segunda-feira, 26 de abril de 2021
47 anos depois do 25 de Abril uma carta da filha ao pai...
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| Catarina Salgueiro Maia |
Meu Pai,
Cá estamos nós novamente a celebrar aquele dia mágico! Cá estou eu, a chata do costume, a escrever-te!Esta semana falei com um grupo maravilhoso de crianças e jovens sobre o 25 de Abril e fiquei encantada com o interesse deles. Fiquei tão feliz por saber que há, mesmo a 2000km de Portugal, professores que fazem questão que as gerações futuras dêem valor ao que vocês conquistaram naquele dia. No final, pedi-lhes para lembrarem Abril todos os dias e não deixarem que a memória se apague.
Porque esta é a minha mágoa! Ver os cravos ao alto nesta altura e os ideais esquecidos o resto do ano. Ver pessoas a celebrarem democracia quando, ao longo da vida, impõem ditaduras.
Vivemos tempo complicados! A pandemia continua, as restrições continuam e os desrespeitar de regras também! Os teus netos começaram os auto-testes na escola para que não tenhamos que fechar novamente. Mas continuam as festas clandestinas onde põem em risco não só a própria saúde como a de todos com que se vão cruzar nos dias seguintes. Estivemos muito tempo com os centros de cultura fechados, negócios fechados e limitados porque alguns se acham acima da lei!
Esta noite recebi uma mensagem de alguém a ofender-te e atacar-te! Surpreendentemente (vais ficar orgulhoso de mim
Sabes o que me deixa tranquila? Tu estás bem! Tu sabes o quanto foi importante para nós aquela viagem a Lisboa. Vocês sabiam que algo tinha de mudar. Que os pais não mereciam perder os filhos tão novos! Que Portugal não poderia continuar isolado e que a liberdade não poderia continuar aprisionada! Vocês sabiam que era "agora ou nunca" mesmo pondo as vossas vidas em risco! Vocês deixaram mulheres, pais, filhos em casa apreensivos e foram para a "frente de batalha" enquanto outros ficaram no quentinho e se auto-intitularam heróis atrás de mentiras.
A todos os que não cruzaram os braços, a todos os que desobedeceram e lutaram por nós, a todos os que vivem sobre os ideais de Abril... MUITO OBRIGADA!
A ti, meu Rei, obrigada por nunca teres desistido, obrigada por nunca teres mudado após o 25 de Abril e MUITO OBRIGADA por me dares a honra de te chamar PAI!
Na hora da saída, fica a herança do culto da modernidade perpetuada em Buarcos em jeito de placa....
José Tavares (Zé Esteves), assume claramente o paradoxo da modernidade: vai ficar conhecido pelas placas que inaugurar a partir de ontem.
Um dia depois do 25 de Abril
Muita coisa, entretanto, aconteceu.
Os grandes obectivos do MFA foram cumpridos: a LIberdade, a Democracia, o fim da Guerra em África.
Falta cumprir muita coisa?
Para muitos, nos quais eu me incluo, permanece o indispensável direito ao sonho.
Para isso, é fundamental preservar e cuidar a Democracia. A explicação, mais do que óbvia, é simples: é a base de tudo o resto.
Continuamos a ter liberdade para escolher...
domingo, 25 de abril de 2021
47 anos depois chegámos aqui. Há motivos para os democratas se preocuparem...
A liberdade tem um gosto de maçã
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| Via Público |
Palavras leva-as o vento...
Para mim, autarcas como Carlos Monteiro, entre outros, na sua acção quotidiana, contribuiram para isso...
AUTÁRQUICAS 2021 NA FIGUEIRA: CHEGA DE COMÉDIA....
Autárquicas 2021: ponto da situação em 24 de Abril de 2021
CANDIDATURAS ASSUMIDAS À CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ
Amanhã entramos no ano dezasseis!..
Que fique claro, porém, que a amizade é um dos maiores valores da vida e uma coisa linda, quando é pura e desinteressada. Nós sabemos que temos Amigos verdadeiros e desinteressados...
sábado, 24 de abril de 2021
Grândola
Autárquicas 2021: ponto da situação em 24 de Abril de 2021
A suprema vaidade dos deputados e o caso António Gameiro
Joaquim Emídio
Director Geral de O MIRANTE
"António Gameiro é deputado do PS e foi candidato à Câmara de Ourém durante cinco dias: até estalar mais uma polémica que deriva da sua profissão de advogado. Mais uma vez os dirigentes políticos do Partido Socialista remeteram-se ao silêncio e fingiram que não conhecem o sentimento do povo mesmo depois do espectáculo recente no âmbito da Operação Marquês.
A suprema vaidade de alguns deputados é levarem empresários amigos a almoçar no restaurante da Assembleia da República. Só lá almocei duas vezes em mais de trinta anos de trabalho mas chegou para confirmar o que acabo de escrever; os testemunhos que vou recebendo de outros profissionais e de pessoas amigas confirmam o facto: aquele lugar onde se reúnem algumas figuras públicas é uma espécie de montra para os deputados das negociatas levarem os seus amigos “patos bravos” e facturarem o seu prestígio e as suas influências no meio político.
De tal forma a coisa é feia, e dá nas vistas, que alguns deputados dos partidos do arco do poder sentem-se incomodados: aqueles que não pertencem ao clã dos negócios, e são deputados em exclusividade, condenam este aproveitamento mas nada podem fazer já que os partidos dão rédea larga aos seus representantes no Parlamento e não impõem a ética que exigem noutros sectores da sociedade.
António Gameiro foi alvo de buscas da PJ em razão de ser advogado num escritório que terá mediado o negócio da venda de um terreno em Monte Gordo. António Gameiro tinha apresentado a sua candidatura à Câmara de Ourém dois dias antes das buscas. Alguém do partido deve ter avisado o deputado que tinha que retirar a candidatura e ele assim o fez. Aproveitou a embalagem e pediu a demissão de presidente da concelhia socialista de Ourém e do Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal, que funciona junto da Assembleia da República. Ficou por pedir a demissão, ou a suspensão, do cargo de deputado; diz ele, tentando justificar o injustificável, que tem o direito à presunção da inocência. E tem. Então porque não manteve todos os outros cargos? É aqui que a porca torce o rabo: o cargo de deputado é que o mantém na crista da onda. O resto são migalhas.
Os dirigentes do PS e do PSD, perante mais este caso de mistura explosiva entre a actividade política e profissional, ficaram calados que nem ratos. Os bons costumes e os bons exemplos são só para os estadistas; a arraia-miúda, “os biscateiros da democracia”, “os serventes da República”, podem continuar a sua vidinha parlamentar com o mesmo à vontade que praticam as suas profissões de professores universitários, advogados, consultores e o mais que se sabe.
Daqui a umas semanas a pandemia, a campanha eleitoral para as autárquicas, os esquemas que vão aparecendo que nem cogumelos, e que corroem a democracia, fazem com que este assunto seja esquecido e se some a centenas de outros que nos últimos anos são a grande razão para o descrédito do regime. António Costa bem podia dar o exemplo e por ordem na classe política do seu partido. Rui Rio podia aproveitar as vantagens dos comportamentos dos seus colegas deputados e apelar à mudança de regras e de estatutos; podia e devia mobilizar as suas tropas e ajudar a fazer a revolução que o regime precisa. Ficou calado a exemplo do que aconteceu durante três dias depois do espectáculo da leitura das mais de seis mil páginas da decisão instrutória sobre a Operação Marquês: Rui Rio sabe que amanhã será a vez de um dos dele ser apanhado."
















