Por enquanto, como diz o ceguinho, a ver vamos se, de facto, houve recuo e que imposto vai, em substituição, ser cobrado aos do costume.
Houve um comunicado. Diz que a crise do TSU acabou. O que, aliás, já sabíamos, desde a manhã de ontem, por Cavaco... Até fiquei sem entender, depois do decreto do fim da crise, para que serviu a reunião, ao fim da tarde de ontem, do Conselho de Estado.
Mas, a reunião fez-se. Aparentemente, "o Governo recua derrotado e humilhado e aquelas cabeças acham que este é o fim da história. Acontece que se trata do começo de uma outra coisa onde o primeiro-ministro está definitivamente desautorizado, como já estava a maioria dos seus ministros. Nem sequer se deve falar em diminuição da credibilidade pois o estatuto deste Governo passa a ser o do escândalo. É um escândalo ter uma figura reles como Relvas ou inane como o Álvaro, é um escândalo ser uma coligação cujos partidos se agridem em público no meio de uma emergência nacional, é um escândalo ter o primeiro-ministro com a sua tonteira finamente modulada afundado ainda mais o País numa crise económica que agora passou a ser também de confiança e respeito nas principais instituições da República. Esta gente conseguiu destruir com o seu revanchismo e fanatismo o frágil tecido de esperança que ainda resistia pela ignorância de muitos e pela resignação de tantos."
E agora?...Quem se revoltou, por estar contra os 7% da TSU, irá revoltar-se, agora, contra novos cortes nos subsídios e o arranjinho que está a ser preparado no IRS?...
Para mim, o futuro a Deus pertence, mas os portugueses, se o quiserem, têm sempre uma palavra a dizer...
Gostava de estar optimista... Mas, não estou.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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