domingo, 22 de setembro de 2019

O algodão não engana...

Sentido de oportunidade ou de oportunismo político?.. Qual foi a diferença entre o que se passou no caso do abate das árvores, em Buarcos, e na aprovação do projecto do Jardim Municipal? Onde está a tal "a mudança de quase 180 graus por parte da governação, desde Abril deste ano", vista pelo Dr. Carlos Tenreiro?.. Até acredito que o defeito possa ser meu: têm é de me provar que estou enganado, com exemplos concretos... Não com "paleio de chacha"...
Imagem sacada daqui

PARA MEMÓRIA FUTURA - O BIFE

Pela habitual ironia. Pela explanação culta e bem conseguida. Pelo apurado sarcasmo. Pela irreverência de sempre. E pela persistência que já vai longa, leiam este texto de Nelson Fernandes. Garanto que são dois ou três minutos que valem a pena.
"A carne entrou na minha vida aos bocadinhos, bem misturada com muita massa, muito arroz, muitas batatas; a carne era cara e nós éramos muitos à mesa. O «Fonisca» quando se referia ao chouriço dizia: - O meu pai come-lhe a carne, a minha mãe come-lhe as peles e eu «chucho-lhe» os baraços.
Um bife! Ouvia-mos falar no bife. E pasmava-mos como é que se podia comer, sozinho, um bife inteiro. Que me lembre, penso que a minha primeira vez, terá sido no ano de 1957, ou 1958, na pensão Areias em Vila Real. Por alguma razão que se foi, num dia de Verão, há hora de almoço, uma toalha vermelha e branca pousada em cima de uma mesa de madeira, recebeu uma travessa com dois bifes inteiros. Um deles era-me destinado. O outro calhava ao meu pai.
Ainda hoje o sabor daquele bife é o padrão gustativo dos bifes que, acompanharam o meu crescimento, e, mais tarde, temperam o meu corpo de ácido úrico.
Um bife, hoje, é ir ao Miguel, vê-lo a pegar na peça de alcatra e examiná-la com amor e sabedoria. Pousa-la na mesa de corte, pegar na faca e no afiador e casa-los como só um talhante sabe fazer. Dois dedos? Pergunta por desfastio; e, enquanto a mão direita desfere o golpe certeiro, a mão esquerda ampara carinhosamente o bife, como que a impedir que se magoe na queda.
Prepara-se com sal grosso (outra espécie em vias de marginalização social), dum lado e doutro. Quem quiser pode pincela-lo com manteiga e alho esmagado, mas evite complicações. Esbraseie até ficar com as marcas do arame, e coma mal passado, depois de um pequeno repouso que a carne merece, e o seu palato agradece.
Este «prazer da carne» está vedado ao Magnifico Reitor da Universidade de Coimbra, e por via dele aos estudantes, ou antes aos frequentadores das cantinas universitárias. Eu há tempos que ando com medo que um dia, um qualquer «maduro» nos imponha, como dieta, palha ao almoço e erva ao jantar. Morreremos cheiinhos de saúde. Mas tão sensaborões que nem os bichos nos hão-de querer."

sábado, 21 de setembro de 2019

Gente que não tem vergonha na cara...

Nenhuma gota de chuva se julga culpada pela inundação...

Às vezes, ao tentar lavar as mãos acabamos por sujar a consciência...

Imagem via Diário as Beiras

A Figueira é uma cidade pequenina. Assim parece que somos. Assim parece que vamos. Atentos, venerandos e obrigados. Seguidistas, flexíveis até onde fôr preciso para obedecer, bem comportadinhos para não destoar. 
Os da maioria querem? Faz-se. 
Este é o concelho “óbvio” da geração que nos desgoverna, ostentando com garbo, mas singular amnésia, o voto quadrienal na lapela, que lhes serve para tudo. 
O voto, para esta geração de políticos de plástico não é um compromisso, apenas um trampolim. 

Sonho tem significado...

... quando eles acontecem, significa que quem sonha está a dormir.
6 de outubro está à porta. 
Acorde e pense...

Os abstencionistas dizem que não votam porque não acreditam na classe política...

Mas, o que é que fazem para a melhorar?..

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Estão a estragá-la... Fica um pedido: não lhe estraguem (ainda mais) a alma...

Seiça...

Propaganda, é o que mais preocupou os "nossos" autarcas...

Paulo Pinto, tu que és autarca, por escolha dos moradores da freguesia do Paião, esclarece por favor: é prioritário investir 1 milhão e duzentos mil euros no jardim municipal, ou, por exemplo, no Convento de Seiça?..
Há explicação para isto?

Andam por aí a perguntar: E tu, que fazias com milhão e meio de euros?...

José Augusto Marques responde: 

"Se fosse politico no activo e tivesse por isso a noção do estado global do concelho, talvez resolvesse alguns problemas prementes que são apontados todos dias um pouco por todo o lado. Como o “centrão”, que andou oito anos a tentar que lhe alimentasse o clientelismo em vão, fez o favor de me empurrar da política activa há dez anos, com a esquerda anquilosada a bater palmas de contente, limito-me a ver o meu canto sem qualquer obrigação de ser imparcial.
Portanto, atiro com várias soluções..."

Para ficar a conhecer as soluções apontadas por José Augusto Marques, basta clicar aqui.

Há eleições a 6 de outubro próximo: tirem vocês mesmos as devidas conclusões...

Costa ainda em maioria absoluta: "Aldeia Segura", "Pessoas Seguras", "Portugal no seu melhor"!..

O General Mourato Nunes, presidente da Protecção Civil, foi constituído arguido
E, para já, não apresenta a demissão. 
Ministro Eduardo Cabrita reitera "plena confiança" no presidente da Protecção Civil que foi constituído arguido
Entretanto, António Costa não o demite, nem comenta...
Entretanto ainda:  Marcelo Rebelo de Sousa informa o país que vai continuar a comer um bom bife
Assim vai o estado a que isto chegou...

Executivo camarário 0 - Figueira ao abandono - goleada

 "Pedaços de abandono - Brenha 2" - Vídeo de José Miguel Pinto

ARU MAIORCA:

Estado do Concelho: mais aqui.

OBRAS NA FIGUEIRA: Buarcos, "baixa da cidade", Cabedelo, Jardim Municipal

Resultado neste momentoexecutivo camarário 4 - concelho da Figueira - 0

Os covagalenses andam a respirar pó de amianto. O assunto foi denunciado em reunião de câmara. Balanço: vitórias de Ataíde, Monteiro, Tenreiro e Babo. Derrota do ambiente na "vila" de S. Pedro...

Na reunião de câmara, realizada no dia de 15 de julho passado, o tema "resíduos de construção e demolição", foi abordado por iniciativa do vereador Ricardo Silva, que apresentou um requerimento:
Na reunião de câmara realizada na passada quarta-feira, dia 18 do corrente, o senhor Jorge Simões, morador na Gala, foi queixar-se do ambiente envenenado que os covagalenses estão a respirar e dos prejuízos que teve de suportar para retirar do seu quintal 400 kilos de telhas de amianto que foram parar à sua propriedade, na altura da tempestade Leslie, vindas das antigas instalações da Alberto Gaspar. Este é um problema de saúde pública, pois afecta toda a população de S. Pedro, que deveria preocupar as autoridades competentes: câmara municipal da Figueira da Foz e junta de freguesia de S. Pedro. Pelo que tive oportunidade de verificar ao vivo, o senhor Jorge Simões foi alertar a autarquia figueirense para a enorme quantidade de amianto que existe nas instalações da Alberto Gaspar e veio como foi: sem nenhuma solução e de mãos a abanar.
No fundo, isto é ridículo...
Em Maio passado, o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, que tinha sido presidente da câmara até Abril, um mês antes, não poupou, elogios à autarquia de que esteve à frente cerca de 10 anos!.. 
Na prática é o que vemos, ouvimos, respiramos e não podemos ignorar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Bob construtor

Era uma vez um senhor que gostava de dizer que era bob construtor.
Passados uns anos, poucos, cerca de meia dúzia, certamente por um acaso do destino, o tal bob constrtutor, após a exoneração chefe do departamento de obras, ficou com a coordenação das mesmas, lá na xafarica...
No fundo, isto é como com as guitarras: não interessa a marca da tua guitarra.
Interessa, sim, o que conseguiste fazer com ela...

Para mim, prognósticos só no fim...

 ... e tu, que fazias com milhão e meio de euros?

"Os 300 mil euros em Março passaram a 800 mil em Julho.
Chegamos a Setembro e a requalificação do Jardim Municipal e envolvente, qual leilão, foi arrebatada ontem em reunião de câmara por 1 milhão e 200 mil (com votos a favor de 2/3 da “oposição”, apesar de considerarem o projecto “desnecessário”).
Se contarmos com os habituais imprevistos, imponderáveis e rectificações, facilmente chegaremos ao milhão e meio de euros.
Estamos a falar de um Jardim do tamanho de um campo de futebol. Se um figueirense tem dificuldade em perceber um investimento deste tamanhão, como é que se explica este número ao resto do concelho?"

"IMI aumenta 300% para quem tem prédios abandonados"...

Via Diário de Coimbra

"O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a cobrar para o próximo ano, vai manter-se para a maioria da população, foi ontem decidido em reunião de Câmara. Todavia, quem tem prédios abandonados vai ver o imposto agravar-se 300%, porque o presidente da Câmara quer «dar o sinal de que, quem não os coloca ao serviço das populações, ou que põem em causa as áreas urbanas, terá este agravamento sobre o valor da taxa»."

Nota de rodapé:
Querem ver que é desta que os proprietários do Edifício "O Trabalho" recuperam o edifício?..
Ou será que entregam o Edifício à Câmara e pedem para receber o troco?..
Ou isto não passa de demagogia e no concreto vai dar em nada?

Preocupações

"Em 2016, mal tinha aquecido a cadeira, o primeiro-ministro já deixava cair uma das suas mais arrojadas promessas eleitorais: um imposto sobre heranças superiores a um milhão de euros. Pouco tempo depois travou o imposto sobre fortunas reclamado pelos parceiros à esquerda e reciclou-o num (mais inócuo) imposto sobre o grande património imobiliário (AIMI). Inviabilizou medidas mais musculadas contra o negócio do trabalho temporário. Convidou destacados empresários da praça a proporem um cardápio de instrumentos de ajuda à capitalização e financiamento das empresas, o que lhe valeu a tal menção honrosa da Comissão Europeia, que ontem exibiu no debate. Não beliscou o regime de residentes não habituais (o que pretende transformar Portugal na Florida da Europa), apesar dos embaraços diplomáticos e de pressões dentro do seu próprio Governo. Desbloqueou o impasse dos activos por impostos diferidos na banca. E ainda deu corpo a uma promessa de Passos Coelho e lançou as SIGI, um novo tipo de sociedades imobiliárias pelas quais o mercado há muito suspirava. Com tamanho curriculum não admira o rasgado elogio que em janeiro a presidente da bolsa de Lisboa lhe fez aqui no Expresso ao dizer que “desde que Miguel Cadilhe foi ministro das Finanças nunca tivemos um Governo com uma iniciativa tão estruturada relativamente ao mercado”. Nem espanta que os empresários se acotovelem para ouvi-lo e lhe façam juras de fidelidade."

Elisabete Miranda, no Expresso Curto de terça-feira, resume algumas das apostas de António Costa“um socialista com preocupações capitalistas”.

"Na realidade, António Costa é um produto da famigerada terceira via dos anos noventa, ou seja, não é socialista: de Guterres a Sócrates, tratou-se por cá de aceitar a herança do cavaquismo, com algumas, cada vez menos, notas de rodapé dissonantes. Só a viragem para a direita no panorama nacional, favorecida pela integração europeia realmente existente, incluindo a decisiva intervenção da troika, pode tornado este passado recente mais turvo. Lembrem-se da agenda para a década e do programa macroeconómico de Centeno, que depois tomou conta do sininho no chamado Eurogrupo: trata-se sempre de adaptar a economia política nacional às exigências da forma mais intensa de globalização que dá pelo nome de integração europeia.

Já agora, as concessões que a esquerda conseguiu obter nesta solução governativa travaram e até reverteram alguns aspectos conjunturais desta política, mas, dada a relação de forças interna e externa e a falta de instrumentos de política, não conseguiram ainda operar viragens importantes na economia política. As coisas são como foram politicamente feitas nos períodos de furto supranacional de instrumentos de política.

Por sua vez, as preocupações capitalistas de António Costa são as de um tempo e de um lugar em que o capitalismo assume formas cada vez menos sustentáveis. Nesta periferia do euro, o extrovertido nexo finança-imobiliário-turismo, a base material do porno-riquismo, resume toda uma bem sórdida dependência nacional. O chamado modelo Flórida tem sido consolidado. Foi teorizado, entre outros, por Olivier Blanchard, num estudo para o Ministério das Finanças de Teixeira dos Santos, ainda antes de ser economista-chefe do FMI. Ninguém pode por isso ficar por surpreendido pelos baixos salários, pela precariedade, pela medíocre evolução da produtividade ou pela maior exposição à instabilidade internacional, para já não falar da transformação do governo numa claque da Ryanair."


Via Ladrões de Bicicletas