"O contrato para a obra de requalificação urbana do Cabedelo foi aprovado por maioria em reunião de Câmara, na passada segunda-feira,com os votos contra do PSD.
Ana Oliveira quis saber se o parque de campismo existente naquela zona ia sair até ao final deste ano e o presidente da Câmara explicou que se trata «se uma área demasiado nobre», que a prefere «para usufruto público» e que, como o contrato de concessão termina no final deste ano, vai solicitar à Administração do Porto da Figueira (APFF) que não seja renovado.
A vereadora do PSD ainda questionou sobre os funcionários e as pessoas que ali vão «há mais de 30 anos», mas João Ataíde insistiu quer ver o espaço «requalificado». E quando Miguel Babo, do PSD, recordou que em ARU (área de reabilitação urbana), o parque «ia transitar para outro local», João Ataíde disse que a proposta «não mereceu o nosso acolhimento», porque quer o Cabedelo «para o surf, aberto, com uma perspectiva moderna». Além de que, acrescentou, «há dois parques de campismo e duas estruturas de caravanismo», frisou."
Acabei de citar uma noticia do Diário de Coimbra.
Nota de rodapé.
É meu entendimento, desde sempre, que pagarmos os nossos impostos é uma obrigação que decorre de uma atitude e de uma obrigação eticamente fundamentada.
Todavia, há aqui uma ressalva importante a fazer: tem igualmente que haver por parte do recebedor do imposto, o Estado, um comportamento idêntico, sem o qual a obrigação que sobre nós recai deixa de ter sentido.
Ora, a meu ver, a Câmara da Figueira, que também é Estado e cobra um dos IMIS mais altos do País, não é uma pessoa de bem.
Pelo que estou a ver, em alguns casos, o dinheiro que nos é retirado não é empregue na melhoria das condições gerais de vida de quem mais precisa.
Vejamos um caso real e concreto.
Enquanto, a sul da Praia da Cova há uma erosão das dunas que anda a deixar os moradores com o credo na boca, e não há notícias de que haja a mínima preocupação com o assunto mais importante para os habitantes que moram a sul do concelho - Cova,Gala, Costa de Lavos e Leirosa -, no Cabedelo, está em curso uma mirabolante requalificação, que já foi isto, aquilo, tudo e mais alguma coisa e, agora, ao que parece se resume em encerrar um parque de campismo, que está no local há 30 anos, para colocar numa pequeníssima área desse mesmo espaço outros bares, putativamente, pertencentes a gente da "cor"... (eu até sei de uma história que provava que isto não está acontecer por acaso, mas vou deixar que aconteça mesmo...), ao que dizem um hostel para 11 quartos, aproveitando o edifício sede do parque Foz do Mondego e a actual esplanada, e a ligação por estrada pelo interior da lota...
Alguém me consegue explicar bem (eu sei que sou muiiita burro!...) em que é que isso colide com o parque de campismo?
É que com esta brincadeira vão ficar em causa postos de trabalho.
No inverno 15 e no verão mais de 30. De pessoas, na sua maioria, a quem vai ser extremamente difícil arranjar outro posto de trabalho.
É pouco senhor presidente da câmara?...
Vamos ver quantos novos postos de trabalho vão ser criados com os 2 milhões seiscentos mil euros que se vão gastar no Cabedelo...
Aliás, para que fique explícito, os senhores vereadores deste executivo não fazem a mínima ideia do que custa a vida para um cidadão normal. Mais: que eu tenha conhecimento, nenhum dos senhores vereadores deste executivo criou, sequer, um posto de trabalho no decorrer de todas as suas vidas. Eu não criei muitos: durante anos, criei dois e mantive-os.
Assim, a partir de hoje, este estado que alicia os contribuintes com migalhas, para exigirem facturas pelos serviços de que usufruem em determinadas áreas, como sejam a restauração, a reparação automóvel, os gabinetes de estética, e outros, não conta mais comigo para pedir facturas a quem luta por manter postos de trabalho para entregar, de mão beijada, esse dinheiro aos amigalhaços do regime, como vai acontecer no Cabedelo.
A isto chama-se desobediência civil e direito à indignação, que exerço com toda a alegria e com o sentimento do cumprimento de um dever...