quinta-feira, 31 de outubro de 2013
O guião
O célebre guião, este guião, esta coisita, não é um ponto de partida. A ser qualquer coisa é um ponto de chegada. É o fim da linha. É o epílogo que arrasa as últimas aparências que ainda sobravam sobre este grupo de estagiários que o país teve a infelicidade de eleger. É a prova documental de que o Governo não sabe o que está fazer – cumpre metas contabilísticas impostas externamente –, e nem imagina para onde irá a partir daqui.
Daqui
Daqui
Um citação e uma pergunta e o "bem dos figueirenses"...
Cito:
- “temos que entender que nos dias de hoje os municípios vivem num ambiente de concorrência entre si, e o momento em que alguns assuntos estratégicos podem ser tornados públicos, deve ser detalhadamente estudado e programado”.
Pergunto:
- sendo este o verdadeiro motivo da decisão de vedar o acesso ao público e à comunicação social a uma das reuniões mensais, será que ainda teremos aqui a justificação para o atraso ou, mesmo, a não publicação das actas das reuniões estrategicamente realizadas à porta fechada?..
- “temos que entender que nos dias de hoje os municípios vivem num ambiente de concorrência entre si, e o momento em que alguns assuntos estratégicos podem ser tornados públicos, deve ser detalhadamente estudado e programado”.
Pergunto:
- sendo este o verdadeiro motivo da decisão de vedar o acesso ao público e à comunicação social a uma das reuniões mensais, será que ainda teremos aqui a justificação para o atraso ou, mesmo, a não publicação das actas das reuniões estrategicamente realizadas à porta fechada?..
Política figueirense!..
"O deputadinho por Coimbra" |
O PS da Figueira reagiu à tomada de posição pública da concelhia PSD local e publicou um comunicado sobre a “coisa”.
No documento, o Secretariado concelhio do PS da Figueira da
Foz afirma que “as acusações de autoritarismo ou absolutismo, por uma reunião
de câmara por mês ser fechada ao público, não passam de meras acusações «baratas»
para tentar manchar o arranque de um mandato autárquico claramente legitimado
pelos figueirenses”.
É desta forma, que o PS começa por reagir ao comunicado da Concelhia do PSD publicado esta semana.
É desta forma, que o PS começa por reagir ao comunicado da Concelhia do PSD publicado esta semana.
Os socialistas acrescentam que “a transparência na gestão da
coisa pública não se mede pelo número de reuniões abertas ao público”. E “a
prova disso”, acrescenta, “está na gestão de 12 anos do PSD, relativamente aos
quais muitos dossiês ainda continuam por explicar, apesar de, nesse mesmo
tempo, as duas reuniões serem abertas ao público”.
Tendo sido assim – e foi – pergunta-se: para quê então a peregrina ideia
de fechar ao público e aos jornalistas uma das duas reuniões de câmara deliberativas
que se realizam em cada mês?..
Continuando a citar o comunicado do Secretariado local do PS, liderado pelo deputado e vereador
João Portugal, a decisão do executivo camarário deve-se “ao recato que algumas
matérias delicadas exigem”.
Cá para mim, a Câmara apercebeu-se rapidamente do negativo que era para
a Figueira, num país como Portugal, a Transparência e Integridade Associação
Cívica (TIAC), ter colocado a nossa cidade no primeiro lugar do ranking da transparência municipal, entre as 308 congéneres portuguesas, cuja média é de 33 pontos, numa escala de 100.
O estudo apresentado em Lisboa, segundo nota de imprensa do gabinete da presidência da
câmara, foi feito com base no levantamento da informação disponível nas páginas
oficiais das autarquias na internet. A da Figueira da Foz obteve uma
classificação de 61 pontos, conquistando, deste modo, o primeiro lugar no
“pódio” da transparência municipal.
Isto, realmente, é transparência a mais.
Com a crise que atravessamos, houve que tomar medidas de austeridade urgentes nesse sentido...
O guião foi apresentado e aprovado na reunião camarária do passado dia 24 do corrente, quinta-feira, pelo presidente Ataíde.
Vou procurar estar atento à próxima reunião da Assembleia Municipal.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Em nome do Outra Margem, quero agradecer ao Santana, ao Sócrates, ao Portas, ao Miguel, ao Ataíde, ao Tavares, ao Monteiro, à Ana, ao Portugal... Bem, havia tanta gente para agradecer... A verdade é que, sem eles, seria difícil manter este blogue...
“Agradeço a todos os figueirenses que depositaram a sua
confiança nas listas do Partido Socialista e que apostaram em avançar com
confiança. Tudo faremos para estar à altura do desafio e para vos servir da
melhor maneira. “
Lembram-se desta imitação barata de Barack Obama?..
Em 2011, Passos era um homem feliz e apaixonado. Para o comprovar, abriu a porta do apartamento em Massamá e nem as suas quatro cadelas foram poupadas - apesar de velhotas lá tiveram de entrar na campanha para as legislativas.
E é assim que o seu Governo lhes agradece.
Passos é um ingrato!..
E é assim que o seu Governo lhes agradece.
Passos é um ingrato!..
A “coisa” ainda vai dar muito que falar e escrever...
Pela primeira vez, depois do 25
de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, votou, para passar a vigorar
daqui para a frente, que os jornalistas e o público só possam estar presentes
na segunda reunião de câmara do mês.
Entretanto, convém não esquecer, que
a “coisa” para ser aprovada teve o voto a favor de João Portugal, Carlos
Monteiro, João Ataíde, Ana
Carvalho e António Tavares, as abstenções de Azenha Gomes e João Armando
Gonçalves e um único voto contra, o de Miguel Almeida. ..
Anabela Tabaçó, como se pode ver na foto Figueira na Hora, não
participou nesta sessão.
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local, onde o presidente só consegue impôr a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores.
Toda a verdade sobre cães e gatos
“Apesar das notícias assustadoras sobre a nova legislação a
propósito dos animais de companhia, foi uma noite tranquila cá em casa: o
Portas foi ao caixote e depois adormeceu no sofá, a Cristas esteve horas a
ronronar e nem sequer comeu, o Pires de Lima já sabe mudar de canal com uma das
patas de trás e o Aníbal, como sempre, lambeu uns e outros abanando o rabo. Se
continuarem assim, pode ser que a vizinhança não ladre por aí o que não deve e
o Governo até ponha ovos logo que regresse aos mercados. Eu, pianinho, cocei a
orelha esquerda e fui-me deitar.”
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Vendedores da banha da cobra
foto Pedro Agostinho Cruz |
Durante anos - estávamos no tempo do Sócrates, primeiro ministro - trabalhei à noite em Coimbra.
Tive oportunidade de conhecer Coimbra a altas horas da noite e da madrugada.
Encontrei seres humanos abandonados, deitados no chão, cobertos
por jornais, cobertores velhos, sujos e rotos e caixas de cartão. Ao viajar pelas pelas ruas, encontrei estas pessoas, alta madrugada, completamente desligadas do mundo, enquanto a cidade descansava.
Chuva, sol, vento e frio - aquele frio vindo dos lados da Lousã - e eles, indiferentes, continuavam a repousar sobre o cimento duro das
arcadas dos prédios – o mais duro dos leitos-
num sono tão profundo que chegava a imaginar que sonhavam.
Mas, o que poderiam sonhar estas pessoas?
Agora, que tenho tempo para percorrer a Figueira, de dia, cada vez encontro mais lojas fechadas, casas abandonadas,
pessoas a desesperar e desiludidas.
É a actualidade do meu país e da minha cidade.
Entretanto, com a chegada da troika, cresceu a
instabilidade, o medo, a incerteza, a tristeza - nossa e dos nossos amigos e
conhecidos.
Todos os dias aumenta o desemprego, a pobreza, a fome, a
austeridade, o fosso entre classes sociais.
Mas, pelos vistos existe outro país: o do milagre dos vendedores da banha da cobra!
Encontrados os corpos dos dois pescadores que ainda estavam por aparecer...
O corpo do último dos pescadores desaparecidos no naufrágio à saída da barra da Figueira da Foz foi encontrado nesta terça-feira a sul da praia do Osso da Baleia, Pombal, disse à Lusa fonte da autoridade marítima.
Nesta terça-feira de manhã, outro corpo havia sido encontrado a três quilómetros a norte da Praia do Pedrógão, tendo sido accionada uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Leiria para o local cerca das 8h, adiantou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro.
Via Público
Nesta terça-feira de manhã, outro corpo havia sido encontrado a três quilómetros a norte da Praia do Pedrógão, tendo sido accionada uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Leiria para o local cerca das 8h, adiantou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro.
Via Público
Esta nossa barra... (III)
Extracto de uma carta do VELHO SENHOR NA FOTO, publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, com o título:
“Erosão das Praias”:
Manuel Luís Pata, fotografado por Pedro Agostinho Cruz, no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual quando nos encontramos, de uma empolgante conversa sobre o porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Cova-Gala |
"Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “ Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!...
É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."
Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra.
É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."
Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra.
Passando ao lado, para já, do projecto do Eng. Baldaque da Silva,
por este defender a construção de um Porto Oceânico (recorde-se: em 1914
foi aprovado na Assembleia de Deputados um estudo que previa a construção de um “Paredão”, a partir do Cabo Mondego em
direcção ao sul. Infelizmente, ficou na gaveta...), temos:
1 – Em 1874-1875 procedeu-se à construção de um molhe, com
grandes blocos de cimento, na praia do Cabedelo, a oeste das casas de férias da
Direcção Geral dos Portos. Estes blocos estão enterrados, pelas obras que
entretanto foram executadas. Esta obra decorreu sobre a responsabilidade
do eng. Adolfo Loureiro.
2- Em 1929, surge novo projecto também em blocos, mas mais a
norte. Não se sabem ao certo as razões que levaram a abandonar a ideia anterior, mas presume-se que tenha
sido para estreitar a barra e, assim, aumentar a corrente no decorrer da vazante,
para permitir que as areias pudessem ser arrastadas para o mar.
Isso, levou a que o canal de navegação fosse deslocado para norte, onde existem lajes no fundo, o que limitou a
tão desejada profundidade desta nossa barra.
Depois desta segunda obra, os pescadores e os figueirense passaram a chamar aos blocos abandonados e que pertenciam ao anterior projecto, “os
blocos velhos”.
O projecto do ponto 2 é o que definiu a barra que temos
hoje. Tiveram de rebentar parte da laje
do fundo e as dragagens são constantes. Mesmo assim, a Figueira continua a não
ter um porto capaz e eficiente – neste
momento, principalmente para os barcos de pesca que operam a partir da
Figueira.
Entretanto, apesar de
algumas vozes discordantes –
principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira –
foi concluído o prolongamento do molhe norte.
Os resultados, infelizmente, estão à vista: este ano já morreram seis
pessoas à entrada desta nossa barra.
As dragagens
realizadas na enseada, na barra e no rio, na opinião de Manuel Luís Pata
– velho e teimoso lutador contra as obras que têm sido feitas, nomeadamente o
prolongamento do molhe norte, a que chama a obra “madastra”, fazendo alertas
para o que iria acontecer – são a “principal causa da assustadora erosão da
costa marítima, principalmente e S. Pedro de Moel para o norte”.
Ao contrário de Leixões, cujo molhe está curvado a sul, mas está construído em local fundo, onde por isso
o mar não rebenta, na foz do Mondego, devido ao constante assoreamento
provocado pelas areias que vêm do norte, o mar rebenta mesmo á saída da barra,
tornando-a na opinião de muitos pescadores com quem convivemos todos os dias,
neste momento, a pior barra do país para os pequenos barcos de pesca.
Como evitar isto?
Na opinião de Manuel Luís Pata, um exemplo de perseverança, só há uma alternativa: “fazer o molhe
a partir do Cabo Mondego para sul, o que não só serviria de barragem às areias,
como também abrigaria a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando-se assim as
investidas do mar na marginal e que ainda há pouco tempo causaram importantes
estragos na zona da Tamargueira."
Como me tem dito ao longo dos anos o velho e experiente Homem da foto acima, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que ao longo da minha vida com ele tenho tido, e que foram a base
deste texto, “a Figueira nasceu numa
paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das
belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião,
a única obra do homem de que deveríamos
ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por
Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes
técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..”
Subscrever:
Mensagens (Atom)