terça-feira, 12 de maio de 2015

Não sei que escrever mais! Talvez falte apenas deixar um obrigado...

Como na Figueira os incautos não buscam a sapiência no museu nem no CAE -  coisas que faltam noutras cidades - e preferem o Ruizinho de Penacova, antes que apareça alguém a dançar ao ritmo pimba do Emanuel, o que continua a fazer falta é agitar a malta... 
Dentro da minha modéstia e pequenez, limito-me a citar algumas palavras de um homem, que ainda há poucos anos alguns julgavam um fantasma sem rosto, invisível e sem sentimentos, aparentemente frio e objectivo, mas que agora sabemos sensível, também escritor e vereador, que sabe pensar, que é mestre em lisonjear e ser servil ao poder, acima de tudo com o seu silêncio, em especial ao emanado do presidente,  que passou a vestir-se como deve ser, que nunca levanta a voz, e que um dia apareceu num cargo de decisão política, onde serve zelosamente... 

“É evidente, para quem acompanha os múltiplos eventos do concelho, que os figueirenses vivem de costas uns para os outros. Cada qual preocupa-se com a sua “quintinha” e pressupõe que não acontece mais nada. Quantos figueirenses visitaram a magnífica exposição de Alberto de Lacerda que o museu promoveu? Quantos assistiram ao extraordinário concerto de Fábio Falsetta e Sandro Meo, no CAE, com entrada gratuita? Quantos irão agora visitar a exposição de arte australiana inaugurada pela embaixadora deste país no passado sábado? Como pode a atracão principal da feira de sabores ser o Ruizinho de Penacova, quando temos grupos musicais, corais, folclóricos e outros de excelente qualidade? Se, como diz Mário Esteves, da associação, “é preciso acordar, unir esforços e sinergias”, pois que se faça, mas o exemplo deve começar lá por casa.”

Tap, Tap, Tap...

Prós e circos
"O BPN custou um Hulk, a TAP vai ficar pelo preço do Cristiano Ronaldo."

Grandes primeiras páginas figueirenses...

Olhem bem para esta primeira página do jornal "A Voz da Figueira", datada de 11 de julho de 1996! Para verem melhor, cliquem na imagem.
Se leram com atenção, deram conta que, passados quase 19 anos, a Figueira continua o deserto que já então era na maior parte do ano!..
Pouco mudou, para melhor, e, nalguns aspectos, como na possibilidade do exercício da cidadania numa sociedade democrática, recuámos. 
E o que é que o figueirense terá que fazer para tentar acabar com o deserto em que transformaram a cidade e o concelho?
Talvez começar por sacudir a areia da cabeça...

Os mais de 9 anos que o meu blogue tem de existência, provam que há muitas maneiras de os cidadãos tentarem intervir na sociedade em que se inserem, para além dos partidos. 
Dizer que só através dos partidos se pode fazer intervenção cívica é redutor.
Podemos fazê-lo através de diversos meios. E aqueles que, como eu, para o peditório dos partidos já deram há muitos anos, mas gostam da sua Aldeia, do seu Concelho e do seu País – pelo menos, tanto como os políticos partidários - e acreditam que têm coisas para dizer, há a obrigação de falar e recordar promessas enganadoras e mentirosas e registar e sublinhar o que entendam mereça ser elogiado. Sem colocar em causa a importância dos partidos em democracia, acredito que há democracia para além dos partidos.  
Portanto, porque o conhecimento se constrói com pedaços de saber, fica uma primeira página do jornal "A Voz da Figueira" de 11 de julho de 1996, para os contentinhos que se masturbaram com a vinda do "Corinthian", porque não conhecem o passado dos políticos figueirenses, que sempre se limitaram, ao longo de décadas, a bufar palavras incultas e promessas ocas e vãs.
   
Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!
Raios partam a minha memória!.. Quase me sinto a sufocar.  Quem não conhecer os políticos figueirenses, que os compre...

Um filme de Jorge Pelicano a não perder no CAE


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Passos e Portas, o silêncio sobre eles é um engano, uma mentira, porque a sua essência altera-se conforme as necessidades ou apetites...

... não é um simples pentelho dizer que "o PSD devia pedir desculpa aos portugueses"...

Neste mar da inocência, nada é inocente...

foto António Agostinho

Consequentemente...

Há quem, desde 1990, ande a navegar neste miserável ritmo da vinda de cruzeiros dolente,
a viver numa quase mentira, acabando por nem dar conta do que acontece realmente,
preferindo navegar em velocidade de cruzeiro, mesmo sabendo que é mais um dormente.
Há, porém, quem diga que mais vale olhar para a realidade do que viver uma ilusão que mente.
Há quem olhe e veja, na Figueira, o pensamento único, a misturar-se alegre e elegantemente,
com o verbo, os versos e as rimas a misturarem-se calma e naturalmente...
Há, porém, quem não suporte os dormentes desta cidade governada por sonhos de uma elite indigente.
Só a esperança, nos pode fazer renascer a confiança, no futuro, plenamente.
Quem luta, sabe que o vento é uma mão que esbofeteia os inertes, violentamente;
no fundo, a energia que pode alimentar a vida e o sonho, navegando contra a corrente.
A esperança, é uma aragem de emoções, que nos convida a viver completamente.
O cansaço, provocado pelo somatório do tempo obscuro e pungente
pode ser rasgado. E o que parecia distante e utópico torna-se, como que por magia, o tempo presente.

domingo, 10 de maio de 2015

A propósito de uma asa de um garrafão de vinho que me ficou hoje na mão lembrei-me dos Gaibéus...

foto António Agostinho
Hoje, ao fim da tarde, ao arrumar uns garrafões de tinto e branco, fiquei com a asa de um na mão.
Estão a ver a cena: 5 litros de bom tinto (tantos copos!..) foram à vida e fiquei com a cozinha numa lástima.
Primeiro, fiquei danado. Depois, parei para pensar e lembrei-me dos Gaibéus (que são os jornaleiros da província portuguesa do Ribatejo ou da Beira Baixa que vão trabalhar nas lezírias durante as mondas) o primeiro romance de Alves Redol, que inaugura em 1939 o neo-realismo em Portugal.
Este livro, que aconselho a leitura, retrata "um povo resignado que luta afincadamente durante o tempo quente, antes da chegada do Inverno, em condições extremas para fazer render os poucos cobres que lhes pagam por tamanha dureza. Por um lado o trabalho árduo de sol a sol, as doenças (malária), a fadiga e a teimosia em cada vez se fazer o trabalho mais rápido para mais rendimento obter, a sede, a fome, a pobreza extrema. Por outro lado, o modo como preenchiam as escassas horas de lazer, os sonhos de uma vida melhor, os projectos sem logro, o vinho para alegrar os espíritos."
A obra, lembro-me bem - e já a li há mais de 30 anos - marca o estilo de Redol, autor que através das palavras denunciou as desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem.
Perdi 5 litros de boa pinga e tive uma trabalheira dos diabos para limpar a cozinha, mas nem tudo foi mau: recordei Alves Redol.

Palavras inacabadas sobre a minha nova foto do blogue

Já andava farto da imagem do homem da bicicleta.
Ontem, por mero acaso, a minha sobrinha Beatriz tirou-me esta foto.
À noite, via facebook, a Beatriz, por brincadeira, enviou-ma.
Ao olhar para a fotografia, pareceu-me que estava fiel à minha actual anatomia e decidi dar-lhe utilidade.
Imagino, desde já, os comentários: “este gajo não está na moda! Devia de ter vergonha. E juízo”...
É assim, porém, com esta roupa, simples que me sinto bem.
As pessoas, eventualmente, não têm a mesma opinião.
Aliás, pouco me importa a opinião dos outros. Sempre foi assim a minha vida.

É por isso que, hoje neste espaço, muitas vezes preenchido com futilidades, decidi publicar mais uma: o meu eu actual - despretensioso e no real.
Ao olhar, consigo ver os defeitos. Tenho, um dia destes de pensar na forma de os triturar com gentileza, mas com eficácia. Contudo, esta putativa solução, por enquanto, é apenas um horizonte com pernas, que corre como certas coisas que nos acontecem nos sonhos, que nunca conseguimos apanhar, porque nos estão sempre a fugir até acordarmos.
A minha identidade – vejo isso nitidamente ao olhar para a foto - nada é diferente da de muita gente que conheço.
Não percebo – penso que nunca vou perceber – aqueles que dizem que não entendem a vida. A minha, entendi-a sempre:  é simples, transparente e preza a verdade como um louco.
Por vezes, ao olhar para certas figurinhas que por aí andam a pavonear-se com alarde e empáfia, chego a admitir que sou louco e que fugi de um qualquer hospício, com as bochechas encarnadas, quase a explodirem e a enraivecer, por não conseguir que saiam as palavras adequadas para esclarecer toda aquela malta, ela sim, maluca de todo, que durante cerca de 40 anos tem votado no “arco do poder”.

A fotografia, tirada ontem pela Beatriz, é fiel à minha actual anatomia.
Posso não estar na moda, mas não tenho vergonha disso.
Sinto-me bem com este rosto e com esta roupa.
As pessoas, no entanto, podem não ter a mesma opinião.
Pouco me importa a opinião dos outros.
Este espaço, cheio de futilidades, vai continuar a ser, mais do que uma luz, apenas uma sombra no meio do imenso escuro que nos rodeia.  

No país do tédio...

"Chegamos ao final desta legislatura com uma missão histórica cumprida", disse em entrevista ao JN, Marco António Costa, vice-presidente do PSD, que deixou também a garantia que a coligação está firme e vai bater-se por uma maioria absoluta nas próximas legislativas.
Depois de ver o video, confesso que gostava de perceber o que faz de nós um povo tão especial!
Realmente, que nos leva a consentir que nos façam coisas que mais ninguém consentiria?
Deve ser nos pormenores que nos distinguimos dos outros povos...
Em Portugal, como prova a entrevista, o tédio é o nevoeiro da alma... 
Que tal privatizarem o nevoeiro, para combater o aumento das importações de tédio?..

Alves Barbosa, Prémio Especial do Júri dos Prémios Nacionais "Bento Pessoa – Casino da Figueira"

O antigo ciclista Alves Barbosa, três vezes vencedor da Volta a Portugal, é o galardoado com o Prémio Especial do Júri dos Prémios Nacionais "Bento Pessoa – Casino da Figueira"
O júri dos prémios bienais “Bento Pessoa – Casino Figueira” esteve ontem reunido na Figueira da Foz, sob a presidência de Eduardo Marçal Grilo. Para conhecer a lista completa dos premiados, clique aqui.

António da Silva Barbosa, uma grande figura do ciclismo português,  nasceu a 24 de Dezembro de 1931 em Fontela,  freguesia de Vila Verde, Figueira da Foz. Com 16 anos de idade iniciou-se na prática do ciclismo, filiando-se na Associação de Ciclismo do Norte como aluno. Nesse ano de 1947 António da Silva Barbosa decidiu começar a usar o nome do pai, tornando-se conhecido por "Alves" Barbosa. A participação em inúmeras provas fez com que obtivesse sucessivas vitórias, nomeadamente na Mealhada, Abrunheira, Sangalhos, Caceira e o Campeonato Nacional Corporativo de 3.ª Categoria. Em 1951, 1956 e 1958 Alves Barbosa conseguiu vencer a Volta a Portugal. Na edição de 1952, o ciclista ficou impedido de participar por cumprimento do serviço militar, enquanto que nos anos 1953 e 1954, a Volta não se realizou. Em 1955, perdeu para Ribeiro da Silva por ter sido agredido por um espectador. Um ano e meio mais tarde tentou a internacionalização através da participação no Tour de França, onde se classificou em 10.º lugar. Em 1958, a par da Volta a Portugal, Alves Barbosa participou no filme O Homem do Dia. Nesse mesmo ano deixou as competições ciclistas, tendo-se mantido ligado à modalidade como treinador e Director Técnico Nacional de Ciclismo.

sábado, 9 de maio de 2015

Domingo, pelas 17 horas, há jogo grande no Cabedelo

Cova-Gala tem uma tarefa difícil: evitar que a AAC/SF vença e se sagre a equipa campeã da época de 2014/15, da divisão de Honra da AFC, e suba, desde já, aos nacionais.

Via Grupo Desportivo Cova-Gala

Terra e Mar

Mário Esteves e João Ataíde. Foto AS BEIRAS
É tão simples como isto: duas palavras que são duas ideias. 
Duas palavras que são duas forças da natureza e do pensamento. 
A Feira de Sabores Terra e Mar abriu ontem as portas no Parque das Gaivotas e, até amanhã ao fim da tarde, os visitantes vão ter oportunidade de apreciar os diversos serviços que o concelho oferece, no âmbito do turismo. Da doçaria tradicional aos enchidos, até às agências de viagens, há de tudo um pouco no pavilhão multiusos (Parque da Av. de Espanha). 
Mas, o “prato” forte são os peixes da costa figueirense. 
João Ataíde e Mário Esteves, presidentes da câmara e da Figueira com Sabor a Mar, entidade que organiza o evento, cortaram, ontem, a fita. 
Em setembro, de 4 a 6, repete-se o certame. 
“É uma experiência que estamos a fazer”, explicou na oportunidade Mário Esteves, a propósito de se realizarem duas edições no mesmo ano. 
A primeira estava programada para a abertura do referido festival, que começou no dia 1 e termina amanhã, mas a autarquia já tinha o pavilhão do parques das Gaivotas reservado para a data pretendida!... 
Perante o que citei, só posso agarrar-me ao infinito e alargar o olhar. 
É o que resta, pois para os coordenadores dos espaços públicos figueirenses, o fim só pode ser o céu. 
Porém, como eu sou duma terra chamada Figueira, o autocarro do sonho já me deixou na paragem, em terra, há muito tempo.

Ai credo, que imundice, que porcaria, que nojo de sociedade (mas, como o que é preciso é ser “vencedor”, o resto que se lixe)...


Para Paulo Portas, no mínimo, a dignidade pessoal é um conceito muito próprio.
Tem um jogo de cintura tão apurado que, mesmo um vexame público, pode ser ultrapassado achincalhando-se a si próprio.
Para tentar continuar no governo e ter mais deputados do que o partido de que é presidente vale, para Portas tudo tem um preço - até a dignidade!..
Esta atitude Portas, ao contrário do que muitos possam pensar, não tem apenas a ver com ele e com o seu partido: tem a ver com a democracia portuguesa.
Numa democracia, os cargos políticos e a política não pode ser apenas uma actividade destinada a ser exercida por heróis ou por crápulas.
Os primeiros, por serem Homens excepcionais, sairiam sempre incólumes de todos os ataques.
Os segundos, também sairiam incólumes, por serem protegidos pelas regras da indignidade da sociedade em que vivemos, de que seriam eles próprios os mentores e os gestores.

Porém, como a democracia em que gostaria de viver tem a ver com um regime de cidadãos que responderiam em igualdade de direitos e deveres perante a lei, os políticos têm de ser cidadãos comuns, empossados pelo voto da comunidade, em funções executivas ou de representação.
Eu sei que sou ingénuo, mas não pensem que não sei que vivemos numa sociedade do faz de conta.
Por exemplo, as elites figueirenses – para não irmos muito longe e ser um exemplo de proximidade e acessível... - em voz alta, porém, não muito alta, dizem: que imundice, que porcaria, que nojo de sociedade...
Mas, em voz baixa, baixíssima, pensam: ora, o que é preciso é “vencer”, o resto que se “lixe”... 
Esta é a realidade em que vivemos.
Por isso, é que os homens sem palavra e sem dignidade são os melhores e os que triunfam - na Figueira e no País...  

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mais português que isto não há!..

Nem eu, nem este blogue, somos de intriga mas, li no jornal que "Funcionária do Fisco compromete Passos, São Bento contesta"...
Fisco detecta acesso a dados do primeiro-ministro no final de 2014, que funcionária justifica com pedido do próprio. Gabinete de Passos Coelho nega “tratamento de favor”.
A ser verdade, ser português é isto mesmo: até um primeiro ministro, num assunto pessoal, em vez de pensar à grande e exigir à patroa (a ministra das finanças), mete  uma cunha (a uma funcionária das finanças)...

A vida, em comunhão com a natureza, com as alegrias e agruras que isso implica, não pode tolerar histórias protagonizadas por "estes animais" ...

Uma narrativa dramática que ilustra a bestialidade do ser humano.
Divertiram-se a disparar sobre gato e colocaram vídeo na net!..
Mafalda Campos, fundadora da AMOVER, lamenta que estes casos sejam "representativos da realidade portuguesa"
A jurista garante que, no que toca à defesa dos animais, "Portugal está 150 anos atrás de países desenvolvidos", como a Alemanha ou Inglaterra, e que precisa de uma legislação mais forte que iniba os infractores. 
"Os jovens já não são propriamente miúdos e se a melhor coisa que têm para fazer é atirar em gatos, alguma coisa está errada”.

E vivemos em democracia...

“Quem diz o que pensa está lixado”, é o título da primeira página do Jornal de Negócios que hoje publica a entrevista feita a Fernando Dacosta, escritor e antigo jornalista.
Ah pois!.. Vocês pensavam que a melhor qualidade da democracia era a de tolerar?..
Ah pois!.. Vocês pensavam que a melhor qualidade da democracia era a de vivermos numa sociedade onde ninguém faz sangue, onde não há repressão e gente morta pelas injustiças?..

A democracia é deliciosa e boa e é maravilhosa quando dá tempo de antena a Santanas que são Lopes, a Cavacos que são Silvas, a Paulos que são Portas, a Passos que são Coelhos, a Dias que são Loureiros e a outros Antónios que são Costas.
O título de primeira página da entrevista (que ainda não li) dada pelo Dacosta, que é Fernando, deve vir na esteira disto, que é o que penso: a vitória da actual política de Salazar recauchutada, fica a dever-se, mais coisa menos coisa, ao incumprimento de Abril, à miséria paroquial em que vivemos, ao defraudar de expectativas que esta democracia atraiçoada e de «baixa intensidade e qualidade» desencadeou por quem esteve no poder disfarçado de esquerda.

As cicatrizes das nossas vidas ficaram mais expostas, por causa dessa mentira que os mesmos querem continuar.
Estas palavras ferem, como devia ferir o inferno a quem nos conduziu até aqui: a verdade da realidade, não merece menos do que isto...
Não somos detentores de nada. Não possuímos nada. Nem os bens que julgamos serem nossos – dinheiro, carros, casas, etc.. Nem, no final, o nosso corpo. Nem, no final, a nossa alma. Neste momento, nem à verdade temos direito. Neste momento, nem já, ao menos, a uma ilusão.

No fim, não somos nada. Não resta nada.
Para alguns, durante algum tempo, enquanto alguém se lembrar da nossa passagem por aqui, seremos fantasmas de mentiras que criámos e sombras de ilusões que alimentámos.
A memória do que resta da maioria de nós – restam os que conseguem libertar-se da lei da morte: Camões, Pessoa, Eça, Cunhal, talvez Saramago... - é como as nossas vidas: oca e vazia, por fora e por dentro.  

O “Corinthian" chegou e já foi embora, mas entretanto houve a sessão de boas vindas...

foto descaradamente sacada daqui
Conforme o previsto, o cruzeiro Corinthian com cerca de uma centena de passageiros chegou ontem à Figueira da Foz por volta das 9 horas da manhã.
Os americanos pisaram chão figueirense ao som do rancho da Casa do Povo de Maiorca e ao sabor do chá de limonete e da doçaria local. Por outro lado, ficaram também a conhecer a hospitalidade figueirense e as aptidões de dançarino do “mayor” João Ataíde, quando o autarca se juntou aos estrangeiros e ao rancho numa dança tradicional, na recepção realizada no porto. A administração do porto e da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF) e representantes de várias entidades também deram as boas-vindas aos turistas.
Depois, os turistas fizeram-se à estrada, em autocarro, e a comandante do navio, recebeu os convidados e os jornalistas. 
“Vocês vivem no paraíso”, elogiou a anfitriã e comandante do navio Vera Zee Desmovic. 
“Nós sabemos que vivemos no paraíso”, gracejou, por sua vez, o presidente da câmara, visivelmente bem disposto.
Pudera, o dia tinha começado bem: depois das resmas de cruzeiros que nos últimos anos demandaram a Figueira – está já previsto, mais um para outubro, será o quarto, depois do de ontem: o primeiro foi em 1990 e o segundo em 2010 - Braga da Cruz, presidente da administração dos portos da Figueira da Foz e Aveiro, tinha já mostrado disponibilidade em criar melhores condições para receber pequenos cruzeiros, desde que a procura o justifique. O que, aliás, vem  também ao encontro dos desejos da ACIFF.
Aliás, uma cidade como a Figueira, servida por várias autoestradas, comboio e porto de mar que até já recebe cruzeiros, só pode aspirar a voos mais altos.
E o futuro, que vai ser ser risonho, está já aí. 
“O aeroporto virá a seu tempo”, disse João Ataíde aos jornalistas: “há aceitação - por parte da Força Aérea - para se criar uma gare civil na base aérea de Monte Real, desde que haja uma empresa que a queira explorar”, deixou cair ontem o autarca da Figueira da Foz visivelmente satisfeito com os resultados da passagem deste cruzeiro pelo porto da cidade de que é “mayor”, e que ontem não deixou os seus créditos em mãos alheias e mostrou o seu «charme» aos turistas do cruzeiro.

Os figueirenses, limitaram-se a ver o navio... Já a recepção preparada pelo Município e pelo Porto da Figueira da Foz, com a colaboração de vários operadores figueirenses, como as fotos que podem ver clicando aqui demonstram, foi muito apreciada pelos visitantes: não é todos os dias que se podem provar as nossas Brisas da Figueira, beber chá de Limonete e apreciar os dotes artísticos do "mayor" da Figueira !..
Não sei se alguém colocou, ontem, ao "mayor" da Figueira esta pergunta:
- Então, bem disposto presidente?
Se assim aconteceu, a resposta foi de certeza esta:
- Sempre!

Pronto... não volto a questionar...
O navio saiu ao final da tarde de ontem. Pode ser que para outubro haja mais... 
Comparável ao sucesso da passagem de navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!