quinta-feira, 21 de maio de 2020

O PS do poder

O mais recente "erro" no cálculo das ajudas estatais aos órgãos de comunicação social revela dois factos.
1. Por um lado, como é normal nestas coisas, a transparência está ao nível da ocultação dos critérios.
2. O PS,  do poder, está habituado a não ser confrontado e escrutinado.

A nível do poder central. E a nível do poder local. Sim, também, na Figueira.
Por aqui, de há cerca de 9 meses a esta parte, temos assistido a uma tentativa de condicionar o debate público. E com jornalistas, que deviam escrutinar o poder autárquico local, a revelarem-se autênticos guarda-costas desse poder.
Por mim, estejam descansados. Não preciso. Mas, mesmo que precisasse, nunca aceitava nada de vocês.
No que à comunicação social diz respeito, dada a crise do sector, certamente que há muitos que andam a precisar...

Mudam-se os tempos

O PS a render
[Imagem Hans-Peter Feldmann]

o primeiro-ministro reiterou que o Estado apenas emprestou dinheiro ao Fundo de Resolução. "É dinheiro que está a render"», disse, a propósito da recapitalização do Novo Banco, Passos Coelho em 23 de Setembro de 2015, e com isso levou com o PS todo em cima, desde o Parlamento aos blogues, passando pelo Facebook e pelo Twitter e pelas colunas de opinião dos avençados diversos na imprensa escrita.
Ontem, no debate quinzenal no Parlamento, António Costa saiu-se com esta e levou com o PS todo em cima, a aplaudir. muito."

Testes nas IPSS figueirenses: em "breve"? Mas, quando, como e quem os vai realizar?

Ontem, no OUTRA MARGEM, a propósito do programa piloto de testes de rastreio a lares e outras estruturas equiparadas, que a Figueira da Foz integrou no âmbito da iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região Centro, colocámos a questão: há resultados para apresentar?
A resposta, via presidente da câmara, está hoje no Diário as Beiras.

"Os testes da covid-19 a funcionários das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) começam a realizar-se nos próximos dias."
Portanto: 
Ponto 1: decorrido um mês, a realidade é que ainda não existem resultados.
Ficámos a saber que "esta semana realizou-se uma reunião on-line com a participação da vereadora Diana Rodrigues, responsáveis de instituições e o delegado de saúde."
Ponto 2: porque é que o presidente da câmara não conseguiu esclarecer o que interessa e é, mais do que o importante, o fundamental, pois as visitas aos lares reabriram segunda-feira: quando é que os testes começam, como vão ser realizados e quem os vai realizar?

Assim, não vamos lá: deixar no ar a ideia que é "em breve", é uma técnica que foi gasta por Carlos Monteiro, logo no tiro de partida do mandato, naquela famosa primeira entrevista como presidente de câmara.
Segundo o que foi afirmado há um ano, "em breve" seria colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, seria resolvido o dossier do Paço de Maiorca, o jardim da Quinta das Olaias seria aberto ao público e haveria um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias, haveria uma solução que permitia criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros, haveria obras no Jardim Municipal (como a reposiçaõ do coreto), haveria o sintético no Campo do Cabedelo e, até agora, nada.
Talvez seja melhor o senhor presidente apurar, junto da responsável - a vereadora da Acção Social -, o porquê de não ter esclarecido na peça hoje publicada no Diário as Beiras o fundamental: quando é os testes começam, como vão ser realizados e quem os vai realizar?

Silêncios que nos deixam pendurados...


Os nossos olhares cruzaram-se, há muitos anos numa viagem de comboio. Ela vestia um vestido comprido, castanho, e uma blusa esverdeada. Tinha olhos raros:  verdes, em tom acizentado. E grandes. 
Ainda recordo que julguei ver neles dor,  mágoa, quiçá infelicidade. Estive quase para lhe falar. Para saber da sua tristeza, para lhe mostrar compreensão e solidariedade pelo que, presumo, ela estava a sentir. 
Não consegui dizer-lhe nada. Em Santa Apolónia, Lisboa, perdi-lhe o rasto e nunca mais a vi. 
Fiquei pendurado.
Nem todos os silêncios são de ouro. Nem todos os silêncios são dignos. 
Também os há ignóbeis, mesquinhos, pequenos - cobardes.
Hoje, é assim que me sinto: pendurado, à espera de uma vacina, ou de um remédio, para poder viver a vida com a normalidade de há 3 meses.
Dias difíceis, mas calmos, estes que estamos a viver, pendurados por um fio e pela indefinição da vida e do tempo. Porém, não existe pressa: tudo vai acabar bem. 
No ar, sinto a resignação. Mas, também alguma esperança. 
Pouca, mas alguma.
Peço desculpa por esta divagação. A vida continua dentro de momentos.

Bandeira azul

No concelho figueirense, a bandeira azul foi atribuída à praia de Buarcos, Cabo Mondego, Costa de Lavos, Cova Gala, Cova Gala-Hospital, Figueira da Foz-Relógio, Leirosa, Murtinheira, Quiaios e Tamargueira.
A época balnear tem início a 20 de junho, nas praias urbanas (São Pedro e Buarcos e São Julião) e termina a 13 de setembro. Em Quiaios, Costa de Lavos e Leirosa, arranca a 1 de julho e chega ao fim a 31 de agosto.

Lucro da Navigator cai 37,9% no primeiro trimestre

"A Navigator decidiu cancelar a distribuição de dividendos pelos acionistas no valor de 99 milhões de euros e recorrer ao layoff no próximo mês.

A Navigator viu os seus lucros recuarem para 30,6 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2020, o que representa uma queda de 37,9% face aos 49,3 milhões registados no mesmo período do ano passado.

A empresa optou por renovar, até ao final de junho, a redução parcial de produção de papel UWF e recorrer ao regime do layoff simplificado durante o próximo mês."

Via jornal i

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A tragédia do Brasil

Um postal que recomendo...

Para ler clicar aqui.

Crise COVID-19 no concelho (3)

"A pandemia caçou o Mundo “distraído”, estribado no avanço da ciência e tecnologia frágeis face ao monstro. Atenuar os efeitos é tarefa hercúlea; à frente das preocupações estarão sempre as pessoas, como vítimas do descalabro económico que fustiga os mais fracos mas também acautelando a saúde mental, comprometida no meio do caos que alguns estarão a viver, em vidas completamente desorganizadas.
Urgem medidas fortes na defesa dos que apanharam com violência os impactos da tragédia planetária. No concelho, aventaria o exaustivo levantamento da situação social das famílias, naturais e estrangeiras, recorrendo às informações das Comissões Sociais de Freguesia, das Juntas, elo privilegiado com os fregueses, aos dados do Centro de Emprego, ao contributo inestimável das IPSS, sem fins lucrativos, às atentas colectividades, passando naturalmente pelo Departamento de Acção Social.
Estratégias vitais para ir mitigando danos: suspensão do pagamento das rendas de habitação social ou apoiadas, quando o rendimento per capita do agregado seja igual ou de valor inferior aos IAS. A água é o que nos permite a vida e manter a higiene, tão mais preciosa numa crise sanitária – apelaria a que a Câmara Municipal negociasse com a concessionária o não pagamento de parte da sua factura, transformando a “reserva” num Fundo de Emergência Social, ao mesmo tempo que se adequam os tarifários sociais.
Que haja uma política de protecção dedicada junto das famílias com dependentes, crianças com problemas, idosos, portadores de doenças graves. Que restaurantes e afins instalem/alarguem as esplanadas sobre a via pública, isentos do pagamento de taxa. Tal ajudará a recuperar a confiança dos clientes.
Que os inquilinos de lojas no Mercado sejam libertos das rendas durante o tempo de inactividade, fazendo-se depois a revisão dos valores em baixa. Que as escolas abram as cantinas para entregas de almoços em regime de take away. Que se lute pela manutenção do emprego e não existam abutres tirando proveito da desgraça dos que não têm garras afiadas e sôfregos estômagos."
Via Diário as Beiras

Isto está a pedir é praia: "vigilância balnear em Mira arranca já no sábado"...

Foto sacada daqui
"Praia de Mira antecipa vigilância aos banhistas e confirma Bandeira Azul mais antiga do mundo"...

A Praia de Mira viu hoje confirmado o estatuto de única zona balnear do mundo a receber, sem interrupções, a Bandeira Azul em todas as edições do galardão internacional que distingue a qualidade das praias, ao ser incluída na listagem de 2020 divulgada em Lisboa pelo Programa Bandeira Azul.

“Vamos trabalhar para que tudo corra bem, mantendo a Praia de Mira e a Praia do Poço da Cruz como locais seguros de todos os pontos de vista”, disse ao autarca à Lusa.
A partir de sábado, as duas praias vão contar com vigilância aos banhistas assegurada pela Associação Adamastor, no âmbito de um protocolo celebrado em 2019 com a autarquia.
Durante o período oficial da época balnear, a segurança dos banhistas será assegurada pelos meios tradicionais, em articulação com o Instituto de Socorro a Náufragos.
A Câmara de Mira anunciou, entretanto, que decidiu reabrir o estacionamento gratuito na Avenida Arrais Batista Cera (Marginal) na Praia de Mira, Parque Estacionamento do Touring e da praia Poço da Cruz."

O Paião, que viu a aprovação da candidatura ser publicada no Diário da República em janeiro de 2017 e já realizou obras de adaptação exigidas, foi ultrapassado por Lavos...

"A Junta de Lavos já abriu o Espaço do Cidadão, concentrando diversos serviços da Administração Central. Trata-se do segundo do concelho, depois daquele que foi inaugurado, em 2014, no piso superior do mercado municipal da cidade. Naquela mini Loja do Cidadão, entre os diversos serviços descentralizados, por exemplo, pode-se renovar o Cartão de Cidadão ou a Carta de Condução. Na inauguração do Espaço do Cidadão da cidade, recorde-se, foi avançado que seriam instalados outros balcões na Marinha das Ondas, Paião e Ferreira-a-Nova. 
Entretanto, a Marinha das Ondas desistiu porque, esclareceu ao DIÁRIO AS BEIRAS o presidente, Manuel Rodrigues Nada, “a junta de freguesia não tinha, e continua a não ter, capacidade financeira para realizar as obras”.
Manuel Rodrigues Nada só encontra uma maneira de candidatar a freguesia ao Espaço do Cidadão: “Só se a câmara apoiar. Vou falar com o presidente [Calos Monteiro] sobre o assunto”.
“Neste momento, as candidaturas estão fechadas, mas, quando reabrirem, apoiaremos as juntas [que pretendam instalar aquele serviço]”, garantiu Carlos Monteiro ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
O Paião, que viu a aprovação da candidatura ser publicada no Diário da República em janeiro de 2017 e já realizou obras de adaptação exigidas, foi ultrapassado por Lavos, que não constava da lista inicial. O Espaço do Cidadão naquela freguesia, esclareceu o presidente da junta, Paulo Pinto, ainda não avançou “devido a obstáculos burocráticos” da Agência Portuguesa para a Modernização Administrativa (AMA). A Junta de Ferreira-a-Nova, nos próximos tempos, não formalizará a candidatura junto da AMA. A presidente, Susana Monteiro, afirmou que, não obstante reconhecer ser “uma mais-valia para os fregueses, neste momento, não estão reunidas as condições financeiras”. A autarca acrescentou que o Espaço do Cidadão implica contratar um funcionário administrativo e realizar obras de adaptação. 
Ainda no âmbito dos serviços públicos descentralizados e de proximidade, a Câmara da Figueira da Foz vai adquirir uma viatura para uma unidade móvel de saúde, apurou o DIÁRIO AS BEIRAS. A medida enquadrase numa candidatura, em curso, da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra."

Correio da Manhã e CMTV dispensaram Ventura

Ventura dispensado do Correio da Manhã e da CMTV, já foi substituído por Jaime Antunes. "Foi uma decisão editorial. Acho que enquanto comentador fez a sua parte e foi sempre muito fiel ao projecto. Mas considero que recentemente foram ultrapassadas algumas linhas vermelhas e também já era altura de repensar os painéis", disse Octávio Ribeiro ao Expresso.
"Não se trata de censura, mas chegou uma altura em que considerámos que as suas posições colocavam em causa direitos previstos na Constituição, como o direito à vida e a igualdade dos cidadãos perante a lei", justificou ainda o director geral editorial do grupo Cofina ao semanário.
Contactado pela Visão, o deputado não adiantou pormenores sobre a saída. “Não faço comentários. Estamos e estaremos sempre bem. Fico grato a uma casa e a um projecto onde fui muito feliz”.
Imagem sacada daqui

"Aposto que André Ventura vai começar a dizer que foi dispensado da CMTV e CM porque era condição acordada secretamente para que o Grupo Cofina pudesse receber 1 691 006,87 € de publicidade institucional. E vou até mais longe, para nunca deixar de ter razão: se Ventura não se agarrar a esta tese será apenas porque a sua megalomania não lhe permitiu aceitar que, afinal, um alegado salvador da pátria iluminado pela Nossa Senhora vale bem menos do que um guarda-redes de um clube modesto."

Figueira da Foz integrou programa piloto de testes de rastreio a lares e outras estruturas equiparadas: há resultados?

Conforme se pode ler aqui, o Presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, deu nota na reunião realizada a 20 de abril passado, da participação da Figueira da Foz no programa piloto de testes de rastreio à Covid-19, que será aplicado em lares e estruturas similares do concelho, no âmbito de iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região Centro (CIM RC).
O rastreio, segundo a Câmara, iria ser articulado com a Segurança Social, a Administração Regional de Saúde do Centro e a Universidade de Coimbra e contempla a análise combinada de duas técnicas diferentes, cujos resultados serão inseridos no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE).
A sua implementação ao nível concelhio seria acompanhada pela autoridade local de saúde.
Por exemplo, no concelho de Mira a acção foi operacionalizada com a colaboração do Centro de Saúde de Mira, em espaço próprio e reservado para o efeito. Raul Almeida, presidente da Câmara Municipal de Mira definiu as prioridades: "primeiro os trabalhadores de IPSS's que cuidam de idosos, depois as restantes IPSS's, Bombeiros GNR e, por fim, os funcionários da Câmara Municipal com funções essenciais."
Na Figueira alguém sabe, em que ponto está o processo? Será que já arrancou. Quantos testes foram feitos ao abrigo do programa piloto de testes de rastreio à Covid-19 anunciado em 20 de abril passado pelo presidente Carlos Monteiro? E, já agora, se não fosse pedir muito: há resultados para apresentar?

Remuneração dos gestores do Novo Banco disparou 75% com Lone Star

Via negócios
"Subida da massa salarial nos últimos dois exercícios completos acompanha prejuízos milionários do banco e injecções do Estado de mais de dois mil milhões.
As remunerações dos administradores executivos do Novo Banco aumentaram quase 1 milhão de euros desde que o banco passou a ser controlado fundo de private equity norte-americano Lone Star, noticia o Público, dando conta que nestes três anos os prejuízos acumulados foram de 3,866 mil milhões.
Se nos cálculos forem incluídos os membros do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco, o diferencial face aos encargos com a gestão em 2016 (em que não havia este órgão), aumenta para quase dois milhões de euros."


"A Lone Star é um fundo abutre que encarna a financeirização do capitalismo em estado puro. Deste processo faz parte um brutal aumento das desigualdades dentro das empresas, distanciando cada vez mais o topo da base, para que os gestores estejam alinhados com os interesses extractivos de accionistas mais ou menos voláteis."
Esta economia mata mesmo.

terça-feira, 19 de maio de 2020

“Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança *

Imagem via Diário as Beiras

Estrada do "enforca cães" foi encerrada a 15 de Maio de 2019

"O Município da Figueira da Foz, está a ultimar o pedido de estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para, não só resolver as questões levantadas nesta última vistoria, como analisar as condições e intervenções necessárias, para tornar possível a ligação entre Buarcos e Murtinheira."

Lobismo

Picado daqui
O sistema nunca esteve tão forte, como agora. O presidente da junta de Buarcos e São Julião é o hábil autarca de luxo do modelo socialista no poder. Os média locais ajudam este poder a fazer lobby. É uma estratégia simples e inteligente. Interessa é influenciar. Neste caso ostensivamente. 
Apesar do termo lobby,  no Brasil, estar conotado a troca de favores, na Figueira é diferente: isto não passa de um grupo minimamente organizado, a exercer dentro dos limites da lei e da ética, o direito ao lobby, tendo por objectivo ser escutado pelos Paços do Município figueirense. É assim que as coisas se fazem, como diria o meu saudoso Amigo Joaquim Namorado. 

Crise COVID-19 no concelho (2)

"Não consigo responder à questão desta semana sem referir duas notas de contexto: não pretendo abordar o assunto segundo critérios técnicos, que ficarão para os especialistas (economistas, nomeadamente), pelos quais tenho o respeito e a consideração máximos; situo-me intelectualmente algures entre a defesa do valor da liberdade económica e a consciência do papel principalmente regulador do Estado.
Assim, há sobretudo duas afirmações carimbadas pelo Covid-19: o teletrabalho deixou de ser um recurso para se posicionar enquanto opção com inúmeros benefícios potenciais para nós e para o meio-ambiente (mas também a carecer de uma clara definição de regras e de monitorização procedimental, sob o risco de que este, afinal, traga quebra de produtividade, falhas na conciliação da vida profissional com a vida pessoal, e outros abusos…); e que só com uma fortíssima responsabilização individual estaremos, enquanto comunidade, melhor preparados para novas pandemias ou para novas vagas desta.
Embora não seja possível neste momento avaliar em toda a sua extensão o rasto dramático que o Covi-19 vai deixar (no concelho), é cada vez mais evidente o desemprego e o aumento da precariedade dos vínculos, logo a urgência de se tomar medidas.
Partilhando da ideia referencial que não se deverão usar receitas velhas para uma doença nova, e embora entendendo que fazemos parte de uma região, de um País, de uma União (Europeia), proponho a criação de um Programa Municipal de Apoio Extraordinário, com, entre outras, as seguintes medidas específicas para o concelho da Figueira: para as famílias residentes, em 2021 reduzir todas as taxas municipais; para as empresas, criar um sistema de incentivos com fundos do Portugal 2020 que estavam afetos a projetos municipais não executados; para as coletividades, majorar em 20% os atuais apoios, sendo que o financiamento deste Programa Municipal de Apoio Extraordinário seria também assegurado através de verbas destinadas inicialmente pela pela autarquia a iniciativas que, devido à pandemia, não se realizam."

Paço de Maiorca: os buracos no negócio da hotelaria e restauração já vêm de longe...

Primeira página do jornal O Figueirense de 16 de Novembro de 2012
Imagem via Diário as Beiras
Uma pessoa, por mais que queira e se esforce, não consegue estar a par de tudo... Vejam lá: ao olhar para o título, não é que pensava que o Paço de Maiorca era um caso de sucesso do negócio da hotelaria e restauração, no nosso concelho, atingido pela pandemia actual!..
Tenho, aliás, na memória que tal sucesso foi anunciado, como iminente, há muitos anos: mais de 10 ou 12, sei lá...
Talvez, por aí, foi constituida uma empresa (uma parceria publico-privada...) para a exploração do Paço de Maiorca, património municipal, como unidade hoteleira. Se bem me recordo, denominava-se  Sociedade Paço Maiorca. Tinha como accionistas , o grupo Quinta das Lágrimas, e a Figueira Grande Turismo (FGT), empresa municipal.
Segundo o que ainda consigo recordar, a Quinta das Lágrimas ficou com 80% do capital e a FGT com 20%. No final do prazo de 15 anos, o imóvel revertia para a autarquia.

Havia um problema, porém: para que o negócio de hotelaria e restauração pudesse acontecer, eram necessárias obras no Paço de Maiorca. Isso, requeria um “investimento” na ordem dos 6 milhões de euros.
Lembro-me que, na altura, tive dificuldade em entender (não estava, como não estou, por dentro dos meandros) uma "coisa": dos imprescindíveis 6 milhões de euros, a FGT , empresa municipal, entrou com 5 milhões e o parceiro privado,  com um milhão. O dinheiro, ao que julgo ainda recordar, foi obtido por empréstimos bancários, salvo erro contraidos junto do BPI.
Como escrevi acima, o negócio tinha alguns pormenores dificeis de entender para quem não está por dentro da "coisa". Presumo que o imóvel era pertença da  autarquia (se bem me recordo tinha sido adquirido no mandato de Santana Lopes). Então, como entender que no final do período de 15 anos o imóvel revertia para a autarquia?
Como entender também que a detentora de 80% do capital, a Quinta das Lágrimas, entrasse com um empréstimo contraído na banca de 1 milhão, e  a Figueira Grande Turismo, com 20% do capital, tivesse de se responsabilizar por contrair um empréstimo bancário de 5 milhões?

Tudo isto, que se passou na Figueira há uns atrás, no tempo da vereação presidida por Duarte Silva, parece muito estranho.
O Município contraiu dívida (via, Figueira Grande Turismo, na altura uma empresa municipal) para entrar  no negócio da hotelaria e restauração. Depois, em 2009, a câmara mudou de mãos e de partido. O dr. João Ataíde e o PS, substituiram o eng. Duarte Silva e o PSD, e "as obras pararam". Mas o processo, pelos vistos, não parou. Agora, chegámos aqui. Não existe nada de concreto, mas o "Paço de Maiorca pode custar cinco milhões ao município"!..
Recordando Nelson Fernandes, em novembro de 2012. 
“Tudo isto sem dúvida que correu bem para a Quinta das Lágrimas. Isto é um buraco para a Câmara mas não é o pior. Isto é um padrão do que aconteceu no mandato anterior. Parceiros há aí aos montes, é preciso é escolhê-los bem como fizeram no mandato anterior”.