segunda-feira, 1 de setembro de 2008

São Pedro e as obras do molhe norte



Segundo o diário as Beiras de hoje, as “alterações na costa figueirense preocupam alguns autarcas”.
Se, por um lado, se presume que a entrada na barra e navegabilidade na zona portuária vão ser facilitadas, há quem tema os efeitos da nova geografia costeira na zona a sul do estuário do Mondego.
Entretanto, a pergunta que colocámos neste espaço em 11 de Abril do corrente ano mantém-se sem resposta, o que é preocupante:
“será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego?”

Para avivar a memória, recordemos o que já em 22 de Dezembro de 2006 postámos aqui no Outra Margem: “Portugal, é a nação da Europa mais vulnerável às alterações climatéricas.Desde logo, porque tem uma área marítima superior 18 vezes à superfície terrestre. Depois, porque 70% da população está concentrada no litoral, uma zona que, nos últimos 30 anos, ficou completamente desarrumada e caótica, onde foram cometidas autênticas atrocidades urbanísticas.Muitos mandam e ninguém é, verdadeiramente, responsável, nem responsabilizado.A sobreposição de competências é uma realidade na gestão do litoral. Basta dizer que, salvo erro, são 12 (doze) as instituições que têm competência sobre o litoral!..Todos nos apercebemos que a costa portuguesa está a recuar. As consequências são conhecidas: casas, estradas, habitats naturais, tudo está em risco, a par com a insegurança sentida pelas pessoas que vivem nas zonas perto do mar.”

Porque nos preocupa, levantámos o problema neste espaço, por diversas vezes, como por exemplo, aqui, aqui e aqui. Ainda bem, que alguns autarcas figueirenses partilham estas nossas inquietações.
Fica a pergunta a quem de direito, Câmara Municipal da Figueirta da Foz e Junta de Freguesia de São Pedro: “porquê então insistir em continuar o programa de expansão urbanística do actual executivo camarário figueirense, numa zona depauperada, DE RISCO ELEVADO, com os cordões lunares ameaçados pelo avanço do mar”.
Será assim tão difícil prever o que é previsível?

Gentes

Foto: Pedro Cruz

A vida não tem de ser obrigatoriamente a preto e branco

Portanto:
Não aceito o autoritário: "quem não está contra mim, está a favor de mim".

Repudio o totalitário: "quem não está a favor de mim, está contra mim".

aF29







sábado, 30 de agosto de 2008

De novo a realidade

Foto de Pedro Cruz, obtida esta tarde
Agosto, mês que a maioria privilegia para fazer férias, está no fim.
A partir de segunda-feira é o regresso à realidade.
Mas, com estas condições climatéricas, Setembro até parece que se antecipou.
As longas filas de trânsito, ao fim da tarde, em todas as saídas da Gala, depois da praia, desapareceram, logo no último sábado de Agosto, mês em que a actividade dos comerciantes covagalenses, resultante do único pólo de interesse turístico que atrai pessoas a S. Pedro - a ocupação do metro quadrado das nossas praias - poderia ter alguma expressão.
Para os comerciantes locais, este, foi mais um azar, num Verão para esquecer...
Acabou o sonho.
Entretanto, a vida vai ter de continuar.
Mais uma vez, de novo, ficamos com a nossa realidade.
A Cova-Gala somos nós, os covagalenses.
Não são apenas eles, os iluminados, os que temem as vozes irreverentes dos que não são moldáveis pela unidimensional força do statu quo.
Quem me dera poder constatar que esta era a era de uma Cova-Gala mais livre e mais unida, enraizada no direito à Terra e já descolonizada das tentações hegemónicas...

X&Q420


Gentes

Foto: Pedro Cruz

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

1º Jogo da época

Saber mais aqui.

Se hoje fosse o dia...

...em que o sol não nascesse,
a manhã não aparecesse,
o mundo não acordasse,
o pássaro não cantasse,
o jornal não saísse,
o operário não trabalhasse,
o vento escusava de soprar
e a terra de girar...

A água do rio poderia parar,
o mar silenciar,
a nuvem ficar imóvel no céu,
mas o nosso coração,
mesmo a sofrer,
teria de continuar a bater...

Se hoje fosse esse dia,
que não pode acontecer,
tudo deixaria de ser tudo
e seria outra coisa,
que ninguém nunca vai saber
o que poderia ser...

Já é mais que um difuso mal-estar...

Como disse no final de Fevereiro deste ano a SEDES, “sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.”
Mas, o que é grave, o que pesa, o que incomoda, é que este mal-estar imenso que a todos atinge e condiciona, veio para ficar.
Os portugueses não acreditam no Estado e na lei.
Vive-se em descrença.
Entretanto, a criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos...