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sábado, 12 de agosto de 2023

Complexo Piscina Mar: "antes da alienação, a autarquia reabilitará a estalagem, onde construirá mais um piso. A piscina será explorada pela câmara"

Originalmente denominada de Piscina-Praia, esta emblemática edificação, foi inaugurada a 05 de agosto de 1953.
Foi uma das marcas do desenvolvimento turístico figueirense da década de 50, do século passado. Ainda hoje é um dos ex-libris da cidade.
Durante os chamados anos “dourados”, muitos foram os acontecimentos sociais e manifestações desportivas de relevo que tiveram lugar na Piscina-Praia.
Ali se disputaram, durante vários anos, os campeonatos de Portugal de natação. Também ali decorreu um acontecimento de nível internacional: duas jornadas dos Jogos Luso-Brasileiros, incluindo competições de pólo aquático.
O edifício foi considerado, em 2002, pelo seu interesse arquitectónico, património de interesse público.
Desde que o equipamento passou da Sociedade Figueira Praia para o Município da Figueira da Foz, cumpria Santana Lopes o primeiro mandato na presidência da câmara (1997 - 2001), o complexo turístico foi concessionado em duas ocasiões. No entanto, os projetos de reabilitação não foram concretizados.
Na primeira vez que o complexo foi concessionado, presidia à autarquia Duarte Silva (2001- 2009). 
Foram realizadas obras, incluindo o início de um centro de talassoterapia, mas o contrato acabaria por ser rescindido pelo município. 
A segunda vez atravessou os mandatos de João Ataíde (2009 - 2019) e Carlos Monteiro (2019 - 2021).
Na sessão da Assembleia Municipal realizada em Fevereiro de 2017, foi discutida e votada a concessão do concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar.
A proposta passou, com os votos contra da deputada municipal, PSD Ana Oliveira e da CDU. Absteve-se a maioria da bancada Somos Figueira. Votaram a favor a bancada do PS, e duas deputadas Somos Figueira Vânia Baptista e Carla Eduarda.
A deputada municipal Ana Oliveira fez uma declaração de voto que, na altura, "mexeu" com o presidente Ataíde.
"O meu voto é contra, pois todos os que estamos a votar aqui hoje, teremos que esperar 50 anos para verificarmos se a proposta hoje apresentada da exploração da piscina-mar é válida ou não. Tenho muitas dúvidas dos critérios seguidos desde a última concessão , desta nova concessão - precisamos de esclarecimentos, precisamos de transparência neste processo".
Em Janeiro de 2017João Ataíde, presidente da câmara, e a “sua” vereadora Ana Carvalho afiançavam que não faltavam investidores interessados...

Entretanto, Santana Lopes denunciou o contrato de concessão, por não concordar com o projeto do privado, que havia sido aprovado pelo executivo camarário anterior. Previa a requalificação, um hotel de 49 quartos e um novo edifício.
E, assim, de episódio em episódio (há muitos mais), chegámos ao episódio de hoje publicado pelo Diário as Beiras.

sábado, 24 de junho de 2023

São apenas mil e trezentos metros de uma das estradas mais frequentadas pelos figueirenses e por quem nos visita...

Citação de uma postagem do BUARCOS blog, datada de DOMINGO, 11 DE AGOSTO DE 2019.

Os critérios misteriosos do (des)governo da autarquia.

"O Abrigo da Montanha é um ex-libris da Figueira da Foz. Também o é a serra da Boa Viagem no seu conjunto. É a C.M.F.F. que o diz, e eu não discordo.
Para aceder ao Abrigo, e a um dos melhores miradouros que conheço (e conheço mundo), a estrada "natural" é a que vai do Teimoso para cima.
O primeiro troço, que faz parte da estrada n109-8, vai do dito restaurante, até ao triângulo da antiga casa do guarda florestal. Foi "ajeitada", penso, por volta de 2016.
Dai até ao largo do Abrigo, a estrada é designada apenas por estrada florestal, sem número, tanto quanto penso saber.
Esta não foi alvo de qualquer reabilitação em 2016, porquanto a autarquia, respondendo directamente a uma interpelação minha, entendeu que a mesma se encontrava em bom estado, o que só demonstra que não saem dos gabinetes, ou que são legalmente cegos.
Assim, mantém-se num estado de degradação vergonhoso desde há muito, com buracos na totalidade dos seus 1,3 kms.
Qual o preço de asfaltar aquele bocado? Metade dum apoio ao Carnaval, 2 Anselmo Ralph, 1 Findagrim ou uns 30.000 aérios. É muito dinheiro? Claro. E justifica-se? Se é um acesso ao que de melhor a Figueira tem para oferecer, obviamente que sim, e não duvido que qualquer Figueirense que goste desta terra, concordará.
O que descrevo é factual, e se alguém encontra incorrecções, faça-me o obséquio de me corrigir.
Se em 2016 não houve vontade nem visão para colocar aquela estrada no estado que a mesma merece, em 2019 a mesma C.M.F.F. teve o rasgo de génio e golpe de asa para mandar asfaltar um troço de 1,3 kms, na orla da malha urbana, no qual a maior parte dos Figueirenses nunca circularam, e uma maioria não conhece sequer. Onde? Antigo traçado da N 109, Chã -> Ferrugenta.
Exagerando nos números, direi que de há muitos anos que o trânsito naquele troço não ultrapassa uma ou duas dezenas de carros por dia, e os fogos habitacionais que serve directamente, não irá além de outra dezena em número.
No entanto, tem uma camada de asfalto "tapete" de vários centímetros, com arranjo de algumas bermas em calha de cimento. Tenho a certeza que vou conseguir saber qual o preço da obra. O que nunca irei saber, é o que é que estes governantes fumam, sendo certo é uma cena da pesada que lhes tolhe em absoluto a competência.
Entretanto, vamos esburacando serra acima e serra abaixo ( e em tantas ruas da cidade ), sendo um dado adquirido que pela mão do vice tornado presidente e putativo candidato, só teremos muito fumo e pouca gravitas para com os seus conterrâneos."
Fim de citação.

O tempo foi passando. Entretanto, 4 anos depois o estado de degradação, com buracos na totalidade dos seus 1,3 kms, tem-se vindo a agravar.
Certamente que esta situação não é desconhecida do actual executivo municipal.
Haverá algo a emperrar a resolução deste problema que é do desconhecimento dos figueirenses?
As fotos do actual estado de degradação daqueles 1 300 metros de estrada, numa das zonas mais frequentadas por quem nos visita, falam por si.

Para ver melhor as fotos, clicar nas imagens.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Em dias assim, como o de hoje, é tão bom viver na Figueira. Quem sabe usufruir, goza tanto!..

Criei o OUTRA MARGEM, já lá vão quase 17 anos.
Nesse dia, a 25 de Abril de 2006, já na Figueira havia carnaval todos os dias.
Eu não inventei nada. 
Desde aí, se não todos os dias, quase todos os dias (com a gestão dos presidentes  Duarte Silva e João Ataíde, ambos de  boa memória, até aos dias de hoje, com o "tolerante" Carlos Monteiro...) a coisa funcionou na perfeição, pois a Figueira é uma animação constante.

É uma felicidade viver na Figueira: creio que seria impossível viver noutro concelho mais divertido do que este.
O OUTRA MARGEM, trouxe-me a possibilidade de ser muito acarinhado, muito bem tratado, muito incentivado e, sobretudo, muito tolerado.
A Figueira é um poço sem fundo no que à vida democrática diz respeito.
Dito isto, fica uma declaração de interesses: o autor deste blogue, considera que a saúde, a educação e os serviços básicos, constituem são direitos de todos os seres humanos e deveriam em Portugal ser assegurados pelo Estado. Mais: considera que a privatização da água e da electricidade foram uma boa merda que nos aconteceu, e foi uma maneira de fazerem pagar, à esmagadora maioria, muito mais por algo que é esssencial para as suas vidas, para gáudio e usufruto de uma minoria, muito minoritária.
Se me quiserem chamar comuna por causa disso, estão - não à vontade - mas à vontadinha.
Posto isto vamos à revista de imprensa de hoje.
No Diário as Beiras, temos mais um episódio da telenovelas figueirense: Edifício O Trabalho. Mais, uma vez nada de novo. "O gabinete de arquitetura que fez o projeto para a recuperação do imóvel informou, recentemente, a autarquia de que os proprietários, um fundo de investimento, já escolheu o empreiteiro e vai iniciar as obras." Portanto, é natural que "a carta enviada pelo gabinete de arquitetos à autarquia também não deverá entusiasmar os figueirenses, tantas foram já as vezes que tomaram conhecimento da mesma intenção".
No mais, três boas notícias e uma péssima. Vamos às boas: 
1. "Há muito que não eram reportados tão poucos novos casos de covid-19 num só dia no concelho, mesmo tendo em conta que o número de resultados reportados pelos laboratórios ao fim semana é baixo."
 2. O sol e o calor, qual primavera antecipada depois de semanas com chuva e frio, foram, no fim de semana, o pretexto para passeios higiénicos e corridas na marginal de Buarcos e da Figueira da Foz.
3. Revelando espírito empreendedor, "dois estabelecimentos da Baixa da cidade, durante o fim de semana, descobriram uma alternativa à proibição de servir bebidas ao postigo durante o confinamento, instalando máquinas “selfservice” de café, semelhantes às domésticas, no passeio."
Vamos à má: "A forte agitação marítima dos últimos dias destruiu o Poço do Guarda, na Praia da Cova, um ex-libris da Freguesia de São Pedro, no concelho da Figueira da Foz."
Nada que não fosse fácil de prever. Tal como a evidência há muito prevista da "erosão costeria estar a aproximar (perigosamente) o mar da zona residencial da Praia da Cova".

Sobre a erosão costeira, pouco mais há a acrescentar. Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo está a caminho da falência - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

Retomando a revista de imprensa, o Diário de Coimbra chama a atenção "para o desespero da restauração figueirense e das apreensões com o futuro, as preocupações da JS local com a reactivação dos núcleos de estaudantes no ensino secundário e o apelo da BU Alhadense aos seus sócios para que paguem as quotas."

Ler, é saber mais. 
Portanto, de manhã não se esqueçam de ir à página do facebook da câmara (para ficarem a par da propaganda oficial do regime figueirense), passar os olhos pelos jornais que falam da Figueira. 
Já agora, se assim o entenderem, vão continuando a passar pelo OUTRA MARGEM...

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Rua 5 de Outubro em Buarcos... (4)

 "A Rua 5 de Outubro é um bom exemplo de um património único. Com um potencial turístico, bastante diferenciado daquela que é a nossa concorrência nacional. Aquela que em tempo fora parte da ligação entre a Figueira da Foz e o Cabo Mondego, é hoje uma “varanda” privilegiada para observar o mar e o nosso magnífico areal. Aquando da requalificação daquele espaço, houve várias opções tomadas que são bastante questionáveis. Não se compreende qual era o sentido de colocar aquelas pedras salientes em certas zonas intervencionadas. Igualmente incompreendido fica o facto de não se ter aberto à comunidade o túnel que hoje está tapado, que tradicionalmente é utilizado para o presépio. Na mesma medida, também é com alguma estupefação que observo, que quem estava na Câmara antes de 2009 não projetou logo a rua 5 de Outubro, para ter o Trânsito estritamente limitado ao necessário à vida quotidiana. Concordo que o trânsito naquela rua deva ser limitado a moradores, comerciantes e cargas e descargas. A sinalização que proíbe a circulação já está colocada, contudo esse esforço tem sido inglório, dado que a mesma não é minimamente respeitada. Acredito que dada a complexa situação, devam ser implementados dissuasores de uma forma gradual. Isto é, colocar primeiro elementos na faixa da esquerda, depois na faixa da direita, depois um canteiro aqui e ali, até que chegará o momento em que os condutores de passagem, comecem a evitar a circulação naquele local. A Rua 5 de Outubro deve ser vista como um dos ex-libris do concelho. E tal como qualquer ex-libris de uma cidade moderna, as zonas pedonais sobrepõem-se às zona rodoviárias, assim, em Buarcos não poderá ser diferente. O Castro Velho possui um potencial turístico fantástico, porém, é necessário começar a pensar numa transição para vias pedonais, garantindo a circulação confortável dos peões, não deixando de parte os carros dos moradores. Acredito que este seja o caminho para um futuro próspero na encantadora Vila de Buarcos."

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Cantanhede reabilita palheiros e casas gandaresas em Ançã, Tocha e Febres

«A Câmara de Cantanhede anunciou ontem que vai avançar com novas áreas de reabilitação urbana (ARU) nas freguesias de Ançã, Tocha e Febres, preservando “símbolos da identidade concelhia”, como os Palheiros da Tocha ou as casas gandaresas.
A ARU corresponde, segundo a presidente da autarquia, Helena Teodósio, “à área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana”.
Na freguesia de Ançã, a autarquia pretende requalificar os principais arruamentos, a zona envolvente à Capela de S. Bento e a Zona Ribeirinha de Ançã.
Quer também “promover a reabilitação do tecido urbano degradado e funcionalmente desadequado”, com o incentivo aos proprietários no âmbito dos benefícios fiscais permitidos pala definição da ARU.
Em Febres, o destaque vai para as requalificações do Mercado e envolvente e da Praça Florindo José Frota.
No espaço da Junta de Freguesia será feita a adaptação para o Museu do Ourives Ambulante, “valorizando esta actividade que projetou tão longe o nome desta terra”.
Destaque ainda para a requalificação do património edificado, nomeadamente da clássica Casa Gandaresa, ‘ex libris’ da sub-região da Gândara, e para e outros imóveis de qualidade arquitetónica. Esta prevista ainda a requalificação e ampliação do equipamento de ensino da Escola Básica de Febres.
Na Tocha, vai ser feita uma intervenção no Largo Central, onde funciona a feira, e na Lagoa dos Teixoeiros, “promovendo a sua capacidade turística e de educação ambiental”.
Também a zona envolvente ao Hospital Rovisco Pais vai ser requalificada, “promovendo este equipamento como uma importante referência nacional, bem como recuperar a sua área residencial capaz de oferecer uma resposta às necessidades sociais de habitação, quer da região, quer dos cuidados de saúde e de apoio à pessoa com deficiência ali prestados”.
Finalmente, na Praia da Tocha, vai ser feita nova intervenção na Avenida Marginal. A aposta passa, sobretudo, pela “reabilitação do património edificado da arquitetura popular dos Palheiros da Tocha, criando esta imagem de marca para este aglomerado turístico”.
A intervenção vai ainda beneficiar a Biblioteca, o Núcleo de Arte-Xávega, os passadiços e os apoios de praia.
A Zona de Expansão Norte vai ser dotada de “espaços públicos de qualidade e excelência”, nomeadamente através da construção de um parque urbano central com equipamentos de recreio e lazer, aliado à envolvente natural da zona e aos equipamentos já existentes (Parque Desportivo da Praia da Tocha).
A autarquia pretende ainda apostar no surf como fator de atração de visitantes. Outra prioridade na praia será “responder à procura da 2.ª habitação e de oferta de alojamento turístico, quer pela conclusão da unidade hoteleira ‘pré-existent’, quer por outro tipo de alojamento de cariz sustentável e natural, por exemplo Eco Resort”.
“Com estas intervenções, temos a certeza de que estamos a preparar o futuro e a melhorar as condições de vida das populações”, concluiu a presidente da câmara.»
Via Notícias de Coimbra

quarta-feira, 22 de abril de 2020

"Que solução propõe para a requalificação do Cabo Mondego?" (3)

"Nenhum sítio parece mais indicado para merecer uma autêntica requalificação, que preserve a história e deixe às gerações futuras um apreciável espólio e uma herança soberba, quanto o nosso Cabo Mondego. Esclareço que quando me refiro ao Cabo incluo toda a sua envolvente. Vivemos dias escuros e admito que embora já tardia, uma intervenção de fundo no local pode não ser a prioridade, numa lógica de estratégia política e económica que terá de ser cirurgicamente observada no futuro próximo. Com este reparo não digo que se deixe para as calendas o que já devia ter sido feito no Cabo, orgulho do concelho e um dos seus mais estimados ex-libris. Começando: depois da massiva exploração industrial de inertes nas encostas da Serra da Boa Viagem, deverá ser tentada a reposição do coberto vegetal, obrigação devidamente suportada pela lei enquadradora. Não será tarefa fácil, mas tal não pode assumir-se como desculpa para nada se fazer em prol da recuperação do aspecto mais próximo possível da paisagem original. Entretanto: este é o sítio por excelência para um grande polo museológico e centro interpretativo da sua história, começando há muitos milhões de anos quando o Jurássico Superior aqui deixou marcas indeléveis da evolução do planeta que nos foi dado habitar. Muitos dos contramoldes das pegadas dos grandes sauros foram retirados e levados para o Museu de História Natural, havendo algumas ainda visíveis. Mas nada impede que regressem onde sempre pertenceram. Antes referi a implantação do Museu do Mar também aqui e como seria bem-vindo. Falta falar de outro importante aspecto do Cabo: a actividade mineira aqui mantida desde o século XVIII até 1967, quando cessou a actividade. A extracção do carvão está inscrita na história da população, nomeadamente dos Vais, estórias de luta árdua por difícil sobrevivência, sacrifícios terríveis, muitos lutos a assombrar famílias. Isto não pode continuar “encoberto”. Exigem-no o respeito pelo local e a manifestação de apreço por todos os que ali laboraram. Guarde-se, pois, a memória única deste sítio único."

quarta-feira, 18 de março de 2020

Da série, numa cidade de grandes manifestações culturais, a começar pelos grandiosos carnavais, é necessário alienar as pessoas com propaganda sobre "teatro municipal"? (3)


Novo teatro?!
"A nossa cidade precisa de um teatro de média dimensão? Direi que não precisa dessa estrutura em absoluto. Se não tivesse ardido o majestoso Teatro Príncipe, uma enorme perda arquitectónica e cultural, teríamos que o acarinhar e não permitir a sua degradação, podendo ser um dos ex-libris do município. O destino não o quis e hoje estamos perfeitamente servidos de casas de teatro na cidade e felizmente também em algumas freguesias. O CAE tem espaço e condições mais do que sufi cientes e capazes para abrigar realizações teatrais. Tem é de socializar os seus preços, a fi m de que todos tenham acesso à cultura, facilitado em termos de custos, não perturbando demais os orçamentos familiares que são, na sua esmagadora maioria, parcos para a satisfação de todas as necessidades das famílias. Mas o lazer e a cultura, de mãos dadas, são insubstituíveis na vida dos cidadãos e todos deverão poder aceder-lhes sem rebuços, designadamente económicos. Ainda há poucos dias não assisti a uma realização Cultural, com letra graúda pois, por ter considerado exagerado o preço do bilhete. E não ganho o ordenado mínimo nem algo parecido. Mas a perda de rendimentos a que temos sido sujeitos, sem terem desaparecido responsabilidades a que se tem de acudir, complicaram as coisas e obrigam à tomada de opções. Foi o que fi z. Nem quero imaginar a frustração de alguns nossos concidadãos quando, uma vez após outra, se vêem arredados da fruição cultural por falta de disponibilidade financeira! Um Povo que não se cultive é um triste Povo, daí que o “outro” achava que bastava saber ler e contar e mesmo assim só alguns. É mais facilmente manipulável e está de olhos fechados ao Mundo. Um Povo que não tem direito ao lazer, deprime-se, tem menos vontade de produzir, falta-lhe força anímica. Mas o grande patronato não enxerga tal coisa e reduz ao máximo que consegue o tempo com as famílias dos seus trabalhadores, muitos escravos da era moderna. Não é necessário um novo teatro, não! É necessário o alargamento universal das formas de cultura, entre estas a Arte de Talma!"
Via Diário as Beiras

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

É o Cabedelo que engradece o concelho e não a obra que lá querem concluir, custe o que custar...

"O arquitecto paisagista contratado pela autarquia para a reabilitação do Cabedelo, esteve na Gala a apresentar o seu projecto. Mostrou a praça atrás do muro que não é para fazer, trocou o surf pelo golfe e deixou bem claro a todos os presentes que não sabe o que é um skate. 
Uma vez que o Sr. Presidente também não quer MUROS CONTRA O MAR, inviabilizando a praça que o arquitecto continua a defender, talvez queira considerar oferecer-lhe um par de patins convidando-o a ir de vela. 
Nesta fase importava esclarecer se se trata de equívocos dele ou se o equívoco é mesmo ele - o arquitecto Hipólito Bettencourt." - Via SOS Cabedelo


Mas, aquilo que foi apresentado no fim de tarde do dia 14 de Junho de 2017, uma sexta-feira, tem algo a ver com o encalhado projecto do Cabedelo em curso?
Se o Cabedelo ainda é o "ex-libris" da freguesia e do concelho, quem de direito, enquanto é tempo, que pense bem, e não o estrague com a obra...

A Figueira, neste momento, é um caso sério da destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo,  é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. 
Depois de Buarcos, da "baixa da cidade", temos também o Cabedelo. Em "breve" teremos o Jardim Municipal.
Em linguagem popular da Aldeia, todas as obras em curso no concelho da Figueira da Foz estão empachadas. Será por mero acaso ou obra do destino?
A toda esta incompetência  junta-se a mentira sistemática. Lembram-se do folhetim protagonizado pelo próprio dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave é pretender construir, como é o caso do Cabedelo, onde existem dúvidas se se pode  construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas.  Compreende-se a tentativa de iludir as pessoas, pois este  comportamento pode ter consequências graves.
A verdade é que surgirão suspeitas sobre o projecto do Cabedelo - nomeadamente questões que têm a ver com a segurança das pessoas. Por outro lado, os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentam que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, em curso. Os autarcas e o movimento cívico em Abril do corrente ano defendiam  a suspensão da empreitada, enquanto decorresse a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Também aqui, a autarquia figueirense não foi sensível, e a obra em pleno verão continuou com todos os prejuízos e transtornos que causou a quem está habituado a frequentar o Cabedelo para fazer praia.
É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência, pela maneira como foi conduzido o processo e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente, porque a autarqui nunca  prestou os esclarecimentos que foram sendo solicitados pela oposição, pelo SOS e porque se interessa pelo Cabedelo.

As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes. A ignorância consciente, como opção, é também uma forma de auto-protecção: a informação acelera o medo.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A intervenção da deputada Silvina Queiroz na sessão solene comemorativa dos 45 anos do 25 de Abril de 1974, realizada ontem no CAE

Chegámos a mais uma data “redonda”, como sói dizer-se. Cumprem-se hoje 45 anos sobre a Revolução que libertou o Povo da opressão feroz, da pobreza extrema, dos baixíssimos índices de escolarização, das perseguições políticas e da tortura física e psicológica de muitos. Aquela manhã linda abriu as portas dos cárceres e sossegou os opositores do regime maldito, que a qualquer hora, sempre preferindo a cumplicidade da noite, enviava os seus algozes a arrebatar das suas casas e das suas famílias aqueles que ousavam não concordar com o estado deste pobre País e com o esmagamento de todas as liberdades cívicas e individuais.
Vai sendo costume dar a esta comemoração um aspecto “delicodoce”, em que todos os cidadãos haveriam de partilhar de iguais sentimentos de júbilo e genuína alegria, considerando-o  no mesmo patamar de apreciação desta data maior da história nacional e do seu patriótico significado. Lamento se a alguns de vós soar a “desmancha-prazeres”, a chamada “galinha preta”. Mas mesmo esta não enfia a cabeça na areia como a avestruz e tal não pretendemos também fazer. Lamento, repito, mas a verdade assim o exige. É óbvio para todos que não sentimos de igual modo a celebração deste dia glorioso “inteiro e limpo” de que de modo tão inspirado e sensível falou Sophia. É também claro que os que já viviam à época, não estiveram todos do mesmo lado da barricada contra o fascismo, que, meia volta, tentam maquilhar, havendo até quem bem recentemente - um dirigente político com ambições de liderança do País -  tenha resolvido achar que ele, o fascismo, não existiu! Espantosa tamanha falta de seriedade política! Não temos, pois, pejo em afirmar que, se não tivesse raiado Abril, muitos teriam seguido comodamente com as suas vidas, porque a situação não bulia com eles. Afinal colaborando na barbárie, através do seu silêncio e dos seus  preciosos antolhos. Ressalvo que não me dirijo neste momento a ninguém em particular, apenas partilho uma impressão forte, que me vem dos meus verdes anos, e que cada vez sinto como mais verdadeira. Perguntaria como o saudoso Baptista Bastos: “Onde estava você no 25 de Abril?” Eu, na U. C. Onde, desde o mês anterior, havia novamente escaramuças, com os cavalos da GNR  a passear por entre as filas de estudantes que aguardavam a sua vez para almoçar nas cantinas. E onde estava o PCP? Na luta contra o regime desde 1926, na luta por melhores condições de vida e de trabalho, na luta por um País de todos para todos, em que toda a população tivesse acesso à educação, ao respeito, à sua opinião sobre qualquer que fosse o assunto. Esta tem sido a nossa acção ao longo dos 98 anos que levamos de vida, embora alguns muito tenham “torcido” para que nos “esfumássemos”…Na Figueira da Foz, como no resto do País defendemos a liberdade e a democracia, em todas as suas vertentes, não sendo despiciendo o aspecto económico.  A Figueira da Foz possui algumas unidades industriais que muito frequentemente têm faltado ao rigoroso respeito pelos direitos dos seus trabalhadores, facto absolutamente abusivo e lamentável. Ficou por cumprir um compromisso do sr. ex-Presidente da Câmara, de acurada investigação  das condições de acolhimento e de trabalho numa dessas unidades. Esperámos uma acção concertada com a ACT mas tal não aconteceu, que o saibamos.
Lamentamos a insistência em manter reuniões de Câmara à porta fechada, assim como a “exigência” de antecedência na entrega de documentos apresentados pela oposição para debate, apreciação e eventual votação nas sessões de Assembleia Municipal, estendendo-se agora esta antidemocrática prática às Assembleias de Freguesia!
Lamentamos a oportunidade perdida de renegociação do contrato de concessão das águas, tendo-se o Executivo vergado à plenipotenciária vontade da concessionária,  continuando os munícipes a ser mal servidos e a pagar demais!
Lamentamos que, sem reflexão alargada e profunda, se tenha resolvido aceitar a transferência de competências, fazendo a vontadinha aos que desejam “menos Estado”, ou seja, a desresponsabilização do Poder Central sobre as mais candentes matérias, facilmente se prevendo, num futuro não muito distante, tentativas de privatização de sectores estratégicos e imprescindíveis.
Estamos tristes com este concelho, nomeadamente também do ponto de vista ambiental – a cidade está “despida”, feia, não atractiva para turistas e residentes. Não podemos omitir o lamentável desaparecimento indiscriminado de árvores e a mais que excessiva impermeabilização de várias áreas, através da aplicação de lajes. Este “tique” do abate de árvores saiu do espaço urbano e instalou-se noutros locais, designadamente junto ao Mosteiro de Sta Maria de Seiça, tendo transformado o terreiro em frente numa desolação dorida. Alegraram-nos notícias recentemente conhecidas sobre a intervenção no emblemático Mosteiro, ligado à fundação da nacionalidade. Mas o tempo urge e não se compadece com a lentidão das burocracias. Esperemos que se vá a horas de fazer algo por aquele espaço tão significativo que, mesmo em ruínas, continua a ser um ex-libris do concelho.
A nível nacional, prezamos as conquistas que se conseguiram, os avanços que sempre tiveram a marca do PCP: a gratuitidade dos manuais escolares, o abaixamento do IVA na restauração, as pequenas melhorias em alguns salários e pensões, o passe único, a ser estendido a todo o território. Aqui chegámos pela persistência do PCP, e em relação a esta última matéria já havíamos apresentado proposta em 2016! Proposta que não vingou na altura porque o BE se absteve e votaram contra as restantes bancadas! Apenas o PCP e o PEV a votaram favoravelmente.
De facto, sabe-nos a pouco o que foi conseguido e incomodam-nos algumas “pedras de tropeço” que foram surgindo no caminho: a título de exemplo apenas, o desrespeito pelo acordado aquando da discussão do OE 2018  a propósito do tempo de serviço não contado aos professores, apesar do assunto ter ficado consagrado na Lei 114/18 de 29.12. Esperamos que não se repita este tipo de atitudes nada dignificantes, nomeadamente na execução dos Programas que vão ser sufragados a 26 de Maio e 6 de Outubro. E por falarmos de Eleições, desafio a que comparem o trabalho desenvolvido pelos 3 deputados do PCP no Parlamento Europeu, com o trabalho desenvolvido por outros. Os dados são públicos, irrefutáveis e esclarecedores.
Neste dia jubiloso homenageamos todos os obreiros de Abril, os que deram a sua vida e o seu esforço à causa da Liberdade, comunistas e outros democratas. Igualmente rendemos sentida homenagem e gratidão aos militares que fizeram a Revolução com o risco das suas próprias vidas. Ontem tivemos a oportunidade neste espaço do CAE, de assistir ao programa comemorativo do 25 de Abril de 74, programa para o qual muito trabalharam nossos concidadãos, militares na altura aquartelados na Figueira da Foz e que daqui saíram para Lisboa, de madrugada, obedecendo à senha combinada e radiodifundida, levando nos seus jovens corações uma firme determinação e uma enorme esperança. Obrigada, amigos.

Vivam a Liberdade e a Independência Nacional!
Viva o nosso concelho!
Viva Portugal!
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domingo, 3 de junho de 2018

Há dias em que sentimos a impotência de mudarmos o rumo das coisas...

Exmo. Senhor Vice - Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz
Dr. Carlos Monteiro

Os meus cumprimentos.

Interpelo-o na sua posição de Vice-Presidente da C.M.F.F., para, na minha qualidade de nado e criado em Buarcos há mais de 54 anos, colocar ênfase em duas situações que, cabendo nos pelouros atribuídos a Vª. Exª., deveriam ser abordadas e para elas encontrada uma solução.

Primeiro, a curva do cemitério de Buarcos:

Para quem tenha idade para se lembrar ( ambos temos ), a curva do cemitério sempre foi problemática e fértil em acidentes, com algumas vidas perdidas naquele local, antes e depois da construção da marginal.
A colocação de material anti-derrapante e as lombas de regulação de velocidade ( algures nos anos 90 ou 2000 ), introduziram um grau de segurança que, tanto quanto me lembre, permitiu que desde então até à substituição operada recentemente naquele piso, o número de acidentes ( essencialmente despistes )  baixasse drasticamente, e o número de fatalidades, tanto quanto a memória me serve, fosse nulo.
Substituido que foi o piso, já no decorrer de 2017, verifiquei já e pelo menos, dois violentos acidentes ( despistes ), que resultaram em postes de iluminação colapsados, e alguns metros de muro danificados e/ou destruídos.
Não querendo nem tendo suficiente conhecimento para avançar com conclusões acerca do piso aplicado ( de todo o modo aconselho-o a experimentar travar nele, com alguma chuva ou humidade, quer na curva referida quer na rotunda do E. Leclerc ), e mesmo concedendo que em tese, o mesmo é apto ao final a que se destina, penso que é absolutamente curial que Vª. Exª. se debruce sobre a circunstância daquele passeio ser utlizado por centenas ( se não, milhares, presente remetente e destinatário incluídos ) de pessoas por dia, essencialmente numa vertente de lazer, aproveitando um dos melhores cenários de caminhada urbana que conheço em todo o mundo ( a nossa marginal oceânica ), e na tragédia que pode representar, um despiste automóvel naquela zona.
A solução, permita-me sugerir, passa por instalar um rail de protecção, segregando o passeio da faixa de rodagem, o que, podendo em tese não evitar todas as possibilidades de alguém ser atingido, mitigará grandemente a probabilidade de tal.
Não conhecendo os preços de mercado para tal obra, sabemos que tal é comportável por uma Câmara que tem quase finalizado o plano de saneamento financeiro e, mesmo que dificuldades orçamentais fossem impeditivas, parece-me que sendo a primeira missão de qualquer autarca, o bem estar e segurança dos munícipes, Vª. Exª. encontraria seguramente forma de efectivar aquele objectivo primordial.

O segundo aspecto, contende com aquilo que na opinião de muitos munícipes e também de quem nos visita regularmente, se trata de uma obra boa mas inacabada. Falo da ligação do Teimoso ao Abrigo da Montanha e ao Farol do Cabo Mondego.
Asfaltar cerca de 9.200 metros de ligações dentro da belíssima Serra da Boa Viagem, e deixar uma "nódoa" de cerca de 1.500 metros nos troços que ligam o cruzamento da Casa do Guarda ao Abrigo, e daquele local ao Farol do Cabo Mondego, é sem dúvida não ser consistente com as loas e os anúncios que a C.M.F.F. tece e concede, àquele que é, repito, um dos ex-libris da Figueira da Foz.
Faça ou lute por isso sr. Vice-Presidente. Talvez os que no elenco camarário não são da Figueira, não percebam a alma daquele local, mas eu sei que Vº. Exª., retirado o elemento político, é um Figueirense que sente a Figueira e partilha desta posição. E acredite que serão estas posições que tome agora, que as pessoas recordarão mais à frente, quando, como parece, se alcandorar a outro lugar.

Nota de rodapé.
Carta de um munícipe enviada, há meses, que não teve qualquer resposta. 
Nem sequer uma simples nota a acusar a recepção.  
Decididamente, quem está no poder na Figueira, há quase 9 anos, trata-nos como se fossemos parvos e não existisimos... 
Lá terão as suas razões, pois as votações dão-lhes razão!

quinta-feira, 2 de março de 2017

PISCINA MAR, proposta camarária passou na Assembleia Municipal com os votos contra da CDU e de Ana Oliveira, da coligação SOMOS FIGUEIRA...






Originalmente denominada de Piscina-Praia, esta emblemática edificação, foi inaugurada a 05 de agosto de 1953.
Foi uma das marcas do desenvolvimento turístico figueirense da década de 50, do século passado. Ainda hoje é um dos ex-libris da cidade.
Durante os chamados anos “dourados”, muitos foram os acontecimentos sociais e manifestações desportivas de relevo que tiveram lugar na Piscina-Praia.
Ali se disputaram, durante vários anos, os campeonatos de Portugal de natação. Também ali decorreu um acontecimento de nível internacional: duas jornadas dos Jogos Luso-Brasileiros, incluindo competições de pólo aquático.
O edifício foi considerado, em 2002, pelo seu interesse arquitectónico, património de interesse público.
Na sessão da Assembleia Municipal realizada na passada sexta-feira, foi discutida e votada a concessão do concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar.
A proposta passou, com os votos contra da deputada municipal, PSD Ana Oliveira e da CDU. Absteve-se a maioria da bancada Somos Figueira. Votaram a favor a bancada do PS, e duas deputadas Somos Figueira Vânia Baptista e Carla Eduarda.
A deputada municipal Ana Oliveira fez uma declaração de voto que "mexeu" com o presidente Ataíde.
"O meu voto é contra, pois todos os que estamos a votar aqui hoje, teremos que esperar 50 anos para verificarmos se a proposta hoje apresentada da exploração da piscina-mar é válida ou não. Tenho muitas dúvidas dos critérios seguidos desde a última concessão , desta nova concessão - precisamos de esclarecimentos, precisamos de transparência neste processo".

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Rotunda da Serra da Boa Viagem: em 2009 - 4 PINHEIROS. Em 2011 - 3 PINHEIROS. Resultado: em 2016, 2 pinheiros que eram 4!..

A Câmara Municípal da Figueira da Foz decidiu, um dia destes, destruir um pinheiro manso. 
Porquê? 
Segundo o ambientalista João Vaz, ainda não se sabe. 
Mas, sabia-se que aquele pinheiro estava ali, sem incomodar ninguém, há mais de 40 anos... 
Sabe-se, também, que há falta de transparência na gestão das árvores da cidade - corta-se a torto e a direito sem que sejam apresentadas razões técnicas evidentes. 

Ora, dado que o pinheiro manso está na ordem do dia na Figueira, venho contar-vos uma história verídica. 
Para abreviar, recuemos a 2009.
A imagem mostra que na Rotunda da Serra da Boa Viagem, como homenagem àquele ex-libris figueirense, estavam lá plantados 4 pinheiros mansos
Esse, foi espólio o arbóreo herdado, naquele local, em 2009, pelo presidente Ataíde
Em 2011, porém, como a foto abaixo mostra, já só lá estavam 3!..
E em 2016, hoje, também como a foto mostra, já só lá estão estão 2!.. 
Recordemos aqui as palavras de Carlos Monteiro, ontem publicadas no jornal AS BEIRAS, na notícia do impedimento do corte de um pinheiro manso pelos moradores de uma praceta que conflui com a rua Dr. Luís Carriço. 
Passo a citar.
"A Associação Recreativa da Malta do Viso, com instalações naquela zona, fez, através de nota de imprensa, denúncia pública da ocorrência, considerando-a “um crime ambiental” e reivindica que a Câmara da Figueira da Foz “encontre formas para minimizar este crime”
Devido ao protesto da vizinhança, o pinheiro não foi totalmente cortado. 
“Houve uma informação dos serviços da câmara que, atendendo a um ramo que já tinha caído e que fragilizou outro ramo, a árvore colocava em risco pessoas e bens, e decidiu-se cortá-la, tendo em vista o aviso amarelo anunciado para o fim de semana”, justificou o vereador Carlos Monteiro. 
O titular do pelouro do ambiente acrescentou que “a política da autarquia não é a de cortar árvores, mas sim plantá-las”
E deu os exemplos do parque municipal de campismo, junto à rotunda Baden Powell, e no Saltadouro, onde foram plantadas várias dezenas de árvores. 

Perante estas palavras do vereador Carlos Monteiro, a Figueira tem mais um mistério dos mistérios: o desaparecimento dos pinheiros mansos da Rotunda da Serra da Boa Viagem!...

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

É bom conhecer o passado, ter boa memória e não esquecer este covagalense e grande Senhor: se há figueirense que merece a atribuição de uma Medalha de Mérito Cultural, esse cidadão chama-se Manuel Luís Pata.

Não foi por acaso que, na semana passada, coloquei esta imagem como foto de capa no meu facebook.
Contudo, sejamos, desde já, claros.
A nostalgia não é boa companheira,  se não for acompanhada de lucidez. 
Sem lucidez a nostalgia é perigosa. 
A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar. 
A memória nostálgica é perigosa. Significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. 
A lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.

Vamos então tentar olhar para este quadro, pintado pelo recentemente falecido pintor Cunha Rocha para a família Gaia Braz, com lucidez.
A imagem que desenterrei da minha memória ao olhar para este quadro, já desapareceu há anos. 
Foi levada, nos anos 80 do século passado, por culpa e responsabilidade da Junta Autónoma das Estradas, com a conivência do poder autárquico figueirense.
O presidente da câmara da Figueira da Foz, nessa altura, era Joaquim Manuel Barros de Sousa.
Na altura, ainda não existia a freguesia de S. Pedro e a única e perseverante voz que se levantou, lutou e protestou contra esta mal feitoria que foi feita à nossa Terra foi Manuel Luís Pata.
Foi (mais...) uma luta perdida. Mas, agora, passados todos estes anos, como todos temos oportunidade de constatar, Manuel Luís Pata tinha razão.
A variante levou este postal magnifico da nossa Terra. 
Ainda bem que o artista, em boa hora, pintou esta obra que ficou para a posteridade...
Era tão bonita a antiga borda do rio da minha Aldeia.

Ficámos sem poder reconstruir aquilo que seria hoje o ex-libris da Aldeia.
A reconstrução nem sempre é possível... 
Contudo, por vezes, a única forma de começar de novo é precisamente esta - crescer do nada, já que absolutamente nada se tem a perder
Numa situação destas ou surge o maior dos desânimos ou a maior das forças.
E Manuel Luís Pata nunca desanimou.
O maior exemplo que Manuel Luís Pata nos deu e continua a dar, apesar dos seus mais de noventa anos e de todas as mazelas e incompreensões que o seu corpo e a sua alma tiveram de suportar ao longo da vida, e que as pessoas pensam que é a teimosia - que é força de vontade dos pobres - para mim, é outra coisa: é sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheço... 
Foto Bela Coutinho, obtida via Cemar

Os figueirenses sempre tiveram medo de assumir as suas posições. 
Antes do 25 de Abril, por razões óbvias.  E, agora, no tempo que nos dizem ser da democracia, continuo a conhecer muito pouca gente que arrisque tornar-se cidadã de corpo inteiro. 
E todos sabemos porquê.
Continuam a existir represálias, mais ou menos encapotadas.
Por isso é que, numa sociedade como a figueirense, são tão importantes e decisivos cidadãos como Manuel Luís Pata.
Todos nascemos completos. Contudo, só poucos conseguem viver assim.

A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta. 
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania. 
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: continua erecto e  consequente...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

É já amanhã, mas os figueirenses vão limitar-se a aquecer a água com que outros se vão lavar...

O cruzeiro “Corinthian”, que partiu de Roma, escala amanhã o Porto da Figueira.
A chegada está prevista para as 07H00 e a largada do cais da nossa cidade deverá acontecer pelas 21H00.
Após a sua chegada à Praia da Claridade, os turistas terão uma recepção local, que incluirá folclore, entre outras surpresas.
Esta escala na Figueira da Foz terá uma duração de cerca de uma dúzia de horas, aproximadamente, seguindo os turistas para Coimbra, onde farão uma visita à Universidade, almoço e uma sessão de fados de Coimbra.
Recordo o que escrevi um dia destes aqui.
Aquilo que os políticos nunca conseguiram fazer, a realidade acabou por definir e decidir: turisticamente, a Figueira, há muito que não é uma cidade atractiva e, muito menos, aliciante.
E, isso, explica-se facilmente: há muito que perdeu a essência.
E, perdida a essência, o que é que os turistas vêm cá ver?..
Mais do que lamentar, vou ter pena da Figueira amanhã se limitar a ver passar o navio.
Antes do mais, porque os estrangeiros ricos (melhor dizendo, "ricos e de um estrato social muito elevado", como informou na Assembleia Municipal de 30 de abril p.p., a deputada PS Isabel Tavares) poluem menos, são pessoas mais civilizadas e gostam de preservar o seu espaço.
Mesmo o pouco lixo que, porventura, pudessem fazer, se fossem ao ex-libris balnear da Figueira, a Praia dos Tesos,  teria outra classe: as garrafas de água seriam certamente do Luso e os frascos de perfume da Chanel...

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A propósito do navio cruzeiro que vai passar pela Figueira, cujos turistas vão visitar Coimbra!

Segundo o Campeão das Províncias, “no próximo dia 07 de Maio, um navio de cruzeiro vai chegar à Figueira da Foz com mais de 300 pessoas a bordo, das quais 200 são turistas e as restantes a tripulação do barco.
Após a sua chegada à Praia da Claridade, os turistas terão uma recepção local, que incluirá folclore, entre outras surpresas.
Esta escala na Figueira da Foz terá uma duração de 10 horas, aproximadamente, seguindo os turistas para Coimbra, onde farão uma visita à Universidade, almoço e uma sessão de fados de Coimbra.”

Isto só é surpresa para quem tenha andado distraído nas últimas 4 décadas.
Desde o final dos 60 do século passado que a Figueira anda a tentar resolver a “encruzilhada” turismo ou industria.
Aquilo que os políticos nunca conseguiram fazer, a realidade acabou por definir e decidir: turisticamente, a Figueira, há muito que não é uma cidade atractiva e, muito menos, aliciante.
E, isso, explica-se facilmente: há muito que perdeu a essência.
E, perdida a essência, o que é que os turistas vêm cá ver?..
Mais do que lamentar, vou ter pena da Figueira no próximo dia 7 de maio se limitar a ver passar o navio. 
Antes do mais, porque os estrangeiros ricos poluem menos, são pessoas mais civilizadas e gostam de preservar o seu espaço. 
Mesmo o pouco lixo que, porventura, pudessem fazer, se fossem ao ex-libris balnear da Figueira, a Praia dos Tesos,  teria outra classe: as garrafas de água seriam certamente do Luso e os frascos de perfume da Chanel...