quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
“Somos todos macacos”...
E somos todos espontâneos?
Afinal, há uma campanha publicitária por trás do gesto de Dani Alves comer a banana racista que lhe atiraram...
Afinal, há uma campanha publicitária por trás do gesto de Dani Alves comer a banana racista que lhe atiraram...
"partidos"
As transformações sociais nunca foram feitas pelos indivíduos, por
mais brilhantes e cultos que eles sejam.
As
transformações sociais foram sempre feitas pelas massas populares.
Sem a
participação das massas, nunca houve revolução.
É
por isso, que uma das tarefas de quem pretende contribuir para a
transformação da sociedade em que se insere, deveria passar por
tentar contribuir para elevar nível da consciência cultural
dos seus pares.
Se
pretendemos contribuir para transformar a sociedade em que nos
inserimos em algo melhor, temos de tentar compreender as suas
características na actualidade - nomeadamente o seu “carácter
capitalista dependente” - e o papel que desempenhou o neo
liberalismo na actual situação figueirense, e não inscrever-se à
pressa como militante do partido do poder para manter a todo custo o
cargo e as mordomias.
No cansaço que é a vida, desistir é sempre uma opção.
No cansaço que é a vida, desistir é sempre uma opção.
Os
figueirense podem parecer alheios a tudo quanto por cá se tem
passado, mas não estão.
As
almas do poder que não fiquem descansadas: há vida no meio do
povo figueirense.
"Precisamos de denunciar a captura de poderes autárquicos e serviços municipais ou estatais por interesse privados especulativos e opacos..."
A propósito das recentes
notícias de abertura do TITANIC, talvez não
seja desapropriado lembrar o que pensa a arquitecta Helena Roseta acerca do monstro.
“A história do Plano de Pormenor do Vale de Galante reúne tudo o que não deve ser feito no ordenamento do território. A espiral de trapalhadas e multiplicações de valor sucessivas, a partir de um terreno municipal destinado inicialmente a um equipamento desportivo – tanto quanto sei, uma piscina – para acabar, depois de sucessivas decisões precipitadas ou pouco claras, num aparthotel com 16 pisos e 6 torres com mais de 200 fogos, é um escândalo nacional que não pode passar impune.”
Para continuar a ler, clicar aqui.
seja desapropriado lembrar o que pensa a arquitecta Helena Roseta acerca do monstro.
“A história do Plano de Pormenor do Vale de Galante reúne tudo o que não deve ser feito no ordenamento do território. A espiral de trapalhadas e multiplicações de valor sucessivas, a partir de um terreno municipal destinado inicialmente a um equipamento desportivo – tanto quanto sei, uma piscina – para acabar, depois de sucessivas decisões precipitadas ou pouco claras, num aparthotel com 16 pisos e 6 torres com mais de 200 fogos, é um escândalo nacional que não pode passar impune.”
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segunda-feira, 28 de abril de 2014
VASCO GRAÇA MOURA 1942-2014
Uma grande figura da cultura portuguesa...
Em devido tempo, foi devidamente apreciada e registada neste blogue a sua coerência na questão do Acordo Ortográfico.
Em devido tempo, foi devidamente apreciada e registada neste blogue a sua coerência na questão do Acordo Ortográfico.
Zé Martins - 14 anos depois continua vivo na minha memória
O MESTRE
Morreu em 28 de Abril de 2000.
Tinha nascido a 17 de Fevereiro de 1941.
Nome completo: José Alberto de Castro Fernandes Martins.
Para os Amigos, simplesmente o ZÉ.
Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre.
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi co-fundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste.
No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense.
Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE.
Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.
Chegou a ser preso pela polícia política.
Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto.
Não a visível, mas a essencial.
Morreu em 28 de Abril de 2000.
Tinha nascido a 17 de Fevereiro de 1941.
Nome completo: José Alberto de Castro Fernandes Martins.
Para os Amigos, simplesmente o ZÉ.
Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre.
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi co-fundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste.
No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense.
Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE.
Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.
Chegou a ser preso pela polícia política.
Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto.
Não a visível, mas a essencial.
No cansaço que é a vida, desistir podia ter sido uma opção...
A foto é de 1943 e foi sacada daqui.
Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra.
Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado imperava o desemprego, o medo, o racionamento, a miséria e a fome.
Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade.
Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão.
Hoje, que temos de novo "o regresso da sopa dos pobres como modelo social", outros, reconhecerão o mesmo olhar e a mesma resignação em largos milhares de nós.
Hoje, todos sabem que o Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades.
Todavia, todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional.
Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa, mas reduz o RSI?
Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover.
O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro.
A sopa é só sopa.
Promovendo campanhas de propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral, conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo.
Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa.
É bom para o Governo e lava a alma.
É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus.
É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres.
Por isso, e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros.
Uns anos depois da foto acima, no final dos anos 50 e anos 60, que é onde consigo recuar nas minhas memórias vividas, a Cova e Gala não era pacata, era obediente.
Como são obedientes todos os povos que vivem em ditadura.
E quem não o era – sim, por aqui houve sempre “marginais”... - foi vigiado, perseguido e preso.
Os covagalenses eram trabalhadores. Mas, não só: também foram escravos.
Basta conhecer o que foi a sua vida no mar, como, por exemplo, na "faina maior"...
Os covagalenese, em geral, não conseguiam poupar.
Por uma razão simples.
Vivíamos na miséria. Morríamoos cedo, comíamos mal, não tínhamos direito à saúde nem à educação. Na sua esmagadora maioria éramos analfabetos, doentes e subdesenvolvidos.
Como diziam as senhoritas da elite figueirense da altura - "credo que porcos, feios e maus que eles são"!..
Por isso, quem sabe, porque viveu lá, como era a vida da esmagadora maioria dos covagaleneses, do tempo de Salazar e Caetano, não tem saudades.
Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra.
Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado imperava o desemprego, o medo, o racionamento, a miséria e a fome.
Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade.
Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão.
Hoje, que temos de novo "o regresso da sopa dos pobres como modelo social", outros, reconhecerão o mesmo olhar e a mesma resignação em largos milhares de nós.
Hoje, todos sabem que o Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades.
Todavia, todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional.
Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa, mas reduz o RSI?
Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover.
O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro.
A sopa é só sopa.
Promovendo campanhas de propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral, conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo.
Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa.
É bom para o Governo e lava a alma.
É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus.
É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres.
Por isso, e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros.
Uns anos depois da foto acima, no final dos anos 50 e anos 60, que é onde consigo recuar nas minhas memórias vividas, a Cova e Gala não era pacata, era obediente.
Como são obedientes todos os povos que vivem em ditadura.
E quem não o era – sim, por aqui houve sempre “marginais”... - foi vigiado, perseguido e preso.
Os covagalenses eram trabalhadores. Mas, não só: também foram escravos.
Basta conhecer o que foi a sua vida no mar, como, por exemplo, na "faina maior"...
Os covagalenese, em geral, não conseguiam poupar.
Por uma razão simples.
Vivíamos na miséria. Morríamoos cedo, comíamos mal, não tínhamos direito à saúde nem à educação. Na sua esmagadora maioria éramos analfabetos, doentes e subdesenvolvidos.
Como diziam as senhoritas da elite figueirense da altura - "credo que porcos, feios e maus que eles são"!..
Por isso, quem sabe, porque viveu lá, como era a vida da esmagadora maioria dos covagaleneses, do tempo de Salazar e Caetano, não tem saudades.
domingo, 27 de abril de 2014
Um rigoroso exclusivo Outra Margem sobre a inauguração do Óasis Plaza
Em rigoroso exclusivo, Outra Margem conseguiu obter de fonte que prefere permanecer anónima, o programa das festas para a inauguração em 24 de junho próximo, dia feriado municipal na Figueira da Foz.
Programa:
10.00
Concentração dos convidados nas antigas freirinhas.
11.00
Partida para o edifício o trabalho onde será servido um porto de honra.
12.00
Visita ao jardim municipal para inauguração do coreto e nova florestação e limpeza.
13.00 Inauguração do Titanica.
14.00 Almoço volante servido no lago do oásis.
Programa:
10.00
Concentração dos convidados nas antigas freirinhas.
11.00
Partida para o edifício o trabalho onde será servido um porto de honra.
12.00
Visita ao jardim municipal para inauguração do coreto e nova florestação e limpeza.
13.00 Inauguração do Titanica.
14.00 Almoço volante servido no lago do oásis.
Que é feito da nossa memória?..
Como
escrevi aqui, “eu estive lá”. Eu vivi lá, no antes do 25 de Abril de 1974.
Eu
tinha 20 anos quando se deu o 25 de Abril.
Agora, anda por aí gente a fingir que antes do 25 de 1974 aquilo não era mau.
Eu estive lá, eu vivi lá e posso assegurar que era mesmo muito mau.
Agora, anda por aí gente a fingir que antes do 25 de 1974 aquilo não era mau.
Eu estive lá, eu vivi lá e posso assegurar que era mesmo muito mau.
Na Cova e Gala, era
o tempo do pé descalço, da fome envergonhada ou às claras.
Era o tempo em que colegas da primária iam para a escola a correr pelo areal, para tentar aquecer os pés descalços e sem nada no estômago.
Era o tempo em que colegas da primária iam para a escola a correr pelo areal, para tentar aquecer os pés descalços e sem nada no estômago.
O
empobrecimento dos dias que passam, é um murro que incomoda e uma
má memória, para quem, como eu, por exemplo, é do tempo da miséria na Cova e Gala – miséria mesmo, com piolhos e tudo.
Estou
a referir-me à vida nas décadas de 50 e 60 do século passado, numa
pequena aldeia de 2.500 habitantes, localizada à beira do Atlântico,
perto da importante cidade balnear da Figueira da Foz, onde se vivia
pior que nas localidades vizinhas.
A ausência de esgotos, a corrente
eléctrica considerada uma excepção, a miséria material, as
condições de trabalho desumanas, a deterioração das células
familiares, a má nutrição era, lamentavelmente, a situação de
toda uma região economicamente desfavorecida.
Era o tempo em que a Cova era um lugar isolado, quase que perdido, onde ninguém se deslocava.Eu estive lá.
E continuo a ter memória.
Bom domingo
Em tempo.
Este vídeo é dedicado ao meu Amigo Olímpio Fernandes que, na noite do 25 de Abril, no Caras Direitas, ficou enfastiado com a dose Manuel Alegre...
sábado, 26 de abril de 2014
Sala cheia ontem nos Caras Direitas para "Respirar Abril - 40 anos" ...
foto António Agostinho |
Adriano cantou poucos anos antes de 25 de Abril, as canções de Manuel Alegre, no Canto e as Armas e é, sobretudo, a poesia de Alegre que remete para Adriano: “ Quem poderá domar os cavalos do vento/ quem poderá domar este tropel/ do pensamento à flor da pele? Quem poderá calar a voz do sino triste/ que diz por dentro do que não se diz/ da fúria em riste/ do meu país?"
Estas letras, como Trova do vento que passa, cantadas pela voz única de Adriano, soaram antes e depois de 25 de Abril de 1974.
Não eram proibidas, ouviam-se na rádio, embora pouco e no disco Gente de aqui e de agora. As músicas, na sua maioria, eram de José Niza. Este disco de 1972, será porventura o mais emblemático do “trovador militante”.
O trovador militante, nos anos setenta, cantava a liberdade, nas palavras de Poetas, como Manuel Alegre e Manuel da Fonseca.
Ontem nos Caras Direitas, 40 anos depois do 25 de Abril, onde parou a liberdade cantada por outros Poetas de Abril, como Ary dos Santos, José Gomes Ferreira, Manuel da Fonseca ou Sidónio Muralha?
O PS, do lado esquerdo, mantém Manuel Alegre, no lugar simbólico, onde continua a congregar todas as ilusões.
O PS, há muito, colocou o socialismo numa gaveta sem fundo e retomou ideias alheias, mesmo liberais que os desvirtuam, mas os idealistas, mesmo com protestos, ainda por lá andam, a cantar e a comemorar o passado.
Ainda por lá andam, mas sem futuro...
Vai valendo a memória poética e musical, aliás de grande riqueza e sentido, como se viu ontem nos Caras Direitas.
Termino como comecei: apesar da selecção poética ter sido pouco abrangente, gostei de ter estado ontem à noite nos Caras Direitas e ver uma sala cheia para "Respirar Abril - 40 anos" depois.
Profetas da Figueira … (11)
“A transformação do país foi
radical, brutal, até, seja no plano da democracia, seja no plano
económico e social.
A nova vida que Abril me trouxe sorvi-a
sofregamente, por isso não me demito hoje de ter opinião, de a
exprimir, de escrever e assinar a minha opinião. Foi também isto
que Abril me trouxe, e disso não desisto mantendo o grito «Viva o
25 de Abril»!”
Joaquim Gil, advogado, hoje no jornal
AS BEIRAS.
“A
revolução passa pela aproximação às coisas da terra, praticando
a frugalidade em oposição ao desperdício. Plantar árvores, criar
pequenas hortas, investir em painéis fotovoltaicos (em vez de
comprar um carro novo), consumir menos, comer menos carne, resistir
ao individualismo, andar mais a pé, partilhar e oferecer tempo à
comunidade…25 de Abril, sempre!”
João
Vaz,
consultor de ambiente e sustentabilidade, hoje no jornal AS BEIRAS.
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