O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, no programa de entrevistas Dez&10:
«... “em breve” será colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança. Em paralelo, mas mais perto do mar, será aberta uma via pedonal e ciclável, para ligar o concelho, pelo norte e pelo sul, ao resto do país, através de uma via europeia para peões e ciclistas. Incluída naquele via pedonal e ciclável, a autarquia pretende que na ponte que vai ser construída entre Vila Verde e Alqueidão possam também circular viaturas ligeiras. “Com esta ponte e a ligação da “Enforna cães”, estamos a unir mais o concelho”, defendeu Carlos Monteiro.
... o jardim municipal vai entrar em obras. Além do prometido coreto, terá um espaço de bebidas e biblioteca, na zona do parque infantil. Por outro lado, anunciou ainda o edil, o jardim da Quinta das Olaias será aberto ao público e haverá um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias. Por outro lado, Carlos Monteiro revelou que a autarquia poderá analisar uma solução que permita criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros. No entanto, defendeu, isso não implicará a desistência do Anel das Artes, que, afinal, também poderá levar cobertura. Entretanto, contudo, a construção do espaço multiusos foi adiada, sem data definida para ser iniciada.
“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossier do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a actividade será concessionada a privados.»
Não sou a única pessoa que lamenta o deserto do pensamento que vigora na nossa Aldeia. Somos poucos, mas na Figueira há ainda quem pense e não desista de pensar. Mas, infelizmente, somos pérolas raras.
Li com curiosidade, no jornal Diários as Beiras, edição da passada quinta-feira, a meia dúzia de promessas que Carlos Monteiro fez no decorrer do programa de entretenimento.
Não se deve confundir com demagogia ou simples e legítima busca de popularidade, este amontoado de promessas para "breve". Monteiro não ilude, não mente, não pretende conquistar o povo com promessas impossíveis. Uma ou outra pitada de demagogia não basta para fazer de Monteiro, pelo que vi depois de ter assumido o cargo de presidente de câmara, um político populista.
Quase todas estas promessas de Carlos Monteiro são facilmente exequíveis. O caso do coreto, é exemplar: o seu antecessor, fez a promessa e não cumpriu. Aposto que Monteiro vai cumprir.
O que é característico e específico do populismo é, simplificando, a legitimação da mentira deliberada como instrumento de captação de votos e adeptos. Legitimação da mentira friamente premeditada, que não é o mesmo que dourar uma pílula ou fazer vagas promessas aliciantes.
O coreto não vai mudar nada na Figueira, mas vai contribuir para Monteiro ganhar as eleições autárquicas de 2021.
Monteiro fez o quê? Prometeu ao figueirense o óbvio. Não caiu na tentação de prometer o que está farto de saber que não lhe poderia dar: não prometeu virar a página, nem desenvolvimento planeado, nem criação de emprego para fixar população.
Prometeu o coreto.
Porquê?
Porque sabe que não tem condições para mais. Estilo político é uma coisa, populismo é outra. Carlos Monteiro, tem consciência que a sua ascensão ao cargo de presidente, nas condições em que aconteceu, poderia constituir um momento delicado para a sua aspiração de sempre. Mas, reconheça-se, tendo em vista o desafio que sobretudo o preocupa, respondeu de forma inovadora, simples, directa e, tudo o indica, eficaz. Portanto, para depois de 2021, já temos presidente na Figueira.
Foto sacada daqui |
... o jardim municipal vai entrar em obras. Além do prometido coreto, terá um espaço de bebidas e biblioteca, na zona do parque infantil. Por outro lado, anunciou ainda o edil, o jardim da Quinta das Olaias será aberto ao público e haverá um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias. Por outro lado, Carlos Monteiro revelou que a autarquia poderá analisar uma solução que permita criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros. No entanto, defendeu, isso não implicará a desistência do Anel das Artes, que, afinal, também poderá levar cobertura. Entretanto, contudo, a construção do espaço multiusos foi adiada, sem data definida para ser iniciada.
“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossier do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a actividade será concessionada a privados.»
Não sou a única pessoa que lamenta o deserto do pensamento que vigora na nossa Aldeia. Somos poucos, mas na Figueira há ainda quem pense e não desista de pensar. Mas, infelizmente, somos pérolas raras.
Li com curiosidade, no jornal Diários as Beiras, edição da passada quinta-feira, a meia dúzia de promessas que Carlos Monteiro fez no decorrer do programa de entretenimento.
Não se deve confundir com demagogia ou simples e legítima busca de popularidade, este amontoado de promessas para "breve". Monteiro não ilude, não mente, não pretende conquistar o povo com promessas impossíveis. Uma ou outra pitada de demagogia não basta para fazer de Monteiro, pelo que vi depois de ter assumido o cargo de presidente de câmara, um político populista.
Quase todas estas promessas de Carlos Monteiro são facilmente exequíveis. O caso do coreto, é exemplar: o seu antecessor, fez a promessa e não cumpriu. Aposto que Monteiro vai cumprir.
O que é característico e específico do populismo é, simplificando, a legitimação da mentira deliberada como instrumento de captação de votos e adeptos. Legitimação da mentira friamente premeditada, que não é o mesmo que dourar uma pílula ou fazer vagas promessas aliciantes.
O coreto não vai mudar nada na Figueira, mas vai contribuir para Monteiro ganhar as eleições autárquicas de 2021.
Monteiro fez o quê? Prometeu ao figueirense o óbvio. Não caiu na tentação de prometer o que está farto de saber que não lhe poderia dar: não prometeu virar a página, nem desenvolvimento planeado, nem criação de emprego para fixar população.
Prometeu o coreto.
Porquê?
Porque sabe que não tem condições para mais. Estilo político é uma coisa, populismo é outra. Carlos Monteiro, tem consciência que a sua ascensão ao cargo de presidente, nas condições em que aconteceu, poderia constituir um momento delicado para a sua aspiração de sempre. Mas, reconheça-se, tendo em vista o desafio que sobretudo o preocupa, respondeu de forma inovadora, simples, directa e, tudo o indica, eficaz. Portanto, para depois de 2021, já temos presidente na Figueira.