireles e Fernando Negrão. Duas deputadas competentes e um Presidente como deve ser."

"A FALTA de DEMOCRACIA na FIGUEIRA da FOZ"

Um texto do candidato autárquico Miguel Mattos Chaves.
Para ler clicar aqui.

domingo, 23 de maio de 2021

Eufemismo figueirense

A Figueira tem tido vários azares. Tínhamos o Cabedelo de “mar sossegado e azul”, alternativa à marginal figueirense “vaidosa e barulhenta”Deram cabo dele. E como somos particularmente criativos na arte da sinonímia, chamam ao desastre ambiental que lá estão a implantar a “trouxe-mouxe”, “regeneração”Poderiam chamar  “destruição”, ”demolição”, “reestruturação”, “reformulação” ou, se quiserem, “refundação”, mas nunca “regeneração”Por uma razão muito simples: regenerar é dar vida. O que estão a fazer ao Cabedelo é matá-lo.

No fundo, no  fundo, cá pela Figueira, somos é especialmente férteis nos meandros do eufemismo...

INVESTIGAÇÃO: AMEAÇA EXTREMISTA NO PSD

Figuras de peso do PSD quebram o silêncio e acusam a direção de legitimar o Chega. Rio proibiu coligações autárquicas, mas não vai ostracizar a direita radical populista nem inviabilizar pactos pós-eleitorais. O acordo dos Açores, a escolha da candidata Suzana Garcia e a presença de Rio e Ventura na convenção do MEL dividem o partido. O PSD está a deixar entrar o extremismo pela porta dos fundos?
Quando era presidente da Câmara do Porto, Rui Rio tinha um par de frases em alemão nos seus dois telemóveis. “Pensa sempre primeiro” era uma. “Aprende sempre qualquer coisa” era outra. A forma como o líder social-democrata está a gerir a estratégia do partido em relação ao Chega leva os mais críticos a pensar que talvez tenha esquecido ambas.
AMEAÇA EXTREMISTA NO PSD: UMA INVESTIGAÇÃO DA REVISTA VISÃO.







"Enquanto houver ventos e mares"...

Enquanto por cá andamos, temos de continuar. 
O caminho faz-se caminhando. Isto não passa de uma banalidade que todos dizemos. 
Um dia todos teremos um fim. Mas, isso só acontecerá quando formos esquecidos. Quando isso acontecer, aí sim será o nosso fim. 
Todos temos a insignificância que uma formiga tem aos pés de uma criança.

sábado, 22 de maio de 2021

A entrevista à Revista Foz...

A edição de Maio da Revista Foz, entre outros temas, traz uma entrevista realizada à pessoa que publica este blogue há mais de 15 anos e que é considerado, não sei porquê, o mais controverso blogger da Figueira da Foz.
Fica o agradecimento ao Fernando Rodrigues, que assina a peça (a meu ver, teve o mérito de apanhar "o espírito da coisa") e à Andreia Gouveia, que fez as fotos (apesar de todo o seu talento, "não existem milagres, a não ser para quem é crente, os feitos pela Nossa Senhora de Fátima...").


 

Há coisas que não se podem guardar....

Por exemplo, o tempo para se tomarem determinadas decisões, se não se usa, passa...

Da série, enquanto não tenho coisas importantes para apresentar... (2)

Não coloco link, porque em devido tempo fui bloqueado pelo actual presidente da câmara municipal da Figueira da Foz. A imagem, como é óbvio, foi enviada por leitor amigo deste espaço. Dado que, por enquanto, não tenho coisas importantes para apresentar, como a Figueira é terra de escritores importantes no panorama nacional, deixo a notícia de que "está a ser escrito um livro a várias mãos". 


Da série, enquanto não tenho coisas importantes para apresentar...

 Via Jornal Público

Ao que isto chegou!..

 Via Diário as Beiras

Estes maus exemplos, dados por protagonistas dum pequeno poder, existem porque as lideranças por muitas concelhias e distritais dos vários partidos de poder, vivem e alimentam-se destes pequenos poderes. É assim que existem os sindicatos internos de voto que elegem os líderes políticos concelhios e distritais.  
É por causa destes aparelhos partidários concelhios e distritais, que a política é vista como uma actividade menor, decadente ou folclórica. É por isso que o sentido de serviço público está desacreditado e é visto como um mero "tacho". É por isso que as campanhas eleitorais de hoje são uma inutilidade: raramente acrescentam uma ideia. É por isso que a política, nomeadamente, a autárquica está como está: infelizmente desprestigiada e desacreditada.

Ser de esquerda

Na década de 60 e princípio da década de 70 do século passado, anos em que vivi a minha adolescência e a minha juventude, era a direita tacanha e provinciana que estava no poder em Portugal, que proibia e limitava.
Nunca me esqueci: sou de esquerda porque continuo a ser de oposição a isso mesmoPorque continuo a não querer viver numa sociedade que imponha, proíba, policie as palavras e pretenda encolher o pensamento, continuo a ser de esquerdaContinuo a saber de que lado não quero estar.