«Passos Coelho era porteiro. "O Pedro é que abria as portas todas", disse-o o patrão da Tecnoforma, que não se lembra de quanto é que pagava ao outro pelo serviço, que por sua vez também não se lembrava de quanto recebia. Gorjetas miseráveis, é o que era.
Montenegro era porteiro. Tinha, e alegadamente já não tem, uma empresa com uma carteira de clientes, conhecidos, que incluía a Radio Popular, a Solverde, a Ferpinta, a ITAU, a Sogenave, entre outros, que o escolheram pelos seus lindos olhos, pelas suas qualidades profissionais, não obrigatoriamente por esta ordem, e não por ter sido quem foi e as possibilidades nas casas de apostas de ser quem veio a ser.
Marques Mendes é porteiro. “Imagine que um cliente precisa da sociedade de advogados para um projecto, ou um investimento - a sociedade recorre ao consultor para abrir portas, se for preciso". Mais sabido que os outros, recusa dizer a quem abria portas e a origem das gorjetas que lhe eram dadas. E antes destes houve outros mas na altura o pagode não ligava a ponta de um corno a estas espertezas de quem entra na política com uma mão à frente e outra atrás e sai com as duas nos bolsos e a conta recheada.
Depois o povo farta-se destas merdas e desata a votar no primeiro merdas que lhe aparecer atrás do balcão da taberna a dizer-lhe o que gosta de ouvir. "A corrupção", "o bar aberto", "50 anos disto", "o compadrio". E para o taberneiro não ser eleito, o povo, o outro, tem de votar no porteiro. A democracia é liiiiinda, tipo pregão de peixeira, "é de spinumviiiiiva", [é de Espinho viva].»
Imagem de autor desconhecido

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