"Apresenta-se ao serviço o líder do principal partido da oposição, se tiverem perguntas podem enviar um SMS", gozou um dia destes Portas...
Para Paulo Portas, no mínimo, a
dignidade pessoal é um conceito muito próprio.
Tem um jogo de cintura tão apurado
que, mesmo um vexame público, pode ser ultrapassado
achincalhando-se a si próprio.
Para tentar continuar no governo e ter
mais deputados do que o partido de que é presidente vale, para
Portas tudo tem um preço - até a dignidade!..
Esta atitude Portas, ao contrário do
que muitos possam pensar, não tem apenas a ver com ele e com o seu
partido: tem a ver com a democracia portuguesa.
Numa democracia, os cargos políticos e
a política não pode ser apenas uma actividade destinada a ser
exercida por heróis ou por crápulas.
Os primeiros, por serem Homens excepcionais, sairiam sempre incólumes de todos os ataques.
Os primeiros, por serem Homens excepcionais, sairiam sempre incólumes de todos os ataques.
Os segundos, também sairiam incólumes,
por serem protegidos pelas regras da indignidade da sociedade em que
vivemos, de que seriam eles próprios os mentores e os
gestores.
Porém, como a democracia em que gostaria de viver tem a ver com um regime de cidadãos que responderiam em igualdade de direitos e deveres perante a lei, os políticos têm de ser cidadãos comuns, empossados pelo voto da comunidade, em funções executivas ou de representação.
Porém, como a democracia em que gostaria de viver tem a ver com um regime de cidadãos que responderiam em igualdade de direitos e deveres perante a lei, os políticos têm de ser cidadãos comuns, empossados pelo voto da comunidade, em funções executivas ou de representação.
Eu sei que sou ingénuo, mas não
pensem que não sei que vivemos numa sociedade do faz de conta.
Por exemplo, as elites figueirenses – para não irmos muito longe e ser um exemplo de proximidade e acessível... - em voz alta, porém,
não muito alta, dizem: que imundice, que porcaria, que nojo de
sociedade...
Mas, em voz baixa, baixíssima, pensam:
ora, o que é preciso é “vencer”, o resto que se “lixe”...
Esta é a realidade em que vivemos.
Por isso, é que os homens sem palavra e sem dignidade são os melhores e os que triunfam - na Figueira e no País...