terça-feira, 10 de abril de 2012

Para arrumar de vez com o Sporting-Benfica de ontem à noite





Finalmente ....
....  "uma crónica imparcial"!..

António Lobo Antunes

ANTÓNIO LOBO ANTUNES, fotografado por Pedro Agostinho Cruz
«Nação valente e imortal».
Crónica na Visão desta semana.
Boa demais para deixar passar sem partilhar.


Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.

Sacado daqui.

Atenção à saúde... O mexilhão anda "marado"!...


Para ficar a saber mais, clicar aqui.

Ser Benfiquista e Desportista

Quando um adepto benfiquista assume a sua tranquilidade... 
"Mas o que é isso de tranquilidade na queda final do Glorioso, que podia ter perdido por mais golos?"
Cliquem aqui, e leiam o meu caríssimo "Olímpico" Fernandes!.. Ele explica!
Já agora, para que conste.
É verdade, que o único golo do dérbi  foi marcado por Ricky van Wolfsvinkel na conversão de uma grande penalidade. Mas, para quem esteve minimamente atento, viu facilmente que  o resultado podia ter sido mais volumoso.
Valeu Artur, que está lá precisamente para isso...
Agora, é só esperar que o Sporting  cumpra o resto do plano para o fim da época: ganhar a Liga Europa; ganhar a Taça de Portugal; estragar a festa ao FC Porto (só vão ser campeões na última jornada) e, nessa última jornada, ajudar o Benfica a chegar ao segundo lugar. 
Há que ajudar os fraquinhos...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Nunca é tarde para se reparar uma injustiça...


... mas, é claro que a Homenagem que a Figueira há muito deve ao irreverente cidadão José Alberto de Castro Fernandes Martins, não poderia limitar-se ao descerramento de uma placa!...

SEM TÍTULO...

Tenho 58 anos.  Comecei a trabalhar mais cedo, mas para a Segurança Social desconto  desde 1972. Tenho 40 anos de descontos. Se fosse pedir a reforma antecipada, neste momento, sabem a que estaria sujeito?..
Moinante eu, seus bandalhos?..

X&Q1105


Este Marcelo tem calo no cu…


Marcelo Rebelo de Sousa, na sua habitual presença aos  domingos  na TVI, fez, há 15 dias, uma nota sobre o significado da alteração de estatutos do PS e subitamente saltou para o centro do debate político e ficou debaixo da mira da direcção do PS. 
A resposta que Marcelo deu às críticas e ao ataque que o próprio António José Seguro lhe dirigiu é, em si mesma, um exemplo de comunicação bem gerida. Em vez de contra-atacar ou justificar-se, Marcelo prometeu comentar a reacção do PS mais uma vez no seu espaço na TVI no domingo a seguir.
Foi o que aconteceu ontem à noite.
Foi de Mestre…
Este Marcelo tem calo no cu…

Mais um...


Esta segunda-feira o preço dos combustíveis volta a aumentar, batendo mais uma vez novos máximos históricos. Abastecer o carro vai ser ainda mais caro a partir desta segunda-feira. O preço da gasolina deverá subir 1,5 cêntimos, enquanto o gasóleo deve aumentar 0,5 cêntimos.

Adriano Correia de Oliveira



 
9 de Abril de 1942 — 16 de Outubro de 1982

domingo, 8 de abril de 2012

X&Q1104


Boa Páscoa


A cultura cristã na sociedade portuguesa é pouco informativa e muito alegórica.
Quero com isto significar que a relação das pessoas com a Igreja e com o conhecimento e a informação em torno das “coisas” da religião são muito pouco conhecidas e boa parte da população desconhece elementos centrais da própria religião. Não sou um estudioso da religião, nem pouco mais ou menos, mas sempre tive muita curiosidade em perceber algumas coisas, nomeadamente porque é que a Páscoa não é sempre no mesmo dia,  tal como o Natal.
Pois bem, a Wikipédia  ajuda a perceber a Marcação do dia da Páscoa:
“A Páscoa é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio da Primavera (no hemisfério norte, outono no hemisfério sul)”.

Eles falam muito... Mas, será que falam uns com os outros?.. (III)



Passos Coelho revela dúvidas sobre regresso aos mercados em 2013. Relvas nega dúvidas e assegura regresso aos mercados em 2013.

Bom domingo

sábado, 7 de abril de 2012

Isto, está a voltar mesmo para trás…

Comecei a trabalhar  por conta de outrém, no principio da década de setenta do século passado.
Naquele tempo, ainda antes do 25 de Abril de 1974, havia patrões e empregados.
Assisti, depois da Revolução dos Cravos, à moda das palavras eufemizadas nas relações laborais: os patrões passaram a ser empresários e os trabalhadores a ser colaboradores.
Não sei se já deram conta, mas os empresários estão a voltar a ser  patrões e os colaboradores, trabalhadores.
E o despedimento já deixou de ser uma dispensa…

E eu também...

“Dou graças por não ter sido eleito Presidente.” 
As palavras são do ex-candidato a Presidente da República Manuel Alegre e constam do prefácio do livro de Alfredo Barroso ‘A Crise da Esquerda Europeia’.
E eu também...
Não se tinha ganho nada e tinha-se perdido um Poeta.