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domingo, 17 de novembro de 2024

Auditorias...

Imagem via Diário as Beiras


Em Setembro de 2023, há pouco mais de um ano, a Câmara da Figueira da Foz avançou com uma auditoria financeira à dívida do município.
A auditoria abrangeu os exercícios compreendidos entre 1998 e 2021, conforme já tinha adiantado o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, eleito em 2021 pelo grupo de independentes Figueira a Primeira.
Segundo o anúncio publicado no Portal Base, a auditoria foi realizada pela Deloitte & Associados por 69.400 euros, com um prazo de execução de 70 dias.
No início 2023, Santana Lopes tinha anunciado a intenção de a Câmara avançar com uma auditoria à evolução da dívida a partir de 1998, que era uma das suas promessas eleitorais.
“É um trabalho de que não prescindo, de conhecimento, que até pode ser contra mim”, disse, na altura, em sessão de Câmara, o autarca, que já tinha liderado a autarquia figueirense entre 1997 e 2001.
“Por mais que eu peça aos serviços, não consigo ter uma resposta esclarecedora da evolução da dívida, nem há ninguém que me a consiga explicar”, justificou o presidente da Câmara, no início de janeiro.

Se este espaço comum, a que chamamos concelho da Figueira da Foz, fosse uma empresa, há muito teria encerrado as portas, por falta de competência e má gestão de quase todos que a governaram nas últimas 4 décadas.
Já o fiz em 5 de Julho de 2015, mas pergunto novamente:
Quem é responsável por termos uma das águas mais caras de Portugal? Quem é responsável por termos um dos IMIs mais caros de Portugal? Quem é responsável pelo mau aspecto, sujidade, desleixo e abandono, estradas  esburacadas, a situação miserável da Serra da Boa Viagem, as praias, com o deserto a norte e a erosão a sul, o esquecimento das lagoas o abandono a que estão votadas aldeias e lugares mais isolados do nosso concelho? Quem é responsável pela dívida camarária? Quem é que, no fundo, assume a responsabilidade e muda isto?

É para isso que servem os líderes, para tomar o comando, nas situações que fogem ao habitual…
Como habitante, cliente e  pagante líquido desta Figueira, fica o registo desta preocupação de Santana Lopes em procurar perceber o "estado a que isto chegou"
Explicações precisavam-se. Porém, ficámos a saber o que já sabíamos. Segundo o Diário as Beiras,  Santana Lopes anunciou ontem que o relatório da auditoria à evolução da dívida municipal será apresentado na próxima reunião de câmara, no dia 28 deste mês.
Recorde-se: a auditoria, encomendada em 2023 por iniciativa do presidente da Câmara da Figueira da Foz, refere-se aos exercícios autárquicos de 1998 a 2021. Assim, abrange o primeiro mandato de Santana Lopes e os mandatos de Duarte Silva (2001 – 2009), João Ataíde (2009 – 2019) e Carlos Monteiro (2019 – 2021).
O autarca adiantou que a dívida dos últimos 25 anos “confirma, no geral, aquilo que já todos sabemos”, isto é, “a maior parte dos investimentos e da dívida que se gerou” foi no seu primeiro mandato (1997 – 2001) e no primeiro mandato de Duarte Silva, “e parte nos mandatos subsequentes”.
Pouca gente se deve recordar, mas em 2011 tinha havido um auditoria que deu, mais ou menos,  os mesmos resultados... A saber: o resultado da auditoria encomendado pela autarquia figueirense à anterior gestão do PSD, não tinha (ainda) sido tornado público, mas o vereador do Movimento Figueira 100%, a propósito do lamento dos presidentes de junta (alguns) de nem sequer terem dinheiro para pagar aos funcionários, resolveu abordar a questão numa reunião de câmara, estranhando que o presidente não tenha dado um maior «ênfase» ao documento. 
Daniel Santos, o líder dos 100% entendia que existiam «lições a tirar para o futuro» e que o documento apontava a razão «pela qual hoje existem séries dificuldades», devido à «má gestão expressa na auditoria».
Para Daniel Santos, estas e outras conclusões a que aludiu são «preocupantes», sublinhando que «por razões que têm a ver com má gestão do executivo anterior, hoje estamos a viver uma situação de carência económico/financeira na câmara» e por isso, deixou o recado ao presidente da câmara: «o seu pecado não é não conseguir fazer as coisas, foi ter prometido, quando não as podia fazer».
Mas isto aconteceu em 2011...

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

A Assembleia Municipal da Figueira Foz deu luz verde à conclusão do processo de prorrogação do contrato de concessão de água e saneamento até 2049

"A Assembleia Municipal da Figueira Foz deu luz verde à conclusão do processo de prorrogação do contrato de concessão de água e saneamento até 2049, que representa um pacote financeiro total de 42 milhões de euros.
Na reunião extraordinária desta tarde, que tinha apenas um único ponto na ordem de trabalhos, a proposta do executivo liderado por Pedro Santana Lopes foi aprovada por maioria, com 23 votos a favor, 11 abstenções e dois contra.
Com base neste aditamento ao contrato, que terminava em 2029, a empresa Águas da Figueira, concessionária do sistema de água e saneamento, vai investir num período de 12 anos 21 milhões de euros (ME) em infraestruturas.
Deste montante, 12 milhões de euros respeitam a novos investimentos e nove milhões de euros destinam-se à reabilitação e manutenção de redes de água e saneamento, no montante de cerca de 750 mil euros por ano.
“Até 2029 vai existir um investimento de seis dos 12 milhões de euros previstos e o restante vai distribuir-se ao longo da concessão”, disse, em fevereiro, a vice-presidente da autarquia, Anabela Tabaçó, aquando da aprovação da minuta do acordo, que foi depois enviada para a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
O aditamento ao contrato estabelece também o aumento da renda do edifício sede da Águas da Figueira de 2.700 euros mensais para 10 mil euros e do valor da concessão de 343 mil para 700 mil euros por ano.
A fórmula de atualização do tarifário sofre igualmente alteração, com a retirada da componente energética e a redução da Taxa Interna de Retorno (rentabilidade) do projeto que passa de 10,5% para 9,2%.
A vice-presidente da autarquia sublinhou que, em 12 anos, o aditamento ao contrato de concessão representa um pacote financeiro de quase 42 ME, sem implicar o aumento extraordinário das tarifas, e o aumento da cobertura de saneamento dos atuais 96% do concelho para 98 a 100%”.
A negociação do prolongamento do contrato, concluída no início deste ano, foi apontada como a solução “mais favorável” para o município, que colocou de parte o resgate da concessão por ter um custo de 20 ME.
Segundo Anabela Tabaçó, o resgate seria bastante penalizador para a autarquia que “não teria capacidade financeira para executar os investimentos previstos.
O quarto aditamento ao contrato de concessão à empresa Águas da Figueira recebeu no final de outubro parecer positivo da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)."

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

População quer encerramento imediato de suinicultura na Figueira da Foz

«A população de Carvalhais de Lavos, na freguesia de Lavos, exigiu o fecho imediato da suinicultura existente naquela localidade há cerca de 40 anos, que devia ter encerrado a actividade a 21 de agosto.

Em fevereiro, uma comissão decisória envolvendo diversas entidades, entre elas o município da Figueira da Foz e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, aprovaram o encerramento da unidade, que não foi concretizado após a empresa interpor uma providência cautelar.

“Temos muitas queixas, desde odores fortíssimos, praticamente permanentes, até aos gases e aos efluentes que não são tratados e que vão directamente para a rede doméstica”, disse à agência Lusa Carlos Quialheiro, que integra a Associação Ambiental de Lavos, que convocou o protesto.

Segundo afirmou, a situação ambiental tem-se agudizado nos últimos 15/20 anos, ao ponto de, actualmente, a população sofrer “um atentado ambiental” com cheiros nauseabundos e contaminação das linhas de água, a que é preciso colocar um ponto final.

O presidente do município da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, marcou presença no protesto e apelou aos tribunais para olharem para situações como a de Carvalhais de Lavos.

“Não pode haver aqui uma aplicação automática dos mecanismos da lei. Quando se diz que tanta coisa tem de mudar na justiça, as providências cautelares têm de mudar”, defendeu o autarca, salientando que qualquer coisa que uma Câmara faça pode chegar a um tribunal e uma ação de suspensão para tudo, durante meses e anos.

“Como é que vamos pedir a um juiz para levantar a suspensão da decisão, quando têm demorado anos a decidir processos relativos a esta empresa”, enfatizou Santana Lopes, considerando que a exploração “não pode continuar” e que o município não “vai esmorecer nesta luta e nesta atitude de combate”.

Referindo que às vezes é preciso atitudes mais revolucionárias, o presidente da autarquia da Figueira da Foz pediu à população para “subir de patamar” as formas de luta, “porque infelizmente, às vezes, a única maneira das entidades repararem é quando se age de uma maneira fora do que está convencionado”.

O autarca apelou ainda à empresa Águas da Figueira a tomarem posição sobre o funcionamento daquela exploração, sob pena de não assinar o quarto aditamento do contrato de concessão da exploração do sistema de captação, tratamento e distribuição de água e recolha e tratamento de efluentes.

Contactado pela agência Lusa, João Damasceno, administrador da Águas da Figueira da Foz, adiantou que a empresa já tinha cancelado o contrato comercial com a suinicultura, quando foi decidido o seu fecho, e que na quinta-feira vai ser tamponada a saída dos efluentes para a rede pública, com base no incumprimento de várias cláusulas no protocolo existente entre as duas entidades.»

Texto: daqui; Video: daqui

Actualização dia 14.11.24, via Diário as Beiras

sábado, 9 de novembro de 2024

A concessão de água e saneamento terminava em 2029, mas foi prorrogada até 2042

Via Diário as Beiras


Águas da Figueira vai investir 21 milhões de euros em 12 anos

A concessionária do sistema de água e saneamento da Figueira da Foz, Águas da Figueira, vai investir 21 milhões de euros em 12 anos. A concessão terminava em 2029, mas foi prorrogada até 2042. A nova versão do 4.º aditamento ao contrato de concessão, assinado pelo município e pela empresa, foi aprovado ontem, na reunião de câmara. Além daquele investimento, que inclui 750 mil euros por ano para a conservação do sistema, o executivo camarário de Santana Lopes encaixa mais 7.300 euros por mês, provenientes da renda da sede da concessionária, que subiu para 10 mil euros. A vice-presidente da câmara, Anabela Tabaçó, disse aos jornalistas que, em 12 anos, o total representa “um pacote financeiro de 42 milhões de euros”. Sem “implicar aumento extraordinário do tarifário”, garantiu.

O presidente da Câmara da Figueira da Foz disse ontem que não está satisfeito com a atuação da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
No final da reunião daquela autarquia do distrito de Coimbra, Pedro Santana Lopes manifestou, aos jornalistas, insatisfação por existirem “vários projetos e processos, em áreas vitais para os municípios, cujo andamento não está a correr bem”.
No caso da CIM da Região de Coimbra, o autarca eleito pelo movimento “Figueira a Primeira” deu como exemplo a questão da recolha dos resíduos sólidos urbanos, que teve aumentos brutais nos últimos anos, e o concurso para os transportes públicos intermunicipais, “que dura há três ou quatro anos e ainda não acabou”.
“Nos transportes ainda vão formar motoristas e ter um período de transição e o concurso dura mais do que um mandato, o que é uma coisa de anedota”, enfatizou.
Salientando que sempre falou bem da realidade das comunidades intermunicipais, o presidente do município figueirense realçou que, neste momento, a atividade da CIM Região de Coimbra “não está numa altura especialmente frutífera”.
A insatisfação de Santana Lopes estende-se também à CCDRC, que “não resolveu até hoje um assunto dos processos pendentes” da Câmara da Figueira da Foz.
“Temos de andar aí a esgravatar por todo o lado”, queixou-se o autarca, lamentando que aquele organismo “nunca tenha conseguido encaixar em nenhum fundo o programa Portugal 2020” nem resolvido a questão do financiamento da Ponte Eurovelo 1, sobre o rio Mondego, “embora a Câmara tenha as suas garantias de fundos”.
Santana Lopes enumerou ainda outros processos por resolver na CCRDC para concluir que o município da Figueira da Foz “não tem ajuda em áreas que devia ter mais”.
O presidente da Câmara é taxativo ao afirmar que as entidades criadas para descentralizar a relação com o Estado não estão a funcionar bem.
“Quando se descentraliza e isso implica criar mais circuitos pesados, a descentralização não vale a pena. Só vale a pena quando é para as coisas andarem mais depressa”, sustentou o autarca, que, no entanto, defende a continuidade deste tipo de organismos, embora saliente que o país está a preparar uma nova organização administrativa.
Na reunião foram, ainda, aprovadas 20 bolsas de estudo para estudantes figueirenses que, neste ano letivo, frequentam o ensino superior, no valor de mil euros cada. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

A pesca do bacalhau. Viana do Castelo e Figueira. Gil Eanes e José Cação

GIL EANNES, atracado ao fundo da antiga doca comercial, quase junto da moderna Praça da Liberdade

Foto: António Agostinho

Artigo do Tomo 41 dos Cadernos Vianenses, 2008, escrito por António de Carvalho, investigador da história local.

"O emblemático navio hospital GIL EANNES, atracado ao fundo da antiga doca comercial, quase junto da moderna Praça da Liberdade, sendo considerado desde há alguns anos a esta data como um dos elementos mais marcantes da cidade, afirma-se cada vez mais como seu pólo atractivo, como comprovam as centenas de milhares de visitantes já nele recebidos desde que abriu ao público como núcleo museológico em 19 de Agosto de 1998. (...)"

Hoje, o navio representa um património histórico e emocional muito importante para Viana do Castelo.  Pois, além de ter sido construído no ano 1955 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, também é um "símbolo vivo da qualidade da nossa construção naval" e prestou "assistência médica e social aos pescadores portugueses da frota bacalhoeira (...)."

O navio hospital GIL EANNES "não é apenas um estimável emblema da tradição e da qualidade da secular construção naval vianense, tem tão só a mais original Pousada da Juventude do País, pois é também o núcleo museológico que se tornou num dos principais pólos de atracção da Frente Ribeirinha, e como tal, um dos espaços mais procurados da cidade, sendo hoje o segundo museu em número de visitas no Norte do País (sendo apenas precedido pelo Museu de Serralves, no Porto), o que é bastante honroso para todos os vianenses. (...)"


Nota de rodapé (1).

1911, Figueira da Foz. Nesse já longínquo ano, é fundada na Figueira da Foz pelos irmãos António e João Neto BrazJosé Ribeiro Gomes e outros, nomeadamente Manuel Gaspar de Lemos, a Sociedade de Pesca Oceano, Lda.
O primeiro navio da empresa foi o lugre Oceano, comprado em Hamburgo em 1912.
Anos mais tarde, os irmãos Alberto e José Sotto Maior adquiriram a SPOL.
Foram eles que trouxeram para a Figueira um dos mais belos navios de que tenho memória: o José Alberto.
Os irmãos António José Cação, passados alguns anos, assumiram a gerência da empresa, tendo depois ficado seus proprietários.  
E é assim que chegamos a 1973 e a minha vida se cruza, durante 10 anos, com o mundo SPOL, comandado pelo eng. Carlos António Andrade Cação.
eng. Andrade Cação, nasceu na Figueira a 24 de julho de 1938. Licenciou-se em engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia do Porto. Depois de ter passado pela Administração Geral do Porto de Lisboaem 1967 tornou-se sócio da Sociedade de Pesca Oceano. Anos mais tarde, quando já era seu único dono, alargou a actividade da empresa ao arrasto costeiro, com os barcos Irene Doraty (a junção dos primeiros nomes da sua mãe e da sua tia) e o Natália Eugénia. A frota de arrasto costeiro da SPOL alargou, e na década de 80, chegou a ser composta por 6 unidades.
Porém, do meu ponto de vista, aquilo onde o eng. Andrade Cação deixou  a sua marca pessoal, aconteceu no final da década de 60 ao transformar o navio de pesca à linha Soto Maior (na altura o nome foi mudado para José Cação, o nome do seu tio) para o sistema de redes de emalhar, o que constituiu na altura uma atitude pioneira em Portugal.
Em 1971, comprou o Vaz, irmão gémeo do José Cação, que depois de também transformado para poder pescar com redes de emalhar, foi baptizado com o nome do seu pai - António Cação

Navio "JOSÉ CAÇÃO"o último bacalhoeiro da  Figueira da Foz,
 
numa foto tirada a 14 de Maio de 2002

Estes barcos pescaram até 1990 e foram os últimos navios da "Faina Maior" a operar no porto da Figueira da Foz.
Lamentavelmente, na Figueira, dessa memória nada resta.  
“José Cação”, apesar dos esforços de homens como Álvaro Abreu da SilvaManuel Luís Pata e Marques Guerra,  foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, um dos seus últimos Capitães, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.


Nota de rodapé (2).
Quem quiser saber a importância que a "faina maior" teve na Figueira da Foz, até à década de 80 do século passado, tem de recorrer aos livros que Manuel Luís Pata publicou em 1997, 2001 e 2003. Lá estão coligidas notícias, referências escritas e testemunhos orais, textos, comentários e recordações pessoais, sobre a Figueira da Foz e a relevância da Pesca do Bacalhau no desenvolvimento do nosso concelho. Como escreveu Pinheiro Marques: "se a Figueira da Foz tem reunidos os elementos para a sua História Marítima nos séculos XIX-XX, deve-o à Cova-Gala (São Pedro): deve-o ao Capitão João Pereira Mano e ao Senhor Manuel Luís Pata."

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

"Sal do Mondego" está novamente a navegar

Entre os finais dos anos 80 do século passado e o ano 1 do século XXI, o barco do sal esteve ausente das águas do nosso rio. 
foto Pedro Agostinho Cruz

Há 23 anos, porém, mais precisamente a 5 de Agosto de 2001, um batel de sal voltou a navegar no Mondego. Tal acontecimento ficou a dever-se à parceria “Sal do Mondego”, que foi a entidade responsável pela construção duma réplica de um barco de sal. Faziam parte desta parceria as seguintes Instituições: Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca. 
A viagem inaugural deste barco, foi uma iniciativa da Empresa Vidreira do Mondego, que organizou um passeio fluvial à Festa da Nossa Senhora da Saúde, em Reveles, uma festa, aliás, que diz muito a diversas gerações de homens do mar da Freguesia de S. Pedro. Nesse já longínquo primeiro domingo de 5 Agosto de 2001, a parceria gestora e proprietária do batel viu mais uma entidade aderir à iniciativa: a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.
Depois de muitas peripécias e vicissitudes, em Fevereiro do corrente ano, o “Sal do Mondego” (réplica de um batel, embarcação de madeira típica da região para transporte fluvial do sal marinho produzido nas salinas do território figueirense) estava na Marina da Figueira da Foz, a aguardar pela reparação do motor. 
A embarcação é propriedade do Município da Figueira da Foz e está cedida à Junta de Via Verde, tendo esta a incumbência de realizar viagens turísticas e pedagógicas à zona salgada, nomeadamente à Ilha da Morraceira e ao Núcleo Museológico do Sal (este, em Armazéns de Lavos). 
Entretanto, tinha sido realizada uma reparação financiada pelo município, que custou 34,5 mil euros. 
Nesta empreitada foi substituída grande parte da madeira e aplicada uma nova pintura. Os trabalhos decorreram ao logo de quatro meses, com várias interrupções devido ao estado tempo, ao ar-livre, no Cabedelo. 
Agora, segundo notícia do Diário as Beiras na edição o "Sal do Mondego" voltou ao estuário do Rio Mondego para retomar as viagens pelo salgado da Figueira da Foz. A embarcação tem capacidade para 12 pessoas. 
As viagens em grupo são agendadas pelo número de telefone 968 115 463.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Presidente da junta garante que os vilaverdenses irão “lutar com tudo o que for necessário”

Via Diário as Beiras
Santana Lopes: “Este não é o sítio certo. A junta de Vila Verde não pergunta nada à administração portuária: por que será?”

«O presidente da Junta de Vila Verde queixa-se das construções na zona ribeirinha da freguesia, sustentando que privam os vilaverdenses do contacto visual com o Mondego. “Em vez de se ver o rio ou a Murraceira, vê-se um muro de chaparia”, frisou Vítor Alemão. 
Intervindo na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, o autarca incidiu nas instalações da Bioadvance, que produz biocombustível em terrenos sob a tutela da administração portuária. Existem outros imóveis instalados junto ao rio, como um centro náutico, uma estação de tratamento de águas residuais, além da linha ferroviária e estações de comboio. Vítor Alemão falou ainda de possíveis futuras unidades em terrenos portuários, para, avançou, produção de metanol verde e armazenamento de produtos petrolíferos. “Iremos lutar com tudo o que for necessário contra esta situação”, garantiu. “Não é apenas um problema de Vila Verde, é do concelho da Figueira Foz”, advogou. O autarca disse também que a EDP pretende reconverter a central de Lares em unidade de produção de hidrogénio verde ou em armazenamento deste combustível. 

Palavras contundentes

 “O senhor presidente da junta não sabe do que está a falar”, reagiu o empresário Paulo José Gaspar, da Bioadvance, contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS. E sugeriu ao autarca que, se tiver dúvidas, contacte a empresa, “por escrito”. “Quanto à perda de [contacto visual com o rio], deve ir rapidamente ao oftalmologista. Em toda a extensão da nossa unidade não há uma única casa com perda de visão, e os terrenos são do porto; logo, ninguém poderá construir nesses terrenos”, acrescentou o empresário. Paulo José Gaspar advogou que Vítor Alemão “deve olhar, também com olhos de ver, [para] o estado de degradação em que se encontra a paisagem do rio, do lado de Vila Verde”. E concluiu assim: “Se ele se preocupasse com isso, faria melhor proveito do dinheiro que todos nós lhe pagamos todos os meses”
Apesar das tentativas, não foi possível recolher uma reação de Vítor Alemão sobre as declarações do empresário. 

Manifestações de interesse 

Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a administração portuária respondeu que, “entre as várias manifestações de interesse para ocupação de parcelas” na zona portuária, “conta-se uma unidade relacionada com a produção de H2 [hidrogénio verde] e outra para armazenagem e movimentação de combustíveis líquidos”. “A primeira manifestação de interesse não teve seguimento, por parte da empresa, e a segunda encontra-se em fase de publicitação, para que outros eventuais interessados possam manifestar-se”, acrescentou.»

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Uma «estória» que só existe na grande literatura...

"Uma lagoa em Portugal está a encantar turistas de todo o mundo devido à cor das suas águas"...

Foto sacada daqui

A «estória» do chamado ATERRO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS BANAIS, em Maiorca, Figueira da Foz, há muito que está contada e documentada nas postagens do OUTRA MARGEM.

De harmonia com o que vem contado aqui, será que em 2024 iremos ter uma bela «estória» que, certamente, irá merecer a melhor atenção do departamento do Ambiente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, desde logo do vereador executivo Ricardo Silva?

Informação precisa-se "por forma a que todos – incluindo os cidadãos deste concelho - possam formar a sua opinião", sobre tão candente assunto, em especial para os habitantes das freguesias de Maiorca e Vila Verde.

domingo, 16 de junho de 2024

A gestão da água

 Imagem via Diário do Minho

"O tarifário da água no concelho da Figueira da Foz"  ..., é uma série que já vem longe...

Contudo, curiosamente, andou arredada da campanha autárquicas 2021.

A água, em todo o lado e também na Figueira, é essencial à vida e à saúde das pessoas. Sem ela não é possível uma vida digna. Mas, no nosso concelho, a realidade dos dias de hoje, também no domínio do abastecimento de água e do saneamento, apresenta um quadro preocupante. Estamos entregues ao “mercado”.

Presentemente, no fundo, a gestão deste recurso natural, está sob o controle duma empresa, a Águas da Figueira SA … 

Quer dizer: no fundo, a população figueirense perdeu o controlo sobre um recurso que devia ser gerido sob a supervisão dos cidadãos. Para quem acha que a coisa não tem importância, a diferença está aqui: antes podia-se “despedir” eleitoralmente uma vereação que fosse ineficaz na gestão deste importante recurso; agora só se for a assembleia de accionistas…

Para os menos atentos, é apenas um pequeno e desprezível pormenor democrático que, claro, não vale nada, perante os “valores em causa”

terça-feira, 21 de maio de 2024

"WHITE SUITE FLEET” (FROTA BRANCA) NA FIGUEIRA (2)


Os portugueses pescam na costa da Terra Nova há séculos. 

A Frota Branca costumava visitar o porto de St. John's para se reabastecer de mantimentos e combustível ou para se proteger das tempestades. 
Durante esses anos os portugueses foram sempre bem recebidos. Trocaram-se músicas, vinho, palavras e amizade, jogaram-se partidas de futebol. 
Os canadianos, além de compartilharem algo - a pesca do bacalhau em algumas das águas mais perigosas do mundo - abriram as suas e corações aos marinheiros portugueses. 
White Fleet Suite é uma homenagem aos navios de madeira e aos homens de ferro daqueles tempos exóticos e apaixonantes. É uma apresentação musical que destaca as nossas duas culturas e histórias partilhadas, com música tradicional e original, canção e poesia, e visuais de fontes de arquivo e coleções particulares. 
A música foi composta e compilada por Pamela Morgan, orquestração e produção de Duane Andrews, poesia de Agnes Walsh.
A White Fleet Suite foi estreado no Arts and Culture Centre, St. John's NL, em 3 e 4 de novembro de 2023.
Depois de uma digressão por Portugal, que começou no dia 18 em Arcos Valdevez, tendo passado também em Viana do Castelo e Ílhavo, vai estar hoje na nossa cidade.

Imagem: Diário as Beiras

Texto: daqui

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Santa Casa: "Paulo Alexandre Sousa é uma escolha de Luís Montenegro"

Via Sol: "SANTANA ADMITIU ACUMULAR MISERICÓRDIA COM FIGUEIRA"

"Paulo Alexandre Duarte de Sousa é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). 

A escolha dos nomes para a nova Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi assumida por Luís Montenegro, que fez questãode chamar a si o dossiê. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Trabalho, Maria do Rosário da Palma Ramalho, que tutela esta instituição, limitou-se a concordar com a escolha do primeiro-ministro, que considerou que o sucessor de Ana Jorge teria de ser de sua indicação pessoal. Este procedimento do PM não foi encarado com muito agrado por Palma Ramalho, apesar de não o ter demonstrado nem junto do gabinete do chefe do Governo. 
A escolha do novo provedorfoi um processo difícil e, tal como todas as decisões de Luís Montenegro que causam maior expectativa, esteve até à última hora em segredo absoluto. 

Tal como o Nascer do SOL noticiou a semana passada, Pedro Santana Lopes foi um dos nomes considerados para liderar os destinos desta insituição, cargo que ocupou até 2016. 0 Nascer do SOL confirmou que o assunto foi tema de uma conversa entre o primeiro-ministro e o presidente da Câmara da Figueira da Foz. No encontro, o autarca terá sugerido a Luís Montenegro um novo modelo da estrutura de liderança da SCML, por forma a tornar compatível a acumulação de funções. 

Pedro Santana Lopes faz questão de levar até ao fim, ou seja, até Outubro de 2025, o seu mandato de presidente da Câmara da Figueira da Foz, que considera «sagrado». Santana defendeu que o lugar de provedor poderia ser à imagem de um chairman que coexistisse com uma comissão executiva idêntica à atual Mesa da SCML. 
Este novo lugar de chairman não seria remunerado e permitia a Santana acumular com asfunções de presidente de Câmara, participando nas reuniões da Administração. Os poderes executivos seriam exercidos por alguém que ficaria sob sua tutela. A solução de Santana Lopes foi apresentada antes mesmo da exoneração de Ana Jorge, a cujo processo de demissão o antigo provedor fez alguns reparos. 
Rosário Águas, ex-secretária de Estado do Governo que Santana Lopes liderou, seria um dos nomes que poderiam integrar a comissão executiva se aquele modelo tivesse sido bem acolhido pelo chefe do Governo. Luís Montenegro, no entanto, não terá dado seguimento a esta proposta e optou por manter o modelo de sempre, que será encabeçado por Paulo Sousa." 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

"WHITE SUITE FLEET” (FROTA BRANCA) NA FIGUEIRA

Os portugueses pescam na costa da Terra Nova há séculos. 
A Frota Branca costumava visitar o porto de St. John's para se reabastecer de mantimentos e combustível ou para se proteger das tempestades. 
Durante esses anos os portugueses foram sempre bem recebidos. Trocaram-se músicas, vinho, palavras e amizade, jogaram-se partidas de futebo. 
Os canadianos, além de compartilharem algo - a pesca do bacalhau em algumas das águas mais perigosas do mundo - abriram as suas e corações aos marinheiros portugueses. 
A White Fleet Suite é uma homenagem aos navios de madeira e aos homens de ferro daqueles tempos exóticos e apaixonantes. É uma apresentação musical que destaca as nossas duas culturas e histórias partilhadas, com música tradicional e original, canção e poesia, e visuais de fontes de arquivo e coleções particulares. 
A música foi composta e compilada por Pamela Morgan, orquestração e produção de Duane Andrews, poesia de Agnes Walsh.
A White Fleet Suite foi estreado no Arts and Culture Centre, St. John's NL, em 3 e 4 de novembro de 2023.
Depois de uma digressão por Portugal, que começou no dia 18 em Arcos Valdevez, tendo passado também em Viana do Castelo e Ílhavo, vai estar na nossa cidade a 21.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Após ano e meio em terra o batel "Sal do Mondego" vai voltar a navegar na primavera...

Entre os finais dos anos 80 do século passado e o ano 1 do século XXI, o barco do sal esteve ausente das águas do nosso rio

Há cerca de 23 anos, porém, mais precisamente a 5 de Agosto de 2001, um batel de sal voltou a navegar no Mondego. Tal acontecimento ficou a dever-se à parceria “Sal do Mondego”, que foi a entidade responsável pela construção duma réplica de um barco de sal. Faziam parte desta parceria as seguintes Instituições: Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca. A viagem inaugural deste barco, foi uma iniciativa da Empresa Vidreira do Mondego, que organizou um passeio fluvial à Festa da Nossa Senhora da Saúde, em Reveles, uma festa, aliás, que diz muito a diversas gerações de homens do mar da Freguesia de S. Pedro. Nesse já longínquo primeiro domingo de 5 Agosto de 2001, a parceria gestora e proprietária do batel viu mais uma entidade aderir à iniciativa: a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.

Como se pode ler na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS, o “Sal do Mondego” (réplica de um batel, embarcação de madeira típica da região para transporte fluvial do sal marinho produzido nas salinas do território figueirense) encontra-se, neste momento, na Marina da Figueira da Foz, a aguardar pela reparação do motor. Quando o motor for instalado, o que se prevê que aconteça na primavera, regressará ao cais do Centro Náutico da Fontela. 
A embarcação é propriedade do Município da Figueira da Foz e está cedida à Junta de Via Verde, tendo esta a incumbência de realizar viagens turísticas e pedagógicas à zona salgada, nomeadamente à Ilha da Morraceira e ao Núcleo Museológico do Sal (este, em Armazéns de Lavos). 
A reparação, financiada pelo município, custou 34,5 mil euros. Nesta empreitada foi substituída grande parte da madeira e aplicada uma nova pintura. Os trabalhos decorreram ao logo de quatro meses, com várias interrupções devido ao estado tempo, ao ar-livre, no Cabedelo. 
Quando o barco regressar ao estuário do Rio Mondego será para retomar as viagens pelo salgado da Figueira da Foz, com um custo simbólico. Vários operadores turísticos, apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, têm manifestado interesse nesta rota assegurada pelo batel. 
A embarcação tem capacidade para 12 pessoas. Há cerca de um ano e meio que o “Sal do Mondego” se encontra inoperacional. A paragem foi forçada pela necessidade de ser submetido a uma reabilitação quase total.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Quem é o fiel da balança na gestão do actual executivo da câmara Municipal da Figueira da Foz?

Foto da reunião realizada na passada sexta-feira
Conforme expliquei aqui,  a água, em todo o lado e também na Figueira, é essencial à vida e à saúde das pessoas. Sem ela não é possível uma vida digna. No nosso concelho, a realidade dos dias de hoje, também no domínio do abastecimento de água e do saneamento, apresenta um quadro preocupante. Estamos entregues ao “mercado”.

Todavia, para não irmos muito ao passado, pois isso pode bulir e fazer cócegas em mentes mais sensíveis ao bom uso da memória, recuemos apenas menos de 2 anos atrás. No dia 8 de Novembro de 2022, Ricardo Silva tinha a seguinte posição «o vereador do PSD no município da Figueira da Foz defendeu que a Câmara deve assumir a gestão do abastecimento público de água e não aumentar o tarifário para 2023, e explicou aceitar, no limite, uma atualização de 02%. 

Na altura, em comunicado, na véspera deste eventual aumento ir a votação no município, Ricardo Silva considerou que “o aumento da tarifa da água de 11,3%, proposto pela concessionária, revela uma insensibilidade e aproveitamento abusivo de uma situação excecional que todos vivem, no país e no estrangeiro”. “Um abuso total, porque é a tentativa de transposição de uma taxa de inflação global, que não é suportável para ninguém no país, em situação nenhuma, muito menos nos vencimentos e no rendimento das pessoas, sendo perfeitamente inadmissível”, referiu o único vereador do PSD no executivo figueirense, na altura na oposição, isto antes do acordo que foi feito em Abril passado com a direcção nacional do PSD, ele próprio Ricardo Silva e o presidente Santana, cujos contornos mínimos ninguém conhece. Ricardo Silva salientou mais: que a empresa Águas da Figueira, a quem está concessionado o serviço de abastecimento, obteve lucros de cerca de 20 milhões de euros nos últimos 10 anos, sem que se conheçam “grandes investimentos em infraestruturas nos últimos anos!”. “Tudo isto à custa de uma das tarifas mais altas que se pratica em Portugal”, sublinhou o social-democrata, considerando que a concessionária “não está a cumprir os objetivos estipulados no objeto da concessão”. Insistiu também na necessidade de serem efetuadas auditorias técnicas e financeiras independentes. Para o autarca, “torna-se necessário realizar um balanço e proceder a uma avaliação dos diversos aspetos inerentes ao contrato de concessão e ao desempenho da concessionária, no que respeita à prestação do serviço público concessionado”. O vereador "defendia o regresso da gestão do serviço de abastecimento público ao domínio municipal, à semelhança dos municípios de “Mafra, Setúbal, Santo Tirso, Paredes e Paços de Ferreira”.

Em reunião de câmara realizada na passada sexta-feira, agora com Ricardo Silva como vereador da situação, a autarquia da Figueira da Foz deliberou prolongar até 2042 o contrato de concessão da exploração do sistema de distribuição de água e saneamento.

Como sabemos, neste mandato autárquico A FAP tem 4 mandatos; o PS 4; e o fiel da balança quem é? O Psd Figueira Da Foz - na prática o vereador Ricardo Silva - com 1. 

O que é que mudou desde 8 de Novembro de 2022 e 17 de Fevereiro de 2024? Ricardo Silva, passou da oposição à situação: é vereador excutivo. Isso, neste momento, determina o que se passa na gestão do actual executivo autárquico presidido pelo Dr. Santana Lopes. Para bem ou para o mal, o seu voto é decisivo.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Revisão do contrato do serviço de água e saneamento foi aprovada ontem reunião de câmara

Em reunião de câmara realizada ontem, a autarquia da Figueira da Foz deliberou prolongar até 2042 o contrato de concessão da exploração do sistema de distribuição de água e saneamento, que prevê investimentos de 26 milhões de euros. Esta revisão do contrato de concessão assinado entre o Município da Figueira da Foz e a Águas da Figueira resulta de vários meses de negociações. Todavia, a aprovação, ontem, na reunião de câmara, não é o fim do processo, já que a proposta terá ainda de ser analisada pela entidade reguladora do setor da água e, após esta etapa, regressará à reunião de câmara. O último passo será a votação na Assembleia Municipal.
A negociação do prolongamento do contrato, que terminava em 2029, é apontada pela vice-presidente Anabela Tabaçó como a solução “mais favorável” para o município, que colocou de parte o resgate da concessão por ter um custo de 20 milhões de euros, que “penalizaria altamente” a autarquia.
“A última adenda, realizada em 2012, previa um investimento muito reduzido, pelo que o contrato teria de sofrer alterações face às necessidades”, sustentou a autarca, eleita pelo movimento “Figueira a Primeira”, na sessão de Câmara de ontem.
Segundo Anabela Tabaçó, o novo contrato vem colmatar lacunas da última adenda, com a inclusão das redes de saneamento em Matos e Casal Novo, nas freguesias de Marinha das Ondas e Quiaios, respetivamente, que “são para avançar já”, cujo investimento ultrapassa os quatro milhões de euros.
“Até 2029 vai existir um investimento de seis dos 12 milhões de euros previstos e o restante vai distribuir-se ao longo da concessão”, explicou a vice-presidente da autarquia liderada por Santana Lopes.
A autarca adiantou que a concessionária vai ainda investir 14 milhões de euros na reabilitação e manutenção de redes de água e saneamento, no montante de cerca de 750 mil euros por ano.
Para o presidente da autarquia, que interveio a espaços neste assunto, a renegociação do contrato foi a “melhor via” e as condições do prolongamento da concessão “são substancialmente melhores”.
“Não é uma decisão por amor nem convicção, é por necessidade”, sublinhou Pedro Santana Lopes, que assumiu ter tido vontade de resgatar a concessão, mas que era “absolutamente impossível” financeiramente para o município.
O PS, que na sessão de hoje estava reduzido a três vereadores, absteve-se na votação e apresentou declaração de voto por considerar que o prolongamento “transcende vários mandatos e muitos anos”, exigindo uma “reflexão profunda”.
A vereadora socialista Diana Rodrigues falou de um processo extenso e de “cálculos complexos”. A líder da vereação do PS, sustentou que o prolongamento da concessão “transcende vários mandatos, são muitos anos”. E propôs a sua redução, assim como uma fórmula de cálculo dos aumentos dos tarifários mais benéfica para os consumidores e “investimentos mais ambiciosos”.
Por seu lado, Daniel Azenha, do mesmo partido, propôs a adoção de uma norma-travão que assegure que as futuras atualizações dos tarifários sejam suportáveis para os consumidores. Apesar dos reparos e objeções, o partido da oposição acabou por abster-se. 
Na reunião de ontem, foi também aprovado a proposta de tarifário de resíduos urbanos para este ano, que implica o aumento médio de 2,43 euros para os utilizadores domésticos e 9,55 euros para os não domésticos.
O tarifário, que não era aumentado há cerca de duas décadas, não vai suportar na íntegra os custos do município, que ainda fica com um desequilíbrio de um milhão de euros.

sábado, 6 de janeiro de 2024

A vida é isto: o futuro será sempre amanhã

Há momentos em que conseguimos ter o prazer de olhar os "prazeres", sem pensar em nada. 
Apenas pelo prazer de olhar. Sem ideias. Apenas pelo objectivo de desfrutar o momento.
A foto abaixo, mostra um Português, nascido no dia de ontem, 5 de Janeiro, na Gala, concelho da Figueira da Foz, já lá vão uns anos. 
Na foto abaixo, estão perante um cavalheiro, porventura, desbotado, mas não amargurado.
Citando o mais talentoso escritor da minha Aldeia - Pedro Rodrigues, de seu nome -, "o que incomoda muita gente é a possibilidade de reconstrução que cada um de nós tem. A maior vitória que podemos dar a nós mesmos é a perseverança, o progresso. As nossas versões actuais serem melhores do que as anteriores. É isso que realmente incomoda essas pessoas destrutivas: olharem ao longe, enquanto nos reconstruímos, mais e melhores, imunes à sua existência. Somos aqueles que lambem e curam as feridas, mas que não as esquecem. Os que as usam, como se fossem uma armadura para nos proteger dos erros do passado. E os que guardam essa verdade, que por vezes ainda pode doer: as pessoas que nos destroem, nunca serão as mesmas que nos constroem."

Continuo perseverante e possante. 
Como proconiza o Pedro Rodrigues, "depois da tempestade remar duas vezes".
Dizia o povo, no estado novo, que águas passadas não movem moinhos.
O rio de águas cansadas, pela vida que passou, continua a mostrar o que sou.
Eterno apaixonado pela água a correr de forma constante. 
A moldura é esta: um porreiraço bem disposto e confiante no futuro.

Desde já, agradeço a todas e todos (e foram largas centenas)que me deram os parabéns. Também aos que ficaram pela intenção de o fazer. 
Abraços a quem é de abraços e beijos a quem é de beijos, deste your old friend.
Thank you very much.

O fururo será sempre amanhã. 
Como me disse ontem um Amigo de dezenas de anos, com quem de vez em quando não estou em completa sintonia, "sem dar conta, já lá estou a carregar passado e desejoso de futuro."
Conto convosco. Espero continuar a ter "a energia que preciso, o conforto que me satisfaça e as convicções que dêem sentido à cidadania".
Até amanhã camaradas de percurso de vida.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Da série, tabús figueirenses para desfazer em 2024?

Via Rui Duque

"A Concessão das Águas da Figueira tem duração até 2030.

O Municipio está a pretender estendê-la até 2042 revalorizando as compensações e a sua antecipação.

Agendou e adiou a discussão para 12 de janeiro de 2024.

A Águas da Figueira é altamente lucrativa e distribui grossos dividendos. Claro que é seu interesse prolongar o negócio!"

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

O preço da água na Figueira e os aproveitamentos políticos...

2023 vai ficar na história da gestão da água no concelho da Figueira da Foz: Ricardo Silva (juntamente com Anabela Tabaçó) liderou as negociações entre a Câmara da Figueira e a empresa concessionária
Este é um dos pontos da ordem de trabalhos da reunião de câmara extraordinária de hoje
Os figueirenses já pagaram a água mais cara do país. Apesar de já não liderarem a tabela, continuam a desembolsar, no mínimo, cerca de 15 euros por mês.  

A revisão do contrato de 2012 cotemplou a oferta dos três primeiros metros cúbicos aos consumidores domésticos com residência permanente no concelho, um tarifário social para famílias carenciadas e outro para agregados familiares numerosos.

Os investimentos previstos para 30 anos, aquando da concessão, foram realizados em seis anos, segundo sustentava o PSD Figueira em 2019. 

A direcção local do PSD (ao momento liderada por Ricardo Silva, actual vereador executivo, juntamente com a vice-presidente Anabela Tabaçó interveniente nas conversações realizadas, em 2023, entre as Águas da Figueira e a Câmara Municpal), em 2019, aproveitou a revisão do contrato para fazer críticas ao executivo camarário socialista, apresentar propostas e defender uma auditoria externa. 

A oferta dos primeiros cinco metros cúbicos, a redução do custo fixo da fatura da água, através da tarifa disponibilidade, de 5,6 para 5,4 euros, eram prioridades para o PSD Figueira, na altura na oposição.

E propunha mais: que em vez dos consumidores, pasasse a ser o orçamento da câmara a pagar os tarifários sociais. “Trata-se de uma opção política”, afirmou então ao DIÁRIO AS BEIRAS Ricardo Silva, vereador e presidente da Concelhia do PSD. 

Questionado sobre os custos das medidas propostas pelo PSD, Ricardo Silva respondeu assim: “Não sabemos quantos consumidores domésticos estão abrangidos e quantos estão registados com tarifário de residente. Os relatórios semestrais de 2018 não nos foram facultados”. No entanto, afiançou: “Face aos dados que dispomos, entendemos que estas medidas são financeiramente sustentáveis”

O preço da água continua um assunto na ordem do dia na Figueira, de há muitos anos a esta parte. Os figueirenses são dos que mais pagam pelo líquido precioso e indispensável à vida. Quando é que o município tem coragem de efectuar  um estudo de viabilidade económico-financeira e jurídica sobre a concessão?

A última revisão aconteceu na sessão de câmara realizada no dia 18 de Fevereiro de 2019. Os figueirenses ficaram a perder com a privatização da água.

Os protagonistas principais têm sido mais ou menos os mesmos ao longo do tempo. Só que, quando estão no poder têm uma opinião. Quando estão na oposição, mudam de opinião. 

Recuemos a 2005. Na altura, o "protesto contra o preço da água na Figueira da Foz começou com pouca adesão". A coisa foi crescendo e uns dias depois o protesto engrossou. O PCP, entendia que a "água é um bem que não deve ser tratado unicamente como fonte de lucro" e que a autarquia da Figueira "está a prejudicar os interesses dos cidadãos ao entregar este tipo de serviços lucrativos a clientelas"

Nessa altura, em declarações ao PÚBLICO, o vereador com o pelouro das Águas e Saneamento, Ricardo Silva, defendia que a autarquia da Figueira tinha "explicado tudo o que tinha a explicar na devida altura", não compreendendo, por isso, a "oportunidade" dos protestos. Na petição, dirigida ao presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Duarte Silva, os subscritores exigem esclarecimentos sobre a renegociação dos preços da água acordados, em Dezembro de 2004, entre a autarquia e a empresa municipal Águas da Figueira. "Em reunião de câmara, foi aprovado um aumento de sete por cento, mas os aumentos nas facturas situam-se entre os 26 e os 44 por cento", referiu Carlos Monteiro, um dos promotores da iniciativa, em declarações à agência Lusa. 

O vereador Ricardo Silva argumentou que o executivo camarário "aprovou, de facto, aumentos de sete por cento, mas apenas no preço da água", não estando incluído nesse valor a tarifa de disponibilidade que entrou em vigor juntamente com os novos preços da água, e que encareceu ainda mais a factura dos consumidores.

Segundo informações cedidas pela empresa Águas da Figueira, a tarifa de disponibilidade é uma taxa fixa paga pelos utilizadores, independentemente do seu consumo, que "substitui o aluguer do contador", além de permitir "repartir de forma equilibrada os custos de investimento e manutenção das redes de abastecimento e saneamento". O movimento cívico que apresentou a petição argumentava que a tarifa de disponibilidade não é mais do que "um consumo mínimo encapotado", defendendo, por isso, a sua ilegalidade.

No texto da petição, os subscritores invocavam ainda o direito de saber "quais as razões que presidiram à eventual renegociação", e ainda se estão previstos mais aumentos para os próximos anos e em que percentagens para os vários tarifários. O vereador Ricardo Silva "não compreendeu estas dúvidas", afirmando que a Câmara Municipal da Figueira "já justificou os aumentos com a necessidade de proceder à modernização das estruturas de abastecimento de água e saneamento", confirmando ainda que estão previstos novos aumentos para 2007 e 2010.

Durante a entrega da petição, Carlos Monteiro considerou os preços de água na Figueira da Foz como "escandalosos".


No dia 8 de Novembro de 2022, há pouco mais de 2 anos, Ricardo Silva escreveu mais um episódio desta série. 

«O vereador do PSD no município da Figueira da Foz defendeu  que a Câmara deve assumir a gestão do abastecimento público de água e não aumentar o tarifário para 2023, e explicou aceitar, no limite, uma atualização de 02%. 

Em comunicado, na véspera deste eventual aumento ir a votação no município, Ricardo Silva considerou que “o aumento da tarifa da água de 11,3%, proposto pela concessionária, revela uma insensibilidade e aproveitamento abusivo de uma situação excecional que todos vivem, no país e no estrangeiro”

“Um abuso total, porque é a tentativa de transposição de uma taxa de inflação global, que não é suportável para ninguém no país, em situação nenhuma, muito menos nos vencimentos e no rendimento das pessoas, sendo perfeitamente inadmissível”, referiu o único vereador do PSD no executivo figueirense. Ricardo Silva salientando que a empresa Águas da Figueira, a quem está concessionado o serviço de abastecimento, obteve lucros de cerca de 20 milhões de euros nos últimos 10 anos, sem que se conheçam “grandes investimentos em infraestruturas nos últimos anos!”

“Tudo isto à custa de uma das tarifas mais altas que se pratica em Portugal”, sublinhou o social-democrata, considerando que a concessionária “não está a cumprir os objetivos estipulados no objeto da concessão”. Insistiu também na necessidade de serem efetuadas auditorias técnicas e financeiras independentes. Para o autarca, “torna-se necessário realizar um balanço e proceder a uma avaliação dos diversos aspetos inerentes ao contrato de concessão e ao desempenho da concessionária, no que respeita à prestação do serviço público concessionado”

O vereador defendia o regresso da gestão do serviço de abastecimento público ao domínio municipal, à semelhança dos municípios de “Mafra, Setúbal, Santo Tirso, Paredes e Paços de Ferreira”

Quanto a aumentos para o próximo ano, Ricardo Silva propôs que “não haja aumentos ou, no limite, 02%, idêntico ao aumento médio de rendimentos na função pública”

Sabemos o que aconteceu na altura

A Câmara da Figueira da Foz, por proposta de Santana Lopes, deliberou não aumentar o tarifário da água em 2023.


A água, em todo o lado e também na Figueira, é essencial à vida e à saúde das pessoas. Sem ela não é possível uma vida digna. Mas, no nosso concelho, a realidade dos dias de hoje, também no domínio do abastecimento de água e do saneamento, apresenta um quadro preocupante. Estamos entregues ao “mercado”.

Presentemente, no fundo, a gestão deste recurso natural, está sob o controle duma empresa, a Águas da Figueira SA … 

Quer dizer: no fundo, a população figueirense perdeu o controlo sobre um recurso que devia ser gerido sob a supervisão dos cidadãos. Para quem acha que a coisa não tem importância, a diferença está aqui: antes podia-se “despedir” eleitoralmente uma vereação que fosse ineficaz na gestão deste importante recurso; agora só se for a assembleia de accionistas…

Para os menos atentos, é apenas um pequeno e desprezível pormenor democrático que, claro, não vale nada, perante os “valores em causa”

Confesso que estou curioso com os resultados obtidos com o contributo de Ricardo Silva, agora como vereador executivo, nas negociações realizadas em 2023.