A Figueira da Foz, possui cerca de 40 quilómetros de costa e a "a frágil estabilidade da frente marítima agrava-se continuamente e se não há intervenção rápida continuará a agravar-se.”
Estas, são palavras de Duarte Silva, intervindo numa sessão promovida pela Ordem dos Engenheiros, em finais de Novembro de 2007.
Na mesma oportunidade, o Presidente da Câmara da Figueira da Foz frisou ainda que houve "inúmeras reuniões técnicas, desde 2003, mas todos os estudos já realizados continuam por executar".
Contudo, a Câmara Municipal da Figueira da Foz continua a permitir a construção em zonas muito próximas da linha de costa.
Já este ano, como li num artigo da Figueira 21, assinado pelo Vereador do PS, eng. João Vaz, a maioria PSD na Câmara aprovou uma proposta de alienação de dois terrenos para construção junto à duna primária. Um deles, como é público, é o actual Campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala; o outro, que irá ser ligado a este, depois de eliminada a estrada que actualmente os divide, será o terreno situado a nascente do campo de futebol.
Segundo o que se encontra delineado, o local do campo de futebol vai ser transformado em zona de equipamentos de apoio.
Como sabemos, a linha de costa do litoral figueirense alterou-se substancialmente nas últimas quatro décadas. O norte da foz, onde em tempos existiu a “Rainha das Praias de Portugal”, transformou-se numa imensidão de areia. A sul, na Cova-Gala, na Costa de Lavos e na Leirosa, a falta de areia tornou esta uma ZONA DE RISCO ELEVADO.
Como acentua o Vereador João Vaz, “é numa zona depauperada, com os cordões lunares ameaçados pelo avanço do mar, que vai continuar o programa de expansão urbanística do actual executivo camarário”.
O que é preciso é “vender”, neste caso parece que “trocar”, as frentes de mar. A estratégia integrada de ocupação e ordenamento do território do munícipio figueirense faz parte de outra realidade.
Para já, aos privados, o que interessa é construir. Depois, há-de vir o tempo de se gastarem milhões, do erário público, para a defesa do que se edificou em zona que se sabia antecipadamente de elevado risco!..
Será que é assim tão difícil prever o que é previsível?
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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5 comentários:
Depois de concluídas as futuras obras de alteração dos molhes da barra, o problema fica resolvido.
Para quê estarem a preocupar-se com antecedência?
Ficará um areal muito maior e onde hoje há dunas, haverá avenidas.
Tenham calma e não se alarmem nem alarmem os outros.
o QUÊ?.....
oH ILUMINADO EXPLIQUE LÁ ISSO...
e ASSINE, para a gente ficar a saber quem é o brilhante crâneo.
Oh Carlos Girão, o que o anónimo quis dizer foi simplesmente isto: "o povo não tem direito a ter opinião sobre aquilo que não conhece". Ponto final.
É fácil governar sem o povo estar informado e atento. Só que em democracia isso não devia acontecer
É bom que o povo use o seu poder nas eleições, mas nas democracias, como deveria ser a portuguesa, ai! dos cidadãos se não participarem para além do voto. Ou, ao menos, se não se esclarecerem.
Em Portugal e em S. Pedro participa-se muito pouco. E também se está ainda muito pouco esclarecidao.
E isso interessa, oh se interessa...
Carlos Girão,
Tens de ser mais sagaz como o amigo Zé Pereira. Aprende a ler nas entreinhas e saberás muito melhor, de antemão, o querem fazer contigo.
Saberás que quando dizem sim, querem que penses que é sim, quando na verdade é e será não.
Está atento, meu amigo e verás que o teu mundo não é tão cor-de-rosa ou dourado como to pintam.
Pois é falamos muito mas continuamos a degradar o ambiente para os nossos filhos e netos. Será que alguém está disponivel, nos partids qie governaram a Figueira fa Foz nestes últimos anos a parar a construção e repensar tudo o que foi feito. E já agora já foram registar os terrenos do campo de futebol? Está alguma coisa escrita sobre a construção do campo noutro local? Abram os olhos, pois há quem queira que andem com eles fechados.
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