quinta-feira, 16 de março de 2017

Revisão do PDM: o debate do próximo dia 22...

No próximo dia 22,  Ana Carvalho, vereadora do Planeamento e Ordenamento do Território, vai fazer uma sessão de esclarecimento sobre a revisão do Plano Diretor Municipal para 3  deputados municipais, três: da CDU, podem estar dois. Do BE, um!.. 
Debate a sério sobre o PDM é isto?
Irão brincar às casinhas?.. 
Ou o debate vai ser mais interessante e irão brincar aos arquitectos?
A terminar.
Registe-se o espírito de sacrifício da vereadora Ana Carvalho... 

Joaquim Gil foi lembrado ontem na Figueira

Ontem, ao fim da tarde o livro “Joaquim Gil – Um homem de causas” foi apresentado no restaurante O Picadeiro, na Figueira da Foz.
Estiveram presentes dezenas de pessoas. Na mesa que fez a apresentação estiveram Joaquim de Sousa (provedor da Misericórdia-Obra da Figueira, instituição que fez a edição do livro), Fernando Pereira (coordenador e selecionador dos textos) e Manuel Queiró (apresentou o livro e falou sobre o homenageado). 
O título do livro reealça a  actividade cívica e a personalidade do advogado de Coimbra. Dono de um peculiar, mordaz e refinado sentido de humor, destacava-se, ainda, pelo elevado grau de cultura geral, reconhecido estatuto intelectual e simplicidade. Dizia e escrevia o que pensava, não obstante a amizade e a consideração que sentia pelos visados, sem olhar à “cor” política ou estrato social dos mesmos. 
De resto, na apresentação do livro, encontravam-se alguns dos que foram alvo dos seus impiedosos e irónicos artigos de opinião. Era um homem bom que deixou saudades, conforme salieantaram os três oradores.

As vistas largas de João Ataíde...

"Lucros da Sonae sobem 23% em 2016"...
Já imaginaram as contrapartidas que vão chegar com a instalação do futuro Modelo na Figueira da Foz!..

Nota de rodapé.
Senhor presidente:
desculpe, pois, qualquer coisinha!..
Que raio de vida - a minha!..
Senhor presidente:
V. Exa. é húmus, fermento,
sorriso franco, alento.
Por causa si, tudo na Figueira medra...
Já eu, sou burro como uma pedra!
Senhor presidente:
V. Exa. faz até jorrar fontes!
Vejam bem: até alargou os horizontes
da Praia da Calamidade,
outrora da Claridade!
Senhor presidente:
como eu gostava de me soltar deste ser bisonho...
Como eu gostava que tudo fosse verdade...
Como eu gostava que tudo não fizesse parte de um sonho.
Mas, essa, infelizmente não é a verdade!
Senhor presidente:
Que raio de vida - a minha!..
desculpe, pois, qualquer coisinha!..

Vamos lá então discutir o PDM...

Para ver melhor, clicar na imagem
Terrenos ao lado do cemitério da Carneira.
Com esta proposta de revisão, até estes terrenos darão para construir!..
Um dia, que não deve estar longe, quando for necessário expropriar para ampliar o cemitério, o valor do m2 de terreno estará mais alto...
A CMFF - todos nós, no fundo... - vai pagar  o metro quadrado ao preço do índice que este PDM permitir que lá se possa construir!
Sabem de quem são estes terrenos?..
Certamente, de alguma poderosa e influente família figueirense...

quarta-feira, 15 de março de 2017

Figueira/2017, cidade dos melros, ou dos tordos?..

"O buraco negro", é uma crónica hoje publicada no jornal As Beiras. Daniel Santos, engenheiro civil, é o seu autor. Passo a citar.
"O PDM que se encontra em revisão foi aprovado pela Câmara Municipal e publicado em 18 de junho de 1994 e valia por um período de dez anos. Porém, em consequência das omissões e erros identificados pela gestão urbanística, foi decidido em 21 de julho de 1999 dar início a um processo de revisão cujos princípios revelavam uma diferente visão para o concelho. Ao contrário do que havia acontecido com o plano de 1994, optou-se então por auscultar a opinião direta das populações, sem que a lei da época a tal obrigasse. Foram organizadas sessões em todas as freguesias, sempre depois do jantar, com a presença do vereador do pelouro e técnicos camarários onde, numa perspetiva pedagógica, foi explicado o PDM em vigor e auscultadas as opiniões dos munícipes. As sessões foram participadas por 2190 munícipes que deram um contributo inestimável para o desenvolvimento de um trabalho que se sabia à partida que seria demorado. Constatou-se que perto de 67% das intervenções tinham por finalidade a legítima, embora impossível, valorização fundiária. Apenas os restantes se centraram na solução de problemas da comunidade. A partir de 2002, o processo de revisão entrou num buraco negro de que só recentemente despontou. Na fase que agora se inicia espera-se que a componente política do ordenamento do território seja bem explicada de modo a que os cidadãos participem e infl uenciem positivamente o futuro do concelho."

Nota de rodapé.
Quando era puto, o pinhal chegava quase até à porta da casa da minha avó Rosa Maia. Terminava onde ainda está a portaria do que foi a falida Alberto Gaspar.
Lembro-me que, na altura, existiam muitos melros de canto melodioso naquela zona. 
Os ninhos eram feitos pelas aves nas copas dos pinheiros, altos e de largos troncos, que  lá existiam.
Mal-amado pelos agricultores, o melro-preto é uma ave que tem vindo a conquistar as cidades, sendo visita frequente de jardins e canteiros, à cata de alimentos.
O seu canto forte deve estar quase a encher as manhãs e os fins de tarde, sinal de que o tempo quente está a chegar.
O melro-preto (Turdus merula) é uma das espécies de aves mais abundantes em Portugal. Curiosamente, em Lisboa e noutras cidades tem-se tornado cada vez mais comum, sendo observado em jardins, mas também em telhados e antenas de prédios, aproveitando novos oportunidades de alimentação. A ave, dizem os especialistas, tem também maior tolerância à presença humana do que no campo. Chegam a aproximar-se a menos de cinco metros. No meio rural, tem um comportamento mais nervoso e arisco, fruto, talvez, da pressão cinegética. 
Mas, do que gosto mesmo é do canto melodioso do melro-de-bico-amarelo, o tal, como diz a gíria popular, "que come a semente e o farelo." Isto é,  trata-se de um espertalhão! 
É melhor terminar esta postagem por aqui. 
Com a embalagem que levo, ainda acabava por fazer a maldade ao melro de o comparar a um qualquer governante figueirense dos dias que passam... 
Claro que não o farei...
Tenho enorme consideração e estima pelos lindos melros!
Os politicos acabam por cair que nem tordos! 
Não consta, nem tenho conhecimento, que caiam que nem melros!

As Beiras, 23 anos: parabéns.

Um jornal não tem idade. 
Está vivo ou está morto!..

Todas as vidas têm rituais.
Já lá vai o tempo em que, logo aí pelas 8 da manhã, tinha dois actos obrigatórios. 
A compra do jornal diário, normalmente o Público,  e uma primeira leitura superficial - uma notícia ou outra e a leitura editorial. 
Entretanto, ia tomando aquela primeira bica, que tão bem me sabia! 
Depois, ia-se ao trabalho e, mais tarde, com mais tempo, lá pela hora de almoço, aprofundava-se a leitura. 
Bons tempos. 
Hoje, tenho a internet...

Em 2017, a política figueirense explicada de A a Z...

«O escritor figueirense António Tavares, Prémio LeYa 2015, vai publicar em abril o seu novo romance, “Todos os dias morrem deuses”.
“Foi escrito há uns anos, mas foi trabalhado de novo”, adiantou o autor ao jornal As Beiras. A obra recebeu uma menção honrosa na edição de 2014 do Prémio Alves Redol, na altura, com o título “O tempo adormeceu sob o sol da tarde”
“Todos os dias morrem deuses” será o terceiro romance de António Tavares, depois de “As palavras que me deverão guiar um dia” e “Coro dos defuntos”.
Prestes a publicar o seu terceiro romance, António Tavares já tem o quarto escrito, e é sobre o pintor Mário Eloy. 
O próximo livro é um romance histórico. “Gosto de ter uma visão de retrovisor, até porque as coisas acabam por repetir-se”, justifica o autor de “Todos os dias morrem deuses”

Nota de rodapé.
Para o estado a que isto chegou na Figueira, em 2017, há coisas óbvias e outras menos óbvias. 
No geral, porém, já existe explicação para muitas delas. 
Para aquelas que ainda não há explicação, ela surgirá um dia. 
Não havendo uma razão aparente, há que continuar a procurar. 
Remeter tudo, quando se desconhece a causa, para um ser transcendental, seria negar a nossa capacidade de descobrir.
Sejamos claros: o diagnóstico está feito. 
Sabemos muito bem aquilo que está mal na Figueira.
Em 2017, se ninguém colocar no topo da agenda política na Figueira os custos do contexto, que são os que correspondem aos privilégios dos interesses instalados, o amiguismo, os que mamam do poder...,  vamos continuar mais quatro anos a rastejar na lama. 

Bem aventuradas eleições...

"Câmaras exigem 500 milhões para reparar estradas".

terça-feira, 14 de março de 2017

FIGUEIRA: UM JARDIM À BEIRA-MORTE PLANTADO

Retire-se a palavra Portugal e, em seu lugar, coloque-se Figueira e leia-se...
"Essa sede de notícias, bem a compreendo. Mas o pior é que não as há. A inconsciência em que se vive em Portugal, seria enternecedora se não fosse trágica. E de tal modo que vista aqui de dentro a situação, apesar dos gritos de alarme de fora, passam-se os dias, soalheiros ou chuvosos, como se tivéssemos lido no livro do destino o próspero futuro que a Senhora de Fátima tem prometido a Portugal. Graças ao terço que todos nós, duma maneira ou doutra, vamos rezando. Nunca nação nenhuma caminhou para o abismo com tamanha indiferença. Nem sequer estrebuchamos. É claro que acabaremos por abrir os olhos, mas isso será já na queda, quando já nada nos puder salvar."

Carta de José Saramago, datada de 26 de Maio de 1961, para José Rodrigues Miguéis.

A vida tem-me feito bem



"Qual é o segredo da tua boa disposição?", perguntam-me de vez em quando.
Quando isso acontece, fico embaraçado e limito-me a sorrir. E, por norma, não digo mais nada.
Mas, aqui, hoje, mais do que dizer o que quer que seja,  aconselho que ouçam esta música com atenção.
Eu gosto. E tem-me sido útil: fui lá colher alguns importantes ensinamentos...
Não diz tudo...  
Mas, a minha verdade, em parte, foi construída a partir das dicas aqui deixadas pela voz  de Mestre Alfredo Marceneiro...

Resposta à Martinha Lacerda, uma menina que gosta de viajar. E de versejar...

foto sacada da página do facebook  da Martinha Lacerda
Então o menino queria,
ficar a saber segredos,
daqueles que ninguém sabe?

Sobre o Pê Dê Mê da Figueira
Pergunte à bolinha matreira
Faça-lhe festas com os dedos 
Verá que a bola se abre!

No mês que aí vem se há-de ver!..
Vai ser rico de surpresas...
Terão de satisfazer
mulheres como eu - tesas!

Martinha Lacerda

Nota de rodapé.
Menina, presta atenção:
podes sempre comentar,
mas tens de ter vocação
pra enigmas decifrar.

Rimas fáceis são eficientes.
Fica sentada a ver:
com homens inteligentes
podes sempre aprender...


Isto não é poesia nobre.
São quadras que no seu fraco versejar,
embora de rima pobre,
servem pra animar.

Se não gostas, parte...
Fico por aqui: a brincar, me vou animando...
E ainda me sobra tempo, engenho e arte,
pra, se quiseres, irmos namorando...

O seu admirador António Agostinho.
Fazedor de notícias.
Agência de Notícias "O Caralhete"

Que saudades que eu tenho, de Portugal, um país de doidos, com tempo para tudo e pouco dinheiro para gastar...

Cristas aprovou projecto de resolução do BES sem o ler.
«A líder centrista foi contactada "durante as férias" pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, para assinar "com urgência" - "sem conhecer o dôssier"- a resolução do Banco de Portugal sobre o BES»!..

A Alberto Gaspar e a pressão que foi feita com as indemnizções aos trabalhadores que ficaram por pagar...

Em novembro de 2006, em plena reunião de câmara realizada no dia 6, o então vereador PSD Paulo Pereira Coelho, manifestou-se contra a urbanização dos terrenos da Alberto Gaspar. 
Mas, sublinhou, se tiver de ser feita, “que seja a autarquia a ganhar dinheiro a favor dos munícipes”.
Nessa reunião de câmara, o vereador da então maioria Paulo Pereira Coelho mostrou-se contra a alteração do Plano de Urbanização (PU) nos terrenos da Alberto Gaspar, em S. Pedro. 
No essencial, o PS defendeu a mesma posição
Na altura, já há dois anos que os cerca de 70 trabalhadores tinham rescindido os contratos de trabalho com a empresa, alegando salários em atraso.
Passado todo esse tempo a administração da empresa pressionava os politicos com o argumento de que o dinheiro (perto de seis milhões de euros) da alienação dos terrenos a um grupo espanhol, que pretendia construir cerca de mil fogos em altura, era para pagar aos credores, incluindo os antigos trabalhadores. Mas Paulo Pereira Coelho defendia que “a câmara não teve culpa” que a Alberto Gaspar tivesse chegado à situação em que se encontra.
“Se os terrenos (de 12 mil metros quadrados) estão na massa falida, a câmara que vá lá e que os valorize, que os venda e que ganhe dinheiro com eles a favor dos munícipes”, sugeriu Pereira Coelho. 
Isto, se Duarte Silva mantiver a decisão de avançar com a alteração ao PU, porque Pereira Coelho deixou claro que está contra a transformação de terrenos industriais numa área de “especulação imobiliária”.
Como era óbvio,  a situação dos trabalhadores estava a ser usada como modo de pressionar a câmara a tomar decisões. Esse, foi também o entendimento de Paulo Pereira Coelho, que avisou:  “recuso–me, terminantemente, a funcionar sob pressão, diria mesmo, até quase sob chantagem”.
É que, segundo o que o vereador disse na altura, “alguém já prometeu comprar os terrenos, baseado em supostas decisões da câmara”.
Recorde-se, que um grupo imobiliário espanhol pretendia adquirir os terrenos da falida Alberto Gaspar, para urbanização - 120 mil metros quadrados que estão à espera da revisão do plano urbanístico, pela câmara.
Os espanhóis chegaram a actuar como legítimos proprietários dos terrenos onde estiveram implantadas as instalações fabris da empresa Alberto Gaspar & Cª. Ldª., pois até chegaram a vender apartamentos!
Só que, entretanto, rebentou a bolha imobiliária espanhola, que  atingiu em cheio a Martinsa-Fadesa, a tal promotora imobiliária que já estava a vender apartamentos nos terrenos do Alberto Gaspar, situados na zona industrial da Gala!..

Quem tem lido este blogue ao longo dos anos, conhece a “estória” … Pode ser recordada clicando aqui.
E os trabalhadores, os tais que foram explorados e usados pela admnistração da Alberto Gaspar como arma de arremeso, viram as suas vidas e as das suas famílias desfeitas.
Um exemplo, via AS BEIRAS.
Será justo que venham a ser os herdeiros do Alberto Gaspar a beneficiar com as mais valias que a transformação de terrenos, que foram cedidos em condições especiais para uso industrial, em terrenos para a especulação imoblilária, vão proporcionar?
Porque os políticos têm memória curta, recordo um intervenção do actual vereador da maioria absoluta Carlos Monteiro no decorrer da Assembleia Municipal da Figueira da Foz,  realizada a 24.09.2009.
Retirado da acta da sessão ordinária nº. 4/2009.
A terminar, fica o registo do que então disse o presidente da Câmara Muncnipal da Figueira da Foz, o falecido Duarte Silva.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Lembras-te camarada António Tavares?.. Lembras-te camarada João Vaz?..

para ler melhor clicar na imagem
"Terrenos do Alberto Gaspar são notícia a nível nacional".
Graças à divulgação feita  pelo semanário Sol,  em janeiro de 2009, o assunto ganhou dimensão nacional.
“O estranho é a certeza que a Martinsa-Fadesa sempre teve que o projecto ia avançar”, comentou António Tavares, vereador do PS, ao Sol. E acrescentou: “Há uma coincidência estranha entre o Plano de Urbanização (apresentado pelo executivo camarário) e o projecto da Martinsa, já que ambos prevêem um índice de construção de 0,7 – que corresponde a 27 blocos de sete pisos para habitação e um hotel com 18 andares e 110 quartos”.
“A certeza de que esse índice de construção vai ser aprovado é tão grande que a empresa até pôs à venda uma coisa que ainda não existe”
O curioso da questão, é que os terrenos que foram vendidos à Alberto Gaspar para a instalação de uma fábrica, devem ser reclamados pela autarquia junto dos tribunais, segundo o vereador Paulo Pereira Coelho, do PSD. “É uma questão de bom senso saber se existe um direito de reversibilidade”, explicou Pereira Coelho ao Sol, “pois os terrenos são industriais e foram vendidos para esse fim”. Aliás, “a Câmara não tem nada a perder, na dúvida os tribunais decidirão”.
A posição Pereira Coelho foi, na altura,  partilhada por António Tavares, que disse estar à espera de uma resposta do presidente da Câmara Duarte Silva, pois este ficou de “saber se a reversão era possível, mas nunca o fez”.
A última posição conhecida sobre este assunto por parte de Duarte Silva foi divulgada pelo jornal Campeão das Províncias: “Duarte Silva pondera demitir-se caso se verifique um chumbo da revisão do plano de Urbanização”.
Contactado pelo Sol sobre o assunto, o presidente da Câmara da Figueira da Foz de então não fez qualquer comentário.

Entretanto, os anos passaram. Estamos em 2017, ano da Revisão do PDM.
Há oito anos, 8, João Ataíde é presidente e António Tavares, vereador...
Os terrenos do Alberto Gaspar continuam em poder dos herdeiros!..
O processo da falência da Empresa já terminou, ficando muitos trabalhadore em situação miserável... 
Vivemos numa Figueira cada vez mais desigual, em que se perdeu a noção de uma certa decência e eticidade comportamental.
Parece que não aprendemos nada com a História. 
Estamos a tornar-nos bichos, não é camarada Tavares?..

Em comunicado a Comissão Política de Secção do PSD/Figueira da Foz vem publicamente exortar o Executivo Municipal a efectuar uma verdadeira discussão pública, que no seu entender passa pela "realização de uma Assembleia Municipal extraordinária, com este assunto como único ponto de agenda"

Recorde-se que este processo nasceu torto. Os Figueirenses, como refere o comunicado, "tomaram conhecimento de que foi aprovada a revisão do Plano Director Municipal - PDM (que existe há mais de 30 anos …) e é o principal instrumento de planeamento Municipal", pois foi assim que foi anunciado pela comunicação social
Na verdade, o que foi aprovado foi a abertura do período de discussão pública da proposta de revisão do PDM apresentada pelo senhor Presidente da Câmara Municipal." 
Esta revisão é tão complexa e importante, pode ler-e ainda no documento que estamos a citar, "que passaram 20 anos desde que o Presidente Santana Lopes iniciou o processo com sessões de esclarecimento e auscultação nas freguesias e entidades intervenientes no processo."
Mais adiante, o comunicado diz que "esta é uma ferramenta essencial para definir o futuro do concelho, pelo que o esclarecimento e a informação dos cidadãos sobre as alterações que este documento contém e o que representa, não pode estar somente a cargo de um ou dois técnicos durante um dia nas juntas de Freguesia, em horário laboral, ou da máquina de informação falaciosa da Câmara Municipal a que temos assistido nos últimos dias com a aprovação de um documento que deveria há muito ter sido apresentando pelo Sr. Presidente da Câmara demonstrando mais uma vez o seu desprezo pelos Figueirense, só sendo apresentado agora por pressão governamental."
Para o PSD "cabe ao Sr. Presidente da Câmara vir publicamente explicar aos Figueirenses qual a estratégia que norteou a elaboração deste documento de coesão territorial, quais são os objetivos a atingir com esta revisão do PDM e o porquê das opções tomadas, pois este instrumento de planeamento não é só para definir o que é urbano ou rural, são equipamentos, infraestruturas, acessibilidades, definição das políticas locais de saúde, educação, sociais e económica. O que podemos e não podemos fazer nas áreas rurais e urbanas que ocupamos. As linhas estratégicas de desenvolvimento concelhio, os investimentos para pelo menos os próximos 10 anos que definem o nosso futuro." 
Nesse sentido, para que todos os figueirenses tenham a possibilidade de conhecer o que está em causa, a Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, vem publicamente exortar o Executivo Municipal a efectuar uma verdadeira discussão pública, que passa pelo seguinte:
"- A realização de uma Assembleia Municipal extraordinária com este assunto como único ponto de agenda, para que todos os figueirenses tenham a possibilidade de conhecerem o documento que vai decidir muito do que vai ser a nossa terra nos próximos 10 a 20 anos, antes do início oficial do curto período de 30 dias que a lei determina."
Este comunicado da a Comissão Política de Secção do PSD/Figueira da Foz, que pode ser lido na íntegra aqui, a terminar, "alerta os FIGUEIRENSES que podem ser cometidos erros que comprometerão irremediavelmente o futuro da Figueira da Foz e os legítimos interesses das populações. Lembramos, que já não foi possível fazer muita coisa pelo facto de o actual PDM o não permitir. 
Será que vamos ter um PDM ainda pior?"

PDM e agitação e propaganda..(III)

"Para além disso houve várias reuniões, que eu tenha conhecimento, em todas as Freguesias com a participação dos elementos do executivo e técnicos para que a população desse a conhecer os seus problemas. Por exemplo os casos colocados na Freguesia de Paião, 80% foram ultrapassados."
 paulo pinto


Quer dizer que foi «AVULSOS»?..  Por estatística 80% resolvido...
Para dizer que resolveram, PEGARAM NOS PROBLEMAS DOS 25 ANOS e RESOLVERAM 80%!..

Sabemos o que aconteceu no País e na Figueira.
No decorrer de anos e anos, mercê da especulação imobiliária e de um desordenamento do território que remunerou interesses bem colocados junto do poder político, foram sendo construídas selvas de betão ao redor e em zonas especificas da  cidade, nomeadamente nas frentes de mar.
O processo enriqueceu muita gente. 

Na Figueira, ainda faltou concretizar muita coisa, nomeadamente o célebre processo Alberto Gaspar (pelos vistos, chegou a oportunidade de valorizar os terrenos ... Só após os trabalhadores terem o processo fechado? Quem lucra com a mais valia?)
Temos os terrenos que incluem o campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala.
Inclui, ou não a Aldeia do Mar, a zona  assinalada na imagem acima?..

Sabemos o que se passou no País, em geral, e na Figueira...
O especulador conseguia a alteração ou a ultrapassagem do PDM... 
Ao conseguir transformar um terreno agrícola, ou industrial, ou com limites de construção, em altura, no local ideal para a construção "pato-bravista", fazia o preço multiplicar-se muitos por cento.
Depois era só repartir o bolo: beneficiava o autarca com dotes para conseguir operar a transformação, o construtor, o fornecedor de materiais de construção, a imobiliária, o banco que financiou as obras e as aquisições das belas habitações e etc. (e mais alguns...)
Quem perdeu?
Quase todos, os que hoje pagamos o restante da factura, nomeadamente a crise da banca.

Dir-me-ão: isso é passado.
Sinceramente, espero que sim.
Então que alguém responsável polticamente na Figueira responda com transparência cristalina a estas duas  simples questões: 
1. qual é a estratégia de desenvolvimento do Concelho?
2. com que instrumentos contam para executar essa estratégia?
Pergunto: a proposta de revisão de PDM DO PRESIDENTE ATAÍDE, actualmente em fase de discussão pública, responde a essas medidas?

Esta revisão do PDM tem objectivos económicos e políticos. 
Já em 2008, João Cardoso, então presidente da ACCIF, dava conta que “nos últimos 10 a 12 anos a freguesia de S. Julião, que abrange o centro da cidade, perdeu cerca de 20 por cento da população, com o aumento da habitação na periferia, situação que não pode continuar a manter-se”. E, sublinhou:  “é hora de mudar”...
E, curiosamente, ou talvez não, é isso que transparece, claramente, pelo pouco que se conhece desta proposta de revisão do presidente Ataíde do PDM. 


Vejamos um pormenor. 
A zona em redor do Parque de Campismo Municipal.
A prioridade racional, ao que julgo saber, deveria passar por "selar" em zona verde, pelo limite das estradas existentes, para num futuro próximo continuar a existir a hipótese de alargar o parque... 
Com esta proposta, não é isso, claramente o que vai acontecer:  o parque vai ficar asfixiado com prédios...
Portanto, caros leitores, a sociedade civil tem de exigir explicações aos políticos em tempo útil: isto é, no período em que o processo está em discussaõ pública. 
O Movimento Parque Verde ainda existe?

Ou seja: agora.
Os políticos, em especial o presidente da câmara, neste caso João Ataíde,  têm responsabilidades e têm a obrigação política e ética, de dar a cara e esclarecer as opções que tomam nesta matéria.
Mas, pelo caminho que as coisas estão a tomar, é claro que os políticos deste executivo de maioria absoluta socialista estão a seguir o caminho contrário: vão refugiar-se nos técnicos e nos pareceres de organismos externos!
Fazem lembrar aqueles imbecis que todos conhecemos, que não sabem usar mais do que um ou dois por cento das funcionalidades que têm no telemóvel, mas correm a comprar outro,  assim que é anunciado um mais moderno e com mais funcionalidades que, claro, nunca usarão...

PROPOSTA DO PDM ( PASMEM-SE DISTO MESMO ) PRESIDENTE ATAIDE: PARA VER MELHOR AS IMAGENS, BASTA CLICAR EM CIMA.

Há muitos anos, a minha avó Rosa Maia*, costumava contar-me histórias do tempo em que "os animais falavam"... Parece que nada muda, "há séculos", na Figueira!..

"Hans Christian Andersen contou que era uma vez um rei muito vaidoso, que gostava de andar muito bem arranjado
Um dia, vieram ter com ele dois especialistas, que lhe anunciaram que haviam descoberto um tecido tão belo e de tal qualidade que apenas os inteligentes o conseguiriam ver – assim, seria possível distingui-los dos tolos, parvos e estúpidos, os quais não serviam para a corte
Tal descoberta espantosa foi de imediato aceite pelo rei e, em poucas semanas, o fato de Sua Majestade foi apresentado. 
Consta que o rei não via nada, mas, como não queria passar por tonto, respondeu: - Oh! Como é belo! 
Os dois especialistas, então, fizeram de conta que lhe estavam a vestir o fato, com todos os gestos necessários e exclamações elogiosas: - Ficais tão elegante!... Sem dúvida todos vos invejarão, Majestade!... 
Na corte e na cidade, como ninguém queria passar por tolo, todos diziam que o fato era uma verdadeira maravilha. 
O rei até parecia um deus! Decidiu enfim sair para se mostrar ao povo, e toda a gente admirava a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, uma criança, em toda a sua inocência, gritou: - Olha, olha! O rei vai nu! 
E foi então, tarde demais, que o rei se apercebeu do que tinha feito… 
Como me faltava a imaginação, fiz como está na moda na Figueira: conta-se histórias!..."
"Na moda", uma crónica de Teotónio Cavaco, deputado municipal pelo PSD, hoje no jornal AS BEIRAS.

Nota de rodapé.
As ficções ficam, geralmente, aquém do real. 
Neste momento, a Figueira, é a prova real disso mesmo.
A realidade da vida dos figueirenses, no tempo que passa,  é bem mais surpreendente que as congeminações da imaginação de quem detém o governo do concelho há quase oito anos, 8.
Quase oito!.. 
Absorvam essa realidade. 
A imaginação dos políticos a que, por nossa escolha e culpa, temos direito, está limitada aos paradigmas que em determinada altura foram interiorizados. 
Eu sei que sou dotado de muito pouca imaginação.
Portanto, todos acreditam que a minha avó Rosa Maia existiu mesmo.
Nesta foto, de 1972, tinha 81 anos de idade.
Não saindo da questão do real... O real, na Figueira,  é o entendido pela generalidade das pessoas ou aquilo que alguns vêm?
E o que é que a generalidade dos figueirenses  vê?
E o é que consegue entender? 
Acho que é fácil de entender a realidade figueirense,  ao olhar para o desempenho do Dr.  João Ataíde. 
Para mim, ele é o pior presidente de câmara que passou pelos paços do município figueirense nos últimos quarenta anos.
Vamos ver o que vêm os figueirenses em outubro próximo, quando forem votar nas autárquicas de 2017.
Fiz-me perceber? É difícil - eu sei!

domingo, 12 de março de 2017

Parque de Campismo/Horto Municipal = Zona Verde (II)

Vamos recuar a 19 de janeiro de 2007.
"Estando em curso a revisão do Plano Director Municipal e Plano de Urbanização do concelho da Figueira da Foz, o Movimento "Parque Verde" vem apelar a todos os cidadãos que subscrevam a petição para "Alteração da classificação no Plano de Urbanização do espaço correspondente ao Horto Municipal e Parque de Campismo".
"Que todos juntos consigamos salvar o último pulmão da cidade!"
Com a aprovação do PDM actualmente actualmente em discussão pública, o Parque de Campismo vai ficar asfixiado!"

A lógica era deixar a mancha verde conforme a foto do movimento PARQUE VERDE! 
MAS: POR ONDE ESTÁ ESSA MALTA?..

Nota de rodapé.
Recordo, também, um comunicado do Movimento Parque Verde, datado de 20/11/2008.
Plano de Urbanização da Figueira da Foz:
E as pessoas?


Para ver a análise e propostas do Movimento Parque Verde, clicar aqui.
Este Plano de Urbanização é um sério risco para a qualidade de vida dos figueirenses. É autista, porque ignora a realidade social e económica. É ambientalmente insustentável, porque continua a trocar verde por betão. É castrador, porque promove o empobrecimento da cidade e dos seus habitantes, aumentando a dependência da especulação imobiliária. Alguém, entre técnicos e políticos, se esqueceu de pensar nas pessoas, na sua qualidade de vida e numa ideia efectiva de cidade, enquanto espaço de vivência e de fruição. O ordenamento da cidade depende não só da vontade de técnicos e de políticos, mas também do contributo dos cidadãos. 
Depois de dez anos de discussões internas, o executivo Municipal propõe-se agora, com estranha emergência, aprovar um Plano de cidade cheio de truques e ambiguidades. Aliás, como os próprios técnicos da Câmara referiram nas sessões públicas, esta “versão final” do PU contém ainda “gralhas”e “lapsos” há muito identificados que não foram corrigidos. Ou seja, os cidadãos foram chamados a pronunciar-se sobre um plano mal acabado, cuja versão final já não poderá ser discutida.
Mas vamos ao que o PU defende. Para esta Câmara Municipal, o poder económico e o lobby imobiliário é mais importante do que as legítimas aspirações dos cidadãos. Não se percebe que um concelho com cerca de 19.000 fogos excedentários, segundo números do passado mês de Abril, tenha como estratégia de cidade para os próximos 10 anos apostar em mais construção. Aliás, a Figueira da Foz, desde há vários anos, que é muito excedentária em oferta de habitação. Bastará vermos as várias urbanizações recentemente construídas…. Não podemos ignorar a realidade! O recente Plano Estratégico da Habitação (2008-2013), faz um claro apelo aos municípios para que reduzam a construção nova e apostem mais na reabilitação dos fogos degradados.
O próprio presidente da Câmara Municipal, António Duarte Silva, admitiu na sessão pública realizada em São Pedro que «nos próximos 100 anos não seriam necessárias mais construções novas na Figueira da Foz».
Ora a única medida global e estratégica deste plano diz respeito à diminuição, em larga escala, das zonas verdes urbanas, aumentando os índices de construção permitidos. Para este executivo, o Plano de Urbanização é uma espécie de banco privativo, ao qual recorre para financiar actividades de gestão corrente, alienando património municipal e, pior, hipotecando a qualidade de vida dos figueirenses. Importa lembrar que, nos últimos dez anos, a recolha de IMI por parte desta autarquia aumentou cerca 400%, mas nem por isso aumentou o investimento estruturante ou diminuiu a dívida autárquica. Em termos práticos, esta Câmara faz depender os grandes investimentos na zona urbana de contrapartidas a entregar a privados, que podem passar pela venda de espaço público. Não existe, neste plano, qualquer contextualização e interligação das cinco freguesias que o integram. Mais, o volume de ambiguidades é tão grande, que podemos mesmo questionar se os técnicos de licenciamento camarário terão sido ouvidos neste processo.
Por tudo isto, e pelos exemplos flagrantes que veremos a seguir, o Movimento Parque Verde defende a não votação do actual documento na Assembleia Municipal.
Nesta perspectiva, deverá a Câmara promover, dentro de um ano, uma nova discussão Pública do Plano de Urbanização da Figueira da Foz – revisto e expurgado dos erros técnicos e tácticos detectados. O documento a apresentar nessa altura já deverá integrar as sugestões agora apresentadas pelos cidadãos, enquadrando-as na nova realidade económica e social em que vivemos.

Movimento Parque Verde