Foi fixe ter sido criança no final dos anos 50 do século passado.
Não havia dinheiro para comprar os brinquedos, pelos que tínhamos de os inventar nós próprios, os putos desse tempo.
Lembro-me do arquinho, do carrinho com rodas de cortiça, do peão, dos campeonatos na areia com a "crica" da cerveja e das laranjadas, dos carrinhos de rolamentos e das trotinetes e da trapeira.
Recordar a vivência num mundo infantil, num período histórico de Portugal, em pleno Estado Novo e, ainda, a mais de 20 anos da Revolução de 25 de abril de 1974, significa reviver memórias e vivências da época dos avós, memórias e vivências relacionadas com a escola, os brinquedos, os jogos, as leituras, mas sobretudo a brincadeira.
Tanto quanto consigo retornar ao meu olhar de criança, no seu contexto e espaço temporal, é recordar a história de uma Cova e Gala dessa época - uma Aldeia com muita areia, sem esgotos, sem água canalizada e sem luz em casa.
Tentar entender o meu universo infantil é retratar uma criança rodeada de amor: pelos meus pais e pelas avós.
Infelizmente, os meus avôs morreram cedo, um - o materno, o meu avô Domingos Marçalo - não cheguei a conhecê-lo; o outro, - o meu avô Manuel Agostinho da Barbeira - casado com a minha avó Carmina, lembro-me sobretudo da noite da sua morte, teria eu na altura 5 ou 6 anos.
Através do tempo, o crescimento de uma criança como eu, ficou marcado pelo que bebi no seio da minha família, onde eram naturais valores como a seriedade, a honra e o compromisso, testemunho aliás natural da cultura de uma Aldeia e de uma época.
Esta crónica do Rui Curado Silva, acabadinha de ler no jornal AS BEIRAS, permitiu-me, por breves momentos, revisitar o meu mundo infantil e recuperar memórias antigas, nesta véspera de Natal de 2015, um Natal diferente dos 61 que já vivi...
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Sou filho, neto e bisneto de pescadores...
É com um imenso orgulho que recordo o meu avô paterno Manuel Agostinho da Barbeira, "um dos muitos e Grandes Homens que dedicaram a vida à pesca do bacalhau", pessoa de quem, tal qual a minha prima Odília Agostinho, "me orgulho muito", Pai do meu Pai José Pereira Agostinho.
Estas são as minhas raízes.
Todos os meus antepassados, tanto do lado paterno como do lado materno, eram todos gente de trabalho, modesta, mas honrada, que nunca obteve um cêntimo que não fosse fruto do suor do seu rosto. Ainda hoje, na minha família, assim continua a ser.
Na minha família, os verdadeiros valores tiveram sempre valor.
Esse, é o meu imenso orgulho.
Estas são as minhas raízes.
Todos os meus antepassados, tanto do lado paterno como do lado materno, eram todos gente de trabalho, modesta, mas honrada, que nunca obteve um cêntimo que não fosse fruto do suor do seu rosto. Ainda hoje, na minha família, assim continua a ser.
Na minha família, os verdadeiros valores tiveram sempre valor.
Esse, é o meu imenso orgulho.
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