domingo, 27 de abril de 2025

Na morte do Papa Francisco

Declaração de interesses: gosto genuinamente do Papa Francisco.
Penso que é consensual afirmar que há muito tempo que o Mundo não tinha um Papa tão próximo das pessoas e tão cheio de humanismo. 
As posições políticas de Francisco foram inúmeras vezes inesperadas, sobretudo por sectores conservadores a quem tradicionalmente convém a associação à Igreja Católica. O papa criticou as falhas do capitalismo, defendeu uma ecologia global capaz de integrar todos, todos, todos, e foi mediador activo em vários conflitos armados.
Simples nos gestos e nas palavras, nunca se escondeu atrás de nada, nunca teve medo de denunciar as grandes atrocidades do nosso tempo e de apelar à Paz.
Este foi o papa que enfrentou a realidade dos abuso sexuais dentro da Igreja Católica. Sabendo o que o rodeava, enfrentou os "poderes ocultos" que sempre dominaram o Vaticano e não evitou temáticas como a homossexualidade ou a participação da mulher na Igreja, abertamente e sem o recurso de subterfúgios.

Dito isto.
Há muito que é assim. Sempre que alguém considerado importante morre, todos os canais televisivos contam a sua história até às exaustão, repetindo horas de emissão sempre com as mesmas coisas.
Da minha idade, quem não se lembra do que se passou com a cobertura do funeral de Sá Carneiro, em Dezembro de 1980?
Voltando à actualidade: no caso do Papa Francisco, cheguei a pensar se nos não queriam "fartar" do Papa Francisco. 
Falaram dele durante a semana inteira. 
A seguir sabem o que vai acontecer?
Fácil de adivinhar, segue-se o silêncio.
Durante uma semana, os "tudólogos", alguns deles, de um momento para o outro, grandes "especialistas franciscanos", encheram a paciência de que os escutou.
Isto dá audiências e "os donos da televisão" não se estão para chatear muito.

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