quarta-feira, 6 de junho de 2018

Há dias em que sentimos a impotência de mudarmos o rumo das coisas... E há os outros dias

No passado domingo, dia 3 do corrente, conforme pode ser comprovado clicando aqui, publiquei uma carta  de um munícipe figueirense, que tinha sido enviada, há meses. Até então, não tinha havido qualquer resposta. Nem sequer uma simples nota a acusar a recepção.
Ontem, porém, dia 5, chegou a resposta, conforme se pode comprovar pela imagem abaixo.
Para ver melhor, clicar na imagem
Nota de rodapé.
Ando há mais de 40 anos a escrever uns textos. Isso nada tem especial. É apenas algo que faço, como, por exemplo, faço caminhadas e há uns anitos atrás fazia umas corriditas de 10 ou 20 quilómetros.
Gosto, porque é um desafio e porque é possível. Há alturas em que caminhar, tal como escrever, é necessário, como se uma força interior incontrolável me empurrasse nalguma direcção e nada pudesse impedir o avanço. 
Tem de ser. Não se questiona. Faz-se.
Tal como para mim não se questiona, ou explica, a importância de respirar,  olhar o céu, ouvir o mar, comer um petisco regado com um tinto.
Escrevo (e vou continuar...) porque sim. 
Não é para para ser reconhecido, nem  para salvar a ALDEIA.
É porque sim. 
Escrevo tão naturalmente, como quando entro numa sala cheia de gente e digo "bom dia"
Se alguém respode vê-se o que pode vir a partir  daí. 
A  maior parte das vezes, não vem nada de especial.
Contudo, foi criada a possibilidade. Existiu uma oportunidade. 
Afinal, escrever nada tem especial: juntam-se palavras e, por vezes, chegamos a algum lado. 
Vou continuar. 
Como sempre. Simplesmente, como gosto de respirar, de olhar o céu, de ouvir o mar, ou de comer um petisco regado com um tinto...

Até sempre Senhor Nicolau

O associativismo do Concelho da Figueira da Foz ficou mais pobre. 
Faleceu o Senhor Nicolau, o músico filarmónico mais antigo em Portugal e quiçá na Europa. 
Faleceu com 93 anos. Foi músico ininterruptamente durante 74 anos, até ao dia da sua partida. Esteve sempre de forma abnegada ao serviço da Sociedade Boa União Alhadense.
Que exemplo de cidadania, de entrega, de união e solidariedade. Hoje os anjos estão em festa, pois, onde quer que esteja o Senhor Nicolau, não há tristeza mas sim amor. 
Até sempre!
“Acho que comecei em 1940. Ou talvez em 1945…”, disse um dia o músico ao jornal AS BEIRAS.
A pandeireta foi o seu primeiro instrumento, que tocou no Ateneu Alhadense. Depois, trocou o instrumento de percussão por um de sopros, o clarinete. Mais tarde viria a substituir este por outro da mesma família, o saxofone alto. 
Mas, o Senhor Nicolau não foi só músico. Ele também foi proprietário de uma das últimas e mais antigas tabernas da Figueira da Foz, onde passou os seus dias, atrás do balcão.
Pois, foi precisamente aí, na sua taberna,  que eu conheci o senhor Nicolau.
Foi no já longínquo ano de 1972, ano em que comecei a trabalhar como empregado de escritório na já extinta firma Rodrigues,  Pais & Cª..
Tinha 19 anos. Uma das minhas tarefas semanais,  era percorrer a pé todos os clientes da cidade  para realizar as cobranças… E o senhor Nicolau, que era um deles,  teve  uma particularidade de que nunca mais me esqueci, apesar de já terem passado 46 anos!
Ao olhar para mim, muito jovem e então “estilo copo de leite”, certamente com a malícia de um Homem já vivido e traquejado pela vida, disse-me, logo na primeira vez que me viu, depois de eu dizer ao que ia: “então o  menino quer receber,  não é?.. Pois só recebe, se comer um carapauzito frito e beber um tinto…”
Envergonhado e atrapalhado, comecei por recusar, mas depois acabei por achar graça e entrei no esquema… 
E o senhor Nicolau começou  a ser visitado à hora do lanche …
Entretanto, mudei de patrão e de vida, e há muitos anos que não visito a taberna do Senhor Nicolau…
Até sempre Senhor Nicolau.

terça-feira, 5 de junho de 2018

SERVIÇO PÚBLICO

"O PREC acaba de obter uma vitória, ainda que póstuma, e na secretaria. O Sr. Carlucci já está a fazer tijolo."...

Dia Mundial do Ambiente, devia ser todos os dias...

Bom dia. 

Todos os dias, quando acordamos, devíamos lembrar-nos, por ordem de prioridade, daquilo que precisamos para viver:

1º- oxigénio
2º- água
3º- alimento
4º- tudo o resto

Sem árvores e plantas não há oxigénio.
Poluindo e desperdiçando, deixaremos de ter água.
Sem oxigénio e sem água não haverá alimento.

É tão simples e tão fácil de entender.

Todos os dias quando nos deitamos devíamos perguntar-nos, egoisticamente, o que é que fizémos hoje, para melhorar a nossa própria hipótese de sobrevivência. 
Já nem falo dos nossos filhos, das nossas famílias, das outras pessoas, dos animais, dos ecossistemas ou do planeta. 
Se, ao menos, conseguíssimos perceber  o que precisamos de fazer para manter a nossa própria e egoísta sobrevivência, era já um grande avanço civilizacional.
Bom dia.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Paz!.. O amor, é o sonho mais belo... Sem ele, a vida não passaria de um mar morto...

Alô, alô, New Bedford

Para ler melhor, clicar em cima da imagem
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
Claro que grande parte das postagens é o que merece. Contudo, há outras que deviam estar sempre à vista. Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver se a gente não se esquece delas, são as que focam a erosão costeira a sul do quinto molhe da Praia da Cova.
Não é por nada de especial, mas por uma simples razão: a situação a sul do quinto molhe na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito...
Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.

Por cá, a protecção da Orla Costeira Portuguesa continua a ser uma necessidade de primeira ordem... 
Por isso tem de continuar a olhar-se, ao estado a que chegou a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. 
Por vezes, como tenho vindo a alertar desde 2006, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, vai-se perdendo a oportunidade de resolver o essencial para a vida quotidiana dos covagalenses...

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

Recordar palavras de Saramago: " se puderes ver... repara!"

Vamos a isso vereador Miguel Pereira

"O estudo que vai determinar que tipo de intervenção será feita na Lagoa da Vela já foi adjudicado, por ajusto direto, à Associação Portuguesa de Vida Selvagem, no valor de 17 mil euros. “O ajuste direto justifica-se com o facto de se tratar de uma equipa científica de renome nacional e internacional”, afiançou ao DIÁRIO AS BEIRAS o vereador Miguel Pereira. Os cientistas têm seis meses para concluir o trabalho. O autarca afi rmou, ainda, que “o compromisso verbal que existe entre todas as  entidades é que, qualquer que seja o resultado do estudo técnico, ele será aplicado”. A revitalização do lago natural, na freguesia do Bom Sucesso, será candidatada a fundos comunitários."

Apesar do optimismo do vereador Miguel Pereira, creio que quem não tiver algum pulmão, para aguentar a caminhada, vai desistir....
Falta percorrer muito, mas é claro que vale a pena! 

Em Aveiro é assim:

Petição Pública
Salvar o Jardim do Rossio em Aveiro 
1. Terreno largo, fruído em comum pelo povo. 
Vimos por este meio repudiar o projecto vencedor do concurso de ideias para o Rossio de Aveiro. Pedimos ao presidente da Câmara Municipal de Aveiro e a todos os aveirenses que façam tudo o que estiver ao seu alcance para que se evite que este erro urbanístico seja executado. 
Queremos um Rossio que seja um espaço fruído em comum por todos e por isso se rejeita que se faça uma obra cujo propósito é sustentar o "crescimento fortíssimo" do turismo. Queremos um Rossio que seja para os habitantes e não apenas para os turistas. 
Queremos um Rossio com mais espaço verde e sombras ao invés do espaço desolado e inóspito que o querem tornar. 
Não deixamos que matem este espaço nobre da cidade de Aveiro.

Nota de rodapé.

Em Aveiro, ainda há quem lute!
Cá, pela Aldeia, o povo aceita tudo...
E ainda se sente agradecido, venerando e obrigado!
Bem aventurados os pobres de espírito, que deles será o reino dos céus!

domingo, 3 de junho de 2018

Há dias em que sentimos a impotência de mudarmos o rumo das coisas...

Exmo. Senhor Vice - Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz
Dr. Carlos Monteiro

Os meus cumprimentos.

Interpelo-o na sua posição de Vice-Presidente da C.M.F.F., para, na minha qualidade de nado e criado em Buarcos há mais de 54 anos, colocar ênfase em duas situações que, cabendo nos pelouros atribuídos a Vª. Exª., deveriam ser abordadas e para elas encontrada uma solução.

Primeiro, a curva do cemitério de Buarcos:

Para quem tenha idade para se lembrar ( ambos temos ), a curva do cemitério sempre foi problemática e fértil em acidentes, com algumas vidas perdidas naquele local, antes e depois da construção da marginal.
A colocação de material anti-derrapante e as lombas de regulação de velocidade ( algures nos anos 90 ou 2000 ), introduziram um grau de segurança que, tanto quanto me lembre, permitiu que desde então até à substituição operada recentemente naquele piso, o número de acidentes ( essencialmente despistes )  baixasse drasticamente, e o número de fatalidades, tanto quanto a memória me serve, fosse nulo.
Substituido que foi o piso, já no decorrer de 2017, verifiquei já e pelo menos, dois violentos acidentes ( despistes ), que resultaram em postes de iluminação colapsados, e alguns metros de muro danificados e/ou destruídos.
Não querendo nem tendo suficiente conhecimento para avançar com conclusões acerca do piso aplicado ( de todo o modo aconselho-o a experimentar travar nele, com alguma chuva ou humidade, quer na curva referida quer na rotunda do E. Leclerc ), e mesmo concedendo que em tese, o mesmo é apto ao final a que se destina, penso que é absolutamente curial que Vª. Exª. se debruce sobre a circunstância daquele passeio ser utlizado por centenas ( se não, milhares, presente remetente e destinatário incluídos ) de pessoas por dia, essencialmente numa vertente de lazer, aproveitando um dos melhores cenários de caminhada urbana que conheço em todo o mundo ( a nossa marginal oceânica ), e na tragédia que pode representar, um despiste automóvel naquela zona.
A solução, permita-me sugerir, passa por instalar um rail de protecção, segregando o passeio da faixa de rodagem, o que, podendo em tese não evitar todas as possibilidades de alguém ser atingido, mitigará grandemente a probabilidade de tal.
Não conhecendo os preços de mercado para tal obra, sabemos que tal é comportável por uma Câmara que tem quase finalizado o plano de saneamento financeiro e, mesmo que dificuldades orçamentais fossem impeditivas, parece-me que sendo a primeira missão de qualquer autarca, o bem estar e segurança dos munícipes, Vª. Exª. encontraria seguramente forma de efectivar aquele objectivo primordial.

O segundo aspecto, contende com aquilo que na opinião de muitos munícipes e também de quem nos visita regularmente, se trata de uma obra boa mas inacabada. Falo da ligação do Teimoso ao Abrigo da Montanha e ao Farol do Cabo Mondego.
Asfaltar cerca de 9.200 metros de ligações dentro da belíssima Serra da Boa Viagem, e deixar uma "nódoa" de cerca de 1.500 metros nos troços que ligam o cruzamento da Casa do Guarda ao Abrigo, e daquele local ao Farol do Cabo Mondego, é sem dúvida não ser consistente com as loas e os anúncios que a C.M.F.F. tece e concede, àquele que é, repito, um dos ex-libris da Figueira da Foz.
Faça ou lute por isso sr. Vice-Presidente. Talvez os que no elenco camarário não são da Figueira, não percebam a alma daquele local, mas eu sei que Vº. Exª., retirado o elemento político, é um Figueirense que sente a Figueira e partilha desta posição. E acredite que serão estas posições que tome agora, que as pessoas recordarão mais à frente, quando, como parece, se alcandorar a outro lugar.

Nota de rodapé.
Carta de um munícipe enviada, há meses, que não teve qualquer resposta. 
Nem sequer uma simples nota a acusar a recepção.  
Decididamente, quem está no poder na Figueira, há quase 9 anos, trata-nos como se fossemos parvos e não existisimos... 
Lá terão as suas razões, pois as votações dão-lhes razão!

Demasiadas sombras

"Foram importantes, a tomada de consciência do grave problema demográfico com que o país se depara, bem como a afirmação da necessidade de se melhorar a qualidade de emprego e de se criarem condições para conciliar a vida profissional e familiar. Estes objetivos, num contexto em que se conseguiu alguma descredibilização das "vantagens" da pobreza forçada, da precariedade e da emigração da juventude, deviam ser assumidos na sua plenitude. Entretanto, de imediato foi criado um cenário da sua desvalorização através de medidas anunciadas no "Acordo de Concertação Social" que o Governo, as confederações patronais e a UGT celebraram.

Travar a emigração e permitir o regresso de milhares de jovens que estão no estrangeiro e aqui fazem falta exige mudanças profundas, que causarão inquietação e perdas a patrões que espremem sem limites o fator trabalho; não se coadunam com as recomendações crónicas das instituições europeias; impõem bem mais que umas pequenas migalhas para os trabalhadores. E o combate à precariedade e a dinamização da contratação coletiva reclamam mais poder real para os trabalhadores e as suas organizações coletivas, nas empresas e serviços. No "Acordo" constatamos, por agora, a sua representação duvidosa, o aplauso da Direita e o tecer de condicionalismos à maioria parlamentar que sustenta o Governo. E vamo-nos interrogando sobre o que haverá de verdadeiro entre um certo "jogo de sombras" que veio a público e as implicações concretas de cada medida adotada.

A convergência dos nossos salários com os dos europeus não se alcança com acordos de encanar a perna à rã, tanto mais que tal objetivo está fora da agenda da União Europeia (UE).

Da "Europa" vêm hoje muitas sombras com impactos fortes em Portugal: as turbulências em Espanha e Itália; o euro encalhado e as pretensas reformas abandonadas; a guerra comercial à "Europa" declarada por Trump, com objetivos que incluem ataque ao setor automóvel alemão; avanços da extrema-direita em vários países; aplicação de políticas neoliberais que destroçam direitos laborais e sociais.

Os ideólogos liberais sempre pensaram o processo de integração europeia como uma libertação dos capitais e das mercadorias (e menos das pessoas) de todos os entraves e fronteiras. O comissário europeu Gunther Oettinger disse, a propósito da situação política em Itália, que "Os mercados ensinarão os italianos a votar bem". É um comentário desastroso mas revelador dos perigosos rumos trilhados pela UE. A rejeição da soberania "dos mercados" por parte dos eleitores tende a ser cada vez mais um facto, no quadro de uma UE bloqueada e de políticas nacionais que não respondem aos justos anseios das pessoas. Estes bloqueios alimentam o crescimento de forças de extrema-direita. Preparemo-nos contra todas estas sombras.

Em Portugal precisamos de seguir objetivos que o secretário-geral do PS enunciou. Governar por essa via é trabalhoso e difícil, mas foi assim que os portugueses respiraram melhor nos últimos três anos. Faça-se debate político sério, designadamente sobre o conteúdo e objetivos estratégicos do "Acordo de Concertação Social", se não queremos que tudo isto acabe num sufoco."

daqui

Bom domingo... E viva o Sporting.

Chato, foi Rui Patrício ter avançado para a rescisão...
Mas, a vida tem dias assim...
Fica um "alerta sobre saúde, em especial mental..."
"Adoro futebol, sou apaixonado pelo Sporting clube de Portugal, mas prefiro discutir o que se passa dentro das quatro linhas, a ter que formar juízos de valor sobre o comportamento das pessoas sob a influência de outro tipo de linhas. Algumas substâncias psicotrópicas como a cocaína produzem um efeito estimulante, fazendo com que a pessoa fique “ligada”, eufórica, mas também facilmente irritada, ansiosa e paranóica, psicótica, por vezes alucinada, o que a leva por vezes a um comportamento errático ou bizarro. O que é incompatível com o desporto".

sábado, 2 de junho de 2018

"O cartão de visita do novo Cabedelo"

O projecto de iluminação da Praia do Cabedelo foi apresentado, ontem, nos paços do concelho do munícipio da Figueira da Foz.
 “O surf encaixa-se no âmbito da nossa estratégia”, disse na oportunidade João Ataíde, conforme se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS. E acrescentou: “O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”. Por isso, será alvo de uma “intervenção minimalista”.
Deve ser por isso, que a autarquia vai investir mais de dois milhões de euros...
 “Não estamos a apresentar nada de novo, apenas estamos a cumprir um sonho antigo dos surfistas da Figueira da Foz (o de surfar à noite)”, disse Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo e subscritor da proposta de iluminação da praia. 
Por sua vez, o presidente da Junta de São Pedro, António Salgueiro, afirmou aos jornalistas, que a iluminação da praia será “uma mais-valia” para a freguesia. 
Tudo banalidades. É  asssim que o Cabedelo continua a ser tratado: como uma coisa banal. Ao sabor dos interesses do momento.
Pois eu gosto de poesia. 
Aprecio no Poeta a capacidade de nos maravilhar e de nos fazer pensar. 
Com o tema mais banal, com o facto mais comum, com a ideia mais prosaica eles conseguem que sonhemos, que nos interroguemos e que consigamos manter a capacidade de espanto.
Foi o que me aconteceu com esta imagem, convencional, que alguém me sugeriu  ser "o cartão de visita do novo Cabedelo".
Esta foto, faz-me lembrar tempos em que eramos não convencionais e um pouco rebeldes. 
Tempos em que pensavamos (o Eurico era um deles...) que podíamos "mudar" o Cabedelo... 
E sabem uma coisa? 
Acho que tínhamos razão! 
Nós podíamos e devíamos ter "mudado" o Cabedelo, mas, alguns, desistiram cedo demais...
Fazemos parte de um uma Figueira complicada, mas gira! 
Este não conformismo, esta rebelião inconsciente anárquica agrada-me. 
Porém, sabe-se lá porquê, nem sempre vejo o espírito contestatário dirigido adequadamente contra o Poder...
“O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”...
Isso, no fundo, é o importante.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

CAOS


PARA OS AMIGOS TUDO. PARA OS OUTROS CUMPRA-SE A LEI. A NOSSA...

Via AS BEIRAS

Que pena não estar na Figueira...

A iluminação do mar, na praia do Cabedelo da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017. O projeto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.

"Surf iluminado", é uma crónica de José Fernando Correia, publicada ontem no jornal AS BEIRAS. Passo a citar.
"Está anunciada para amanhã a apresentação pública do projecto de iluminação da praia do Cabedelo, tornando-a apta para a prática do surf e de outros desportos durante a noite. O arrojo do projecto parece-me assinalável e pode constituir um importante elemento de atracção para aquele espaço, com a vantagem de ocorrer em “contratempo” com a sua fruição clássica, de perfil diurno. Também não ignoro que o funcionamento, em concreto, da infraestrutura terá de estar rodeado de todos os cuidados, sobretudo no que toca aos aspectos relacionados com a regulação dos períodos de utilização e respectiva segurança. Como é sabido, a ideia resulta de uma proposta apresentada no contexto da 2ª edição do Orçamento Participativo e que, apesar de não ganhadora, foi acolhida pelo executivo municipal e integrada no respectivo programa de acção, no quadro mais geral da intervenção de fundo prevista para o Cabedelo. Este aspecto é da maior relevância e enfatiza as potencialidades do orçamento participativo enquanto plataforma organizada de lançamento de ideias e não exclusivamente enquanto concurso de corrida aos votos neste ou naquele projecto. Mostra também que não há uma contradição insanável entre o regime geral da democracia representativa e a vigência de fórmulas de democracia directa. Ao contrário, como agora se demonstra, eles podem até ser complementares. Os cidadãos sinalizam as suas preferências e cabe depois ao executivo municipal aquilatar da sua bondade e da sua integração nos seus planos de acção. Boas ondas!"

Nota de rodapé.
Recorde-se: o projecto para a iluminação que tornará possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.