sexta-feira, 12 de julho de 2024

Presidente da junta garante que os vilaverdenses irão “lutar com tudo o que for necessário”

Via Diário as Beiras
Santana Lopes: “Este não é o sítio certo. A junta de Vila Verde não pergunta nada à administração portuária: por que será?”

«O presidente da Junta de Vila Verde queixa-se das construções na zona ribeirinha da freguesia, sustentando que privam os vilaverdenses do contacto visual com o Mondego. “Em vez de se ver o rio ou a Murraceira, vê-se um muro de chaparia”, frisou Vítor Alemão. 
Intervindo na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, o autarca incidiu nas instalações da Bioadvance, que produz biocombustível em terrenos sob a tutela da administração portuária. Existem outros imóveis instalados junto ao rio, como um centro náutico, uma estação de tratamento de águas residuais, além da linha ferroviária e estações de comboio. Vítor Alemão falou ainda de possíveis futuras unidades em terrenos portuários, para, avançou, produção de metanol verde e armazenamento de produtos petrolíferos. “Iremos lutar com tudo o que for necessário contra esta situação”, garantiu. “Não é apenas um problema de Vila Verde, é do concelho da Figueira Foz”, advogou. O autarca disse também que a EDP pretende reconverter a central de Lares em unidade de produção de hidrogénio verde ou em armazenamento deste combustível. 

Palavras contundentes

 “O senhor presidente da junta não sabe do que está a falar”, reagiu o empresário Paulo José Gaspar, da Bioadvance, contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS. E sugeriu ao autarca que, se tiver dúvidas, contacte a empresa, “por escrito”. “Quanto à perda de [contacto visual com o rio], deve ir rapidamente ao oftalmologista. Em toda a extensão da nossa unidade não há uma única casa com perda de visão, e os terrenos são do porto; logo, ninguém poderá construir nesses terrenos”, acrescentou o empresário. Paulo José Gaspar advogou que Vítor Alemão “deve olhar, também com olhos de ver, [para] o estado de degradação em que se encontra a paisagem do rio, do lado de Vila Verde”. E concluiu assim: “Se ele se preocupasse com isso, faria melhor proveito do dinheiro que todos nós lhe pagamos todos os meses”
Apesar das tentativas, não foi possível recolher uma reação de Vítor Alemão sobre as declarações do empresário. 

Manifestações de interesse 

Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a administração portuária respondeu que, “entre as várias manifestações de interesse para ocupação de parcelas” na zona portuária, “conta-se uma unidade relacionada com a produção de H2 [hidrogénio verde] e outra para armazenagem e movimentação de combustíveis líquidos”. “A primeira manifestação de interesse não teve seguimento, por parte da empresa, e a segunda encontra-se em fase de publicitação, para que outros eventuais interessados possam manifestar-se”, acrescentou.»

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