quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O primeiro “Plano de Urbanização” da Cova e Gala

O Pedro, quando começou a publicar o seu trabalho fotográfico, que intitulou “TOPONÍMIA DA MINHA TERRRA”, referiu:
“A toponímia está intimamente relacionada aos valores culturais das populações, reflectindo e perpetuando a importância histórica de factos, pessoas, costumes, eventos e lugares, que ficarão na nossa memória colectiva como motivo de orgulho para sempre”.
Carlos Lima, leitor deste blogue e pessoa interessada no associativismo, cultura e desporto da Cova-Gala, em comentário que pode ler na integra clicando aqui, acentua que “a Toponímia é de facto um tema interessantíssimo”. Tal como nós, considera que “a Toponímia é uma fonte de conhecimento. Um livro geralmente fechado, mas com um conteúdo histórico e cultural muitas vezes indispensável para o desbravar das nossas origens, da nossa história e da nossa cultura.”
E deixou um exemplo prático, que muito agradecemos, no mínimo, curioso, para a compreensão do nosso passado. Fica aqui, com o relevo devido, esta perspectiva do Carlos Lima sobre:

"A Av. Remígio Falcão Barreto – O primeiro “Plano de Urbanização”


”Para evocar este nome, temos de nos reportar à época da fundação dos povoados de Cova e Gala. Tendo por base a verdade histórica sobre os nossos ancestrais ascendentes, o povoado da Cova começou a crescer de forma caótica, sem qualquer controlo urbanístico. As construções surgiam semeadas por aqui e por ali, à vontade de cada um, apenas obedecendo ao regime de boa vizinhança e às condições que o próprio areal lhes permitia. Com a fixação de algumas famílias na margem sul do Mondego, conforme rezam as crónicas, onde aí começariam também a construir as suas habitações, foi-se estabelecendo um corredor entre os dois aglomerados, o lugar de Cova e o recém-criado lugar que iria ser designado por Gala. O regime que então vigorava, onde cada um, segundo o seu livre arbítrio, construía a sua habitação onde melhor lhe conviria, foi entretanto adulterado em função de uma voz autoritária que viria a interferir, e de que maneira, naquele que terá sido o primeiro Plano de Urbanização da Cova e Gala. Um homem, de seu nome Remígio Falcão Barreto, provindo das regiões da Esgueira (distrito de Aveiro), como todos, ou quase todos os nossos antepassados, surgiu com um estatuto de senhor poderoso. Armador de pesca, talvez um dos mais avultados proprietários pesqueiros do local, quiçá possuidor de uma personalidade e vontade própria que o distinguia dos seus demais concidadãos, Remígio decidiu aplicar as “suas” leis. Aqui, neste traçado que separa a Cova e a Gala, ninguém constrói. Esse trajecto por si definido, seria o local de passagem dos seus carros (puxados a bois) utilizados para o transporte dos seus apetrechos de pesca, o que viria a repetir-se ao longo de muitos e bons anos.
Com toda a naturalidade, ladeando aquele traçado interdito à construção, os povoados foram crescendo, aproximando-se entre si, atraídos pela natureza das suas raízes e em obediência ao tal “Plano de Urbanização” imposto pela lei de Remígio: “Aqui Ninguém Constrói...”. Os efeitos desta “lei” são hoje bem patentes, já que a espinha dorsal de S. Pedro e ao mesmo tempo o cordão umbilical que viria a unir para sempre estes nossos dois povoados, corresponde exactamente ao traçado geodésico da avenida Remígio Falcão Barreto. Um traço de união entre dois pólos que se fundiram num só, cujo ponto de encontro, provavelmente, jamais será possível assinalar.
Por tudo isto, penso que Remígio Falcão Barreto, embora possa ser posta em causa a nobreza (ou falta dela) do seu procedimento, bem poderia ser consagrado como o patriarca da geminação covagalense.”

A toponímia da minha Terra

X&Q469

terça-feira, 30 de setembro de 2008

PALHEIRO DA COVA

Via ÁLBUM FIGUEIRENSE chegámos a esta foto de um Palheiro da Cova. Se ampliar a imagem, o que pode fazer clicando em cima, pode ver com mais pormenor, em plano intermédio a capela da Gala.
"Os palheiros da Cova, disseminados por vezes em arruamentos, foram sempre de forma rectangular e chegaram a totalizar as cinco centenas de habitações."

País real, o Portugal da anomia

“Este caso das casas, é apenas a ponta do icebergue que inclui no seu bojo de regime, milhares e milhares de funcionários, admitidos por cunha, com concursos de admissão perfeitamente aldrabados e falsificados, com uma dose de condescendência pública e anomia social vigente que nos deveria assustar.
Ou então, deveríamos admitir publicamente, num auto de fé televisivo em concurso de popularidade que somos um povo de corrupção moral elevada e sem remédio. Perfeitamente insensível a valores éticos que impliquem o sacrifício de posições de poder, dinheiro e boa vidinha, alcançáveis sem tal empecilho. Uma artista de tv que agora apresenta programas inenarráveis, disse uma vez alegre e publicamente que " a ética não dá de comer".
Os exemplos do que se passa nessas autarquias de muitos milhões, dariam para um retracto perfeito da nossa vida social e política . E mostrariam o desinteresse de uma boa parte dos políticos, em combater efectivamente o grande monstro que devora a economia e mais ainda, a coesão social, ao promover desigualdades que de outro modo não existiriam e ao incentivar essa anomia reinante que tudo desculpa, mesmo o caso incrível de um diploma obtido por fax a um Domingo, por um político no activo"
.

Fonte: grande loja do queijo limiano

A toponímia da minha Terra

X&Q466


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Quotidianas misérias: preciso de férias


Trabalho suado,
sempre a correr,
dia atribulado...
São 16 horas,
aula às 18 para frequentar...
Sou um homem cansado,
o café ainda por tomar.
Dia vinte e nove,
a crise também já é financeira...
Estou extenuado,
não chove
e está um sol “à maneira” ...
Quotidianas misérias...
Preciso é de férias.

A toponímia da minha Terra

O passado e o futuro


“Qualquer inovação de hoje, por maior que seja, já é passado amanhã”.
A Cova-Gala é uma Terra construída num espaço temporal relativamente curto
Um olhar mais atento, por exemplo, a partir do alto do tabuleiro central da Ponte Edgar Cardoso, dá-nos conta do contraste geral existente entre o que é novo e antigo no casario.
Outro dia, numa mera conversa de café, com dois amigos, às tantas, a conversa derivou para o “cimento”.
Passados alguns dias, lembrando-me dessa conversa, pergunto para mim mesmo. Como foi realizado o crescimento da Cova-Gala?
Não teria sido esta Terra digna de um plano que a conseguisse preparar para o futuro respeitando o seu passado? Será que queremos que os nosso filhos vivam numa Terra que nada reflicta da sua história?

Deixo aqui estas ideias, em jeito de pequena reflexão, para que todos possamos igualmente reflectir sobre a Cova-Gala que queremos legar às gerações vindouras.
O futuro é o reflexo do que preparamos no passado. E, com toda a certeza, que se tivéssemos pensado o futuro com antecedência poderíamos ter criado algumas condições para que a nossa Terra constitui-se um exemplo de planeamento e preservação, não só do seu património recente, mas do seu património passado.
Veja-se o exemplo fotográfico acima. Aquelas caixas no lado esquerdo das "nossas Alminhas", o nosso mais antigo monumento, no mínimo, constituem uma completa e total falta de respeito pelo pouco património que temos e pelos covagalenses.
Como escrevemos há uns tempos atrás,
a modernização a todo o custo, obedecendo apenas à lei do camartelo, não nos convence.
A Cova e a Gala têm Alma. Têm Pessoas.

X&Q464