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registo fotográfico de Pedro Agostinho Cruz, sacado daqui |
Gostei da forma como
decorreu o debate autárquico da tarde de ontem no auditório da Incubadora de
Empresas, no Parque Industrial da Gala, com os 5 candidatos à Câmara, sobre o
tema "Figueira, que futuro".
A organização deste debate foi da Consultraining e a
moderação de José Cardoso Bernardes.
Embora a estrutura fosse a mesma, a diferença, pela positiva, esteve no
moderador, que ao trazer questões concretas, tornou o debate mais interessante e
esclarecedor.
João Paz Cardoso, que me tinha impressionado positivamente
no debate do CAE, esteve, desta vez, uns furos abaixo, perdendo-se em respostas
globais e genéricas.
Um exemplo: “Tivemos uma frota pesqueira importante e é bom
não esquecer que Cavaco Silva foi o agente funerário do sector. A União
Europeia continua a prejudicar-nos e a enterrar-nos”.
Jorge Monteiro, entrou mal no debate. Logo na intervenção
inicial, graças a uma péssima gestão do tempo ao seu dispor, gastou os 5 minutos
sem dizer nada de concreto. Depois, com o decorrer do debate melhorou a prestação.
Um exemplo.
“Nem sempre a relação entre o trabalhador e o
empregador é a mais saudável. A Câmara pode mostrar que as pessoas são a
primeira razão de ser da sua candidatura. Eu hoje vejo que as pessoas estão
paradas, à espera de algo. Falta-lhes um líder que diga «vamos por aqui»”.
João Ataíde, pareceu-me numa posição defensiva, de quem vem essencialmente
para prestar contas.
Um exemplo.
“Este é
um processo e uma candidatura de continuidade e da necessidade de concluir
alguns projectos.
Ao longo deste ano exercemos uma actividade discreta e não
discutida ou anunciada nos jornais. Recordo a negociação com os Estaleiros
Navais. Não se perdeu uma unidade, mas lamento que não tenha cumprido o que
prometeu. Lamento ainda que o ministro da Economia não tenha tido a coragem de
avançar para uma ruptura de contrato.
Tudo isto, porém, não pode andar na praça pública, há que ser
discutido com moderação. Há muito a fazer, quero envolver-me mais nesta tarefa
de desenvolvimento local. E farei sempre de forma discreta”.
Miguel Almeida, no essencial, veio a debate para tentar explicar o
Compromisso Eleitoral, que pretende transformar, em caso de vitória, no programa de governo
municipal.
A meu ver, neste debate Miguel Almeida melhorou o
desempenho. Sobretudo, o que me agradou sobremaneira, pareceu-me mais autêntico
e sincero na defesa das suas posições.
Um exemplo.
“A resolução da acessibilidade marítima é uma questão
prioritária. Não é preciso fazer guerra, mas há momentos para tudo e em alguns
deles temos de levantar a voz. A administração portuária passou para Aveiro e
não temos um figueirense lá. A questão de fundo é esta, da questão da entrada
da barra. A dragagem é estruturante para a Figueira”.
(Abro um parêntesis, para lembrar ao Miguel Almeida que
houve, em devido tempo, quem alertasse para as consequências do prolongamento
do molhe norte. Neste blogue tem muitos exemplos, basta colocar no canto
superior esquerdo as palavras “erosão costeira” e clicar. Só para avivar
a memória, fica uma carta do SENHOR MANUEL LUÍS PATA,
publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção
Fala o Leitor, com o título “Erosão das
Praias”, que pode ser lida clicando aqui).
Falta referir a prestação de António Baião.
O candidato da CDU, que também esteve francamente melhor neste
debate, mostrou ter feito “o trabalho de casa”. Trouxe questões concretas à
discussão, logo na intervenção de abertura - saúde, escola, transportes
públicos...
Sempre alinhado e fiel à linha partidária que apoia a sua candidatura,
falou uma linguagem directa, simples e facilmente percetível.
Um exemplo.
“Sei os problemas por
que passam os pescadores, o que ganham e como vivem, como é feita a má distribuição
da riqueza. Sei como funcionam os armadores.
Sobre o molhe norte, antes de o construírem, talvez
devessem ter falado antes com os homens do mar”.