Segundo o jornal
“As Beiras”
http://www.asbeiras.pt/
Hospital da Figueira da Foz
Urgência “despromovida”
“A ARS tem, até final de Outubro, de dizer o que é preciso fazer para transformar a actual urgência médico-cirúrgica, na Figueira, em Serviço de Urgência Básico.
Um despacho do ministro da Saúde, publicado terça-feira, em Diário da República, veio reforçar a pior expectativa de muitos profissionais do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF). Tudo porque a actualização da rede de serviços de urgência “empurra” a Figueira para o último escalão, ou seja, o SUB – Serviço de Urgência Básico. Mais: encarrega a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro de propor superiormente, até 31 de Outubro, as medidas de transição necessárias. Há muito faladas, as novas regras dos serviços de urgência não apanharam desprevenidos os agentes da Saúde. Ainda assim, o teor do supracitado despacho (n.º 18459/2006, de 12 de Setembro) vem colocar alguns problemas políticos, na Figueira, dada a “despromoção” imposta à urgência. A prová-lo está o reiterado silêncio da administração do HDFF, não obstante a insistência do DIÁRIO AS BEIRAS.A verdade, porém, é que o despacho é claro e o HDFF não se enquadra nas unidades que vão integrar os dois níveis superiores: SUP – Serviço de Urgência Polivalente, mais diferenciado e localizado em hospital central; SUMC – Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, a localizar, no mínimo, a mais de uma hora de outro serviço similar, ou de nível superior.
SUB sem cirurgia. Neste contexto, “sobra”, para o HDFF, o nível SUB, que o despacho especifica como “primeiro nível de acolhimento a situações de urgência, constituindo o nível de cariz médico (não cirúrgico, à excepção de pequena cirurgia no SU)”. Quanto à área de influência, deve abranger uma população superior a 40.000 habitantes, “em que, pelo menos para uma parte, a acessibilidade em condições normais seja superior a 60 minutos, em relação ao SUMC, ou SUP, mais próximo”.No que respeita aos recursos humanos de um SUB, o despacho refere, como mínimos, dois médicos e dois enfermeiros, em presença física, um auxiliar de acção médica e um administrativo, por cada equipa. Já no que toca a equipamentos, são requeridos material para assegurar a via aérea, oximetria de pulso, monitor com desfibrilhador automático e marca passo externo, electrocardiógrafo, equipamento para imobilização e transporte de traumatizado, condições e material para pequ8ena cirurgia, radiologia simples (esqueleto, tórax e abdómen) e patologia química/química seca.Registe-se que, se tal se tornar necessário, devem os espaços físicos ser adaptados, de acordo com os requisitos-tipo, a definir pelas direcções-gerais da Saúde e de Instalações e Equipamentos de Saúde, até 30 de Setembro.
ARS NÃO CONFIRMA.Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, fonte da ARS do Centro afirma ser “prematuro” estar, nesta fase, a “definir qual o tipo de serviço de urgência, vocacionado” para o HDFF. Com base no despacho, a citada fonte explicita que a ARS está a analisar a situação, com a “devida ponderação”, para aferir as devidas condições em que devem ser prestados os cuidados de saúde à população da Figueira da Foz. Por seu turno, uma outra fonte, da unidade de saúde figueirense, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que as condições do HDFF – a actual urgência, por exemplo, apenas não dispõe de três especialidades – e da própria cidade e região exigem uma resposta diferente, podendo vir a criar-se uma excepção.
EMERGÊNCIA EM REDE COM TRÊS NÍVEIS. O despacho n.º 18459/2006 surge na sequência de dois diplomas legais (do último Governo de Guterres), de 14 de Novembro de 2001 e de 7 de Fevereiro de 2002, que criaram a Rede de Referenciação Hospitalar de Urgências/Emergência e as UBU – Unidades Básicas de Urgência, respectivamente. Quatro anos volvidos, o Governo constata o desenvolvimento “muito incipiente” das UBU, por um lado, e o “desajustamento entre a rede aprovada e a rede efectivamente existente, no terreno”, por outro. Daí a presente actualização. Assim, a Rede de Serviços de Urgência passa a integrar três níveis (SUP, SUMC e SUB), cada um dos quais devidamente caracterizado com valências, recursos humanos, equipamentos e espaços físicos requeridos. Por outro lado, alarga-se a todos os níveis e unidades as regras do sistema de triagem de Manchester.
Listas de espera por pagar e a “marcar passo” Os problemas no HDFF não se resumem à iminente “despromoção” do serviço de urgência. É que a administração apenas pagou três meses do antigo programa de combate às listas de espera cirúrgicas (actual SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia). O programa acabou por ser suspenso, em finais de Julho, e os médicos recusam-se, agora, a retomá-lo, sem que fiquem clarificados as condições dos pagamentos. Recorde-se que, no HDFF, o antigo PECLEC foi implementado ainda pela anterior administração, presidida por Fausto Carvalho, que se comprometeu a pagar a 90 dias. Mas, no ano em curso, só em Maio foram processadas as primeiras tranches, correspondentes aos meses de Janeiro e Fevereiro. Depois, em Junho foi pago Março. E por aí se quedou. Neste contexto, não estranhou que, a 24 de Julho, já com Vítor Serôdio à frente do conselho de administração, um documento interno viesse dar conta da suspensão do programa. Já em Setembro, entretanto, a administração do HDFF veio propor o reatar do trabalho, mas sugerindo que a liquidação de todo o montante em dívida fosse adiada para Janeiro de 2007. Esta proposta não foi bem acolhida, no seio dos serviços com profissionais empenhados no SIGIC. No caso de ortopedia, por exemplo, foi tomada uma posição de força, exigindo que os pagamentos em atraso fossem repostos, de imediato, sob pena de não voltarem a operar.”
2 comentários:
A APOSTA NO ANIMAL ERRADO COM IMAGENS CRIMINALMENTE MANIPULADAS TEM DANOS COLATERAIS ERREVERSIVEIS.
Lembram-se quando aqui disse à uns meses atrás que o fecho da maternidade era só para inglês ver?
O resto ainda está para vir...
Mas os parvalhoes e dificientes TÓS DAS LOTAS, ainda vão levar mais no focinho.
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