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sexta-feira, 15 de março de 2024

A realidade move-se e Montenegro já definiu quem é o "inimigo" e quem é o "adversário"...

Numa postagem OUTRA MARGEM de 12 do corrente pode ler-se o seguinte: O Chega, espera pela "sorte grande" (depois da "ejaculação precoce", ao Chega resta-lhe o quê?. "Vejamos: para o governo não vai, acordo parlamentar não vejo como. Festeja o quê? Ah, sim, tem uma bancada gigante, tem. E quadros? E políticas que não andem ao sabor da espuma dos dias e do ressentimento? Apesar dos 48 deputados obtidos na eleição de domingo, ao Chega resta-lhe sonhar que a legislatura dure muito pouco e possa culpar os outros do que não fizeram pela maioria estável de direita"...)

A realidade, porém, move-se. Como sublinha Filipe Tourais na sua página do facebook o "PSD não fica por aqui. Terá que decidir qual dos dois, PS ou Chega, será o inimigo e qual dos dois será o adversário. São lógicas completamente distintas. O adversário é para ir vencendo no jogo das diferenças ao longo do tempo.  O inimigo é para aniquilar o mais rapidamente possível. Tivemos disto muito recentemente. O PS esmagou os inimigos PCP e Bloco em 2021 após o chumbo do Orçamento e poupou o adversário PSD, que também o chumbou.
Teremos notícias muito brevemente sobre qual será a escolha do inimigo e do adversário do PSD na eleição dos vice-presidentes da AR. O Chega voltará a tentar eleger o seu pela primeira vez. O PSD não poderá disfarçar. Se votar a favor e garantir a eleição de um fascista para a vice-presidência  da casa da democracia, o Chega será o adversário. Se votar contra e não o permitir, o Chega será o inimigo. Ambas as escolhas terão o seu preço e comportam riscos e dificuldades garantidas."

A escolha está feita: de acordo com o jornal ECO, a Aliança Democrática (AD) e a Iniciativa Liberal (IL) votarão a favor do nome indicado pelo Chega e, por isso, o voto contra do PS não será suficiente para o chumbo.

terça-feira, 12 de março de 2024

A realidade move-se e Montenegro vai ter de definir em breve quem é o "inimigo" e quem é o "adversário"...

Contudo, a vida para Ventura pode complicar-se. 
O Chega, espera pela "sorte grande" (depois da "ejaculação precoce", ao Chega resta-lhe o quê?. "Vejamos: para o governo não vai, acordo parlamentar não vejo como. Festeja o quê? Ah, sim, tem uma bancada gigante, tem. E quadros? E políticas que não andem ao sabor da espuma dos dias e do ressentimento? Apesar dos 48 deputados obtidos na eleição de domingo, ao Chega resta-lhe sonhar que a legislatura dure muito pouco e possa culpar os outros do que não fizeram pela maioria estável de direita"...)
A realidade, porém, move-se. Como sublinha Filipe Tourais na sua página do facebook o "PSD não fica por aqui. Terá que decidir qual dos dois, PS ou Chega, será o inimigo e qual dos dois será o adversário. São lógicas completamente distintas. O adversário é para ir vencendo no jogo das diferenças ao longo do tempo.  O inimigo é para aniquilar o mais rapidamente possível. Tivemos disto muito recentemente. O PS esmagou os inimigos PCP e Bloco em 2021 após o chumbo do Orçamento e poupou o adversário PSD, que também o chumbou.
Teremos notícias muito brevemente sobre qual será a escolha do inimigo e do adversário do PSD na eleição dos vice-presidentes da AR. O Chega voltará a tentar eleger o seu pela primeira vez. O PSD não poderá disfarçar. Se votar a favor e garantir a eleição de um fascista para a vice-presidência  da casa da democracia, o Chega será o adversário. Se votar contra e não o permitir, o Chega será o inimigo. Ambas as escolhas terão o seu preço e comportam riscos e dificuldades garantidas."

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

BYPASS: Assembleia de Freguesia de S. Pedro aprovou por unanimidade "moção de repúdio da tomada de posição dos deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo eleitoral de Coimbra"

"No dia 17 de Novembro do corrente ano, fomos surpreendidos pelo voto contra dos deputados do Partido Socialista a uma proposta de aditamento em sede de Orçamento de Estado para 2024: “lançar o concurso de concessão/construção e respectiva obra do sistema fixo de transposição sedimentar (Bypass) da barra da Figueira da Foz”

Recordamos que a três meses das eleições autárquicas de 2021 o Ministro do Ambiente em funções, João Pedro Matos Fernandes, acompanhado pelo candidato e ex-presidente de Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, assumiram publicamente que o sistema supracitado era a solução mais indicada e mais viável para a mitigação do grave problema que invade o nosso concelho, os efeitos da erosão costeira. 

Tal como o actual Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou o “bypass” de areias “um projeto inovador” e de “extraordinária importância”

Posto isto, e sem colocar em causa a legitimidade dos Senhores Deputados na votação que entenderam fazer, não podemos aceitar ou deixar passar em branco, a falta de explicação à população, por parte dos mesmos, para tal mudança de opinião. Daí acharmos ser imperativo que os Senhores Deputados do Partido Socialista, em particular os eleitos pelo circulo eleitoral de Coimbra, nos expliquem qual a razão que os levou a tal mudança de opinião que vai contra à anterior tão afincadamente defendida e promovida pelo Governo Socialista e o seu candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz nas últimas eleições autárquicas. 

Pondo assim em causa os interesses e segurança da nossa comunidade e da nossa Terra. 

Aprova esta Assembleia de Freguesia uma moção de repudio sobre a tomada de posição dos Senhores Deputados do Partido Socialista."

Nota de rodapé.

A sessão da Assembleia de Freguesia onde esta moção foi aprovada, realizou-se no passado dia 28 (ontem), pelas 21 horas na Junta de Freguesia de S. Pedro.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

A luta pelo BY PASS continua

"Querem o BYPASS mas votam contra. Justificam o chumbo da implementação do BYPASS com o facto de não terem o projecto e o modelo de gestão que não fizeram. Não explicam porque o processo do BYPASS está parado desde Março de 2021 - data do estudo que o valida como a melhor solução para a transposição sedimentar."
Em 8 de Dezembro próximo passado, a propósito do voto contra do PS, publiquei uma postagem no OUTRA MARGEM que pode ser lida clicando aqui.

Sempre tive a esperança de ver algo vindo da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, da Câmara Municipal da Figueira da Foz ou da Junta de Freguesia de S. Pedro.
Até à data de hoje, nada vi oriundo destas entidades.
Hoje, deparei-me com o seguite:
"O PSD Figueira da Foz lançou 4 “Outdoors” que se vão localizar junto às praias da Figueira da Foz, S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa. 
Em causa estão os votos contra, em sede de orçamento de estado, dos deputados do Partido Socialista relativamente a uma proposta de aditamento “lançar o concurso de concessão/construção e respetiva obra do sistema fixo de transposição sedimentar (bypass) da Barra da Figueira da Foz”.
A mensagem exposta por nós reforça a pergunta: “Porquê o voto contra do PS?” 
Relembrando que a 3 meses antes das eleições autárquicas/2021, o candidato e ex-Presidente de Câmara, Carlos Monteiro e o anterior Ministro do ambiente, Matos Fernandes, numa ação de campanha(propaganda), assumiram que o “Bypass” era a solução para a diminuição dos efeitos da erosão costeira no nosso concelho. 
Enquanto esta irresponsabilidade do Partido Socialista continuar, o mar avança ameaçando as populações. 
O PSD da Figueira da Foz recusa-se a compactuar com estas opções políticas que colocam em causa a segurança das nossas comunidades."

Pus-me em campo e ficam as fotos dos  4 “Outdoors” colocados no terreno pelo PSD Figueira. 
A luta pelo BYPASS continua...
QUINTO MOLHE
FIGUEIRA DA FOZ
LEIROSA
COSTA DE LAVOS

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Estruturante

Em 23 de Novembro de 2018, ao iniciar uma colaboração como cronista no Diário as Beiras, publiquei o seguinte texto:

Passados 5 anos, o texto no esssencial continua actual.
Apenas precisa de 2 actualizações. A saber:
1ª. 
"Entre 1958 e 2020,  Portugal continental perdeu 1313 hectares de costa, o equivalente a 1313 campos de futebol, com recuos da linha de costa entre 0,5 e 9 metros por ano", segundo informações da Agência Portuguesa do Ambiente.
Na década de 2010/2020, "o agravamento das taxas de erosão foi de um terço entre a Costa Nova (Ílhavo) e Mira, duas vezes entre Castelo do Neiva e Esposende, Ofir (Esposende) e Estela (Póvoa de Varzim), Cortegaça e Furadouro e a sul do Torrão do Lameiro (Ovar) e, pior, três vezes entre Cova-Gala e Lavos (Figueira da Foz)."

Recorde-se que o estudo do by pass foi adiado durante anos.
De palpável e positivo, temos o estudo que situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros.
“Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, conforme disse o ministro do Ambiente em Agosto de 2021.

Passados mais de 2 anos, nada mais aconteceu.
Assim ficámos: o sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz continua a ser uma miragem.
E assim vai continuar. A prova disso é que, há poucos dias, O Livre viu “chumbada” a proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento do Estado de 2024. 
Penso que presumem quem evitou isso: os votos contra da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. O PAN absteve-se e os restantes grupos parlamentares votaram a favor.

Voltando à minha crónica publicada no Diário as Beiras em 23 de Novembro de 2018.
No terreno, de concreto nada se avançou.
A ferida está cada vez mais aberta a sul do Quinto Molhe.
É triste, mas parece que nesta cidade, isso é encarado como normal. 
É triste, mas é daquelas coisas tristes que entraram no dia a dia dos figueirenses.
E era fácil de resolver. 
Resolvia-se com cidadania. Resolvia-se com solidariedade entre todo o concelho: o do norte e do sul do estuário do Mondego. Resolvia-se com sentido de responsabilidade, educação e valores morais sólidos. Resolvia-se com respeito pela liberdade, pela segurança e pela  dignidade de todos os habitantes do concelho: os que habitam a norte e a sul do estuário do Mondego. Resolvia-se  com amor por nós próprios e pela vida de todos os figueirenses.
Ser Homem ou Mulher livre, quer dizer ser responsável.
Liberdade é isto. 
O resto é medo, covardia e dependência.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Entre o aprofundanto do rio e a invasão há muito anunciada do mar

Ao que parece, mesmo em fim de linha, o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba deixou uma grande notícia aos figueirenses: "o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano."

“É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”, sublinhou ontem no decorrer de uma reunião de câmara o presidente de câmara da Figueira da Foz, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.

Aos jornalistas, o autarca lembrou que se trata de uma obra “com dinheiro desde o período anterior à pandemia da covid-19” e que tinha sido retirado. 

“É dinheiro que volta à Figueira da Foz”, sublinhou.

O aprofundamento do canal de navegação vai permitir a atracagem de navios de maior calado no porto, que nos primeiros nove meses deste ano movimentou 1.535.500 toneladas, menos 9,1% relativamente ao período homólogo de 2022.

A intervenção prevista vai permitir a entrada de navios até 140 metros de comprimento e oito metros de calado, quando actualmente só permite a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 metros de calado.


No mesmo concelho da Figueira da Foz, uns 4 ou 5 quilómetros para sul, existe um enorme desastre ambiental, que faz andar com o "coração nas mãos", há muitos anos, os moradores da zona.

Sim estou a referir-me ao "Quinto Molhe" que, até Março, vai ser local de peregrinação dos políticos que certamente irão a andar por aí em campanha eleitoral.

Todos sabemos, que a ocupação desordenada do litoral contribuiu para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.

Foi o que aconteceu,  a sul do porto da Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros, onde nos últimos anos se agravaram os efeitos erosivos.

A obra, considerada fundamental pelas cabeças pensadoras da tutela e da comunidade portuária, visava a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz.

Porém, isso não aconteceu. Os acidentes entretanto ocorridos à entrada da barra, depois de 2011, provam isso. A agravar, desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com destruição da duna de proteção costeira em vários locais, com especial ênfase na praia da Cova, alvo de duas intervenções de emergência nos últimos anos.


O prolongamento do molhe norte e a erosão a sul tem sido um brutal sorvedouro de dinheiros públicos. Com o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial da barra, que deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano, lá irão mais uns milhões.

Entretanto, ao que parece, a panaceia para atenuar sustentavelmente a erosão a sul existe, já foi estudada e alvo de consenso: chama-se bypass.

Sabe-se, porque foi estudado, que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz, com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.

“Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, veio dizer aos figueirenses o então ministro João Pedro Matos Fernandes, em meados do mês de Agosto de 2021, curiosamente a mês de umas eleições autárquicas que se advinhavam difíceis para o PS, o que acabou por se concretizar.

Carlos Monteiro foi derrotado por Santana Lopes.


De palpável, passados mais de dois anos, tirando o estudo que situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros, nada mais aconteceu.

“Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, disse o ministro em Agosto de 2021.

E assim ficámos: o sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz continua a ser uma miragem.

E assim vai continuar. A prova disso é que, há poucos dias, O Livre viu “chumbada” a proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento do Estado de 2024. 

Penso que presumem quem evitou isso: os votos contra da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. O PAN absteve-se e os restantes grupos parlamentares votaram a favor.

Passadores de moeda falsa... "São a favor do Bypass mas votam contra a sua implementação..."
Imagem via Sos Cabedelo

Se o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”, quando é que isso poderá acontecer?


Como parece que ninguém se importa com o assunto, como morador a sul do Mondego, resta-me a tristeza de constatar que a merda grossa, merda da boa, a bela cagada obrada pelos cagões da Figueira e de Lisboa, não vai ser limpa.

A enorme borrada (que a foto mostra) vai continuar a poder ser vista. 

É triste presumir que, maioritariamente,  ao votar em Março próximo, os eleitores do sul, com o seu voto, como tem acontecido, vão continuar a comprometer um bocado a possibilidade de resolução do problema, que o mesmo é dizer, vão perpetuar a enorme cagada que torna este País difícil de habitar, tal é o cheiro.

Apesar deste texto terminar um tanto ou quanto brejeiro e brincalhão, o assunto é sério.

E, sobretudo, inquietante.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

A irrelevância do concelho da Figueira da Foz para o PS

Vão decorridos quase dois anos (15 de Janeiro de 2022), que expliquei no OUTRA MARGEM o que aconteceu ao PSD Figueira, de 2007 para cá, que desembocou no miserável resultado autárquico de 26 de Setembro 2021.

Dois dias depois depois, em 17 de Janeiro de 2022, com a ajuda da entrevista de Raquel Ferreira à Figueira TV, procurei ajudar a compreender a realidade da política figueirense.
A entrevista dada à Figueira TV pela  Raquel Ferreira, uma deputada do PS, passada e futura, que a estrutura partidária local e distrital fez flutuar no vácuo, demonstrou que nos chamados partidos do poder, não há, nunca houve em 47 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD.

O importante são as lógicas pessoais de poder. 
Interessa é o contolo estratégico do Partido. 
Carlos Monteiro, quando chegou a presidente de câmara, deslumbrou-se. Só tarde e a más horas - depois de ter perdido as eleições de 26 de Setembro de 2021 - percebeu que estava a lidar com um monstro. Verificou que sem poder autárquico para poder distribuir as prebendas, era muito difícil e complicado controlar um aparelho partidário interesseiro e voraz, que o via e utilizava - a ele, Carlos Monteiro - apenas como um meio de atingir os seus fins.

Em Janeiro de 2022, o PS  Figueira de Carlos Monteiro encontrava-se na situação em que Duarte Silva, em 2009,  "matou"  o PSD Figueira, com um aparelho partidário controlado por Lídio Lopes, hiper-voraz, mas já sem poder autárquico.

Na Figueira, hoje, temos Santana Lopes no poder, sem ter necessitado dos aparelhos partidários para lá chegar. Santana mostrou que os aparelhos partidários do "centrão", na Figueira, valem pouco e são descartáveis.
Nas próximas eleições, por ser mais confortável, estou em crer que Santana Lopes (se for candidato) vai voltar à "barriga da mãe".

Vou arranjar mais uns "inimigos" no PS figueirense, a juntar ao rol. Mas é o que penso, por isso não vai ficar por dizer.
O PS Figueira, por enquanto,  encontra-se (quase) num beco sem saída.
Este chumbo do PS nacional da inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento de Estado de 2024, mostrou o quanto o nosso concelho é irrelevante para o PS. Espero que saia caro a quem é responsável político por isso.

O eleitorado tem de abrir os olhos. A reconquista da credibilidade dos políticos e partidos do "arco do poder", na Figueira, tem de passar por uma porta estreita - que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.

PS chumba proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento de Estado de 2024

 Via Diário as Beiras

Nota de rodapé. 
Outra Margem, sexta-feira, 13 de agosto de 2021, véspera de eleições autárquicas.
Para ler melhor, clicar na imagem

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Bom Sucesso, um Centro Escolar que teve um arranque algo polémico

O Centro Escolar do Bom Sucesso foi inaugurado ontem. 
Porém, o processo iniciou-se no mandato autárquico de 2009/2013, quando o presidente da junta à época, Dário Acúrcio, lançou o repto ao presidente da Câmara da Figueira da Foz, na altura, João Ataíde. Contudo, a situação financeira da autarquia remeteu a obra para o mandato de 2017/2021.
No entanto, em Janeiro de 2019, o processo politicamente não foi pacifico.
A "medida 55 do programa eleitoral do PS, foi aprovada em reunião de câmara com os votos da maioria socialista e dos vereadores independentes Tenreiro e Babo."
O Centro Escolar do Bom Sucesso, no lançamento do concurso público aprovado na reunião de câmara, tinha um orçamento de um milhão de euros.
Na sessão camarária, o único vereador social-democrata, Ricardo Silva, pediu a retirada daquele ponto da agenda de trabalhos, alegando falta de dados sobre o investimento, mas a maioria socialista rejeitou a proposta. Acabou por ser o único a votar contra.
Na altura, a Câmara da Figueira da Foz, dona da obra, garantiu que o Centro Escolar do Bom Sucesso não seria construído com o intuito de encerrar escolas nas freguesias vizinhas. No entanto, Célia Oliveira, presidente da única junta do PSD no concelho, Moinhos da Gândara, não comungava da mesma opinião: “Faz-se o investimento e se calhar não se fez um estudo sobre o número de crianças. Há escolas na zona gandaresa com muito boas infraestruturas e com poucas crianças que podiam ser aproveitadas”.  O seu receio era que se essas escolas não forem valorizadas, “mais tarde ou mais cedo irão encerrar”.
Os então vereadores independentes Carlos Tenreiro e Miguel Babo, não partilharam a posição do vereador PSD e da única presidente de junta do mesmo partido, ao reclamarem um estudo sobre o problema.
“Não somos contra que se melhorem as condições no Bom Sucesso. Mas gostávamos que nos apresentassem dados, um estudo que sustente o investimento no centro escolar”, ressalvou Célia Oliveira.
Por sua vez Carlos Batata, na altura presidente da Junta do Bom Sucesso, disse  ao DIÁRIO AS BEIRAS que estava “ansioso” pelo início das obras do centro escolar, já reclamado pelos seus antecessores. 
Entretanto, a obra está concretizada e foi inaugurada ontem. Foram investidos cerca de 1,2 milhões de euros, 85 por cento assegurados por fundos europeus, cabendo à autarquia figueirense suportar a restante verba.
Imagem via Diário as Beiras

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Santana: cerca de 6 meses depois do regresso...

Cerca de seis meses depois do r
egresso, permanecem algumas interrogações...
- tarefa difícil? 
- tarefa possível? 
- tarefa maior?
- depois de tudo, em 2022, a Figueira ainda está cá e tem hipóteses?

Foi há cerca de seis meses, vinte anos depois, que Santana Lopes líder do movimento "Figueira a Primeira" voltou a ser presidente da Câmara da Figueira da Foz, um lugar onde "foi feliz" entre 1997 e 2001, e de onde saiu a "chorar" para novos desafios políticos, como recordou numa entrevista à SIC, a 19 julho de 2021.
"O resto é a vida, cair e levantar. É essa a mensagem, há que ter esperança e ter força e se Deus proteger" e acreditar que todos, mesmo aqueles em dificuldade, "podem reerguer-se".

O Enforca Cães está a mexer, o que restou do Jardim Municipal está em manobras de reanimação, o Bento Pessoa já tem sintético (para quando a utilização?), o do Campo do Cabedelo está a vestir-se (mais 2 mesitos?..), o Galo de Ouro está em velocidade de cruzeiro, há ideias concretas para Seiça e Maiorca, enfim, a herança do passado recente vai sendo resolvida. É certo que em Buarcos, circular ao fim de semana é um suplício (e vai continuar a ser), mas aí, como disse o figueirense João César Monteiro, «temos que aprender a gastar a infelicidade que nos resta.»

Sem direito, desta vez, ao estado de graça - cerca de um mês depois de tomar posse, foi apresentada a proposta do Orçamento do Município, com a oposição (PS e PSD) a condicionar a viabilização a alterações, que o executivo camarário aceitou, Santana "não precisa que o deixem trabalhar, porque ele trabalha na mesma". 
Um dia destes ainda vamos ter os resultados da auditoria, "a formação superior completa, também a licenciatura", "a margem sul a sair do atraso", sem necessidade do "Cabedelo passar a ser uma nova Troia", investindo no conceito "cidade do mar", sem esquecer o centro de investigação florestal em Brenha e o "objectivo fabuloso do Cabo Mondego".
Por este andar, projectos ainda vai ser uma palavra banida da Figueira. 
Santana "gosta mais é de falar em obras."
Contudo, cuidado. "A Figueira está cansada de obras mal feitas. Temos de ter muito cuidado". 
Veja-se o que fizeram em Buarcos - "a obra que foi feita, com a devida vénia, não serve". 
Sem esquecer o que fizeram ao Cabedelo...

domingo, 23 de janeiro de 2022

"Fraca iluminação parou surf noturno na Figueira da Foz", dizem agora os surfistas...

Em Setembro passado, a poucos dias da realização das eleições autárquicas, a Praia do Cabedelo, ficou a contar com iluminação à noite para permitir a prática de surf e ‘bodyboard’ para lá do pôr-do-sol.
A iluminação da praia situada na margem esquerda do Mondego, junto ao molhe sul, foi ligada pela primeira vez, no dia 6 de Setembro de 2021, entre as 20h00 e as 00h00, para garantir a prática de “diferentes desportos de deslize” à noite, afirmou na altura o município da Figueira da Foz.
A instalação de iluminação, investimento de 75 mil euros, surgiu de uma proposta no Orçamento Participativo da Figueira da Foz, que não venceu, mas que o município decidiu aproveitar, “pelo número de participantes e de votantes tão significativo”, disse o então presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro.

A iluminação inaugurada em Setembro passado, segundo foi dito na altura, iria funcionar das 20:00 até às 00:00 todos os dias, pelo menos até “outubro ou novembro”. O que não aconteceu.
“Neste período experimental, estamos a articular com o comandante do Porto e com as associações e escolas de surf que funcionam no Cabedelo, até criarmos um regulamento”, foi dito na altura pelo anterior presidente da câmara. Ainda segundo o anterior presidente, no futuro seria a Capitania que daria o aval, mediante as condições do mar, sendo apenas o sistema ligado “mediante solicitação de escolas de surf ou de alguma associação que surja para esse efeito”“Não queremos que esteja ligado para nada, quer por questões económicas, quer por questões ambientais”, frisou Carlos Monteiro.
Passados quase 6 meses, via Jornal de Notícias, ficamos a saber que a iluminação é insuficiente e necessita ser reforçada com mais dois ou três postes: "retoma da prática na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, está dependente da colocação, pela Câmara, de mais postes"
Segundo o mesmo jornal, "a iluminação da praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, para a prática de surf durante a noite foi interrompida poucas semanas depois de ter sido inaugurada, no início de setembro. A decisão foi tomada depois de os praticantes da modalidade considerarem insuficiente os postes de iluminação. Os surfistas têm já agendada uma reunião com a Câmara para retomarem o projeto"
Eurico Gonçalves, proprietário de uma empresa de surf no Cabedelo e um dos promotores da iniciativa disse ao Jornal de Notícias. "Na altura, a iluminação foi inaugurada de forma experimental. Ao fim de algumas semanas, chegámos à conclusão que eram necessários mais postes de iluminação, sobretudo para o período de inverno, e demos parecer negativo"
Admite que a mudança do Executivo Municipal, com a saída de Carlos Monteiro e a entrada de Pedro Santana Lopes para a presidência, pode ter atrasado o processo. Segundo o surfista, não é totalmente seguro a prática de surf à noite enquanto o equipamento não estiver todo completo. "Com mais dois ou três postes já haverá segurança suficiente para retomarmos a prática noturna sem problemas", sublinha. 
Os promotores acreditam que após a reunião com a Câmara, a situação será resolvida. Eurico Gonçalves não tem ainda uma data para a retoma do surf noturno, mas acredita que este regressará no início da primavera.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

As prioridades de Santana Lopes para a Figueira em 2022

Santana Lopes, até ao momento, continua a seguir o guião por si próprio anunciado no acto da tomada de posse. O regresso do ensino superior à Figueira é a prioridade. O património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca - “realidades muito complicadas” -, a “resposta social, com os centros de saúde e o sistema de transporte das pessoas que vivem mais longe do centro do concelho”, são áreas em que o autarca prometeu no dia da tomada de posse “trabalhar mais depressa”. Nesse dia 17 de Outubro p.p. Pedro Santana Lopes  assumiu também como prioridades o mar, a erosão costeira e as respostas sociais. Sem esquecer, contudo, "as obras herdadas e em curso". Até ao momento, Santana Lopes está, na generalidade, a seguir o guião. Portanto, certamente que qualquer dia, quando chegar  “o devido tempo, serão conhecidos os resultados da auditoria às contas da câmara”.
Via Diário as Beiras, fica a última entrevista dada por Pedro Santana Lopes em 2021, onde perspectiva o 2022 que começa amanhã .

«O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, definiu a instalação de um polo de ensino superior na cidade como a principal prioridade para 2022. 
O autarca, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, adiantou ainda que suspendeu as obras na rua Direita de Quiaios, que “não vão continuar nos termos em que estavam previstas”. Por outro lado, afirmou que tem dúvidas se deve dar continuidade à requalificação da frente marítima de Buarcos e da Baixa figueirense. 
Pedro Santana Lopes acrescentou que o próximo ano deverá ser de “clarificação” para diversos dossiês que herdou do anterior executivo, apontando, por exemplo, a expansão da Zona Industrial e o areal urbano. “Há uma série de assuntos… Não gosto de perder tempo, os mandatos passam muito depressa. Portanto, em 2022, se Deus quiser, os figueirenses já verão vários resultados do trabalho que estamos a fazer”, adiantou o autarca. 
Todavia, Pedro Santana Lopes destacou um assunto que deverá marcar a sua gestão autárquica em 2022. “[É um desiderato] termos uma polo universitário a funcionar aqui como deve ser. É difícil, mas vou fazer tudo para ser possível começar já no próximo ano letivo”, afiançou. Entretanto, decorrem conversações entre o presidente da câmara e a reitoria da Universidade de Coimbra. 

Aposta na captação de empresas 

Outra das prioridades do autarca figueirense, que conquistou a presidência da câmara em setembro último, pela segunda vez – a primeira foi 1997, não se tendo recandidatado – é criar condições para a instalação de novas empresas no concelho. A Zona Industrial, situada na margem sul, já não tem lotes disponíveis. A solução para aumentar a capacidade de resposta para a instalação de novas indústrias, anunciou Pedro Santana Lopes, passa por preparar a futura Zona Industrial do Pincho, na margem norte. “E noutros casos, [há que] clarificar o regime de alguns terrenos do município, para termos uma bolsa de terrenos disponíveis para investidores”, acrescentou. 
De 2022, Pedro Santana Lopes disse esperar “que a Figueira, Portugal e o mundo vivam mais tranquilos e sem tanta ansiedade e angústia, como tanta gente sente”. E “que o país tenha estabilidade e que se trate a sério de assuntos sérios. Acho que precisamos de tino institucional e respeito; respeitar quem pensa diferente de nós e os que estiveram antes de nós; e que haja mais decência”
Aqueles são os projetos, processos e desejos que o autarca espera ver realizados em 2022. E o que é que os figueirenses podem esperar dele e da vereação que lidera? “Serviço. E servir, servir e servir. Isto [a atividade autárquica] é uma missão (…) e secundariza-se tudo o resto. É quase como ir para um convento”, garantiu Pedro Santana Lopes. 

“Quero continuar politicamente solteiro ou divorciado” 

Aquele será também o ano em que o PSD vai a votos na Figueira da Foz, para eleger novos dirigentes locais. Será que o antigo partido do autarca eleito pelo movimento independente Figueira A Primeira (FAP) se aproximará do executivo camarário? Isso dependerá, sobretudo, de quem vier a liderar a Concelhia. “Acho que é um pouco anacrónico [na votação do Orçamento do Município na Assembleia Municipal] o PSD ter votado contra [como já o havia feito na reunião de câmara]. Teve três votos contra do PSD e um da CDU. O BE absteve-se e o PS votou a favor. Espero que o PSD passe por cima daquilo que aconteceu e que haja normalidade. Sou independente, mas tenho uma ligação especial a este partido”, defendeu Pedro Santana Lopes. 
Uma vez que já não tem a Aliança (partido que fundou e do qual já se desvinculou) no dedo, na impossibilidade de não poder voltar a casar com o PSD, pelo menos enquanto for autarca independente, está disponível para uma união de facto? 
À “provocação”, Pedro Santana Lopes respondeu assim: “(Risos) Não, não! Quero continuar politicamente solteiro ou divorciado (risos)”

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Assembleia Municipal aprova Grandes Opções do Plano para 2022/2026 e Orçamento Municipal para 2022

«A Assembleia Municipal da Figueira da Foz aprovou hoje o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2022, no montante de 83,3 milhões de euros, que prevê uma linha de continuidade relativamente a 2021.
Silvina Queiroz, único eleito pela CDU, foi o
elemento da AMFF mais activo na sessão desta tarde

Os documentos foram aprovados por larga maioria, com quatro votos contra do PSD (3) e da CDU e a abstenção do único elemento do Bloco de Esquerda, cerca de 24 horas depois de terem sido viabilizados na Câmara pelo PS, na continuação da reunião extraordinária de 10 dezembro, que foi suspensa após a oposição ameaçar chumbar os documentos, o que obrigou a um processo negocial.
Na reunião de hoje, o PSD e a CDU denunciaram o incumprimento do prazo de 48 horas estabelecido pelo regimento para os documentos chegarem aos deputados municipais para análise, situação que foi resolvida com a votação da inclusão daquele ponto na ordem de trabalhos, que mereceu a concordância das restantes forças políticas e dos presidentes das Juntas de Freguesia.
O PS, que detém a maioria absoluta na Assembleia Municipal, justificou a aprovação com o facto de ser um orçamento de continuidade, mas, através do deputado João Portugal, frisou que “não o era há uma semana”.
O deputado municipal endereçou os parabéns ao executivo por ter “cedido” aos vereadores socialistas e inscrito no Orçamento uma verba de mais de 1,1 milhão de euros para investimentos nas freguesias.
No entanto, João Portugal advertiu que, futuramente, o PS não irá viabilizar orçamentos que aumentem a dívida municipal e desafiou Santana Lopes a “tentar” reduzir a dívida do município “seja a vapor ou de TGV” no final dos quatros anos de mandato.
O actual presidente da Câmara, que, recentemente, numa declaração nas redes sociais, se comprometeu a não aumentar um “cêntimo” à dívida, respondeu que também será necessário o PS não “fazer exigências” que aumentem a dívida.
Em declaração de voto, o PSD justificou o voto contra com o facto de o executivo de Santana Lopes ter revelado “muitas das práticas infelizmente repetidas nos últimos anos, como a incapacidade para o diálogo estratégico e para uma negociação com premissas de crescimento sustentável, preferindo-se a disputa casual e avulsa, sem uma visão integrada e integradora para o concelho”.
Também a deputada única da CDU votou contra o Orçamento por se tratar de um documento “de continuidade”

sábado, 20 de novembro de 2021

Orçamento camarário para 2022: a procissão ainda vai no adro, mas...

Quase há um ano - a 2 de Dezembro de 2020 - foi aprovado o Orçamento da Câmara Municipal da Figueira da Foz que vigorou em 2021: (o maior de  sempre), de 75,4 milhões de euros.
Recorde-se: com o voto contra de Ricardo Silva, do PSD, e a abstenção dos eleitos pelo mesmo partido Carlos Tenreiro e Miguel Babo (aos quais tinha sido retirada a confiança política).
Via Diário as Beiras, fica o que até ao momento é conhecido publicamente sobre a ideia do que vai ser o orçamento camarário figueirense para 2022.
Um orçamento camarário serve para  consubstanciar as propostas que um executivo pensa ser possível executar dentro do limite temporal em que ele vai vigorar.
Deve privilegiar e colocar sempre em primeiro plano as necessidades e os interesses da população, na firme certeza de que dentro dos possíveis, são apresentadas soluções para debelar os problemas imediatos, apontando caminhos para o seu desenvolvimento integrado e sustentável.
 
Políticas sérias de defesa da qualidade de vida dos cidadãos deste concelho, é o meu desejo de sempre. Vale também para 2022. 
Há muitíssimo a concretizar. Desde logo, definir o que é “qualidade de vida”, para nós e para as gerações futuras. Esse, mais do que um desafio, é nossa responsabilidade geracional - passa por balizar o que estamos dispostos a fazer para melhorar a qualidade do ar que respiramos, a água que bebemos, a comida que ingerimos e a paisagem que queremos preservar. 
Um concelho moderno, democrático e gerido com responsabilidade, discute-se, interroga-se, renova-se e define objetivos que visem abranger a população. Só assim será possível progredir rumo a patamares mais elevados de bem estar, felicidade e justiça social e ambiental. Isto, no fundo, resume-se numa palavra: “desenvolvimento”

O orçamento municipal para 2022 vai ter isso em conta?
Ainda não o sabemos. "A versão final será apresentada em dezembro, para ser votada". Porém, pelo andar da carruagem (embora “ainda seja prematuro avançar o valor do orçamento”),  parece ser mais do mesmo.
Oxalá que, como o de 2021, não seja um orçamento camarário desfasado da realidade que é o concelho da Figueira da Foz. “Este é um orçamento de continuidade que tem de acomodar os compromissos assumidos (pelo anterior executivo, do PS), no valor de vários milhões de euros”, no plano do investimento e de parte significativa da despesa corrente, diz hoje a vereadora Anabela Tabaçó ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Estamos perante um executivo paralisado, do ponto de vista político, operacional e governativo, pela herança deixada por Carlos Monteiro? 
E a paralisia promete prolongar-se nos próximos tempos? 
A paralisia do poder executivo, mais do que uma ameaça, é uma possibilidade e pode tornar-se numa imagem de marca dos próximos tempos.
Fica um desejo, fácil de concretizar, para 2022, o que já seria um avanço em relação aos últimos anos: que haja honestidade intelectual na governança da Figueira. 
O pior que nos podia acontecer, face aos desafios fáceis de adivinhar que temos pela frente, era continuar a  ter políticos que dizem uma coisa e depois fazem outra.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Estava escrito

Miguel Guedes, via Jornal de Notícias

"As duas grandes surpresas de António Costa foram a pandemia e o PCP. Quando, saindo das eleições de 2019, recusou fazer acordos escritos à Esquerda, optando por navegar à vista de BE e PCP, Costa tinha um grande objectivo: preparar o terreno para uma crise política em 2021, obrigando a eleições antecipadas que lhe proporcionassem uma maioria absoluta.

Após aprovar o primeiro Orçamento do Estado (OE) da legislatura, o BE sai da solução governativa desencantado com as negociações do OE21 e com a falta de cumprimento das promessas contidas e inscritas no OE anterior que viabilizara. Sustentado sobretudo na vontade de Jerónimo de Sousa, o PCP resiste, dividido e a custo, ao lado da governação socialista. Entretanto, a pandemia instalara-se e o hiato social a que a covid-19 obrigou suspendeu a política e a premeditação táctica de António Costa.

No choque frontal com a realidade, o Governo voltou a encarar as negociações do OE como um simulacro, certo de que os comunistas não teriam a coragem de romper com a aprovação do OE22 numa altura em que, com um momento pandémico ainda suspenso, haveria que preparar a retoma económica. Nessa expectativa, era acompanhado pelo presidente da República (PR) que, há meses, garantia que o novo Orçamento não iria chumbar e antevia até a possibilidade do BE se juntar à viabilização. Perante a falta de vontade negocial do Governo, BE e PCP rejeitam o OE22. E se o primeiro-ministro queria eleições em 2021, aqui estamos por caminhos ínvios. A crise política que António Costa ambicionava chegou.

A reunião entre BE e a CGTP minutos antes do PCP anunciar a sua posição, retirou qualquer suspense ao anúncio da rejeição. Chegava o momento de saber, em 48 horas, se António Costa alguma vez quis negociar ou se, perante a proclamação antecipada de eleições antecipadas por parte de Marcelo, seguia a narrativa à risca, apostando tudo numa crise política-orçamental que a elas conduzisse. E a narrativa é bem clara quando acompanhada de factos. No último ano parlamentar, o PS votou mais vezes ao lado do PSD, CDS, PAN e IL do que com os seus "aliados" parlamentares. No penúltimo ano parlamentar, PCP e BE aprovaram a grande maioria das propostas do PS, tendo os socialistas votado contra quase todas as iniciativas desses partidos. Estava escrito. Depois de 2019, o PS encarava comunistas e bloquistas como muletas de poder. Tentava alianças à Esquerda para votar com a Direita.

Acusar PCP e BE de tacticismo e de falta de responsabilidade política e, simultaneamente, de terem sido reféns do PS durante anos é uma contradição insanável. Perante o PR que elogiou as "cedências" do Governo e antecipadamente-se-apressou-a-antecipar eleições, exportou o sabor do "queijo limiano" para a Madeira e recebeu Paulo Rangel horas antes do voto do Orçamento (dele recebendo a sugestão de duas datas "faz de conta que discordo" para eleições), sobra a certeza de que a narrativa de António Costa, a dado momento, teve um cúmplice."

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Mesmo sem aumento de impostos, combustíveis não param de subir

"Da mesma forma que não foi o aumento do imposto que ditou qualquer um dos últimos aumentos, uma redução dos impostos não teria qualquer consequência directa imediata no preço dos combustíveis. 

O JN divulgou o quadro da evolução dos preços dos combustíveis no último ano, destacando que a «gasolina aumentou 38 vezes e gasóleo 35 no espaço de um ano»
Este facto é particularmente significativo se se tiver em conta que os impostos se mantiveram inalterados neste período (ou melhor, terá sofrido uma ligeira alteração no dia 1 de Janeiro, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2021). 
O facto de a carga fiscal ser elevada – uma evidência que só o ministro do Ambiente não reconhece – não explica pois esses 38 aumentos. O que explica a sucessão de aumentos é a especulação e a busca de lucro, é a especulação com o preço do petróleo, a cartelização de preços e as alterações nas margens de comercialização e refinação. É o facto de o mecanismo de construção de preços estar desligado dos custos de produção, e antes assentar em regras artificiais, manipuláveis e manipuladas pelos grandes grupos económicos do sector. É o processo de liberalização e privatização do sector, incluindo a liberalização de preços em 2005. 
Esta ideia é importante ter presente, pois da mesma forma que não foi o aumento do imposto que ditou qualquer um desses 38 aumentos de preço, uma redução de impostos não teria qualquer consequência directa imediata no preço pago pelos consumidores. Seria muito provavelmente transformado num aumento de rendimentos dos diferentes capitalistas que operam no sector e controlam o preço do combustível. 
Nesta altura é importante recordar as promessas feitas aos portugueses aquando da privatização e liberalização do sector. A privatização e liberalização foram apresentadas como a melhor garantia de que os preços iriam baixar. E não só eles não têm parado de aumentar, como tudo aponta que vão continuar a aumentar, quer nos combustíveis, quer na energia em geral. 
É pois na especulação, nos lucros e dividendos de centenas de milhões que se deve procurar a causa destes 38 aumentos. 
De cada vez que ouvimos falar de centenas de milhões de euros em lucros dos grandes grupos económicos temos de nos interrogar: de onde vêm essas margens de lucro? 
De cada vez que vemos as bolsas a subir e a fortuna dos especuladores a disparar, mesmo nas maiores crises, temos de nos interrogar: de onde é desviada essa imensa riqueza acumulada na especulação? Mesmo um outro factor que contribui para a pesada carga fiscal, que é a crescente carga fiscal associada à chamada «fiscalidade verde» (à teoria de que é preciso aumentar os impostos sobre os combustíveis fósseis como mecanismo para a descarbonização) também não explica os 38 aumentos, pois também estas regras são mexidas, no essencial, uma vez ao ano. 
Com excepção dos mecanismos do mercado de carbono – liberalizado também ele – onde se têm feito fortunas na especulação. Perante a iniludível constatação de que os combustíveis estão demasiado caros, os grandes grupos económicos do sector tentam apontar o dedo à carga fiscal, procurando esconder as suas próprias responsabilidades no desenho e funcionamento de um sistema que tem gerado lucros e dividendos verdadeiramente obscenos. 
Da mesma forma, tudo têm feito para diabolizar «os impostos» e venerar «os lucros», procurando fazer esquecer que os primeiros são uma receita do Estado gasta de uma forma mais ou menos justa, conforme o decidido no Orçamento do Estado, enquanto os «lucros» e os «ganhos» dos especuladores e dos accionistas alimentam, no essencial, um pequeno grupo de capitalistas. 
Tomando a opção oposta, os trabalhadores do sector têm insistido que o que é necessário é renacionalizar a Galp e acabar com a liberalização do sector, retomando o controlo público sobre um sector absolutamente estratégico."

sexta-feira, 30 de julho de 2021

A questão do voto verdadeiramente útil nas próximas autárquicas na Figueira...

A questão do voto útil é uma questão pertinente e importante. 
Para mim, porém, fácil de resolver. A questão do voto útil, a meu ver, é importante e útil, em primeiro lugar, para quem vota -  o eleitor. 

O que está em causa, nas próximas eleições na Figueira? 
Apenas, e só, a remoção do líder do PS, Carlos Monteiro? 
O PS cometeu um erro estratégico: entregou o aparelho à mediocridade chamada, para simplificar, de  monteirismo. 

Como sabemos, as mudanças no interior dos partidos não se fazem a partir do exterior.
Na Figueira, o PSD  está a fazer uma travessia do deserto que dura há 12 anos. Está desejoso de voltar a ter acesso ao orçamento municipal.
Se objectivo do PSD Figueira passar apenas por remover Monteiro, mesmo que vença, a Figueira vai continuar a ser a grande derrotada.
É isso que  os figueirenses têm que ter bem presente quando forem votar.
Depois queixem-se. Ou ainda acreditam no  D. Sebastião?

Olho para a politica na Figueira e noto os partidos - todos os partidos -  a envelhecer.
Vejo que todos nós, talvez por falta de alternativas, cada vez mais desiludidos, ficámos receptivos ao mal menor pouco estimulante e respeitador da nossa inteligência.
Sempre tive o defeito de ligar à política. De  valorizar o poder exercido em e  com democracia. De achar que a política deveria ser das mais nobres actividades humanas. 
Demasiado importante, por isso, para ser exercida por incompetentes, medíocres e oportunistas.

Tenho dificuldades em  rever-me no poder político que temos tido na Figueira. Estou farto de políticos com sonhos egocêntricos, que têm tramado a minha vida e a de muitos outros.
Aquilo que quero para próximo presidente da câmara da Figueira é pouco:  alguém que tenha coragem, honestidade e dedicação para depositar o meu voto, a minha esperança e o meu apoio activo. 
Por isso fiz a minha escolha, que é pública.

Há políticos que não falam para mim. Podem falar para muita gente, mas muito raramente falam para mim. E eu vou aceitando, porque como democrata, sou de uma minoria. Mas não tenho que lhes entender as razões deles, nem tenho de compreender e aceitar o compromisso das massas. Ando há anos suficientes pela vida para saber que os políticos demasiadas vezes dizem e fazem o oposto dos interesses que defendo para mim e para os outros.

Em 2021, depois de alguns anos de interregno, entendi que era tempo de tentar fazer qualquer coisa no terreno. Contribuir para construir, talvez arduamente, qualquer coisa útil, que ajude também a mim a respirar melhor neste pedaço de Terra, que é a Figueira, onde tenho raízes.
Tenho 67 anos de idade. Vivi os primeiros 20 em ditadura. Não quero mais disso.
Enquanto tiver sanidade mental quero merecer a  dignidade de ser livre num concelho de um país que quero democrático. Fazer política, depende de nós. Enquanto actores mais ou menos passivos. Se ninguém se indignar com nada, nada é indigno. Se ninguém se mexe, “alguém” se mexe contra nós.
No momento em que estou a terminar este texto para ir apresentar as listas no Tribunal da Figueira, sinto-me de bem comigo próprio.
A CDU é a força indispensável para a defesa dos mais genuínos interesses das populações do concelho e freguesias da Figueira.
A Figueira não é a "Vila morena", mas também na Figueira o Povo é quem mais ordena.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Surfar à noite no Cabedelo? Há tanto tempo que dizem que vai ser possível...

O projecto para a iluminação que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
Entretanto, por exemplo Vagos, em setembro de 2014, Cortegaça Carcavelos, já testaram a ideia de promover a prática do surf à noite.
Mais uma vez, o surf na Figueira foi ultrapassado...
Mas não tem sido por falta de ideias. As ideias existem. Neste caso concreto, o projecto foi entregue pelo arquitecto Miguel Figueira, em 2011...
O Cabedelo é um local mítico, para quem gosta de desportos com ondas.
A Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017, afirmava que ia avançar com um projecto de requalificação da praia do Cabedelo, que incluía a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, referiu na altura o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
A iluminação do mar, nesta praia da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017.
O projecto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
A decisão da autarquia já foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que destaca “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancaria “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Primeiro subscritor da candidatura do SOS Cabedelo ao Orçamento Participativo de 2017, Gonçalo Cadilhe destaca que “são poucas as praias do planeta onde tal já é possível”, acrescentando que “a Figueira marcará pontos a nível de notoriedade com esta decisão”.
Estamos em 2021. E a situação, segundo o Diário as Beiras, é esta: "foram construídas as bases dos pontos de iluminação da Praia do Cabedelo para a prática noturna de surf, colocando a Figueira da Foz na vanguarda nacional neste tipo de oferta". Quando chegarmos à "conclusão das obras" e for ligado o interruptor, o que pode levar ainda algum tempo, deveremos passar a estar na vanguarda, neste tipo de oferta, a nível plan(f)etário...  

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Da série, bem-vindos à campanha eleitoral de Carlos Monteiro, autárquicas 2021 (8)

Via Diário as Beiras
"A capela de Santa Eulália (ou Santa Olaia), na Freguesia de Ferreira-a-Nova, encontra-se em avançado estado de degradação. As obras de estabilização, realizadas pelo proprietário, a Sociedade Agrícola Quinta do Foja (SAQF), evitaram a ruína do imóvel, situado no sítio classificado dos montes de Santa Olaia e Ferrestelo, mas a autarquia quer ir mais longe e vai reabilitá-la, obra que inclui a zona envolvente.
O protocolo que permite a intervenção da Câmara da Figueira da Foz na capela e no sítio classificado foi assinado ontem. O documento contempla um prazo de cedência da área ao município, com cerca de 90 mil metros quadrados, por 25 anos. Por outro lado, define um prazo de cinco anos para a realização das obras, que poderá ser renovado por igual período.
Ainda não há orçamento, mas, adiantou o presidente da edilidade, Carlos Monteiro, a reabilitação da capela poderá custar entre 200 mil e 300 mil euros. O investimento global será suportado por fundos europeus e pela câmara municipal."

terça-feira, 25 de maio de 2021

A agenda política nas campanhas eleitorais

Na Figueira, de 1997 para cá, a agenda  política passou a constituir uma prioridade para os directores das campanhas para as autárquicas.
Nesse campo, leia-se o planeamento das acções, em 2021, até ao momento, registe-se a fraca prestação de um político de nível nacional, que anda por aí,  e que há muitas décadas habituou os portugueses atentos a estas iniciativas, a fazer a diferença  pelas inovações e pelo poder de iniciativa e sentido da oportunidade com que  marcava a agenda política. 
Como quem marca a agenda política está em melhores condições de ser bem-sucedido, fica o registo.
Contudo, ainda não é tarde.

O controle da agenda, passa, inevitavelmente, pela relação entre a mídia e a política. O jornalista ao destacar determinado assunto, está obviamente a influenciar as pessoas que vão ler, ouvir ou ver esse tema no órgão  de informação. Está provado que existe uma elevada relação entre a agenda da mídia e a agenda dos cidadãos, bem como entre os temas a que a mídia dá relevância e os temas que as pessoas consideram mais relevantes.
Se olharmos para o que os diversos candidatos têm apresentado como agenda política, esses temas e as formas de os apresentar chegam aos eleitores que, neste momento, os políticos procuram sensibilizar tendo em vista a conquista do voto?

A questão da agenda política, embora tendo chegado à Figueira com atraso, faz parte das campanhas eleitorais. 
A mídia é importante. Mattos Chaves sabe isso e ainda ontem abordou o assunto num texto no facebook. Controlar o fluxo noticioso numa época de grande competição informativa é de vital importância para o êxito de qualquer iniciativa no plano político. Carlos Monteiro também sabe isso e tem a vantagem de ser o poder em 2021, na Figueira. Santana Lopes sabe isso e tem bons contactos a nível da mídia nacional como se tem visto. Pedro Machado sabe isso, mas não tendo, em 2021, o poder na Figueira, nem tantos nem tão  bons contactos  como Santana a nível nacional o que tem a fazer? Esse é um problema para resolver pela sua direcção de campanha. Eu, que não percebo nada de política, nem de campanhas políticas, na minha simples condição de eleitor atento, sugiro que lance para a discussão pública temas que mereçam realmente a atenção dos mídia e das pessoas que votam no concelho da Figueira.

Repetir cromos que vão a algumas (não a todas...), não me parece a melhor, nem a mais acertada e, muito menos, a opção para marcar a agenda política na Figueira da Foz.
O que digo sobre a candidatura de Pedro Machado, aplica-se à CDU e ao BE que, certamente, a par do CDS são os que têm mais dificuldades em merecer a atenção dos mídia locais.

Não desconheço que as novas tecnologias têm a sua influência na acção política. Até agora, a candidatura de Santana Lopes, com a colocação na praça pública do espectáculo, em detrimento das ideias, tem feito apenas show off. Que tem resultado. Como se esperava, tem merecido ampla divulgação nos mídia nacionais. Desde há muito, que a normalidade para a mídia não é notícia, mas, sim, o que significa perturbação. Os mídia destacam as confusões e os problemas em detrimento de soluções. O drama é destacado. A normalidade é ignorada. Interessa é despertar emoção. Isso é que tem impacto. Basta ver quem lidera as vendas de jornais e as audiências televisivas.

Controlar a agenda política é fundamenta por duas ordens de razões: 
1.  a necessidade de dar largas a potencialidades próprias para manter a dianteira relativamente aos demais; 
2.  a necessidade de tornear os obstáculos que vão surgindo a cada passo. "Para governar com sucesso, o poder tem de marcar a agenda e não deixar que seja a mídia a fazê-lo".
Se estivaram atentos, pela consulta dos jornais que publicam notícias sobre a Figueira, sabem que ficou visível qual foi a principal preocupação de Carlos Monteiro e da máquina de propaganda ao serviço da câmara municipal nos últimos dois anos.

A criação da agenda diária de um político é uma tarefa que requer cuidado e imaginação. Ela deverá ter em conta essencialmente a melhor maneira de captar a atenção da mídia. Poderá fazê-lo pela forma ou pelo conteúdo. 
Neste momento, a imagem é fundamental. A maioria dos políticos vive para a imagem. Porém, só os que estão no poder é que podem dispor dos recursos financeiros do orçamento público para dar sustentação a uma acção continuada de efeitos para alcançar o objectivo.
Ao poder, a qualquer poder, interessa sobretudo controlar a informação no contexto dos padrões que estabelece. Uma informação não domesticada, constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar. E eu sei do que falo.

Para manter a agenda política controlada, o poder costuma fazer-se aquilo que se chama a "manipulação pela inundação"
A principal fonte de notícias está no poder: temos as notícias que assentam em factos normais - anúncios de decisões do executivo, visitas, discursos, conferências de imprensa, etc.; e as notícias que resultam de fugas de informação para produzir um efeito de acordo com o objetivo que se pretende alcançar.