“O mundo em que nasci, cresci e fui adulta está a morrer. Não me causa nostalgia: o que aí vem tem coisas muito interessantes”.
«... e como se sente aos 70 anos?
- Tenho ainda sentimentos ambivalentes em relação à coisa. Os 50, os 60, nunca liguei, mas os 70 fizeram diferença porque fiquei muito doente. Foi uma espécie de átrio da velhice, aquela coisa que o meu pai costumava dizer: “Isto nunca me aconteceu”. Há uma certa fragilidade, com a qual temos de aprender a lidar. É só isso e é muito. Há uma gestão da energia que tem de se aprender. Mas com a experiência de vida aprendemos que nós e o tempo não andamos sempre numa mesma direcção; que muitas vezes estamos com 70 anos e no dia seguinte temos 15 e depois temos 100, e há momentos na vida que são erupções de juventude e de uma certa juventude contranatura, da recuperação de uma energia vital.»
É todo um programa esta passagem da entrevista com Luísa Costa Gomes publicada esta sexta-feira no Ípsilon.
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